Capítulo III - Concupiscência

 

No Rio de Janeiro trabalhei por alguns dias com um grupo de idosos. Nós visitamos o Pão de Açúcar, Corcovado, Teatro Municipal, Museu do Amanhã, Jardim Botânico, Caixa Cultural, Aquário, Biblioteca Nacional, Lagoa Rodrigues de Freitas, Arpoador e claro que passeamos pelas belas praias. Minha estadia em terras cariocas foi maravilhosa, matei as saudades da cidade, reencontrei minha irmã, amigos e colegas de profissão. Trabalhar no Rio é sempre bom e por ter estudado por aqui, conheço muito bem a cidade.

Meu próximo destino: vários dias na terra da rainha! Desta vez especificamente em Londres, capital da Inglaterra e do Reino Unido. Já tem mais de um ano que eu não trabalhava em terras londrinas. Inicialmente fiz alguns roteiros personalizados para clientes diferentes, desta vez atuei como guia de turismo para um grupo de jovens que estavam fazendo intercâmbio e obviamente que eles também estavam dispostos a conhecer toda a cidade. Também dei suporte para um casal espanhol, que estavam aproveitando as férias para apreciar as belezas daquela localidade. Com o grupo prestigiei um incrível festival, curtimos diversos eventos, tanto ao ar livre como também em ambientes fechados. Visitamos o estádio Wembley, passeamos de lancha pelo rio Tamisa, isso em alta velocidade, numa adrenalina incrível, observando Londres de uma maneira diferente e também animadora. Além disso, vimos à cidade do alto no London Eye.

Já para o casal sugeri programas mais românticos como peças teatrais, degustações em restaurantes, passeios noturnos em locais charmosos, visitações em pubs e museus.

Certo dia, quando eu já tinha encerrado as atividades do meu ofício, decidi organizar as fotos que fiz, procuro agrupar em pastas, quem sabe no futuro eu não faça exposições, tenho tanto material de inúmeros locais. Primeiro cuidei das fotos recentes, uma pasta somente com fotos da Inglaterra e depois do RJ. Dentre as diversas fotos encontrei uma muito bela, que eu tinha certeza que a Tata amaria, a fotografia tinha como plano de fundo a natureza de Paraty e a Tabata estava toda feliz na companhia da Edwiges, redigi um e-mail e mandei a foto em anexo. Não demorou muito e recebi a resposta, de fato ela amou e estava toda feliz. No final daquele mesmo dia recebi uma ligação, era o casal espanhol que eu tinha dado suporte turístico, me convidaram para um jantar, que aceitei.

Até dar o horário combinado de encontrar o casal, resolvi começar a organizar minhas coisas, pois eu já tinha encerrado minhas atividades profissionais na Inglaterra e dentro de três dias retornaria para o Brasil, logo começariam as minhas férias coletivas e é tradição familiar passar o natal na casa dos meus pais. Mais um final de ano chegando, a vida voa. Arrumei diversas coisas, tomei um bom banho e me aprontei com esmero para o jantar. Escolhi uma lingerie fruta cor, um vestido preto colado ao corpo, um sobretudo jeans, uma bota preta cano alto e finalizei o look com acessórios, brincos, colar, pulseiras e anéis. Também gosto muito de maquiagem e à noite raramente saio sem me maquiar. Em frente ao espelho fiquei me paquerando por um bom tempo, depois de ir naquele jantar eu aproveitaria aquela linda noite, estenderia emendando em algum outro programa, talvez uma baladinha.

Para encontra-los no local que tínhamos combinado, utilizei o underground ou tube, modo como o metrô é chamado nesta localidade, gosto muito de utilizar este meio de locomoção nesta cidade, é tão peculiar e adorável, não é a toa que uma revista reproduz semanalmente frases ouvidas a bordo dos vagões, por aqui a viagem é muito divertida.

Quando recebi o convite do casal, logo imaginei que eles queriam algumas outras dicas sobre a cidade. Com eles tive apenas um encontro, nos conhecemos, entreguei o roteiro e expliquei todas as recomendações. Cheguei ao restaurante uns cinco minutos antes do horário combinado e eles já me aguardavam na porta do estabelecimento.

Luna é espanhola, tem vinte e nove anos, morena, cabelos cacheados, seios enormes, quadril largo, barriga sequinha e pernas torneadas, acredito que seja o resultado de muitos exercícios físicos. Ruan também é espanhol, tem trinta e sete anos, branco, não é muito alto e nem muito baixo, um homem charmoso, com um corpo muito bonito e ele é muito cheiroso.

