Capítulo XXVII De janeiro a janeiro
Fico me perguntando o que é o amor? Ele chega arrebatadoramente... Ou é construído dia após dia? Não sei muito sobre o amor... Há ainda muito para aprender, durante estes pequenos momentos, de minha existência... Contudo aquela mulher jamais saberia o significado desta palavra. Mas quem disse que pra viver, o amor, se faz necessário! E era isso que ela não compreenderia...
Malvina estava com o olhar fixo em uma fotografia velha e rasgada. A jovem na foto sorria lindamente, no meio de uma moça e um rapaz. Os braços estavam envolvidos cada um em um pescoço e a alegria era compartilhada por todos. A foto era tão antiga quanto aquele sentimento... Foi descartada como se não fosse nada! Como se seu sentimento não existisse! Mas não deixaria que o amor passasse por cima dela novamente, seria mais forte que ele. Provando para si que a vida não é um conto de fadas!
Fechou os profundos olhos verdes e respirou fundo, a imagem do um par de olhos castanho mel, lhe veio à mente...
- Sua filha jamais será feliz!
Um trovão irrompeu o céu. Novamente a tempestade se aproximava daquela cidade...
§
Estava tudo tranquilo se não fosse pelo barulho do celular que não deixava Ana dormir. Com a cara no meio dos travesseiros, Ana estendeu o braço, sem ao menos olhar para o lado, tentando alcançar há cômoda, onde seu celular estava. Mas sua mão foi de encontro a um peitoral muito malhado, por sinal.
- Mas o que... – Resmungou sem levantar a cabeça. – Félix! – Gritou assim que encontrou os olhos do rapaz.
- Você ronca muito, sabia? – Sorriu debochado.
- Sai da minha cama, agora! – Ana começou a jogar os travesseiros na cara do rapaz, com toda a força que possuía.
- Nossa isso que só dormi ao seu lado... Pensa se tivéssemos tido mais intimidade! – Não conseguiu rir por muito tempo, pois Ana o chutou em direção ao chão.
- Quer mais intimidade que ficar me olhando dormir? – Disse brava.
- Que culpa eu tenho, se você ronca mais que homem! – Disse sério, mas sua vontade era outra.
Ana o fuzilou-o com o olhar. Sem nada dizer seguiu em direção ao banheiro. Um longo banho era tudo o que precisava. Depois pensaria em como ocultar o cadáver de Félix. Porque sim! Ele era um homem morto. Nunca havia amanhecido ao lado de nenhum homem, até porque a exceção era sua amiga. Odiava compartilhar momentos afetuosos com quem quer que fosse. Nem Dani dormia com ela... Quem aquele engomadinho estava pensando que era?
Saiu do banheiro mais possuída do que havia entrado! Vestiu-se rapidamente, branco era o look que passou a fazer parte de sua rotina. Mas assim que se aproximou da cozinha sentiu o cheiro de panquecas e decidiu levantar a bandeira de paz, em prol de seu estômago.
- Está mais calma? – Perguntou depositando as panquecas na mesa e sentando de frente para ela. O café da manhã estava majestoso! Ana ficou impressionada, o engomadinho não era de todo desperdício assim.
- Na verdade estava pensando como ocultaria seu cadáver! – Disse séria.
- E o que lhe fez mudar de ideia? – Perguntou erguendo a sobrancelha.
- Tá brincando, né?! São panquecas! Ninguém que faz panquecas pela manhã merece morrer. – Sorriu para Félix, que lhe retribuiu em resposta.
Ana lavava a louça enquanto Félix secava. Mais casal que isso impossível. Félix contava sobre uma audiência importante que teria pela manhã e de como havia se dedicado. Aninha prestava atenção há tudo não sabia explicar, mas ouvir Félix a deixava empolgada. Mesmo com toda aquela autoestima, que Félix exalava, sabia que ele estava apreensivo.
- Ei! Tenho certeza que você irá ganhar... Afinal depois de uma refeição reforçada é impossível perde! – Deu uma leve piscada. – E depois é só jogar esse seu charme engomado pra cima da juíza e tá tudo certo!
- Então quer dizer que sou charmoso? – Tinha um olhar vitorioso em um sorriso cafajeste.
- Claro, ainda mais quando vira cozinheiro matinal! – Os dois riram juntos e foi juntos que seguiram cada um para seu carro.
§
Assim que o sol deu o ar da graça, naquela manhã fresca, Carolina saiu para caminhar, afinal não tinha como correr, a melhor opção era andar. Sempre ficava encantada com os lugares novos que conhecia, desde que havia viajado pelo mundo com a Ana, era assim... Tinha aprendido a apreciar as belezas naturas e foi isso que abrilhantou seus projetos desde então.
Estava se sentido mais leve, mais tranquila, mais feliz! Sim, estava muito feliz. Manuela com toda certeza era o motivo por trás disso. Depois da conversa que tiveram naquela noite... Carolina não estava mais se sentindo preza aquele passado, que antes lhe atormentava. Sabia que depois da conversa delas seguiria em frente... Tendo ou não Manuela ao seu lado. Há amava tanto que saberia respeitar suas decisões. E o mundo já não estava mais tão cinza como antes.
Olhou em volta e percebeu que o verde do lugar estava magicamente lindo, tendo os primeiros raios do sol entre as árvores. Tirou uma belíssima foto com seu celular e lembrou-se de alguém que estava muito longe.
“Que esta manhã seja um recomeço, para todos...”. Era a legenda que pôs na foto. Não demorou muito e recebeu a resposta.
“Então não podemos espere acontecer! Se cuida, quero você inteirinha aqui!!”
Carolina não poderia ter amiga melhor, sabia disso. Estava voltando para a cabana quando encontrou uma bela flor sozinha, no meio de todo aquele verde, “e porque não?” Pensou.
