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Ame o que é seu por PriHh

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Palavras: 3847
Acessos: 3956   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 53 – Contagem regressiva

- Já escolheu seu vestido? – Perguntei para Paty, ela estava de pé, de costas para mim e olhava de um lado para o outro, confusa entre dois modelos.

            - Qual você prefere? – Ela disse virando-se em minha direção e estendendo os vestidos, dois belíssimos modelos para eu escolher.

            - Eu gostei do branco – respondi de uma forma zombeteira e ela me olhou com insatisfação no rosto. Sorri de sua cara amarrada.  

            - Os dois são brancos Flávia – ela respondeu de um jeito que me fez gargalhar mais alto.

            - Eu sei – disse me levantando da poltrona e me aproximando dela – Gosto de te sacanear. Gostei mais desse com a renda e as costas aberta! – Toquei o vestido de tecido tão delicado e bem trabalhado e, por um segundo, minha mente viajou na possibilidade de um dia usar algo do tipo ao lado da minha bela morena.

            - Pensando na Júlia? – Ela despertou meus pensamentos. Apenas sorri, confirmando suas palavras.

            - Em quem mais seria né! – Balancei os ombros como se aquilo fosse obvio demais.

            - Como vocês estão? – Paty perguntou-me enquanto despia-se sem vergonha alguma na minha frente, para provar o vestido.

            - Está tudo ótimo. A gente se dá super bem, ela é doce, carinhosa, inteligente, engraçada. Ela me faz rir por qualquer bobagem. Quase nunca discutimos o que é excelente. É como se minha vida estivesse perfeita sabe?! – Respondi perdida em recordações que me lembravam de Júlia.

            - Claro! Sei bem como é se sentir assim – respondeu – Sinto a mesma coisa cada vez que a Cecília e a Vavá estão ao meu lado. Fico muito feliz por você e pela Júlia.

            - Fica mesmo? – Perguntei arqueando as sobrancelhas.

            - Sim – ela olhou-me profundamente – Eu sei que é bem estranho isso... tipo eu acho que se eu fosse à um psiquiatra e contasse a ele todo esse dilema que foi a minha vida amorosa entre duas irmãs, seria bem provável que ele mandasse me internar num hospital psiquiátrico.

            - Que exagero Paty – ela virou de costas para mim novamente – no máximo ele acharia que a sua vida é uma novela mexicana tipo aquelas que passam no SBT... sabe aquela Maria sei la o que! – Ela me encarou e dessa vez quem gargalhou alto foi ela.

            - Eu poderia chamar a minha história de Patrícia do Bairro? – Disse rindo e me fazendo rir junto com ela.

            - Acho que Ana Cecília não iria gostar desse título. E por falar nela onde ela está? – Perguntou – Ela não me ligou ainda pra encher meu saco então ou está trabalhando ou está dormindo. – Paty atirou-me um pedaço de papel que estava em sua mão.

            - Cecília foi atrás da roupa dela também e levou a Valentina junto. Disse que ia escolher a roupa perfeita para as duas. Nem quero imaginar o que vão usar ou vou morrer de curiosidade.

            - Provavelmente vai comprar vestidos de cores iguais.

            - Bom... conhecendo minha noiva como a conheço, aposto que ela vai surpreender a todos, mas só saberei no sábado né!

            - Ansiosa? – Perguntei voltando para a poltrona e sentando-me.

            - Uma pilha de nervos. Como pode né? Eu tento, mas... não consigo conter a ansiedade. Me ajuda aqui? – Pediu apontando o fecho do vestido. Levantei-me novamente e fui até ela ajudando-a a fecha-lo. Em seguida ela virou-se de frente para mim.

            - E aí? – Franziu a testa esperando minha resposta.

            - Perfeita! – Disse fazendo um joinha com a mão - Você será a noiva mais linda daquele casamento!

- Isso é impossível! Esse papel já pertence a outra noiva! – Disse abrindo um sorriso e em seguida ficou em silencio por alguns segundos, apenas me olhando. Depois, sorriu novamente e aproximou-se de mim, me abraçou apertado enquanto eu não entendia nada.

            - Obrigada Flá.

            - Que isso! Só disse a verdade! Você está fabulosa – respondi timidamente abraçando-a de volta.

            - Exatamente por isso! – Afastou-se me olhando nos olhos - Obrigada por nunca ter tido medo de me dizer as verdades que eu precisava ouvir! Se não fosse por você talvez eu e a Cecília nem estivéssemos juntas hoje.

