Capítulo 19 - Coro particular de demônios
Ravely
Alguns dias se passaram rapidamente, mas nada de importante aconteceu, pelo contrário, poderiam ser resumidos em rotina. Quer dizer... Minhas fotos foram selecionadas para a grande exposição que aconteceria no próximo mês. Isso era motivo para se comemorar, ainda mais por ter esperado ansiosamente por isso, porém, não estava no clima para comemorações. Na verdade esses últimos dias foram baseados em puro relativismo, que é basicamente quando não sabemos o que realmente é certo e errado, então assim, existe uma dificuldade para dizer com certeza se estamos indo na direção moral correta. Eu li isso em um livro e agora faz todo sentido, porque eu não sei o que fazer, o que pensar. E inevitavelmente tudo o que desejo parece muito errado. Talvez todo esse tempo tenha sido perdido na tentativa falha de injetar significado na minha vida. Mas tudo bem, porque no fim todo ser humano é uma contradição e aqueles que não são, apenas escondem muito bem. Só que no fundo não era todo esse questionamento interno que me incomodava. Eu estava vivendo meu coro particular de demônios, o que na verdade não passa de uma metáfora para falar sobre coisas que nos atormentam há muito tempo. Era o que eu fazia, mesmo não conversando com ninguém, quer dizer, acho que a conversa interna é sempre a mais torturante. Então era isso! Eu estava me torturando todo esse tempo, em busca de perguntas sem respostas como: Por que ela até hoje não me ligou? Nenhuma ligação. Quanto a mim? Apenas cabia esquecer, mesmo tendo conteúdo para escrever dezenas de cartas que eu jamais fosse enviar. Mas como esquecer algo que não sai da sua cabeça, está ali da hora que eu acordo até a hora que volto a dormir? É como um parasita de pensamentos, de razão. Eu só não conseguia aceitar, passar os dias trancada tentando desaprender como sentir sua falta. Não acho que eu consiga.
Conformada, continuo colocando alguns papéis dentro das pastas e recolhendo meu material de cima da mesa, algumas pessoas já tinham saído do escritório enquanto algumas outras passavam por ali.
–Qual a programação para hoje? – Carla se aproximou me ajudando com a organização da mesa.
–Ficar em casa apenas. – Respondi com pouco entusiasmo.
–Poderíamos sair qualquer hora dessas, o que acha?
Como dizer ‘ NÃO’ sem ser grosseira?
–Acho que seria boa ideia, mas...
–Ah não! Sempre há um ‘mas’, e eu odeio “mas”.
Eu sorri, era a primeira vez que sorria naquela semana.
– É que hoje estou com muita dor de cabeça, acho que preciso descansar um pouco...
Entramos no elevador e ela segurou a porta para mim.
–Tudo bem, teremos outras oportunidades. Ainda vou te convencer. – Piscou.
Concordei com um sorriso. Carla era uma moça bonita, me lembrava uma adolescente, usando aquela bolsa de couro cruzando seu corpo, permanecendo bem ao lado, união que combinava com os óculos de armação preta e olhos quase negros. Ela era bonita, muito bonita na verdade, estranhamente só agora me dei conta de que nunca havia reparado nisso. Chegamos na saída do prédio, uma chuva torrencial caía.
–Droga, não trouxe sequer um guarda-chuva. – Algumas gotas molhavam a lente dos nossos óculos, rimos juntas quando tiramos para limpar ao mesmo tempo.
–Não se preocupe, eu posso te deixar em casa.
–Não, não precisa se incomodar... Eu chamo um táxi.
Do outro lado da rua um carro vermelho acabava de estacionar, claro, agora todos os carros vermelhos me chamavam a atenção. E não, não era apenas por sua cor. Fiquei parada observando. Os vidros estavam fechados, mas eu queria muito ver o seu interior. O pior era perceber toda a reação que me causava apenas por imaginar que ela estava ali. Era isso, de novo atormentada por esses demônios. Eu estava mal, ela realmente me deixou mal e o seu silêncio estava me matando lentamente.
–Sua casa fica no caminho para a minha, Ravely. Não será incomodo. – Carla continuava falando e eu mal conseguia ouvir, era como uma vozinha no fundo da mente.
Luiza passa apressada por nós, mas para e volta um pouco quando percebe que estou na entrada do prédio.
–Meninas, precisam de carona?
–Obrigada, dona Luiza. Estou de carro hoje. – Carla respondeu.
–Ravely? – Ela acenou em frente ao meu rosto.
