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Estrada para Liberdade por KatherynStrange

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Palavras: 2211
Acessos: 1140   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 7

No feriado de setembro viajei com meu irmão mais velho e alguns amigos para a praia. Meu irmão percebeu que eu estava mais quieta que o normal e me chamou para andar pela areia. Alguns dos meus amigos já sabiam dos meus desejos escondidos e para cada pessoa que eu contava ganhava mais forças para contar para meus pais. Era como se eu testasse cada reação, sempre me preparando para o pior.

A Camila era uma amiga do segundo ano e namorava meu irmão. Cheguei a ter uma queda por ela antes deles namorarem mas, como sempre, deixava passar para não perder a amizade. Então, ela conheceu meu irmão, eles se apaixonaram e ficaram juntos por alguns anos. Com eles aprendi que quando uma amiga sua namora seu irmão, se você não perder a amizade enquanto eles namoram, você perderá a amizade quando eles terminarem.

Ela foi uma das primeiras pessoas a saber da minha sexualidade e foi tão natural pra ela que desenvolvemos uma amizade super saudável. Assistíamos filme, íamos para a feira noturna, bebíamos escondido na sua casa, fazíamos piquenique no parque e conversávamos por horas. Ela sabia tudo sobre mim e eu sabia tudo sobre ela. Naquela noite na praia, ela já sabia de tudo e, encorajou meu irmão a conversar comigo.

Eu não sabia nem como começar a falar alguma coisa com ele. Tentei resumir, sem muito drama, mas quando contei que tinha terminado com o Bê já estava chorando. Ele ficando cada vez mais preocupado, me abraçou - respira - ele disse e continuamos andando em silêncio. Quando recuperei o fôlego, disparei:

- Eu me apaixonei por uma mulher e não sei como contar para nossos pais.

Ele arregalou os olhos, como fazia sempre que ficava sem ação, e disse:

- Peraí, mais devagar...

Eu expliquei pra ele tudo que sentia pela Bruna e que nada tinha acontecido, mas que já tinha ficado com algumas meninas, pesquisado sobre o assunto e já tinha certeza. Agora só precisava contar para os meus pais porque nunca tinha mentido pra eles e não estava sendo fácil esconder isso. Precisava deles também para saber o que fazer. Eu estava perdida e todas as pessoas que me davam conselhos eram tão adolescentes quanto eu.

Ele me ouviu, me abraçou, tentou esconder algumas lágrimas que escorreram pelo seu rosto e enfim disse:

- Tá tudo bem... Eu tô aqui e sempre vou estar. Pode ter certeza que eles vão entender quando você contar, mas se qualquer coisa der errado, eu continuarei aqui, tá?

Eu vivia a flor da pele. Tudo me emocionava, qualquer olhar carinhoso ou desconfiado me fazia chorar. Qualquer abraço ou sorriso me faziam querer ficar por perto. Perdi as contas de quantas vezes tinha ido dormir chorando no último ano. E os motivos sempre caíam na mesma questão. Minha paixão não correspondida pela Bruna, meu medo de ser gay, meu medo de contar para meus pais, meu nojo em olhar para o espelho, minha solidão nesse novo mundo sem ter ninguém que realmente entendesse o que eu estava sentindo, minha vergonha em saber que outras pessoas poderiam me apontar na rua, a raiva daquilo ter acontecido comigo, o medo de perder os amigos da escola, enfim, eu era uma bomba prestes a explodir.

E chegara o dia de contar para os meus pais. Não aguentava mais carregar essa culpa sozinha.