            - Isso porque você sempre foi uma cabeça dura – disse sorrindo e fazendo-a sorrir comigo – Alias vocês duas são duas cabeças duras. Se Ana tivesse me escutado desde o começo nada disso teria acontecido. Mas tudo que acontece tem uma razão. Hoje vocês duas estão mais maduras e cientes do que realmente importa na nossa vida. As duas passaram por coisas difíceis, sofreram, cresceram e agora estão prontas para crescerem ainda mais. Só que dessa vez, juntas!

            - Você tem razão! – Sorriu timidamente e levou a mão aos olhos que já ameaçavam derrubar algumas lagrimas. – Ana Cecília e eu somos duas pessoas diferentes do que éramos a 6 anos atrás.

- E a lingerie? Já comprou? – Mudei de assunto antes que ela se emocionasse.

            - Sim. Branca como o vestido.

            - Ui. Pelo visto alguém aqui terá uma noite bem quente! Que horas vocês viajam no domingo?

            - As 10:00hs da noite. O João vai levar a Valentina para dormir com ele depois do casamento e pegaremos ela no domingo depois que ela almoçar com ele. As malas dela já estão praticamente arrumadas. Faltam a minha e a da Cecília.

            - Ele vai ao casamento? – Perguntei surpresa.

            - Ele não confirmou, mas eu espero que sim. Eu o convidei. Acha que fiz mal? – Perguntou receosa.

            - Não, acho que não. Quem diria né? O João, todo marrento e arrogante, te dando o maior apoio e a sua mãe... – parei de falar ao perceber sua feição entristecer e seus olhos marejarem. – Ai droga! Desculpa Paty. Eu não devia ter tocado nesse assunto agora.

            - Está tudo bem Flá. Além disso, você não disse nenhuma mentira.

            - Tem falado com ela? – Perguntei um pouco receosa.

            - Ela não atende minhas ligações. Estive em seu apartamento algum tempo atrás e ela nem sequer abriu a porta para mim. – Disse deixando uma lágrima escapar de seus olhos.

            - Ei não fica assim – passei a mão em seu rosto secando as lagrimas que escorriam por ele – Estamos a poucos dias do seu grande dia Paty. Vai ser o dia mais feliz da sua vida!

            - Eu sei Flá... eu só queria que a minha mãe estivesse presente lá. – Ela abraçou-me apertado. Me doía o coração vê-la tão triste daquele jeito. Eu queria muito poder fazer algo por ela, mas infelizmente não havia nada que pudesse ser feito.

            - Calma Paty. Senta aqui – disse levando-a até uma poltrona que tinha ali perto. A atendente da loja entrou no mesmo instante que eu apoiava Paty e ficou nos olhando com preocupação.

            - Ela está bem? – Perguntou aproximando-se de nós.

            - Está sim. Só está ansiosa pelo grande dia – disse tentando disfarçar ao máximo – Você deve entender né não é todo dia que a gente se casa – forcei um sorriso e ela sorriu amarelo.

            - Entendo sim.

            - Será que você pode pegar um pouco de agua para ela, por favor? – Pedi.

            - Claro. Eu já volto. – Disse deixando-nos a sós.

            - Olha para mim amiga – disse levantando seu rosto em minha direção – Eu sei que deve ser muito difícil para você, acho que toda filha espera ter a mãe ao seu lado no dia do seu casamento, mas você precisa focar em você agora meu anjo. E na família que você está construindo com a Ana. Se sua mãe não quer participar da sua vida é ela quem está perdendo a chance de conviver com a filha maravilhosa que ela tem. A culpa não é sua se ela ainda não está preparada para isso. Mas eu tenho certeza que um dia isso vai mudar.

            - Você acha mesmo?

            - Tenho certeza. Agora enxuga essas lágrimas e vamos decidir qual dos dois vestidos você vai usar ok? – Sorri.

            - Ok – respondeu – Acho que a gente não poderia ter escolhido uma madrinha melhor – completou me fazendo sorrir ainda mais e enchendo meus olhos de lágrimas.

            - Com licença – disse a moça retornando com a agua. Peguei o copo e ela voltou a retirar-se do lugar.

            - Eu te amo sabia – disse puxando-a para um abraço – Sempre estarei ao seu lado! Como Batman e Robin – disse fazendo-a sorrir.

            - Também amo você Flá. Mas achei que você era o Batman da Ana - disse franzindo a testa.

            - Eu sou! – Disse orgulhosa – Mas de vez em quando eu deixo ela achar que pode mandar nas coisas. – Eu disse fazendo nós duas gargalhar.

