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POR GABRIELA
[continuação]
Eu me levantei e tirei o copo da mão dela já me sentando em seu colo, a lascívia nos ardia os olhos e cada vez mais tomava conta de nosso ritmo, a olhei profundamente no meio daquele calor intenso e não cessei em arrancar dela o que cobria minha nova visão favorita: seu corpo. Me sentia louca por tê-la conhecido há pouco tempo e já estar em sua casa, por ter ido para a cama com ela e por ter, nesse momento, a certeza de que iria além com ela.
A tarde de sábado nos rendeu um banho cheio de gemidos e arranhões, minhas costas não devem estar tão bem agora, mas mas estou entorpecida por esses efeitos que ela tem me causado, Vitória é uma mulher inefável.
POR VITÓRIA
Se não me falha a memória, depois que deixei a Gabi na casa dela com a Laurinha eu me deixei um pouquinho lá. Não sei, senti um vazio quando ela colocou seu vestido depois de um banho juntas, hoje vai ser difícil dormir sentindo vontade dela. Não paramos de trocar mensagens desde então, me sentia uma adolescente com as emoções me bombardeando numa programação química de paixão, não uma de verão, mas de uma paixão instantânea e forte.
A Laura dormiu tagarelando no banco de trás do carro, ao invés de voltar para casa fomos à Paranapiacaba, chegamos anoitinha e fomos ao sacolão aqui pertinho para abastecer a geladeira.
Eu cresci aqui nessa cidade, meu pai era um agricultor familiar nas horas vagas, quando não estava sendo um empresário reconhecido no país inteiro, temos uma pousada aqui e uma feirinha no centro onde os artistas locais e os agricultores vendem e trocam seus trabalhos, ela é administrada pelo braço direito do meu pai: sua irmã do meio, a tia Deuza. Eu sempre a irritei fazendo piadas com o nome dela, temos a mesma idade e quase que ela nasce no mesmo dia que eu, mas de libriana numa casa me bastava, né? Ninguém aguentaria mais de uma, somos incríveis demais para ficarmos juntas, mas vou contar um segredo: nós duas somos as librianas mais fajutas desse zodíaco inteiro.
Minha filha adora ir às compras, ela adora a cor dos alimentos e sabe o nome de todos de cor, toda descoberta dela é uma nova descoberta para mim, esse serzinho me encanta muitas vezes durante o dia e todos os dias. Enchemos a sacola de verduras e cogumelos, ela adora cogumelos e cozinhar com ela é uma coisa deliciosa, nos deixa muito mais juntas.
Eu estava separando as coisas que iam para geladeira e as que iam para o armário quando recebi uma ligação que fez aquela noite e o vinho que eu tomava mais saborosos.
- Oi Gabi, está tudo bem?
- É estranho, mas como não é impossível, eu já estou sentindo sua falta.
- Eu acabei de chegar em Paranapiacaba com a Laura, ela está tirando as compras da sacola, venha nos visitar- esse é um daqueles convites que nós fazemos quando temos muita vontade de concretizar o pedido mas sabemos das dificuldades possíveis da situação.
- Se você cozinhar hoje, pego o carro, uma garrafa de vinho e vou agora.
- Se você estiver falando sério, eu digo que vamos fazer um escondidinho de abóbora com shimeji logo depois do lanche da noite.
- Me manda o endereço que estou de roupa trocada!
- Você me surpreendeu agora... achei que estava blefando.
- Eu não estou, mas se puder me passar o endereço será ótimo, ou terei que procurá-la. "Você viu uma mulher estonteantemente bonita e a criança mais linda do mundo passando por aqui?" - nós duas caímos na risada e minutos depois ela estava na estrada vindo para cá.
Eu não contei nada para Laurinha, mas ela me perguntou com quem estava no telefone umas 2 vezes, e eu falei que era uma surpresa.
Laura e eu comemos uma salada de frutas numa lanchonete próxima daqui, o centro da vila estava cheio para um domingo, então demos uma volta e uma hora depois estávamos terminando de fazer o jantar quando a campainha de casa tocou.
- Eu já vou! -A essa altura eu já fazia ideia de quem havia chegando.
- Espero que venha mesmo. -Eu estava de pé na porta, com um camisão cinza de botões, mangas 3/4 e solto no corpo, que cobria meu short curto de malha mas ainda mostrava meu trabalho de pernas na academia o suficiente para ter prendido por alguns segundos a mais o olhar da Gabriela.
- Seja bem-vinda, querida. -Ela me encarou em silêncio e segurou meu rosto colocando uma mecha de cabelo para trás, ainda em silêncio me beijou.