 

- Tatiana, ainda bem que você aceitou nosso convite, queríamos te agradecer pessoalmente pelo roteiro incrível (Luna falou toda sorridente).

 

- Disponha, fiz somente o meu trabalho. Aproveitaram bastante?

 

- Sim, seguimos todo o roteiro e concluímos ontem. Obrigado! (agradeceu Ruan).

 

- Fico feliz por saber que gostaram e pretendem passar mais tempo em Londres?

 

- Só ficaremos mais um dia, depois temos que retornar para a Espanha (ela contou).

 

- E você trabalhando muito? (ele perguntou).

 

- Trabalhei bastante, acompanhei um grupo de jovens, dentro de três dias retorno para o meu país (contei).

 

Em seguida o garçom tirou nossos pedidos, eles contaram sobre os passeios que fizeram. Embarcamos em um papo muito agradável e nem vimos o passar das horas.

 

- Tatiana, agora quero agradecer a sua presença, pois o jantar foi muito mais agradável na sua companhia não é mesmo querido?

 

- Sim, foi excelente. Já sabíamos que você é uma ótima profissional e hoje tivemos o prazer de contar com a sua simpatia.

 

- Uau! Obrigada! Também gostei muito, agradeço por terem se recordado e me chamado.

 

- Depois daqui, tem algum compromisso? (Luna perguntou abrindo um belo sorriso).

 

- Não nenhum compromisso e vocês?

 

- Também não temos nada, alguma sugestão? (falou Ruan).

 

- Quando eu estava me arrumando antes de sair de casa pensei em ir numa balada (revelei).

 

- E você vai, em baladas, sozinha? (ele questionou).

 

- Sim, já estou acostumada, viajo muito e nem sempre tenho companhia.

 

- Seria inconveniente se nos convidássemos para ir contigo? (desta vez ela perguntou).

 

- Sério? Vocês topam? (indaguei toda feliz com a ideia).

 

- Claro! Seria de grande satisfação (salientou Ruan).

 

- Podemos te acompanhar? (Luna voltou a perguntar).

 

- Sim! (respondi toda sorridente).

 

Quando tentei pagar a minha conta Ruan não permitiu, disse que era um convite dele e fez questão de pagar. Depois ele foi buscar o carro e nós duas ficamos aguardando em frente ao restaurante.

 

- Seu nome é lindo e significa Lua, correto?

 

- Obrigada e sim. Além de Lua, também significa a iluminada e feminina.

 

- Lindo significado!

 

Logo Ruan chegou, entramos no carro e seguimos para uma balada bem próxima dali. Nós entramos e fomos para o bar, como Ruan estava dirigindo preferiu não beber, disse que ficaria tomando energético e suco, nós duas optamos por drinks.

Luna dança muito, formamos uma ótima dupla na pista, Ruan também dançou bastante conosco.

 

- Tati, posso te chamar assim?

 

- Claro!

 

- Eu e o Ru queremos falar contigo, vamos ao bar?

 

- Sim, vamos lá!

 

No bar, pedimos mais uma bebida e eu estava adorando estar na companhia deles.

 

- Quero te fazer um convite. Desde quando te conheci já gostaria de ter feito (Luna falou muito séria e olhando fixamente nos meus olhos).

 

- E ela só não fez, porque não achei apropriado naquele momento, notamos o seu profissionalismo e não queríamos causar uma situação chata (Ruan esclareceu).

 

- Vocês estão me deixando curiosa!

 

- Serei direta. Aceita fazer um ménage conosco?

 

- Nossa! Juro que eu não esperava uma proposta como esta de vocês (disse surpresa).

 

Os dois ficaram em silêncio aguardando uma resposta, fui surpreendida com aquele convite e gostei. Eles formam um casal muito interessante. Eu nem tinha contado sobre a minha bissexualidade e mesmo assim eles fizeram esta proposta. Ousados!

 

- Vamos curtir um pouco mais e no final desta noite informo minha resposta.

 

Voltamos para a pista e Luna estava ainda mais disposta, dançando sensualmente e me provocando bastante. Ruan se manteve sempre ao nosso lado. Os dois trocaram alguns beijos e eu comecei a imaginar como seria estar entre quatro paredes com eles. Quando o DJ colocou uma música muito sexy, Luna juntou nossos corpos e dançamos praticamente coladas, o que despertou minhas vontades.

