Ao chegar em seu apartamento com sua irmã, Michelle acaba indo direto para o seu quarto. Estava confusa, muito confusa. O que estava acontecendo?

—Michelle, o que você acha que está fazendo? — Se perguntou ao se deitar em sua cama.

Toda aquela situação estava mexendo com, Michelle, ela sabia o porquê daquilo, estava sentindo uma necessidade muito grande de se aproximar de Ilara. Entretanto, Michelle não sabia, o que fazer diante daquela situação... Ilara era sua aluna, ela não podia simplesmente querer saber sobre a vida da garota... Querer entrar na vida da mesma... 

Na cabeça de Michelle estava se passando uma confusão. Marisa que estava do lado de fora de seu quarto, não sabia o que fazer. A sua irmã estava muito estranha. Ela sabia que estava acontecendo algo, todavia, Michelle não falava nada a respeito e foi por isso, que Marisa decidiu ir para o quarto que tinha na casa da irmã... Decidiu respeitar o silêncio da mesma.

De uma forma mecânica, Michelle se levanta da cama e vai em direção ao banheiro... Queria tomar um banho para poder relaxar um pouco... Queria se esquecer de todos os atos impensados que havia cometido naquele dia, todavia, não obteve êxito.

Ao estar debaixo do chuveiro, Michelle começou a se lembrar de algumas coisas... Não queria mas estava pensando a respeito da família de Ilara. Não parecia unida... O pai de Ilara aparentava ser uma pessoa descontrolada, não era como a filha, que viva sempre quieta no seu canto, pensando em coisas, que Michelle ainda não sabia o que eram.

Pensar no pai de Ilara, não lhe trouxe boas sensações... Michelle sentiu um aperto em seu peito... O que aquilo queria dizer, a professora de matemática não sabia.

Já estando de banho tomado, Michelle voltou para o seu quarto enrolada a uma toalha... Parecia estar mais leve naquele momento... A água havia levado toda sujeira que estava impregnada em seu corpo.

Como não estava sentindo vontade de dormir, naquele momento, Michelle pegou o seu celular que estava sobre a cama, e resolveu fazer coisas que ela normalmente não fazia... Decidiu passar a noite conversando com alguns amigos no facebook, mas algo impediu que ela seguisse com aquele seu plano... Havia uma notificação avisando que Ilara Alcântara havia aceito o seu pedido de amizade.

Aquilo havia deixado Michelle confusa. Quando é que ela mandou solicitação de amizade para Ilara?

Sem nenhuma resposta para aquela pergunta, Michelle se deita na cama e passa a encarar o teto. O que estava acontecendo com ela? O que Ilara tinha que a fazia pensar tanto nela?

Aquilo tudo estava confuso. O que Michelle mais desejava naquele momento era se esquecer um pouco de Ilara, mas não foi possível.

Agindo por impulso, Michelle abriu o perfil de Ilara. Se queria saber o porquê de estar daquela forma, ela tinha que conhecer melhor aquela garota.

Michelle achava que com aquilo, ela pudesse parar de pensar em Ilara, mas ela estava muito enganada... Vendo as fotos da aluna, Michelle pôde conhecer um outro lado da garota...Um lado mais solto... Isso de fato mexeu com ela.

Ilara sorria nas fotos, fazia poses... Parecia extrovertida, não era como ela agia dentro da sala de aula com os seus outros colegas... Em um gesto inesperado, ela leva os seus dedos até uma foto da garota, onde a mesma estava sorrindo e começa  a passa-los de uma forma delicada sobre o rosto da garota. 

Ao se dar conta do que estava fazendo, Michelle colocou o seu celular sobre o colchão e encarou o teto.

— O que você está fazendo comigo, Ilara? — Michelle respira fundo após falar.

O que sentia parecia estar querendo transbordar dentro de si, mas ela não sabia o que era... Ilara era uma garota... Uma garota que a fazia sentir coisas, que não podiam ser conceituadas e sim sentidas... O que era aquilo que estava surgindo em seu peito, quase a sufocando?

****

  Ilara após chegar a mesa onde seus parentes estavam, se sentou e ficou quieta, perdida em seus pensamentos e suas emoções... Ninguém estranhou aquele comportamento da garota, pois todos, menos Gustavinho, estavam ocupados demais discutindo e tentando acalmar os ânimos naquela mesa.

Não demorou muito para ir embora com seus pais, mas antes deu uma última olhada para a mesa onde Michelle antes estava. Mesmo querendo fugir, aquela mulher tinha algo, que chamava o seu olhar para ela.

