Capítulo 11: Na boate
Sábado finalmente chegou. Estava muito animada para ir a boate. Fazia muito tempo que não aparecia em uma, pois Amanda odiava lugares tumultuados. Como havia vendido meu carro para um desmanche depois de todos os combates que o coitado enfrentou e estava sem condução própria, Marcela ficou de me pegar para irmos juntas.
Ela estava literalmente de arrasar naquele dia. Saia curta, blusa decotada e saltos altíssimos, tudo sem perder sua pose típica de patricinha. Estava pronta para despertar paixões súbitas e certamente teria problemas para afastar todas as atiradinhas que apareceriam caso tivesse mudado de ideia quanto a sua vontade.
Chegamos por volta das onze horas para organizar tudo. E até Marcela teve que entrar na dança e nos ajudar a realizar a pesquisa para o trabalho da faculdade. Resolvemos fazê-la na fila de entrada, pois lá dentro seria impossível com todo o barulho característico.
Camila também estava incrivelmente sexy num vestido verde que realçava a cor dos seus olhos. Ela também seria muito assediada e fiquei verdadeiramente preocupada. Ciúmes? Que isso, deixem de bobagem!
Uns minutos depois, percebi que meus problemas aquela noite só estavam começando, quando uma engraçadinha que Camila estava entrevistando, resolveu colocar as asinhas de fora.
-- Gata, vamos embora comigo hoje, que acabo com todas essas suas curiosidades em dois tempos, três tempos, quantos tempos aguentarmos. – disse com um risinho cafajeste e de forma tão descarada, que meu sangue ferveu na hora.
Camila ficou muda. Certamente não sabia o que fazer. De certo, jamais havia ganhado uma cantada de uma mulher. Ela ruborizou e olhou pra mim, claramente apreensiva, como que pedindo ajuda.
Parei com minha entrevista e fui a seu socorro. A atrevida já estava tentando agarrar Camila pela cintura, na ânsia de beijá-la. Fiquei ainda mais possessa de raiva, devia estar até soltando fumaça pelos ouvidos nesse momento. Estava tão alterada, que cheguei logo empurrando aquela garota folgada, que acabou fatalmente caindo no chão.
Ela, depois de recomposta do tombo, veio pra cima de mim com uma fúria imensa e desferiu um soco no meu olho direito, antes que eu pudesse ter qualquer reação.
-- Isso é pra você aprender a não se meter onde não é chamada, garota.
Bufando de ódio e com uma dor infernal, sem pensar parti com tudo pra cima da garota e foram socos, pontapés, puxões de cabelo, chegamos até a rolar no chão, trocando todos os impropérios baixos conhecidos. Ocorreu de tudo. Só paramos de nos pegar quando uns caras que estavam perto resolveram intervir.
Ela, apesar de totalmente desgrenhada e com a roupa rasgada, havia levado a melhor, afinal ela era mesmo bem alta e forte. Já eu estava certamente com o olho roxo, o nariz sangrando, toda arranhada e tinha perdido um dos sapatos. Eu estava claramente com muita raiva dela. E ela também estava de mim e foi logo me dizendo triunfante, por ter ganhado a briga.
-- Espero que tenha sido suficiente sua idiota e que tenha aprendido a lição de que não deve se meter comigo.
Eu, com uma raiva estratosférica, ainda me achei no direito de provocá-la mesmo na situação em que me encontrava. Pode dizer, sou praticamente aprendiz de suicida.
-- Você que vai se arrepender amargamente e terá de engolir essa sua prepotência, sua descarada. Vem que vou te mostrar como se briga de verdade, sua ch*peta de baleia – vociferei ainda descontrolada e já tentando partir pra cima dela novamente.
Marcela logo chegou atraída pela confusão e impediu o segundo provável atracamento, me tirando dali antes que as coisas piorassem ainda mais. Fui a um banheiro de um barzinho que tinha ali perto para me recompor e, além de ter apanhado, ainda tive que ficar escutando as broncas tanto da Marcela quando da Camila. Murphy, que tinha me deixado em paz algum tempo, voltava a se manifestar em toda a sua glória. Mas pelo menos encontrei o par do meu sapato que havia perdido.
Quando voltamos para perto da boate, os outros estavam reunidos e vimos que as entrevistas que havíamos feito seriam suficientes para realizar o trabalho. Nos encontraríamos outro dia para terminá-lo. Carlos e Gabi quiseram ir embora e levaram todo o material coletado para casa.
Convidei Camila para entrar na boate e ela, para minha surpresa, aceitou. Então João, Ari, Marcela, Camila e eu entramos novamente na fila de entrada. Já era meia noite e meia e estava bombando.
