Capítulo 13: Tentativas
Depois de me identificar, o porteiro abriu a garagem do prédio em que morava para Camila guardar seu carro, pois achei meio perigoso deixá-lo na rua aquela hora. Devidamente estacionado em minha vaga, descemos e fomos em direção ao elevador. Estava uma pilha de nervos nesse momento, como se voltasse atrás no tempo e estivesse novamente vivenciando o primeiro encontro que tive com uma garota.
Então, logicamente que meu lado atrapalhado resolveu se revelar em toda a sua pompa, quando fomos caminhando no corredor, em direção ao meu apartamento. Tropecei em um objeto no meio do caminho e espatifei completamente no chão. Camila não conseguiu se segurar e começou a gargalhar na minha cara. Como estava meio alegre por causa da bebida, mesmo totalmente estilhada a acompanhei.
Quando se recuperou um pouco de seu ataque de riso, ela veio me ajudar a levantar, mas claro que acabamos sei lá como batendo nossas cabeças uma na outra. Foi mesmo uma comédia grega. Meu vizinho chatonildo resolveu aparecer, atraído pelo barulho, e antes dele soltar algum comentário maldoso e estragar nosso momento descontraído, puxei Camila pela mão e entramos em casa.
Camila ainda rindo de toda a situação me pediu para usar o banheiro. Indiquei-lhe a porta e decidi que deveria prolongar nosso momento juntas. Como estava faminta, resolvi pedir alguma coisa para comermos. Mas, depois de ligar para quatro locais e nenhum deles atender, aceitei que Murphy estava me castigando mais uma vez.
Camila apareceu dizendo que iria embora, pois já estava muito tarde, mas acabei não sei como convencendo-a a ficar e devido não ter encontrado mesmo nenhuma pizzaria disponível aquela hora, tive a “brilhante ideia” de preparar eu mesmo algo para comermos. Levei Camila até a sala e deixei-a lá assistindo algo na TV para que ela não presenciasse minhas possíveis trapalhadas.
Mesmo não sabendo fazer absolutamente nada na cozinha, resolvi tentar fazer algo. Não devia ser tão difícil assim. Já vi minha mãe fazendo e parecia ser muito simples, era só ir adicionando várias coisas e mexendo que ficava pronto. Resolvi encarar o desafio, pois era uma ótima oportunidade de passar mais tempo com a Camila e tentar começar minha sedução.
Resolvi fazer um macarrão, que parecia ser o mais fácil a meu ver. Fui pegando aleatoriamente os ingredientes que achava que iriam combinar com o prato e comecei a colocar na panela, um por um. Era assim que vi aquele chef do programa da TV fazendo, mas de repente, foi subindo uma fumaça estranha da panela e um cheiro de queimado começou a invadir o ambiente. Comecei a me desesperar, logicamente queimei meu dedo, mas aí me lembrei dos bombeiros e resolvi colocar água pra tentar acabar com aquele fogaréu todo.
Depois de um som estranho, me pareceu que tudo se ajeitou e mais confiante com minhas habilidades na cozinha, continuei colocando várias coisas, cenoura, tomate, pepino, um negócio verde não identificado, que tinha comprado, um molho escuro que minha mãe gostava e as vezes usava para preparar uns pratos. Estava me sentindo quase uma verdadeira cozinheira e completamente feliz, por não ser uma completa inútil. Peguei o macarrão do pacote e despejei direto na panela, com aquele monte de ingredientes coloridos que lá estavam.
Não pude evitar a sensação de que tinha esquecido de algo importante, pois o macarrão me parecia duro demais e não misturava com o resto das coisas que estavam na panela. Mas, como sou irmã de Joseph Climber, não desisti e continuei mexendo sem parar. Quando me pareceu que o macarrão já não estava mais parecendo um pedregulho de tão sólido, decidi que estava pronto e desliguei o fogo, chamando Camila, que ainda estava na sala.
-- Cam, está pronto. Espero que aprove minha comida. É minha especialidade. – disse com a cara mais deslavada do mundo, tentando disfarçar meus nulos conhecimentos na arte de cozinhar. Para vocês terem uma ideia, já consegui destruir uma panela fazendo miojo. Podem rir, é trágica mesmo minha situação.
-- Tenho certeza que vou gostar Soph, você foi até rápida. Parece mesmo uma ótima cozinheira. – disse sorrindo, tentando me incentivar.
Porém, quando olhou para a panela, logo fez uma careta engraçadíssima, parecendo analisar meu estranho macarrão. Olhou pra mim com um olhar suspeito e certamente para não fazer uma desfeita, colocou um pouco em seu prato. O negócio estava meio grudento e ela teve que se esforçar para realizar a tarefa.
Achei meio estranho, mas decidi também me servir. Precisei ficar batendo a colher no prato, porque o macarrão definitivamente tinha se apaixonado por ela e não queria soltá-la de jeito nenhum.