Era uma manhã de domingo e o dia estava lindo. Acho que era final de setembro ou início de outubro. Minha mãe levantou cedo e, depois de ajeitar a casa, começou a fazer o almoço. Meu pai foi até o bar, buscar alguma coisa para completar o almoço e voltou com sua cerveja. Sentou no banco de madeira no quintal de casa e "iniciou os trabalhos", como dizia. Abriu a cerveja, colocou no copo, acendeu um cigarro e apontou a cabeça na direção do sol. Adorava o sol. O frio da cidade era uma das coisas que mais reclamava. Odiava ter saído de São Paulo, onde o sol era constante e o inverno não tinha vez. Infelizmente, cada vez que reclamava, as palavras viravam discussão entre meus pais. A gente tinha se mudado para tentar uma vida melhor. Nada que meu pai tinha feito havia dado certo e chegou uma hora que o dinheiro acabou. Até a herança que tinha recebido com a morte do meu avó foi mal investida e desapareceu. Com a família da minha mãe morando em Curitiba e um primo político do meu pai prometendo um grande emprego em comitês eleitorais, arrumamos a mala e nos mudamos. Claro que a promessa de um grande emprego não significou muita coisa e logo meu pai já estava desempregado de novo e pedindo dinheiro emprestado ao seu irmão, sua mãe e a quem mais aparecesse. Minha mãe sempre arrumava um emprego pra conseguir manter o sustento da casa e ele sempre fazia um escândalo para que ela não fosse mais. Algumas vezes ele chegou a ficar sentado em frente a escola que ela trabalhava, como protesto. Ter minha mãe sustentando a casa era uma ofensa a sua masculinidade, mas ao mesmo tempo, ele não conseguia manter sua palavra e não passava mais que seis meses em cada emprego. Então, minha mãe acabava saindo de onde estava com vergonha dos seus escândalos. Ele trabalhava por um tempo, perdia o emprego, ou gastava tudo no bar, ela arrumava um emprego pra gente ter o que comer e o ciclo recomeçava.

Aquele final de semana estava tranquilo, apesar das brigas, meu pai tinha conseguido um emprego como porteiro em um prédio e minha mãe como governanta em um hotel. Enquanto ele trabalhava a noite, ela trabalhava de dia e eles quase não se encontravam.

Reparei que os dois estavam tranquilos naquele dia e soube que era o dia certo para diminuir a distância entre nós. Eles sempre foram nossos amigos e sabíamos que podíamos contar qualquer coisa pra eles, mas no último ano nós nos afastamos muito e eu ainda achava que a culpa era minha. Na verdade, eles já estavam entrando em um processo de separação que durou alguns anos até que se concretizasse. Foi um período em que cada um vivia seu próprio inferno na própria solidão. Eu não conseguia perceber o que eles passavam e eles não percebiam o que eu passava.

Já era quase meio-dia quando minha mãe sentou ao lado do meu pai e acendeu um cigarro também. Eu parei na porta e fiquei olhando pra eles por alguns minutos antes de tomar coragem. Quando percebi que minha mãe ia levantar, pedi pra ela ficar:

- Deixa eu aproveitar pra falar com vocês agora, que estão juntos aqui. - Eu sabia que eles ficavam chateados se a gente contava uma coisa primeiro pra um e depois pra outro, era um ciúme bobo, mas eu preferia não deixá-los tristes. Nesse caso, mais tristes, por minha causa.

Os dois se entreolharam, minha mãe voltou a se sentar e ficou me olhando. Óbvio que não sabia como começar e nenhuma palavra parecia conseguir sair de mim. Eu já devia estar sem ar quando meu pai me chamou:

- O que aconteceu, filha? - Disse com uma calma que me fez querer sair correndo dali ou inventar qualquer outra história sem importância e passar o resto do dia como se nada tivesse acontecido.

- Bom... - comecei - eu sempre contei tudo pra vocês e não quero, que agora, eu precise esconder alguma coisa. Vocês sempre disseram que o amor está acima de tudo e que vocês continuariam sempre do nosso lado... - nessa hora os olhos da minha mãe já estavam arregalados e meu pai tentava imaginar o que eu ia dizer. Talvez tenha passado pela cabeça deles que eu estivesse grávida do Bê e descoberto só depois que terminei ou que estivesse envolvida com drogas, não sei, mas acho que não escolhi as melhores palavras pra começar o assunto. Parecia que a cada vírgula ia deixando-os mais tensos.

- O que eu tenho pra dizer é que... - continuei a falar enquanto me olhavam - eu estou apaixonada... e é por uma mulher - Pronto! A bomba foi lançada. Agora é só deixar eles perguntarem o que quisessem saber.

Meu pai foi o primeiro:

- Por quem você está apaixonada?

- Não é importante por quem seja, o que importa é que é por uma mulher. O que quero dizer é que eu gosto.... - não era fácil admitir - eu gosto de mulher. E demorei pra falar pra vocês porque precisava ter certeza.

- E agora você tem certeza? Por causa dessa menina? Você teve alguma coisa com ela? Quem é ela? - ele insistiu.

- É a Bruna, você não a conhece e eu não tive e nem vou ter nada com ela. - respondi um pouco alterada. Não queria falar sobre a minha incapacidade de conquistar uma mulher.