O vidro do carro desceu e pude confirmar que era ela, Alexandra e não estava sozinha. Droga! Os cabelos castanhos escuros estavam presos em um rabo de cavalo, as mãos dispostas sobre o volante, martelando com o dedo. Acho que se eu fechasse os olhos poderia até sentir o cheiro do seu perfume. Esperei que ao menos acenasse, mas não... Sequer um oi distante. Assim que me viu voltou-se para frente e não olhou mais. Arrumei meu óculos e me voltei para Luiza, ela me encarava tentando entender o que eu fazia secando as duas no carro. Quem era a outra? Só conseguia ver parte dos braços, isso não me dava muita ideia. Será que era a Júlia? Talvez tivessem voltado depois daquela briga. Senti um amargo subir pela garganta, eu precisava descobrir isso. Mas como?
–Obrigada Luiza, eu vou com a Carla. – Disse um pouco contrariada.
–Tudo bem então. Boas festas para vocês.
Quando eu decidi de última hora que iria com Carla, ela não conseguiu esconder sua reação de surpresa e talvez alegria, então apenas fingiu que já sabia. Não faria sentido aceitar a carona de Luiza sendo que acabara de negar a dela, seria rude. Mas não posso mentir para mim mesma, pelo menos não quanto a isso. Eu queria muito entrar naquele carro, mesmo que tivesse sido a pior tortura. Peguei o celular na esperança de que tivesse alguma mensagem, mas não, nada.
Seguimos para o estacionamento, continuei em silêncio, enquanto meu coração parecia querer explodir. Como ela poderia ser tão indiferente assim? Pretendia me ignorar o resto da vida?
–Você está bem? Parece meio decepcionada. – Carla perguntou assim que entramos no carro.
–Estou ótima, é apenas o cansaço.
Eu estava apenas mentindo para escapar de perguntas que eu não fazia menor questão de responder. Até porque eu nem sequer sabia quais eram as respostas. Não conversamos muito durante o percurso, apenas quando eu dizia a ela onde deveria virar.
–Ale... Carla, pode virar na próxima e já estamos lá.
Ela arqueou uma sobrancelha, ajeitou os óculos e voltou a mirar a rua, creio que vi um leve surgir de sorriso no canto. Minutos depois estava estacionando em frente a minha casa.
–Você não devia sofrer por quem não te merece.
–Ãhn? Do que você está falando?
–O jeito que você olhou de longe para a irmã da Luiza...
–Não... Apenas pensei que fosse outra pessoa.
–Por isso quase me chamou de Alexandra agora a pouco?
Droga! Dessa eu não poderia escapar. Porque eu realmente não deixei de pensar em Alexandra durante essa semana. Muito menos pude deixar de lembrar daquela última noite em que estive com ela.
–Não, eu não fiz isso. – Balanço a cabeça tentando dar ênfase na resposta.
–Olha, não importa. – Ela é concisa e minha bochechas coram. – Você é especial, bonita demais para se envolver com alguém como Alexandra, principalmente em um relacionamento onde há uma terceira pessoa, alguém sempre sai perdendo.
Fiquei ainda mais confusa, pois quem tinha uma outra pessoa nessa história toda era eu, não Alexandra, pelo menos que eu soubesse ainda. Parecia que todos sempre estavam tentando criticá-la e eu nunca conseguia entender o motivo. Para mim ela não parecia nada com o que sempre diziam.
–Vocês se conhecem?
–Bom...Digamos que eu já tenha visto o lobo.
–Já entendi tudo... – Acho que fiquei boquiaberta e não conseguia localizar meu cérebro ou minha voz.
Droga! Até com a Carla ela esteve? Afinal, quantas versões dessa mulher existiam? Porque para cada pessoa que eu conversava uma nova Alexandra surgia.
–Não significou nada. – Sua voz tenta soar reconfortante, mas não me sinto nenhum pouco confortável, na verdade era como se estivesse sentada em uma cadeira de espinhos.
– De onde se conhecem?
–Nós frequentamos as mesmas baladas, eu acho. Não é difícil conhecer ela quando se vai a muitas festas. Tem um mês que não a vejo, mas antes... Ela frequentava bastante os bares e boates.
–Fiquei sem palavras...
–Tudo bem, eu não deveria ter dito nada a você. Desculpe.
–Acho que... – Respiro fundo tentando colocar as ideias no lugar. – Acho que vou aceitar o convite para bebermos alguma coisa. É... Acho que preciso beber alguma coisa.