Olhei para Camila um momento e vi seus olhos arregalados. Acompanhei-os e me deparei com duas mulheres se pegando descaradamente no meio da rua. Camila olhava para elas assustada. Logo pensei que iria desistir de entrar e eu não acharia nada de anormal, deve ser meio intimidador para alguém hétero ter que se deparar com pessoas iguais se beijando e se pegando sem qualquer tipo de empecilho. Mas ela logo se recompôs e acabamos por entrar todos juntos.
O ambiente estava mais agradável que da última vez que havia vindo. Luzes coloridas piscando esplendorosamente, tornando impossível identificar as cores das roupas das pessoas ali presentes, havia também vários barmans e bargirls fazendo os característicos malabares com os drinks, além de muitas pessoas interessantes. Decidi mesmo que iria aproveitar o máximo essa noite e sair da miséria em que me encontrava.
Arrumamos uma mesa estratégica, pois Ari já tinha ficado com um dos donos do local e Marcela já foi animadíssima para a pista de dança. Eu, que não curto muito dançar, fui ao bar arranjar umas bebidas para começar a me animar. Deixei Camila com os outros na mesa e fui. Tentei chegar em duas garotas no caminho, mas quando ia me aproximar, logo percebia que estavam acompanhadas e eu é que não queria entrar em outra briga novamente, já basta o meu estado atual, que apesar de melhorado depois da arrumação, ainda era possível verificar que algumas marcas fatalmente ficariam.
Bebi uns dois drinks e, como não sou muito forte para bebida, já estava bem alegrinha. Quando já tinha desistido momentaneamente da caça e estava voltando para a mesa, no meio da pista de dança, pra não perder o costume trombo com alguém. Já iria ralhar com a distraída, quando ao me virar me deparo com aquele rosto familiar.
-- Má! – era Marcela.
-- Soph!
Ficamos nos olhando intensamente, totalmente alheias as demais pessoas a nossa volta. Fui me aproximando lentamente. Estava em uma luta interna, querendo decidir se valia a pena ou não arriscar a amizade de tantos anos e servir de “cobaia” nesta experiência, que ela estava mesmo disposta a obter essa noite.
Normalmente, pensaria bem e não embarcaria nessa de jeito nenhum, mas ali a minha frente estava a garota que me acompanhou em quase todos os sonhos e devaneios da adolescência. Seria o grande momento da minha vida. Fui me aproximando calmamente e quando já estávamos a centímetros de distância, só pra não perder o costume, Murphy resolve se manifestar, em uma hora totalmente imprópria.
Fui praticamente atropelada por outro ser que apareceu repentinamente, me atacando com um líquido não identificável, mas claramente alguma bebida forte, que simplesmente me ensopou todinha. A moça em questão, já foi logo dizendo:
-- Desculpe garota! Não te vi. Vem comigo que quero amenizar um pouco toda essa situação que lhe causei.
Não escutei uma palavra da desconhecida desastrada como eu, pois estava completamente hipnotizada pelos olhos azuis intensos da minha amiga.
Quando voltei a tona, já estava na fila do banheiro feminino da boate, que convenhamos sempre está lotado, né? Simplesmente havia me deixado levar sem perceber.
Quando conseguimos entrar fui em direção a pia tentar amenizar a enorme mancha que havia ficado em minha blusa. E, distraída nessa tarefa, assustei-me deveras quando fui puxada violentamente. Não pude deixar de pensar que devia ser a mulher com quem havia brigado naquela fatídica noite, que estava querendo acabar comigo de vez, pois conheço bem a minha “sorte”.
Quando retomei minha consciência, percebi que estava dentro de uma das cabines que acabara de vagar e havia alguém que não conseguia identificar me agarrando com volúpia.
Quando a pessoa parou de me beijar para tomar ar, pude ver de quem se tratava. Sim! Ela literalmente me atacou. Já estava sem a parte de cima da minha roupa e ela já estava tentando retirar minha calça.
Tentei me desvencilhar, mas quando ela percebeu, simplesmente falou sussurrando ao pé do ouvido, me deixando toda arrepiada:
-- É só uma forma de recompensá-la por ter derrubado bebida em você!
Exatamente! Era a garota do bar. Só pude pensar que, se dessa vez Murphy estava me presenteando com algo tão bom, depois de mais um dissabor, eu é que não iria me fazer de rogada e iria aproveitar essa chance.
Afinal, a garota era bem bonita, morena de olhos negros, toda mignon, realmente gostosa e parecia ter bastante fogo pela forma que me beijava e passava as mãos descaradamente pelo meu corpo.