 

- Eu topo! (falei bem próximo do ouvido dela).

 

Luna sorriu, pegou na minha mão e em seguida na mão do Ruan. Deixamos a balada e entramos no carro, fui sozinha no banco de trás, da mesma forma que estávamos quando saímos do restaurante.

 

- Tati, tudo bem para você se formos ao hotel que estamos hospedados ou quer escolher algum outro local? (Ruan, que dirigia perguntou).

 

- Sem problemas, pode ser no hotel que vocês estão mesmo. Vocês estão naquele que indiquei?

 

- Sim! É ótimo e bem localizado. Obrigado!

 

- Disponham e eu estou em um próximo do de vocês.

 

- Vocês duas querem passar em algum barzinho antes para beber mais alguma coisa?

 

- Não, já bebi na balada e quero estar sóbria para aproveitar (destaquei).

 

- Gostei! Também não quero beber mais nada. Então vamos direto para o hotel. Podemos dialogar neste trajeto, assim nos conhecemos mais um pouco.

 

- Claro! Vocês são casados por quanto tempo?

 

- 6 anos de casados e namoramos por 2 anos.

 

- Já fizeram ménage outras vezes?

 

- Sim, esta será a quarta vez. A primeira vez foi na Espanha mesmo, depois em Las Vegas e uma no Brasil.

 

- Locais interessantes. Já estiveram com uma ruiva?

 

- Não. A primeira era morena, depois uma loira e a terceira uma negra.

 

- Vocês também são bissexuais?

 

- Eu sou.

 

- E eu heterossexual (respondeu Ruan participando da nossa conversa).

 

- Então para vocês ménage só com mulheres (constatei).

 

- Exatamente e você já fez antes? (ele perguntou).

 

- Sim, esta será a terceira vez. Já fiz com duas mulheres em um festival na Irlanda e também com um casal hétero, uma vez no Havaí.

 

- Tati, na hora H vale tudo? (Luna voltou a falar).

 

- Sim! Vale tudo!

 

- Conosco também!

 

- Entre quatro paredes, quem manda? (sondei).

 

- A vibe, os desejos e o erotismo (Ruan respondeu).

 

- Gostei e vocês formam um casal bem liberal. Para vocês o que é mais importante, sex* ou amor?

 

- Os dois (desta vez eles responderam juntos).

 

Nós três sorrimos e em um clima muito agradável logo nós chegamos.

 

- Lindas, somente eu ainda não bebi, pois estava de motorista, vou beber uma dose de whisky. Querem algo?

 

- Não. Obrigada! (respondi observando o quarto).

 

- Também não quero (Luna respondeu deixando nossas bolsas em um canto).

 

- Sendo assim, desta vez quero fazer diferente. Experimentar algo novo, o voyeurismo. Vocês começam e enquanto eu bebo, fico assistindo a vocês duas (sugeriu preparando seu drink).

 

- Por mim, tudo bem (concordei).

 

Luna não respondeu, se aproximou e acariciou meu rosto.

 

- Ruiva, você é muito linda!

 

- Morena, você também é muito linda!

 

- Eu te desejo! (ela disse e em seguida me beijou).

 

Aos beijos nos aproximamos da cama e começamos a tirar as roupas, ajudando uma à outra, enquanto Ruan sentou em uma poltrona próxima da cama e ficou nos observando atentamente.

Adorei sentir as mãos de Luna acariciando meu corpo e eu nunca tinha tido um voyeur. Saber que eu estava sendo assistida era algo excitante, além disso, eu estava fazendo sex* com a mulher dele, aquela situação estava me dando um prazer que eu ainda não tinha desfrutado. Luna e seus belos seios, cheios, grandes, quentes, macios e provocativos. Ao meu toque os mamilos dela endureceram e ficaram arrebitados. Abocanhei o máximo que consegui e tive o prazer de ouvi-la gem*r. Aquele contato me acendeu muito, comecei a latejar e ansiar por mais. Fizemos um tribadismo muito gostoso. Em um meia nove sedento goz*mos juntas. Gostei muito de tocar a vulva quente e úmida dela. Acariciei aqueles lábios inchados e enfiei dois dedos dentro dela.