            - Sabe de uma coisa? – Olhou-me com profundidade – Eu admiro muito essa amizade de vocês. Sei que somos amigas e que posso contar com você sempre, mas eu admiro muito essa conexão que existe entre você e ela.

            - Nós duas sabemos bem o quanto ela pode ser difícil, mas também sabemos o quanto é incrível como pessoa. Tudo bem que de vez em quando eu tenho vontade de dar uns tapas nela, mas tudo isso faz da Ana quem ela é – disse fazendo-a sorrir novamente.

            - Se isso te faz sentir melhor... eu também tenho essa vontade de vez em quando – falou baixinho e ambas sorrimos.

            Voltamos a nos concentrar em nosso objetivo ali. Paty terminou de escolher seu vestido enquanto conversávamos sobre coisas amenas, deixando de lado o assunto família para que ela não se magoasse mais do que já estava. Depois de tudo acertado a costureira do atelier iria ter que fazer alguns pequenos ajustes. A prova final no vestido ficaria para a sexta feira, último dia antes do casamento.

Deixamos tudo pago e saímos seguindo para algum restaurante. No caminho ela ligou para Ana Cecília para saber se ela e Vavá estavam bem. Ouvi a conversa delas já que Paty estava dirigindo e o celular estava no viva voz. Vavá também falou com a gente contando que a estava adorando passar o dia com a mamãe Ana, como ela chamava Aninha. Era tão lindo ver a forma como ela tratava a Ana. Era como se a ligação que existia entre elas fosse algo predestinado. Eu sei que é estranho falar coisas assim porque eu não acredito nisso, mas no caso delas, era como se você pudesse sentir essa “ligação de almas”, se é que se poderia chamar o que acontece entre elas como algo desse tipo.

 

 

            Passei a manhã com a minha pequena sereia. Escolhemos nossas roupas e por volta das 12:00h da tarde recebi uma ligação de Paty.

            - Oi amor – atendi.

            - Oi minha vida. Tudo bem?

            - Estamos ótimas e vocês?

            - Também estamos. Estamos indo almoçar quer encontrar com a gente por lá? – Perguntou-me.

            - Eu não posso amor. Tenho um compromisso ainda – disse sem contar a ela o que iria fazer. – Vou deixar a Vavá na escolinha.

            - Tudo bem então. E a Vavá está bem?

            - Está ótima – disse a ela – Fala com ela aqui – pus o celular no viva voz pra Valentina ouvir.

            - Oi minha princesinha! – ela disse.

            - Oi mamãe – respondeu – To com saudades.

            - Eu também meu amor. Mais tarde a gente se vê. Como foi sua manhã?

            - Foi batante legal. A mamãe Ana e eu expelimentamo a loupa. Eu fiquei igual ela mamãe! – disse entusiasmada.

            - Foi? Aposto que vocês estavam lindas!

            - Ela disse que vai ser uma suplesa e eu não posso conta que vamos usar um...

            - Amor eu te ligo depois – disse cortando a ligação antes que Valentina terminasse a frase.

            - Eu não falei nada né! – Valentina disse me olhando com os olhinhos arregalados.

            - Claro que não minha princesinha. – Abaixei-me ficando da altura dela - Você é o meu anjinho e eu te amo muitão sabia?! – Disse olhando-a.

            - Eu também mamãe Ana!

            - A mamãe vai te deixar na escolinha agora e de tarde eu busco ta bom? Vamos passear no parque como eu prometi.

            - Ta bom!

            Segui dirigindo devagar até a escola dela. Na porta de entrada a professora esperava os alunos, e assim que apareci segurando a mão de Valentina, ela sorriu simpática. Valentina entrou correndo assim que passou pelo portão da escola indo em direção as amiguinhas dela enquanto eu parei para conversar com Camila.

            - Oi Camila. – Ela já me conhecia um pouco, pois eu já havia buscado Valentina algumas vezes na escola.

            -  Oi Ana Cecília – respondeu – Tudo bem?

            -Tudo ótimo – respondi – Bom eu estou como a responsável da Vavá hoje e agradeceria muito que você me ligasse caso ela precise de algo – disse a ela.

            - Claro sem problemas. Eu soube do casamento de vocês – ela disse. – Parabéns!

            - Soube? – Disse surpresa. Paty e eu não tínhamos conversado com a diretora da escola da Vavá ainda. Antes que eu pudesse perguntar como ela sabia sobre o nosso casamento ela mesma me respondeu.

            - Valentina não fala de outra coisa nos últimos dias – disse. – Ela está muito feliz por que agora ela terá a mamãe Ana e a mamãe Paty, como ela chama vocês – disse sorrindo.

