Este é o ultimo capitulo, embora ainda tenha um epilogo, espero que gostem.
Onde Tudo Começou
Quando estacionei o carro em frente a casa dos meus pais, sentia minha alma mais leve, embora meu corpo estivesse cansado daquele dia, das emoções vividas com Antonela, do ponto final em meu passado com Camila, eu finalmente me sentia de bem com a vida, o dia já estava amanhecendo e pelos carros parados na calçada de casa eu já sabia que minha família havia dormido por ali, me perguntava se Antonela ainda estaria a minha espera, seu carro não estava mais lá, porém ela prometeu me esperar, um desconforto tomou conta do meu coração quando a possibilidade dela ter ido me atingiu, adentrei a casa em silêncio para não acordar ninguém e me dirigi calmamente a cozinha, alguns passos antes de entrar pude escutar a voz de minha amada a curiosidade acabou falando mais alto não resisti em escutar o que dizia.
-Eu amo a Karolina, Deise você mais que qualquer um deveria entender...
-Mais eu não entendo Antonela, você já magoou tanto a minha filha, não sei o que se passa na cabeça da Karol pra ter ido de novo atrás de você... -a voz da minha mãe foi como um balde d'água fria no sorriso que brotou em meu rosto ao ouvir a perfeição dizer que me amava e com suas próximas palavras senti como se meu corpo pesasse uma tonelada e estivesse preso ao chão. -Porque você não fez o que te pedi e continuou se afastando dela? Karolina já havia te superado, ela estava feliz.... Quanto tempo vai demorar pra você a machucar de novo?
-Eu não vou magoar a Karolina, Deise...
-Não vai? Não vai.... Isso é o que você faz de melhor Antonela, você magoa as pessoas, olha Giordana, ela é a prova viva disso, mas minha Karol é tão frágil... Ela não merece que você faça isso....
Na mesma hora senti meu sangue ferver, além de Henrika minha própria mãe havia afastado Antonela de mim, como ela teve coragem de fazer isso comigo, minha cabeça pesava com o enorme "PORQUE" que se estabelecia nela.
-Chega Deise. -um barulho alto de algo batendo contra a mesa me trouxe de volta a realidade. -Eu estou cansada disso, de você e de todo mundo dizendo o que devo e o que não devo fazer, eu amo sua filha, sempre amei e você sabe disso, todos esses anos eu segui a vontade dos outros, mas pra mim já deu, eu vou ficar com a Karol sim, e nós vamos ser felizes goste ou não você ou o resto dessa família estúpida, é a nossa vida e somos nós que decidimos e enquanto a Karolina quiser estar ao meu lado eu ficarei com ela! QUE SACO!!!
O que se seguiu foi um longo silêncio das duas, estava pronta para entrar quando senti alguém puxar meu braço, meu pai me olhava com um singelo sorriso no rosto, percebi que assim como eu ele também esperava o desfecho daquela conversa, tivemos que apurar nossos ouvidos para não perder as palavras que vieram em seguida.
-Eu não vou disser que gosto disso Antonela... Na verdade você vai ter que ralar muito para ser boa o suficiente pra minha filha, mas se você me prometer que fará ela feliz eu posso tentar conviver com o fato que você.... que vocês... bom você entendeu....
-Eu prometo prima...
E mais uma vez o silêncio tomou conta, a mão de meu pai afrouxou meu braço e ele fez um leve acesso sinalizando que estava na hora de entrar, pigarreei alto para que elas soubessem que estávamos perto e entrei com meu pai a meu encalço, eu e ele trocamos um olhar cúmplice de entendimento e fingimos estar distraídos em uma conversa boba para que as duas não se constrangessem ainda mais.
Já era quase hora do almoço quando o resto da família começou a dar sinal de vida, Julinho ficou eufórico quando entrou na cozinha e me viu agarrada nos braços de sua irmã, meus primos pareciam um pouco desconcertados com toda a situação, assim como tia Ceci que interrogava minha mãe tentando entender quando foi que aquilo acontecera, mais para ser sincera com todos nem eu mesma saberia dizer quando tudo tenha começado, talvez quando Antonela me pediu para apertar aqueles parafusos e me tirou do sério a primeira vez, talvez tenha começado naquela tarde na varanda com um pôr-do-sol e uma família perfeita, ou então no exato momento que ela me pareceu perfeita, perfeita a ponto de enjoar, mas em algum momento a estranha sem rosto dos meus pensamentos infantis se transformara nela, e naquele momento eu não poderia pensar que a vida pudesse ter tomado um outro rumo que não acabasse como aquele, comigo e Antonela juntas, com nossa família imperfeita, que era tão perfeita pra nós.
Fim do capítulo
Até o epilogo
By: AMS.
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