Tinha me esquecido de Marcela, Camila e o resto do mundo, porque já estava a quase dois meses na seca. Não fiquei com mais ninguém após o término do meu namoro. Por todos esses motivos, você entenderá minha posição, né?! Se acontecesse contigo, aposto que não resistiria, não venha se fazer de santa não. Decidi então sair da letargia que me encontrava e de uma vez por todas resolver esse meu pequeno problema de tesão acumulado.
Não me agradava esses ambientes para realizar esse tipo de coisa, preferia mesmo uma cama macia e limpinha, mas quem se importa com esses detalhes numa hora dessas e na situação em que me encontrava, com uma gostosa me devorando toda e também quando já se está matando cachorro, gato, lagartixa, o que for, com um gritinho apenas.
Sendo assim, virei o jogo e prensei a morena na porta do banheiro tomando o controle. Comecei a despi-la com voracidade, pois já estava com pressa e muito molhada. Passei a beijá-la nos lábios, pescoço e seios, me deliciando com sua bela anatomia enquanto passeava minhas mãos por seu corpo. Levantei sua saia e invadi seu centro de feminilidade que para meu deleite se encontrava encharcado. Passei a friccionar o polegar em seu clit*ris rijo, devorando seus seios simultaneamente. Estava demais e quando percebi que ela não conseguiria mais se segurar com os movimentos, abaixei-me e comecei a ch*pá-la com desejo. Ela logo gozou abundantemente e partiu pra cima de mim com toda uma volúpia que me deixou de pernas bambas.
Logo começou a ch*par meus seios num ritmo frenético, mas ao mesmo tempo dócil. Quando pareceu satisfeita, desceu seu corpo dando pequenos beijos que me levaram a loucura. Partiu em direção ao meu sex* e começou a invadi-lo deliciosamente. Estava totalmente entregue nesse momento e soltando alguns gemidos e palavras desconexas.
Quando já estava para chegar lá, inacreditavelmente a garota parou. Por Deus, justo agora que estava ficando tão bom? Estava mesmo muito bom pra ser verdade. Deveria ter estranhado desde o princípio esse “presente de Murphy”. Olhei pra ela totalmente desacreditada, mas sem forças para discutir, devido meu alto grau de excitação no momento.
Ela, com um olhar mortal e pose de quem iria cometer um assassinato, vociferou gravemente:
-- Assim já é demais pra mim. Chamar o nome de outra nessa hora eu não aceito mesmo. Se quiser resolver esse seu problema, vai ter que ir atrás dessa tal de Camila.
Se vestiu rapidamente e, abrindo a porta sem se preocupar que estava praticamente nua, foi partindo pra fora do banheiro, rumo a boate. E eu fiquei ali, totalmente desacreditada com tudo que havia acontecido. Tinha mesmo chamado por Camila naquela hora? Mas e a Marcela? Estava mesmo numa sinuca de bico.
Fim do capítulo
Eu sei. Não fiquem bravas comigo. Ainda não foi hoje que esse mistério foi revelado. Mas é que quando vou escrever, as palavras e situações fogem do meu controle. Além disso, estou mesmo adorando vê-las curiosas. =D
É a forma que encontrei de vingança pessoal contra todas as autoras que já me deixaram a ponto de morte quando resolviam terminar o capítulo na melhor parte. E devo dizer que é mesmo uma boa terapia essa, viu?
Aconselho vocês a utilizarem. Escrevam uma história e se utilizem do mesmo subterfúgio. É tão divertido.. rsrs.. Ainda mais porque você já está careca de saber o que vai acontecer. (risos maléficos) =D
Mas antes que resolvam se juntar para me assassinarem, garanto que no próximo capítulo teremos a revelação. Prometo!
Mas pelo menos as coisas começaram a esquentar, não? rsrs..
Novamente obrigada a todas que estão acompanhando.. Vou tentar aparecer mais vezes e mais rapidamente, é que estão tumultuados os últmos tempos. Até :)
Comentar este capítulo:
Mille
Em: 30/01/2017
Olá Dani
Quando tudo está encaminhando para a Sophia se dar bem a mente prega uma peça nela, e ficou a ver navios com a saida da morena por causa dessa detalhe Camila governa os pensamentos dela e a imaginação.
E o clima entre Sophia e Marcela foi cortado, achei bom vai que a amizade ficasse comprometida.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Olá Mille :)
Verdade, foi sacanagem isso mesmo.. Sophia sempre ficando a ver navios kkkkk A mente dela foi uma sacana nessa, tinha que me falar o nome da outra nessa hora? Realmente Camila governa os pensamentos, só isso pra explicar..
Marcela e Sophia é amizade mesmo, ruim quando estraga a relação essas coisas né? Também acho melhor assim..
Até o próximo. Abraçoo..
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