Carla sorriu satisfeita, não esperou que eu pedisse para esperar trocar de roupa, apenas colocou o carro para funcionar.
O bar estava barulhento, agitado e cheio de futuros bêbados, e eu pretendia desesperadamente fazer parte deles. Nós sentamos, Carla vai até o bar e pega as bebidas, eu não fiz questão de escolher, pois não conhecia nenhum daqueles drinks, então pedi que ela pegasse o que quisesse, desde que fosse forte.
–Prove isso, veja se é forte o bastante.
Ela colocou alguns pequenos copos cheios de uma bebida amarela ou dourada, em minha frente. Peguei o pequeno copo e provei, desceu amargo e queimando, não muito diferente de como eu me sentia.
–Nossa! É horrível.
Ela gargalhou.
–Você está fazendo errado.
Ela lambeu a mão, achei estranho e continuei assistindo sem entender. Depois colocou sal no mesmo lugar, pegou uma fatia de limão, voltou a lamber onde estava o sal, tomou a bebida toda de uma vez, em apenas um gole, franziu o rosto e logo em seguida ch*pou o limão.
–Eu achei que fazer isso certo fosse para melhorar e não piorar. – Disse, relutante sobre tomar esse veneno.
–Não se preocupe, Rav... Depois da terceira provavelmente você não sentirá mais nada.
Rav... Era assim que Alexandra costumava me chamar, só ela me chamava assim. Será que ela sentia minha falta assim como eu sentia a dela? Não precisei de motivos maiores e fiz exatamente como Carla ensinou, virei todo o copo. Tomamos todos os seis. Continuava horrível, mas eu já conseguia sentir certa leveza seguida de vontades repentinas de rir, dizer o que viesse a cabeça.
–E aí? O que achou? – Ela sussurra em minha orelha.
–Continua horrível. – Eu sorrio e ela coloca seus braços em meus ombros, arrastando sua cadeira para mais perto.
–Acho melhor escolhermos outra bebida então, se você quiser vamos provar todas que tiver aqui.
– Você está tentando me embebedar, senhorita Carla? Por que se estiver eu digo que está funcionando.
Ela beija-me o rosto, fico surpresa, mas continuo gostando da atenção, há tempos não me sentia assim, despreocupada. Eu a observo ir mais uma vez até o bar. Ela estava usando um jeans justo, só agora notava como ele definia suas curvas. Deus! Onde estavam meus olhos esse tempo todo? Os cabelos lisos desfiados balançavam enquanto ela se distanciava, rebol*ndo. Rebolando? Acho que ela estava rebol*ndo. Olho para mim e me sinto muito organizada, para não dizer chata. Jeans preto, camisa social branca, praticamente toda abotoada. Cabelo preso com a caneta e óculos. Resolvo mudar, abro alguns botões, expondo levemente o colo, retiro os óculos e coloco entre os seios, pendurado na blusa, por fim, solto os cabelos levemente ondulados.Passo a mão para que tenham caída e quando me dou conta Carla já estava ao meu lado.
–Nossa! Se soubesse que tequila tinha esse efeito, teria pegado uma garrafa inteira.
Sorrio.
– O que você trouxe agora?
–Margaritas!
Bebemos todo o drink e eu já podia sentir a cabeça levemente rodar. Precisava ir ao banheiro, parece que é o que acontece quando bebemos muito álcool. Carla diz que também vai. Me levanto da mesa e confirmo que já estava bêbada, cambaleio para trás. Vamos com dificuldade atravessando por meio da multidão. Não sei por que o banheiro ficava tão longe do local onde estavam as bebidas. Isso estava errado. Como se não bastasse à fila para o banheiro era enorme, talvez isso justificasse a distancia que ficava do bar. Só então me dou conta de que não havia separação de homem e mulher.
–Carla, porque estão todos na mesma fila?
– É um pub LGBT, Ravely... Não tem diferença de banheiro.
–Sério?
–Muito sério.