            - Ela é muito especial – eu disse olhando-a enquanto ela brincava feliz com os amiguinhos.

            - Ela é uma criança muito inteligente – Camila disse – Muito acima da média para a idade dela. Ela me surpreende a cada exercício novo que fazemos em sala de aula.

            - Sim. Ela é incrível – sorri – E ela marcou minha vida para sempre.

            - Fico feliz por você. E espero que corra tudo bem no casamento de vocês.  Patrícia é uma grande mulher e sempre foi uma excelente mãe e se ela escolheu você para partilhar a vida dela e a criação de sua filha é porque você deve ser alguém muito especial também – disse.

            - Obrigada! – Eu disse – Por pensar assim sem nem mesmo me conhecer tão bem. E por cuidar tão bem dela. – Disse olhando para minha pequena sereia.

            - Você a ama muito, não é? – Perguntou-me, fazendo meus olhos desviarem de Vavá em direção a ela.

            - Mais do que a mim mesma – respondi voltando meus olhos em direção a minha pequena. Despedi-me de Camila e sai de lá seguindo para aquela que poderia ser minha missão mais altruísta ou, no pior dos casos, a mais suicida.

            Após alguns minutos dirigindo cheguei ao meu temido destino. Parei o carro na primeira vaga que achei e fui até a portaria do prédio. “Será que eu estou fazendo o certo? ” – Pensei.

Após alguns segundos de angustia o porteiro liberou minha entrada, para minha surpresa. Agora não tinha mais como voltar atrás. Era tudo ou nada e eu não estava disposta a sair dali sem nada.

            - Boa tarde! – eu disse assim que a porta se abriu. Ela me olhou com espanto nos olhos e eu podia sentir muito rancor ali também.

            - Boa para quem? – respondeu-me. Pelo visto minha simples presença já lhe deixava mal humorada. Mesmo assim ela não perdia aquele porte altivo e arrogante que tinha. Dona Regina e eu nunca tivemos uma boa relação. No fundo, eu não poderia culpa-la por não ser totalmente ao meu favor. Eu havia machucado sua filha e isso era um ponto negativo que eu jamais poderia apagar. Por mais que eu quisesse muito poder fazer isso. Mas agora as coisas mudaram e eu estava disposta a passar cada um dos meus dias compensando Paty por cada lágrima que eu a fiz chorar. E estar ali encarando sua mãe, que literalmente me odiava, era meu primeiro ato de redenção.

            - Posso entrar? – disse apontando o apartamento. Ela me deu passagem, ainda a contragosto, e eu entrei em passos lentos observando tudo ao meu redor.

            - O que veio fazer aqui? – disse sem rodeios. – Não tenho nada pra falar com você!

            - Vim falar sobre a sua filha! – respondi virando-me em direção a ela. – Nós duas nos importamos com ela.

            - Eu não tenho mais uma filha. Desde que você voltou pra vida da Patrícia ela mudou totalmente. Perdeu a razão. Por sua causa eu perdi as duas pessoas mais importantes da minha vida - falou alto, quase gritando comigo. – Você tirou-as de mim.

            - Eu não sou a culpada por você afastar sua filha e sua neta de você Dona Regina. A senhora é a única culpada nessa história toda. – respondi no mesmo tom.

            - Se você não tivesse voltado isso não estaria acontecendo – acusou-me.

            - Mesmo que eu não tivesse voltado ela ainda estaria... – parei a fala respirando fundo antes de continuar - ela ainda estaria com a minha irmã – baixei meu tom de voz - Ela não iria deixar a Júlia apenas por que a senhora queria a sua filha casada com um homem. Sua filha é o que é. E isso faz dela essa pessoa maravilhosa que todo mundo ama. Inclusive a senhora – disse apontando o dedo em sua direção. – Você me culpa por algo que eu não tenho controle. Eu não mando nos sentimentos da sua filha dona Regina. Assim como a senhora não manda nos seus. Você gostaria de não sentir, mas você a ama mesmo assim.

            - Eu não posso amar alguém assim tão... anormal – gritou levando as mãos ao rosto, cobrindo-o como se tivesse vergonha.

            - A senhora pode tentar mentir para mim, para ela, para o mundo todo dona Regina, pode manter a sua pose de mulher fria, impetuosa e sem coração, mas a senhora jamais poderá mentir para sí mesma. Ela é sua filha e você sabe que jamais deixará de amá-la. Mesmo que ela tenha cometido o que senhora julga ser o maior dos seus erros, mesmo que ela tenha te decepcionado muito, como a senhora sente agora, ainda assim você a amará com todo seu coração.