Se já achava que aquilo não estava bom, tive certeza absoluta quando experimentei um pouco e quase tive um colapso. Gritei totalmente desesperada para Camila não comer, porque vou te dizer: aquela gororoba estava definitivamente imprópria para qualquer ser consumir. Tenho certeza que desde a gata do vizinho, até o porco de estimação da D. Antonia, rejeitariam sumariamente.
Nunca comi, mas devia mesmo ser pior que olho de cabra, testículo de carneiro, enfim, aquelas comidas estranhas que fazem aqueles pobres coitados experimentarem naqueles programas. Tive certeza de que se ficasse desempregada, os produtores me contratariam com alegria para aterrorizar os participantes.
Camila pareceu totalmente aliviada com minha intervenção e, para minha completa felicidade, nobremente, se ofereceu para preparar algo para comermos. Perguntei-lhe se precisaria de ajuda, mas ela prontamente recusou com os olhos meio arregalados, parecendo até um pouco desesperada com essa possível intervenção. Deixei pra lá e decidi então tomar um banho para amenizar meus cabelos desgrenhados e minha roupa meio destruída por causa de todas as aventuras dessa noite.
Já totalmente recomposta, comecei a tentar criar um clima mais propício, escolhendo um bom vinho em minha humilde adega. Cheguei a cozinha e Camila ainda estava entretida com as panelas. Não pude deixar de admirar seu perfil, que era ao mesmo tempo sensual e tímido.
Ela, sentindo minha presença, se virou e me deu um de seus lindos sorrisos, dizendo:
-- Chegou na hora certa Soph, já está tudo pronto.
Eu sorri também, era impossível não se deixar contagiar com a aparente alegria de Camila. Nos sentamos a mesa e, ao contrário de mim, ela era mesmo uma excelente cozinheira. O prato estava delicioso, raras vezes comi algo tão bom, portanto não teve como não elogiá-la.
-- Cam, isso está simplesmente divino. Quando Murphy se cansar de mim e eu puder me considerar um criatura mais hábil manualmente, vou te contratar para me ensinar a fazer algo pelo menos comestível, tá?
Rimos bastante no decorrer da refeição. Esse meu lado meio cômico era mesmo bom nessas ocasiões. Imperceptivelmente, fui colocando cada vez mais vinho na taça de Camila e ela claramente estava bem mais solta e rindo ainda mais das bobagens que eu falava.
Fui também sutilmente roçando meu pé nas pernas de Camila, mas quando ela percebia algo estranho, eu disfarçava na cara dura, puxando algum assunto banal.
Resolvi arrumar a cozinha, pois ela já havia feito a comida, mas Camila se juntou a mim secando-a. Claro que quebrei um copo, mas no geral, foi muito divertido todo o processo.
Quando estava para guardar o último prato, ela tropeçou no pano que tinha deixado cair e quase se estrebuchou no chão, mas consegui ser mais rápida e impedir sua queda. Só não era boa para evitar as minhas próprias. Ficamos a centímetros uma da outra e não consegui evitar o desejo profundo, que me tomou completamente naquele momento.
Esqueci de toda minha resolução de conquistá-la aos poucos e me aproximei de Camila, pressionando-a contra a mesa da cozinha. Meu coração batia mais forte e acelerado que bateria de escola de samba em pleno carnaval. Passei a acariciar seus cabelos, como havia desejado desde a primeira vez e me deliciei com sua maciez.
No começo ela tentou se desvencilhar, mas assim como eu parece ter ficado sem forças para resistir quando beijei sua boca com sofreguidão. Ela, depois de uma inicial estranheza, para minha alegria, se deixou levar pelo momento, no que a meu ver foi o beijo mais excitante que experimentei em toda minha vida.
Um beijo mais que perfeito, com a intensidade e velocidade precisas. O encaixe certeiro, as sensações embriagantes, trazendo-me calmaria e tempestade ao mesmo tempo. Nem molhado nem seco demais, sua língua parecia sugar toda a minha paz, despertando uma excitação incomparável.
Comecei a me empolgar com sua abertura aos meus carinhos e a coloquei com cuidado em cima da mesa. Passei também a beijar suavemente seu pescoço, descendo a seus ombros. Senti arrepios de prazer percorrer todo meu corpo e seu perfume sensual me embriagava mais que qualquer bebida existente.
Calmamente para não assustá-la, fui retirando a alça fina de seu vestido e pude visualizar uma parte de seu lindo sutiã meia taça preto, que se encaixava com perfeição ao tom da sua pele e a seus seios médios perfeitos. A respiração quente e acelerada de Camila na minha pele provocava em mim uma sensação indescritível de ansiedade, misturada a um desejo incontrolável. E minhas mãos pareciam cumprir a obrigação de explorar aquele corpo tão sublime e delicioso.
