— Vou almoçar com o Diogo! – disse à Ana enquanto caminhávamos até o carro.

— Ah, amiga, então nem vai rolar carona, certo? Amanhã a gente se vê, não esquece de falar com o Dio sobre o finalzinho de semana, ok? – perguntou vindo me dar dois beijinhos no rosto.

— Vou falar, pode deixar! Até amanhã! Qualquer coisa me manda mensagem! – falei balançando o celular na minha mão. Ela piscou e se virou indo pro ponto de ônibus mais próximo.

Entrei no carro já me olhando no espelho do mesmo, retoquei meu batom, meu lápis, meu rímel, tudo, quando fiquei satisfeita liguei meu carro e o rádio colocando numa estação mais animada do que da manhã.

— Oi, linda! – disse meu namorado levantando e me dando um selinho rápido e um abraço quando cheguei para sentar com ele

— Oi, amor! – respondi colocando minha bolsa pendurada na cadeira e sentando de frente para ele.

— Como foi lá? – perguntou dando um gole no chá gelado e me olhando

— Cansativo! Trabalho e mais trabalho! – respondi gesticulando e pegando o seu copo para dar um gole na bebida também.

— Sei como é. Vamos pedir? – perguntou e já fez sinal para o garçom pedindo o cardápio.

Particularmente, meu namorado é um gato. Tem a pele branca, mas também não é aquele branquelo, olhos castanhos escuros, cabelo preto e bem cortado, liso, com uma barba divina e um corpo de quem pega pesado na academia.

Sempre que olhava o Diogo ficava satisfeita com o que via, nesse momento ele estava com uma blusa social azul escuro, dobradas até o cotovelo, que marcava no seu braço devido aos músculos, uma calça social preta, cinto da mesma cor, um relógio prata e elegante pousava em  seu pulso e um crachá que ia do pescoço e parava dentro do bolso da blusa com a identificação e foto pra dentro dele. Nos conhecemos através de um amigo que temos em comum, numa social que rolou na casa do Bruno (nosso amigo). Temos 1 ano e 8 meses juntos, quer dizer, esse é o tempo que temos oficialmente de namoro, antes disso ficamos sem compromisso e depois sério durante uns 3 meses.

O Diogo sempre foi o típico homem que chama atenção das mulheres, não foi diferente comigo, eu me senti atraída por ele de imediato, pelo seu porte, pela sua barba que eu amo, que o deixa com aquela cara de homem sério, pela altura, ele tem por volta de 1,85. Tudo do jeito que eu gostava! Atualmente ele tem 26 anos, formado em Direito, atuando na área em um escritório de advocacia da família. Continuamos batendo papo tranquilamente, entrosados, animados, sempre gostamos da companhia um do outro, sempre tínhamos assunto e coisas para discutir.

— Final de semana com a Ana e Júlio, tá amor? – perguntei pegando uma colherada da sobremesa que estávamos dividindo.

— Tranquilo! Mas tô precisando dar uma relaxada, nada de programa de casal! – me respondeu encostando as costas na sua cadeira.

— Nem a gente quer, meu bem! – respondi piscando, ele se animou.

— Tô com mó saudade de tu, loira! – disse voltando a encostar na mesa com os braços e me olhando com um sorriso malicioso.

— Ah, é? Bom saber... – me afastei da mesa e joguei meu cabelo pro lado, ajeitando minha blusinha que era alça fina, puxando pra cima, olhando parando os meus seios discretamente antes de voltar minha atenção para que acompanhava meus gestos com atenção.

— Tu sabe do que eu gosto mesmo! – respondeu se inclinando na mesa e falando mais baixo, como se estivesse me revelando um segredo.

— E como sei! – respondi passando a unha de leve no seu braço que estava apoiado na mesa. Ele riu de leve e pegou minha mão, prendendo entre seus dedos.

— Adivinha?  Tenho uma novidade pra você! – falou animado

— O quê? – perguntei me animando também

— Meu pai teve um reunião hoje com um velho amigo dele que trabalha no jornal aqui da cidade, e conversa vai, conversa vem, ele falou que minha namorada tá cursando jornalismo, o cara é super conceituado e tem influência lá dentro. Ficou de arrumar uma entrevista pra você! O Que acha? – perguntou sorridente

— Sério? – perguntei arregalando os olhos e sorrindo que nem criança quando ganha doce.

— Sim! Eu passei teu número pra ele, fica aguardando que com certeza vão entrar em contato contigo.

— Nossa, Dio, isso é perfeito! Adorei! Muito obrigada, meu amor! – apertei suas mãos nas minhas e continuei com o sorriso no rosto.

— Cara, eu sabia que tu ia gostar! – falou beijando uma das minhas mãos

— Claro que sim! Uma oportunidade dessa sem nem ao menos ter terminado minha graduação! Você já sabe para que é o cargo? – perguntei me ajeitando na cadeira, interessada

— Não não, ele disse que vai arrumar algo que você pode ir aprendendo e crescendo, mas deixou bem claro que de alguma forma quer que você contribua na empresa. Deve te colocar pra trabalhar como assistente dele, algo assim.

— Mas se ele é tão importante na empresa, já deve ter uma assistente. – falei refletindo

— Verdade... Mas tu sabe como esses caras têm 20 assistentes de uma vez! – falou rindo. Exagerado!

— Também não é assim! De qualquer forma, já estou animada e esperando ansiosa por isso.

— Isso aí, amor! Vai ser bom pra você colocar em prática, já vai se formar com uma bagagem boa! – falou me incentivando

Terminamos a sobremesa e ele foi acertar a conta no caixa enquanto eu o aguardava do lado de fora do restaurante. Passou um homem por mim me olhando de cima a baixo e falando algo que, felizmente, não ouvi. Parou na mesma hora de olhar quando o Diogo chegou e apareceu do meu lado, colocando um braço na minha cintura.

— Fala sério!! A loira não pode ficar um minuto sozinha! – disse rindo e eu acabei rindo também.

— Vai voltar pro trabalho, né? – perguntei mais pra confirmar mesmo, já sabia a resposta.

— Vou! A gente se fala, tô feliz por ti! Essa vaga tem tudo pra ser um ótimo começo de carreira! – disse andando comigo até o meu carro.

Fim do capítulo