Juntas gem*mos bastante e falamos várias palavras sem sentido. Quando eu estava massageando o clit*ris da Luna e ela beijando o meu pescoço; escuto Ruan rasgando um pacote de preservativo, cobrindo rapidamente o seu membro que já estava ereto, carinhosamente ele abriu as minhas pernas e beijou minha intimidade.

 

- Tatiana, você é maravilhosa! (ele disse antes de lamber o meu clit*ris).

 

Senti o peso de Ruan sobre mim, enquanto Luna me beijava. Para facilitar a entrada dele, minhas pernas ficaram bem abertas e meu corpo começou a agir por instinto, querendo prazer e precisando ser saciado. Meu corpo latej*v* de excitação. Eu estava muito molhada e ele deslizou com facilidade. Ruan estava com um semblante feroz e feliz, fazendo um vai e vem. Espasmos tomaram conta dos nossos corpos e quando ele saiu de dentro de mim, recebi um delicioso oral feito por Luna.

Eu achava que aquela noite de lascivo prazer seria findada ali, ingenuidade a minha, eles ainda queriam muito mais.

 

- Gostosa, fica de quatro! (Luna pediu).

 

Atendi ao pedido dela e recebi várias carícias.

 

- Sua bunda é perfeita (ela disse e depois depositou alguns beijos no meu glúteo).

 

Ruan voltou a se aproximar, enquanto Luna deitou na cama, ficou nos observando e começou a se tocar. Quando senti Ruan empurrar para me penetrar, quase perdi a consciência.

 

- Isso safada! Assim mesmo linda! (foram as últimas palavras dele antes de gem*r e atingir outro orgasmo).

 

Eu gemi e gritei. Ruan e eu desabamos na cama, ficamos deitados, com ele ainda dentro de mim. Sem avisar ele saiu rapidamente e eu fiquei sem fôlego. Luna o ajudou a se livrar da camisinha e desta vez fez um oral nele, enquanto eu fiquei jogada na cama, exausta! Minutos depois ela também se deitou ao meu lado e ficamos um bom tempo descansando.

Tenho uma regra que sigo sempre, após trans*r e ficar saciada, eu me visto e me retiro. Não gosto de ficar para o dia seguinte, depois de fazer sex* não gosto de conversar e por mais cansada que eu estivesse, queria ir embora. Demorei para conseguir levantar e o fiz vagarosamente. Quando eu sentei na cama ela perguntou:

 

- Tati, tudo bem?

 

- Preciso achar minhas roupas.

 

- Vai tomar um banho, eu pego para você e já levo.

 

- Obrigada! (agradeci levantando e quase me arrastando fui para o banheiro).

 

Liguei o chuveiro e entrei, eu precisava muito daquele banho.

 

- Hermosa! Trouxe as suas roupas e agora vou te ajudar nesta ducha (ela falou entrando e me abraçando).

 

Nosso banho juntas foi delicioso e além de me ajudar, ela também me acariciou bastante.

 

- Luna, você é insaciável (garanti).

 

- Nem tanto, é que eu estava te querendo muito e foi melhor do que imaginava.

 

Luna é uma mulher muito linda, carinhosa e fogosa. Encerramos o banho, nos secamos, eu me vesti e ela colocou um roupão. Uns quarenta minutos depois retornamos para o quarto.

 

- Eu te levo (Ruan falou levantando da cama).

 

- Não precisa, é bem próximo, pego um táxi e chego rapidinho.

 

- Tem certeza? (ele perguntou segurando na minha mão).

 

- Tenho sim, chegarei logo.

 

Ele se despediu de mim com um beijo que durou alguns segundos, depois foi para o banheiro e eu ouvi o barulho do chuveiro.

 

- Tati, amei tudo, uma das melhores noites da minha vida. Obrigada por ter aceitado e vivido tudo isso conosco (Luna disse toda doce, em seguida me abraçou e também nos despedimos com muitos beijos).

 

- Eu também gostei muito (afirmei beijando-a novamente).

 

- Você é maravilhosa, bom descanso! (ela falou antes de abrir a porta).

 

 

Deixei o quarto e bem em frente ao hotel peguei um táxi. Eu queria chegar logo, estava toda dolorida, consequência da volúpia. Tudo que eu mais queria era dormir por longas horas, meu corpo estava gritando por repouso. Ao chegar tirei a bota que eu usava e também o sobretudo, esgotada deitei na cama de vestido mesmo e fatigada adormeci.  

 

 

 

Fim do capítulo