            - Quem você pensa que é para vir até a minha casa me dar sermões? Você jamais entenderá o que eu estou sentindo – disse em tom acusativo. – Você trouxe essa vida imunda para perto da minha filha. Ela era normal até conhecer você!

            - Ela ainda é normal! – Alterei-me – Pelo amor de Deus abra seus olhos e veja que a sua filha continua a mesma pessoa que sempre foi. Uma mulher linda, doce e generosa. Alguém que não tem medo de lutar pelo que acredita, que é bondosa e gentil. Que tem caráter e serenidade em seus atos. Ela criou a Valentina dessa maneira simples e honesta e está fazendo um trabalho perfeito.

            - Você age como se a Valentina fosse sua filha, mas ela não é! – Bradou alto – Ela tem um pai que é o João e apenas uma mãe!

            - A senhora pode até não acreditar, mas sua neta é sim uma filha para mim. Ela não nasceu de mim, mas eu a amo com todas as minhas forças, com todo meu coração e esse amor é algo que nem eu mesma posso parar de sentir. É o amor de uma mãe para uma filha. É um amor que vai muito além de laços de sangue dona Regina. E eu sei que no fundo do seu coração a senhora sabe do que eu estou falando. – Gritei.

            - Você acha que entende o que eu sinto, mas está errada. Talvez um dia você entenda o que é a sensação de carregar uma filha, de educa-la, de cria-la com todo amor que você pode dar, fazer planos para sua vida e ter seus sonhos e coração destruído por ela. Por uma... uma coisa dessas que eu nem mesmo sei como chamar essa coisa entre vocês.

            - Amor dona Regina. – Gritei já sem um pingo de paciência com ela - Essa coisa que a senhora fala é apenas amor. Do mesmo tipo que a senhora sentia pelo seu falecido marido. Não existe diferença para o amor.

            - Isso não é de Deus! – Gritou.

            - Pare de usar o nome de Deus para justificar seu preconceito dona Regina. – Respondi. – Sua filha te ama demais e se a senhora não mudar esse seu pensamento preconceituoso, egoísta e doentio você a perderá para sempre. É isso o que a senhora quer para sua vida? Ficar sozinha aqui neste apartamento sentada nesse sofá olhando as duas apenas neste porta-retratos, quer morrer de solidão quando tem duas pessoas maravilhosas que te amam imensamente? Que querem fazer parte da sua vida? É isso mesmo que a senhora quer? – Ela ficou em silencio e enfiei a mão dentro da minha bolsa retirando um envelope de lá e colocando-o sobre a mesinha central.

- Esse aqui é o convite do nosso casamento. – Ela olhou o papel com atenção – Se por um acaso a senhora decidir dar uma chance para sua filha e aparecer por lá... será muito bem-vinda! Mas se por um acaso a senhora pensar em machucar a Patrícia mais do que já machucou... – aproximei-me dela encarando o fundo de seus olhos - ...eu a levarei para longe da senhora de uma vez por todas entendeu? – Disse em tom ameaçador – Eu a levo embora comigo e juro que nunca mais a senhora verá sua filha ou sua neta. Pense bem no que quer fazer. – Disse saindo de perto dela e seguindo até a porta – e não se preocupe em abrir a porta para mim... eu não pretendo botar meus pés aqui nunca mais! – Abri a porta e sai deixando-a sozinha com seus pensamentos.

 

            Sai de lá sentindo certo medo, eu confesso. Eu sei que minha atitude pode ter piorado ainda mais a situação entre Paty e sua mãe, mas eu já não suportava mais vê-la cabisbaixa, sempre disfarçando sua tristeza. Doía-me ver seu sofrimento. E eu realmente estava disposta a leva-la para longe dali se ela quisesse. Eu faria qualquer coisa para vê-la feliz. Tudo que fosse preciso. 

Fim do capítulo


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Comentários para 53 - Capítulo 53 – Contagem regressiva:
rhina
rhina

Em: 03/07/2020

 

Tentar não custa.

O não já era certo logo veremos se ele se mantém ou as cartas mudam

Rhina

Responder

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rhina
rhina

Em: 24/11/2017

 

Olá 

Boa tarde 

A escolha do vestido. ...um vestido para uma ocasião única. ...casar com a pessoa que ama verdadeiramente 

É fato....Ana e Paty....

Lindo capítulo. ...

Flávia. ...

Rhina

Responder

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Rita
Rita

Em: 27/02/2017

No Review

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