Carla encontra uma amiga e se afasta um pouco para conversar com ela. O show de luzes e o som alto eram intensos, não sei o que me deixava mais fora do normal, álcool, fumaça de vários tipos de cigarros, as luzes psicodélicas piscando freneticamente ou a batida intensa da música. Cambaleio e me encosto na parede para não cair. Era só o que me faltava, cair no meio da multidão. Lembro que não avisei Fred que não iria para casa, pego o celular para ver se havia alguma mensagem, ele sempre ficava desesperado quando eu não chegava em casa, era raro isso acontecer. Eu não fazia ideia de que horas eram. Abro a caixa de mensagens e as últimas são de Fred, rolo mais um pouco e encontro a mensagem de Alexandra. Talvez eu devesse questioná-la porque nem sequer me cumprimentou hoje, ou porque ela é sempre tão desgraçadamente linda. Eu sorrio e sem pensar estou chamando seu número. Desligo logo em seguida. O que estou fazendo? Queria tanto ouvir aquela voz, saber o que ela estaria fazendo... De repente o celular começa a vibrar em minha mão. Era ela, retornando... Não pensei duas vezes e atendi.
–Alô!?
–Ravely? – Não consigo conter o riso, era bom demais ouvir a voz dela, ainda mais quando dizia meu nome. Parecia surpresa pela minha ligação e eu também estaria se não estivesse bêbada.
–Claro que sou eu, esperava outra pessoa com meu telefone?
A ouço rindo do outro lado, certamente seria aquele riso irônico de sempre, que mesmo odiando eu sabia que me deixava louca.
–Você está bem? Onde você está?
–Estou com uma de suas amigas, amante... Não sei bem o que ela é. Estamos... Não sei onde estamos.
–Como assim você não sabe onde está? Você bebeu? Me diga que não bebeu. – Sua voz muda do costumeiro sarcasmo para preocupada.
–Eu simplesmente não sei onde estou, assim como também não sei o que diabos você fez comigo. É claro que eu bebi. O que mais faria na minha situação? – Cuspo todas as palavras que estavam entaladas.
–Com quem você está?
–Com a Carla, lembra-se dela? Acho que não... Aparentemente são tantas. Talvez até eu seja mais uma, só que de mim você lembra não é, afinal, sou sua cunhada. – Definitivamente eu fico muito corajosa sob efeito do álcool.
–Me diga o nome do bar, eu vou te buscar.
–Não!
–Rav...
–Eu não sei o nome do bar, Alex. E mesmo que soubesse, você não tem direito nenhum, nós não temos nada.
–Me diga logo! Onde você está? – Pela primeira vez a vejo fugindo do controle.
–Eu não sei, a Carla não está aqui para que eu possa perguntar a ela.
–Você está bêbada e sozinha? Merda, Ravely! Eu vou para aí.
–Eu não acho uma boa ideia você chegar perto de mim agora, logo agora que eu estava aceitando de bom grado que não devo mais pensar em você. Quem sabe eu até consiga uma substituta, me empresta uma? Você tem tantas...
–Peça pra alguém te dizer o nome do bar. – Só ela parecia conseguir soar calma e ameaçadora na mesma frase.
–Não, Alex... Eu preciso ir, boa noite.
–Ravely!
Eu desligo. Ela deve ter ficado louca, finalmente quem ficou louca dessa vez não fui eu. Ela não respondeu nenhuma de minhas perguntas, mas ao menos pude desabafar. Talvez nem ela tivesse essas repostas. Após refletir o que acabara de acontecer eu concluo que realmente estou bêbada. Talvez amanhã eu me arrependa amargamente de tudo isso. Com certeza vou me arrepender. Finalmente consigo ir ao banheiro. Inacreditavelmente não estava tão sujo. Tomo cuidado para não me molhar com a própria urina, eu não sou muito boa em ficar bêbada. Talvez para piorar tudo eu devesse completar a noite mandando uma mensagem para Augusto. Já estava cheia disso, estava claro que eu não era muito afim dele, talvez dos homens em geral. Danem-se. Saio do banheiro, lavo as mãos e arrumo minha roupa em frente ao espelho, estava me achando bonita, mesmo que os olhos não conseguissem focar muito bem em meu reflexo, deve ser efeito de tanta tequila. Passo cerca de meia hora tentando atravessar toda aquela multidão de pessoas, a fumaça me sufoca. Eu precisava respirar, toda aquela gente havia se tornado sufocante.
Passei pela porta, contrariando o olhar do enorme segurança que a esta altura estava mais preocupado com quem entrava do que com quem saía. Fui para um local mais calmo, onde não havia muito fluxo de pessoas, queria ficar sozinha, praguejar a vida sem ser notada. O beco era um pouco escuro. Como pude ser idiota ao ponto de querer largar tudo para fica com alguém que eu sequer conhecia? Certamente ela estava em alguma festa, acompanhada, eu pude ouvir o som de pessoas rindo do outro lado do telefone. Fico um tempo ali com os olhos fechados, respirando, sentindo a cabeça rodar e o estomago ficar enjoado.