Ao chegar em casa, Ilara foi direto para o seu quarto... Sua noite havia sido tão confusa, que nem havia reparado, que sua mãe estava estranha.

***  

Esse encontro com Ester deixou Helena muito abalada, tantas coisas estavam se passando em sua cabeça... O seu amor do passado havia voltado, e mesmo com o tempo, o que ela sentia pela mesma parecia não ter acabado.

Enciumou-se ao vê-la com outra mulher, mas ao mesmo tempo entendeu, que ela não tinha motivo para tal comportamento... Ester agora era somente a prima de seu marido. 

Não podia sentir ciúmes, não podia nada... Ainda mais porque ela era casada e tinha uma família... Talvez não fosse perfeita, mas era a sua família.

— Você viu como ela estava com aquela “amiga” dela? Ela pode enganar meus tios e meus pais, mas a mim não engana— Augusto comentou ao entrar no quarto e Helena estava tão distraída, que nem sabia sobre o que o marido estava falando. 

— Você está falando sobre quem, Augusto? — Helena perguntou ao olhar para o seu marido.

— Sobre a Ester, Helena, quem mais poderia ser, parece que está surda — Augusto respondeu de uma forma grossa ao se sentar na cama. 

Helena abaixa a sua cabeça naquele momento. Não havia nenhum momento que Augusto era mais carinhoso com sua esposa.

— Pare com isso, Helena, vem para a cama... Hoje estou com vontade, faz tempo que você não fez papel de esposa direito comigo — Augusto fala e Helena se senta ao lado de seu marido.

Ao Helena se sentar ao seu lado, Augusto se aproxima mais de sua esposa e começa a abaixar uma das alças do vestido da mesma, deixando um de seus ombros expostos. Após fazer isso, Augusto começa a beijar aquela parte do corpo de Helena, e depois faz a sua esposa se deitar na cama.

Helena fecha os seus olhos, ao sentir o peso do corpo de seu marido sobre o seu... Ao Augusto começar a lhe penetrar, Helena começa a sentir uma dor muito grande, não física, mas sim uma dor em seu coração, pois se lembrou da primeira e única noite de amor, que havia tido com Ester. Não era nos braços de seu marido que ela desejava estar naquele momento.

****  

  Ester estava sentada em seu sofá, na sala, perdida em seus pensamentos, quando Marina apareceu usando uma camisola um tanto provocante.

— Algum problema com você, amor? — Marisa perguntou, ao se sentar ao lado da morena, que se remexeu um pouco no seu canto e em seguida respirou fundo.

— Estava pensando em algumas coisas — Ester falou, ao olhar para Marina, que a encarou.

— Você está pensando nela, não é mesmo? — Marina perguntou com um tom calmo.

— Ah... Desculpe- me, Marina — Ester tentou se aproximar de sua companheira de longas datas.

— Não se desculpe por isso, Ester, eu sei que você sempre a amou e que havia sido por isso que havia resolvido voltar para cá — Marina comenta. Elas moravam juntas há alguns anos, mas Marina sabia que o coração de Ester já pertencia a uma outra mulher.

— Eu não vim por ela... Eu realmente achava que eu não a amava mais, mas depois dessa noite... Depois de encontra-la... Ainda mais depois de ver os filhos dela, eu senti algo... Inveja do meu primo — Ester confessa e Marina respira fundo.

— Ester, eu sempre ouvia você a noite chamando por ela, enquanto dormia... Sei que sempre a amou e é por isso que agora eu tiro o meu time de campo — Marina fala e Ester fica surpresa.

— Como assim, você vai tirar o seu time de campo? — Ester indagou e Marina abaixou a sua cabeça.

— Eu estou dando uma oportunidade para você ter com ela a família que você tanto deseja, Ester— Os olhos de Marina lacrimejaram nesse momento.

— Marina... — Ester leva a sua mão até a face da loira — Ela é casada com meu primo, não posso mais ter com ela a família que eu tanto desejo.

— Ester, será que você não reparou no jeito de seu primo... Acha que ela é feliz com aquele homem. Você acredita mesmo que eles tem uma família perfeita? — Marina perguntou a Ester, que ficou pensativa naquele momento — Tenho certeza que ela continua a amando, Ester, eu vi a forma com ela lhe olhava no jantar... Então, por favor, dessa vez lute pela sua felicidade... Dói admitir, mas a sua felicidade não está ao meu lado... 

— Marina, não sei o que lhe dizer — Ester fala baixo.

— Não diga mais nada... Nesse momento só quero poder te amar pela última vez — Marina fala ao colar o seu corpo no de Ester.

CONTINUA...

Fim do capítulo