Me agarrei em Camila , pois senti que desabaria a qualquer momento de tanto que minhas pernas tremiam e continuei minha deliciosa exploração em sua boca macia. Comecei a acariciar suas coxas, levantando calmamente o tecido de sua roupa, indo em direção a sua calcinha. Uma dor gostosa latej*v* no caminho até meu ventre e minhas pernas amoleceram ainda mais. Estava quase chegando ao local tão desejado, quando toda a minha propensão para o azar resolveu aparecer novamente. Esse Murphy é mesmo um empata foda!
Teria sido tudo absolutamente perfeito, se ele não resolvesse se intrometer no nosso mágico e delicioso momento. O que aconteceu dessa vez?
Simplesmente a porcaria da mesa em que estávamos encostadas resolveu se rebelar e se espatifou no chão, juntamente com nós duas, que caímos vergonhosa e desastrosamente. Me diz, gente! Isso era hora pra ela quebrar?
O tombo, tristemente pra mim, resolveu despertar Camila para o que estávamos fazendo e, ao se dar conta do que realmente estava para acontecer, vi sua face se transformar totalmente. Nunca havia a visto tão desesperada quanto naquele instante.
Ela olhou para minha cara desacreditada, verdadeiramente perplexa e saiu correndo descontroladamente, como se estivesse fugindo de algum ser sobrenatural ameaçador. Foi tropeçando e derrubando as coisas pelo caminho até a porta, que bateu com uma força extrema, me deixando completamente arrasada. Sabia que as chances de algo assim acontecer eram grandes, mas o desejo e a esperança me cegaram e só o que restou mesmo foi me deixar largada naquele chão, definitivamente perdida e frustrada. Minhas tentativas foram completamente desastrosas.
Fim do capítulo
Hoje só vou agradecer a todas que continuam acompanhando e participando, mas não me crucifiquem hein?! É tudo culpa de Murphy, viu? kkkkkk Além disso, ainda era muito cedo pra acontecer essas coisas, gente. Logo na primeira tentativa não pode. hsahsahas..
Mas então, as coisas terminaram tensas, né?! Como será que ficará agora a amizade das duas? Semana que vem estou de volta...
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rhina
Em: 09/03/2017
Não. ...na primeira tentativa não pode......
mas porque não pode? ?????
beijos autora linda
rhina
Resposta do autor:
Só pra dar um up Rhina, deixar com mais vontade. Tá bom, na verdade é maldade mesmo kkkkkk Mas acho que pode na primeira tentativa sim, nós que gostamos de complicar a disgrama.
Obrigada pelo linda, fiquei até com vergonha kkkkk beijos. Até :)
Mille
Em: 15/02/2017
Olá Dani
Tadinha da Sophia, Murphy tirou uma chance ótima da nossa azarada mais que querida.
Camila fugindo será que vai no outro dia não irá se lembrar de nada??
Bjus e até o próximo
Ri muito da performe dela na cozinha Kkkk
Resposta do autor:
Murphy sempre estragando o lindo do momento né, Mille?! Não tem compaixão com a pobre da Sophia. Tenho dó dela também, embora não acreditem kkkk
O finalzinho com a fuga de Camila foi tenso né, mas vamos esperar pra ver a reação dela. Não lembro mais o que acontece, sério mesmo..
Obrigada pela presença constante, muito legal seu carinho.
Sophia na cozinha é quase a terceira guerra mundial, ainda bem que se divertiu, só isso já vale a pena.. até o próximo.. beijoo
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Tatta
Em: 15/02/2017
Vishhhh kkkk que dó... ela tava quase conseguindo! O pessoa mais zicada hein!
Resposta do autor:
Olá, Tatta. Murphy persegue a pobre da Sophia, é muito azarada a coitada, tenha dó mesmo que ela precisa de apoio kkkkk Obrigada pelo carinho do comentário. Abraço.
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Dessinha
Em: 15/02/2017
Gente do ceu, que tenso isso da Soph com a Camila... Estou com o coracao partido :( Mas ok, vamo mudar ai essa realidade que a gata ta sofrendo muito, querida autora...
Linda, seu conto eh maravilgoso, adorooo!! Escreve muito bem. Vou tentar comentar mais aqui pra voce se animar mais e criar cada vez mais pra gente. Mil beijos e uma otima semana ;) (Ah, e nao esquece da gente, ta??!)
Resposta do autor:
Olá Dessinha! O final foi tenso mesmo, tenho dó da Sophia, embora podem não acreditar, mas Murphy a ama, então só me resta observar as desgraças todas kkkk Fica tranquila que o sofrimento dela um dia acaba, um dia tá, não sei quando kkkkkk
Obrigada pelo carinho. Fico feliz em saber que está gostando desse conto insano. Apareça mais vezes sim, vou ficar contente com sua presença. Não esqueço de vocês não, sempre respondo os comentários. É que ultimamente está tumultuado. Uma ótima semana pra você também. Beijos..
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