Olho para os dois lados e vejo que não havia ninguém mais por perto.
–Garotas bonitas não deviam estar sozinhas num lugar como esse. – Uma voz masculina me faz arrepiar de medo.
Dei um passo atrás. O final do beco dava acesso para uma rua pequena, provavelmente sem saída. Eu quis voltar para perto da multidão, não havia me dado conta de que estava tão isolada assim. Não iria conseguir passar por ele. Estava me sentindo acuada, torcendo para que ele parasse onde estivesse.
–Qual seu nome, gatinha? Aposto que vai adorar minha companhia.
Seus olhos escuros e frios me olham intensamente.
–Estou de saída. –Eu digo e ele se aproxima, colocando seus braços em mim. Forcei passagem e suas mãos sujas me detiveram.
–Por favor, me deixe ir.
–Porque a pressa? Acabei de chegar...
Aproximou seu rosto de mim, inspirou fundo. Eu tento me afastar dele inutilmente.
–Adorei o perfume. Porque fechou os olhos, está com medo? – Ele sussurra e me coloca contra seu corpo, apertando e puxando ainda mais para perto.
O cheiro de álcool me embrulhava ainda mais o estomago. A essa altura eu já estava implorando a Deus que me ajudasse.
–Não tente fugir, você vai gostar. – Ele coloca uma das mãos apertando meu rosto, com a outra empurra meu tórax contra o muro.
Meu coração batia freneticamente, estava com medo do que ele iria fazer.
Riu sadicamente.
–Que branquinha... Vou me divertir muito. – Tenta me beijar, eu viro o rosto inutilmente.
Com uma das mãos tocou minha coxa e foi subindo aos poucos. Seu sorriso sádico já mostrava o que ele queria. Comecei a chorar, me debatendo, mas ele era forte e eu não conseguia fazer muito. Continua espalhando beijos por meu rosto e pescoço, seu odor me causava repulsa, a barba grossa em minha pele causava desespero.
–Não! Não! Me solta! – Grito em pânico.
–Tire as mãos dela!
Uma voz ainda mais sombria, porém suave soa atrás dele. Alexandra?
Não! O que ela estava fazendo aqui, agora ele iria ataca-la.
O homem tira uma de suas mãos de mim, ri alto e maneia a cabeça para ela.
–Mais uma para brincar com a gente.
Alexandra estava sob a penumbra, eu não conseguia ver seu rosto, apenas que estava com um taco em mãos. Um taco de baisebol?
– Droga, cara! Tanta gente para você mexer nesse lugar e você tinha que escolher logo ela? – Sua voz soava estranhamente calma e desafiadora.
O homem a ignora rindo, volta-se para mim. Aproxima-se novamente, me tocando com o quadril. Antes que pudesse tocar-me com a boca o taco o atinge nas pernas. Seu joelho sede e ele perde o equilíbrio.
–Agora não diga que eu não avisei. Você vai se arrepender de ter escolhido errado.
Ela levanta o taco mais uma vez, antes que ele possa revidar e desce com muita força, pude ouvir o abafar da bancada nas costas do sujeito que cai em meus pés mais uma vez.
Uma série de pancadas se sucede. Alex o atingia freneticamente, sem parar, sem respirar, eu não conseguia sequer contar. No rosto, nos membros, nas costas, no estomago. O sangue mancha o pedaço de madeira. Ela ia matá-lo.
Eu nunca a vi assim, fora de controle, era uma pessoa completamente diferente do que eu imaginava.
–Alex! Alex! Você vai matá-lo.
Só então ela pausa, levanta o rosto para me encarar, os cabelos colados em seu rosto suado. Ela joga o taco sobre o corpo do homem desacordado no chão, como se fosse nada. Começa a chutá-lo.
–Maldito! Gosta...De...Assediar... Bater? Agora... Verá... Como é bom!
O sujeito tentava se defender, protegendo o rosto com as mãos. Alex sobe sobre ele e defere vários socos no rosto. Não me parecia que era a primeira vez que isso acontecia. Ela estava completamente transtornada.
–Alex! Chega, ele já apagou.
Só então ela para, olha para as próprias mãos, estava tremula. Saí de cima do homem desmaiado e corre para mim, eu estava em prantos.
– Você está bem? Ele te machucou? – Me abraça gentilmente.
–Não, não deu tempo. – Segura meu rosto, olhando em meus olhos. Ela estava perturbada. Encosta a testa na minha. – Eu não sei o que faria se tivesse chegado um pouco depois. – Beija meus lábios. – Me perdoe, eu nunca vou deixar nada de mal te acontecer. Me perdoe.