- Eu gostaria de ser recebida assim mais vezes.
- Essa foi só a primeira, terei tempo para pensar em recepções melhores.
Ela arrumou a mochila nas costas e a guiei pelas mãos até dentro de casa, sem nenhum tipo estranhamento no toque, que só foi desfeito quando a Laura apareceu correndo e falando:
- Eu vou te morde-er! Você é feita de chiclete.
Elas duas ficaram no abraço enquanto eu voltei para fechar a porta assistindo a cena. Estava calor e a temperatura dentro de casa estava confortável, mas ver uma mulher daquelas com uma camisa branca de mangas curtas transparente e um sutiã rosa claro que aparecia dependendo do movimento feito, me fez ficar mais quente que o imaginado. Fiquei na porta de braços cruzados a assistindo abaixar e ficar de joelhos para conversar com minha filha, o som de sua risada trouxe a minha, até que a sequência de "bips" do forno me despertaram daquele transe.
Cheguei na cozinha já colocando as luvas e sentindo o cheiro do jantar no forno, separei os pratos depois de tirar a assadeira do forno e quando depositei os pratos na mesa senti uma mão quente e algo gelado se aproximando das laterais do meu corpo, a primeira era uma mão foguenta que já entrava embaixo da minha camisa e a segunda era a garrafa de vinho prometida- um bom vinho branco amadeirado e chileno... é como se ela me conhecesse, aquele era um de meus vinhos favoritos.
- O cheiro aqui dentro está ótimo. -Ela ainda estava com as mãos tocando meu abdome depois de alguns segundos parada, mas agora começava passear pela minha cintura e torso devagar.
- Me deixe ver o que trouxe- eu sabia o que era, mas queria prolongar o corpo dela atrás do meu; segurei a garrafa com as duas mãos e li em voz alta o rótulo do vinho sem falar sobre minha preferência por ele.
- Eu trouxe muito mais- ela me virou num movimento rápido e eu larguei o vinho na mesa, segurando a gola de sua camisa que não cobria nada se puxada um pouco para frente.
- Eu vou exigir tudo o que seja meu por direito, cobrando cada item.
- Me desculpe, mas alguns itens não estão inclusos no pacote. Essa roupa, por exemplo, ela é item temporário- ela abriu mais um botão da minha camisa, que já tinha dois botões abertos.
Segurei seu rosto com as duas mãos afundando meus olhos naquela cor incrível que os olhares dela emanavam, ela tinha desejo e isso eu sabia ler, seu corpo me queria mas seus olhos se entregavam para mim naquele momento.
A Laura chegou na cozinha e eu logo notei a presença dele, voltando a atenção para os pratos na mesa e nos servi, lavamos as mãos jogando água com as pontas dos dedos umas nas outras e nos secamos com panos de prato.
O jantar foi um sucesso! Já no sofá e depois da sobremesa, Laura me contava sobre a saudade que estava do Astuto e perguntou se a Eliza viria passear com ela. Mais cedo a Eliza tinha me ligado perguntando se precisaria de mais alguma coisa além da mala que estava no meu quarto e eu já tinha respondido que só precisaríamos daquilo, era suficiente para o domingo.
- Ela só vai chegar quando você tomar insulina e escovar os dentes para dormir, sapeca.
- Mamãe, ela só vai demorar um pouquinho de nada?
- Aham! Quando você acordar amanhã ela vai estar aqui conosco.
- E com a gente, mamãe? Quem é conosco? -Eu e a Gabi caímos na risada e minutos depois minha pequena já estava sonhando.
Quando voltei pra sala a Gabi estava com uma garrafa de vodka no colo, aparentemente me esperando com os olhares voltados pro corredor que dava para os quartos.
Quando eu entrei na sala ela sorriu maliciosamente e veio andando até mim, segurando a bebida e uma caixa de cartas, ela queria jogar comigo ali e agora, eu não poderia falar não.
- Como funciona esse jogo? -Retribuí o beijo que ela deixou na minha boca.
- Escolhemos uma carta, cada carta vermelha bebemos uma dose de vodka, cada carta azul nós fazemos o que ela manda.
- E o que tem escrito nessas cartas?
- Abre e vamos jogar, eu também não sei o que tem nelas.
[continua]
Fim do capítulo
Notas finais:
Oi! Como eu já tinha postado muitos capítulos, deixei para postar esse hoje. Fiquei o fim de semana inteiro arrumando coisa para fazer e no fim eu não editei o que tinha escrito, mas fiz isso hoje e aqui está.
Espero que gostem, está sendo muito gostoso escrever.
Espero que gostem, está sendo muito gostoso escrever.
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