- E como você sabe que gosta mesmo de mulher se não teve nada com ela? Você teve alguma coisa com alguém?

Assenti com a cabeça. Minha mãe apenas assistia a tudo aquilo. Acho que ela tentou falar, mas as palavras não saíram. No fundo, acho que não queria ouvir o que eu estava dizendo e muito menos as respostas que dava para meu pai.

- Com quem você esteve? Com a Beatriz? - ele me metralhava com as perguntas e não parecia bravo, mas curioso. Eu assenti mais uma vez e ele continuou - com mais alguém?

De cabeça baixa, apenas confirmei quando ele perguntou sobre a Carla e sobre a Denise . Não conseguia olhar para nenhum dos dois e a esta altura não queria falar mais nada. Já tinha dito o mais importante e já podia voltar para o meu quarto. Mas meu pai continuou:

- O que você fez com elas? - A pergunta me fez olhar assustada para ele. O que eu ia dizer? Como eu ia dizer o que eu fazia com elas?

- Como assim? Eu não pergunto o que vocês fazem entre quatro paredes... - disse tentando responder ao mesmo tempo que fugia das palavras que descreveriam o que eu tinha feito na cama com cada uma delas.

- Eu não acho que seja a mesma coisa - eu e sua mãe somos um casal e entre você e elas não tem um homem junto, então eu não sei o que acontece.

Aquilo era uma tortura. Eu não precisava contar mais nada pra eles e não sabia como sair correndo dali.

- Chega! O que eu estou tentando dizer não tem nada relacionado a sex*. Por isso tentei dizer pra vocês que estava apaixonada por uma mulher porque meus sentimentos são muito mais importantes do que o que eu faço ou não na cama com alguém. Você quer saber se estive na cama com elas? Sim, eu estive. E com certeza fiz o mesmo que vocês fazem quando estão juntos e não preciso te dar detalhes. Não! Não preciso de um pinto para estar na cama como uma mulher. - as palavras tinham saído com raiva, desespero e achei que nessa hora eu levaria o primeiro tapa na cara do meu pai. Minha mãe continuava atônita e com certeza não queria ter ouvido aquilo. Já meu pai parece ter se conformado com a resposta e continuava calmo.

- Filha, eu to tentando entender o que tá acontecendo. Não sei como acontece e não sei como você pode ter tanta certeza...

Então, discorri sobre todas as minhas pesquisas na internet, em revistas e artigos que começavam a aparecer nos jornais. Falei que não tinha sido influencia de ninguém e que, se fosse, eu é que teria influenciado a maioria delas. Afinal, duas de três é maioria. Ele tentou argumentar, dizer que podia ser só uma fase, mas comprovei que uma fase não deveria durar tanto e que deveria sentir alguma coisa por meninos, mas não sentia. Que talvez um dia, eu pudesse sentir, mas que naquele momento eu não via essa possibilidade. E precisava do apoio deles pra entender o que estava acontecendo.

No fundo, estava morrendo de medo da reação deles. Não era uma situação previsível. Ficamos em silêncio por um tempo, até que levantei e resolvi ir para o meu quarto. Não tinha mais o que ser dito e estava ficando cada mais ensurdecedor o silêncio. Eles se levantaram logo atrás de mim e minha mãe, enfim, disse alguma coisa:

- Vamos almoçar! - como se nada tivesse acontecido.

Eu olhei pra ela e meus olhos se encheram de lágrima. Eu sabia que tinha destruído uma parte dela naquele dia. Meu pai me chamou e me pediu um abraço. Ele disse baixinho no meu ouvido:

- Você pode ter duzentos anos e nunca vai saber o quanto eu te amo... e vou continuar te amando sempre. Você sempre vai ser minha princesinha! - Ele era a unica pessoa que dizia isso sem parecer brega.

Desabei a chorar! Me afastei dele, disse que não conseguiria comer e fui para o meu quarto. Depois de me recompor, tomei um banho, peguei a bicicleta e fui até a casa da Denise . Precisava contar o que tinha feito antes dela aparecer lá em casa sem saber o que eles sabiam.  

Fim do capítulo


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Comentários para 7 - Capítulo 7:
Rita
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Em: 15/02/2017

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Rita
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Em: 15/02/2017

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Rita
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Em: 15/02/2017

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