Continua...
Fim do capítulo
E aí, o que acharam de postagem dupla?
Espero que estejam gostando dessa pitada de ação.
Beijão e até o próximo.
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KateF
Em: 31/01/2017
Ahh essas duas ainda me matam. Não gosto de ver ambas sofrendo assim... Ravely precisa entender de uma vez por todas que Alex a ama, mas que não podem ter nada enquanto ela estiver com o irmão dela, né? Mas são tão lindas juntas, aquele telefonema... A forma como a Ravely é caidinha pela Alex... Amo essa história!
E sobre a Alex ter perdido o controle, não sei o que pensar ainda. Talvez ela só precise de alguém que a ajude a manter o equilíbrio e talvez essse alguém seja a Ravely. Espero mesmo que elas fiquem juntas, tô sofrendo!
Já disse que você escreve maravilhosamente bem? É que sua história é uma das mais lindas que já li? Pois então, digo outra vez! Amando cada pedacinho dessa história. E não demora de postar o próximo, por favor <3
Resposta do autor:
Olá Kate!
Essas duas são demais, assim como a situação absurda que elas criam. Está faltando um pouco de enfrentamento da parte delas. Alex lutando contra a maré e a Ravely perdida, sem saber como proceder com tudo o que aconteceu. Uma coisa é certa, cedo ou tarde o pobre Augusto vai rodar. kkkkkkkkk
Você está certa, talvez a Ravely dê um certo equilibrio para Alex, ela apenas precisa ver como Ravely pode vir a lhe fazer bem.
Ah! e por último, mas não menos importante:
Fico muito, muito feliz que goste da história e espero que continue agradando.
Vou tentar postar com frequência hahahah, mas se eu passar do prazo faço postagem dupla.
Beijos e até o próximo!!! ;**
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Mille
Em: 30/01/2017
Ola Tammy
Tenho que mim acostumar com seus capitulos duplos, sempre leio só o segundo kkkkk
Alex e Julia matando a saudade, e só a Julia sentiu algo, provavelmente ficará que nem carrapto atras da Alex.
Rav tomando todas, e saindo para pensar, ia tento um final de dia tragico, ainda bem que ela ligou para a Alex e ela veio lhe salvar.
Bjus e até os próximos, ficarei atenta agora.;)
Resposta do autor:
Olá Mille!
Aconteceu de novo?
Eu deixei uma nota no final, que era pensando juntamente nisso... Mas acontece. kkkkk
Eu normalmente posto um por semana, só que quando excedo o prazo, posto logo os 2. Sorry.
Alex salvou o dia hein? Ainda bem que ela chegou a tempo, se não... Seria trágico.
Beijos e até o próximo!
ps: Vou por uma nota para você não se confundir no próximo hein! kkkkkkk
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Rita
Em: 30/01/2017
Caralho que loucura! Ainda bem que a Alex chegou a tempo. Ufa.
Resposta do autor:
Foi tenso né? Ainda bem mesmo que a Alex chegou, poderia ter sido bem pior. Vamos ver agora como ela vai reagir com esses acontecimentos. Ela estava se segurando para não perder o controle e agora com isso... Não sei não.
Até o próximo!
;**
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rhina
Em: 30/01/2017
Amei...
Amei. ...
capítulo maravilhoso. ...em tudo.....mandou super bem
a história está ótima
rhina
Resposta do autor:
Olá Rhina!
Muito contente que tenha gostado.
Vamos ver agora o que acontecerá; Ravely termina com Augusto? Júlia entra em cena? Só confusão. kkkkk
Beijão, até o próximo!
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Palas F
Em: 30/01/2017
Caaaaraca.. agooora sim a Rav teve noção do monstro que existe dentro da Alex.. e agora?
Amando essa sequencia de dois caps.. quando cê vai pular pra 3? Próxima postagem? Quarta?? hahahah Estava com saudade !!! Boa semana.
Resposta do autor:
Agora a Ravely viu sobre o que outros falavam, viu o outro lado de Alex. Vamos ver o que ela vai pensar disso tudo, será que vai acabar aquele encanto? Eu acho que não, mas vai saber né?
kkkk
Quando eu vou pular para 3? kkkkk Pergunta difícil, mas pode acontecer algum dia desses hein... Vamos ver, vamos ver....
Ótima semana e até o próximo capítulo.
bjs.
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