Despedida por Lily Porto
Voltando...
Capítulo 3 - Bárbara
Alguns anos se passaram e estou de volta a minha cidade natal, muitas coisas aconteceram nesse tempo. Enfim constitui a minha família com esposa, filhos e cachorro, nos primeiros anos de casamento tudo foi maravilhoso, mas depois as coisas foram esfriando entre mim e a Carla e tudo não passava de obrigação, as brigas começaram e foram se tornando mais intensas, depois de três anos decidimos que o melhor a fazer era a separação. Decidimos é educação da minha parte, afinal pela Carla ainda estaríamos casadas, e ela infernizando a minha vida de todas as formas possíveis, pois é a minha esposa ou melhor a minha ex esposa tinha um ciúme possessivo, creio que na mente dela eu era apenas um objeto e não alguém com quem ela dividia a vida, demorei muito a perceber esse defeito nela, mas quando percebi resolvi que era hora de fazer aquilo parar.
Quando casei estava apaixonada, ou acho que estava. Vim do Brasil com uma confusão de sentimentos, tinha perdido minha mãe e o amor da minha vida. Encontrei nos braços da Carla toda a segurança que precisava naquele momento, alguns meses depois que casamos resolvemos adotar uma criança, após algumas visitas ao orfanato nos apaixonamos por um casal de gêmeos, a Anna e o Lourenço, que haviam perdido os pais recentemente.
Eles são os filhos que pedi a Deus, apesar de já estarem na adolescência quando foram adotados serão sempre os meus bebês.
Desde que as brigas começaram e infelizmente algumas delas foram presenciadas por nossos filhos, a Anna sempre deixou clara a vontade dela em ficar comigo caso eu e a Carla nos separássemos. O Lourenço sempre foi muito reservado quanto a isso, sempre disse que as mães que Deus havia lhe dado eram as melhores, e que não pensava em nos ver separadas jamais.
A Carla soube se aproveitar muito bem dos sentimentos puros do meu filho a favor dela e contra mim, em dado momento ele quase não me dirigia mais a palavra dentro de casa e me culpava, ou melhor me culpa por não sermos mais uma “família”, já que depois de cinco anos de casamento eu sai de casa para aguardar o divórcio, não aguentava mais viver no mesmo teto que a Carla, a qualquer momento ela me levaria a loucura.
Aqui estou eu de volta ao Brasil depois de seis anos morando em Portugal, cheguei a dois dias, e sim vim sem meus filhos, agora eles estão com dezoito anos. O Lourenço me disse que não viria de forma alguma comigo, que eu já tinha abandonado a Carla, mas que não esperasse que ele fizesse o mesmo. Fiquei muito triste ao ouvir isso dele, o que me alegra é saber que daqui há alguns meses a Anna virá morar comigo, o que mais me doeu no divórcio foi me separar dos meus filhos, digo separar porque passamos a viver em casas diferentes. Minha filha fez questão de passar todos os finais de semana antes da minha volta para cá ao meu lado, a Carla fez de tudo para afastá-la de mim também, mas não conseguiu, sempre que a Anna podia levava o Lourenço nem que fosse para passar um dia conosco também.
Agora que estou de volta preciso organizar algumas coisas, neste momento estou presa em uma sala de reuniões esperando para conhecer a presidente da empresa que pedi demissão antes de ir para Portugal, acabei me tornando sem saber acionista do grupo que administra a empresa. Na verdade, não entendo muito bem como funciona tudo isso ainda, quando fui embora deixei um amigo responsável juntamente com meu irmão para resolverem o que fosse preciso quanto a herança que minha mãe havia nos deixado e aplicar da forma que eles achassem melhor. Meu irmão pegou a parte dele e virou sócio de uma rede hoteleira.
Na época a empresa em que trabalhei estava em crise e meu amigo resolveu comprar algumas ações. Um ano depois a empresa tinha saído do vermelho e estava voltando a ser referência na construção civil. Como o setor da construção civil estava em baixa naquela época, uma das diretoras da empresa com receio de que uma nova crise acontecesse propôs que se reunissem todos os acionistas e criassem um grupo para administrar a empresa e que a partir dos lucros dela o grupo fosse fazendo novas aquisições de negócios, não só dentro do ramo da construção civil. Hoje além dessa empresa o grupo atua no setor de transportes e hotelaria. Áreas bem diferentes eu sei, mas o que sei também é que deu muito certo e que o grupo System On é muito conhecido no país.
Estou aguardando a presidente do grupo a quase duas horas, tudo bem que ela deve ter uma vida bem corrida, mas fazer os acionistas do grupo que ela é presidente esperar é muito abuso da parte dela, nem a conheço ainda, mas já não gostei dela. Detesto esperar, e detesto mais ainda atraso, será que ninguém nunca disse a ela que o tolerável de atraso é quinze minutos, que mais que isso é uma falta de educação terrível? Minha vida desabando e eu aqui presa esperando alguém que não está nem ai para o compromisso que tinha aqui.
Enfim a tal mulher chegou, nossa que demora... qual não foi a minha surpresa ao olhar para porta da sala e ver que quem se encontrava lá era ninguém mais ninguém menos que a senhora Clarice Munhoz, a mesma mulher por quem me apaixonei há anos atrás e por covardia não contei a ela, preferi mandar um e-mail, algo frio e totalmente distante, ela nem deve lembrar mais de mim. Ela continua exatamente da mesma forma que eu lembrava, parece que os anos não passaram para ela.
Fim do capítulo
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thais
Em: 24/04/2018
Eita que agora o negrócio vai começar a ficar baum !!!!! kkkk
Resposta do autor:
Boa noite Thais. Tudo bem?
Então, daí em diante as coisas deram uma esquentada mesmo, duas cabeças duras elas foram no início.
Seja bem vinda por aqui, fica a vontade.
Se cuida querida, bjs
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Mille
Em: 16/02/2017
Oi Lily tudo bem?
Gostei das duas, e como dizem: se for verdadeiro o destino conspira a favor., e num é que depois dela viver e tudo terminar, voltar para o Brasil e ir a empresa e reencontrar o seu antigo amor.
E tenho certeza que Clarisse não esqueceu dela, basta ela voltar os olhos e saberá que é a Barbára.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Oi Mille, tudo tranquilo e vc como vai?!
Menina eu já vi gente cabeça dura viu, mas que nem essas duas, confesso que é a primeira vez. Tomara que elas se permitam viver essa nova chance.
Se cuida, até mais. Bjs
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