Assim que Manu abriu os olhos, à primeira coisa que viu foi uma flor simples, mas tão bela, depositada cuidadosamente no outro travesseiro. Não teve como conter o sorriso e a pegou na mão, sentando-se na cama. Assim que olhou em direção a pequena mesa que ficava na frente do sofá, viu uma delicada refeição matinal. Mas uma voz vinda do banheiro lhe roupou a atenção.
- Olha o café é com você... – Disse uma Carol sorridente.
- Comigo? – Manu investigou. – Então quer dizer que você fez tudo aquilo?
- Duvida das minhas capacidades de culinária? – Fingiu desapontamento.
- Não! Mas como aqui não tem uma cozinha... Então sim!
- Realmente eu pedi que trouxessem... Mas a organização foi toda minha! – Riu para Manuela.
- Compreendo! – Levantou-se. – Agora me deixa ir fazer minha higiene e já venho fazer o café... Até porque não podemos nos atrasar a Senhorita tem muitas palestras para participar!
Mas antes de entrar no banheiro Carol acompanhou com os olhos Manuela. A moça foi até a mesinha, pegou um dos copos, colocou água e depositou a flor. Ao passar por Carolina disse sorrindo delicadamente em seu ouvido.
- Adorei a flor... – Notou como sua chefe se arrepiou na região próxima de seus lábios e não pode conter a euforia que seu corpo sentiu.
O resto da manhã ocorreu de forma tranquila. Manuela agradeceu mentalmente por não encontrar a oferecida em lugar algum, parecia ter sumido da mesma forma que apareceu. Observava todos os movimentos que a Carolina fazia... Sempre sorridente e carinhosa com todos, admirava-a cada vez mais.
Carol escolheu um lugar calmo para que pudessem almoçar. Havia musica ao fundo, deixando o ambiente mais gostoso de estar. Notou que Carolina estava muito fixada naquele celular... E isso já há estava incomodando. Pigarreou tendo a atenção de sua chefe, que na hora olhou o semblante de Manuela, largando o celular na mesa.
- O que você quer comer? – Disse tentando amenizar a cara de Manu.
- Não sei... Quem sabe seu celular possa responder por mim? – Sorriu irônica.
- Bem que eu queria... – Sussurrou Carolina. – Mas já que ainda não existe um aplicativo assim, vou pedir por nós!
- Cuidado com o que vai pedir, posso ser alérgica! – Estava mesmo brava e Carol sabia disso.
- Fica tranquila que não estou vendo nenhum gato por aqui. – Manu a observou.
- Como? – Disse surpresa.
- Você só é alérgica há pelo de gato Manuela, sendo assim, não vai cair morta no chão. Pode ficar tranquila! – Devolveu a ironia para Manu.
- Não vou ganhar uma de você, nunca? – Sorriu de lado ao constatar aquilo.
- Esqueceu que sou uma imensidão de conhecimento! – Debochou.
- Vai rindo Carolina, mas assim que eu me lembrar de tudo... Tenho certeza que esse sorrisinho ai – apontou para o rosto de sua chefe. – não vai durar por muito tempo.
- Você quer lembrar? – Perguntou sentindo um misto de euforia e alegria.
- Sim! Mais que nunca... – Lançou um olhar sedutor para Carol, que nada respondeu, mas tinha muitas cantadas para soltar.
Almoçaram com uma troca intensiva de olhares, até que uma musica chamou a atenção de Manu... Não sabia explicar, mas aquela melodia era linda. Carol notou que a moça parecia concentrada e ficou a olhando, até que Manu acabou com o silêncio.
- O que diz a letra dessa música? – Logo de inicio Carol não entendeu, mas passou a prestar atenção na música.
- Bom... Ela diz que um amará o outro de janeiro a janeiro... – Olhou para Manuela e sorriu. – Até o mundo acabar...
Manuela sentiu seu coração aquecer naquele mesmo instante. Iria pesquisar a música assim que tivesse tempo, o que não aconteceria tão cedo.
Os dias passaram rápido demais para Manuela, que mesmo cansada, não queria que aquilo acabasse, pois estaria voltando para um lugar, onde não dormiria no mesmo lugar que Carol, não ficaria todo tempo junto dela... Mas talvez não tivesse que ser assim...
Estavam desembarcando em San Diego, quando avistaram os pais de Carol, que haviam ido lhes buscar. Manuela acomodou-se no banco de trás sendo seguida por Carol. Estranhou ver Samira indo em direção ao volante e sorriu engraçada quando notou que Robert sentou no banco do passageiro. Samira percebeu o olhar de sua nora sobre si... “Como ela podia ser tão parecida com a mãe”, pensou. Assim que Samira observou aquele par de olhos verdes lhe mirando com curiosidade, falou:
- Fica tranquila Manuela, pois é muito mais divertido comigo no comando! Robert parece uma tartaruga e das velhas! – Olhou divertida para o marido.
- Ai não, Amor! Tartaruga não... – Fingiu-se de indignado.
- É mãe! Não fala assim com o pai...
- Obrigado minha filha! – Respondeu altivo, mas depois jogou-se rendido no banco ao escutar.
- Ele tá mais pra lesma, mesmo! – Retrucou Carol.
Todos riram juntos. Manuela não se cansava dessa alegria que eles possuíam juntos. O longo percurso que fariam, foi demasiadamente rápido, isso pela ótima companhia que ela possuía. Assim que pararam em frente ao apartamento de Manuela, Carolina segurou a moça pelo braço obtendo a atenção da mesma.
- Sexta-feira voltaremos para o trabalho, ok? Pode descansar... Você merece, foi sensacional no congresso!
- Obrigada. Mas acho que as felicitações deveriam ser para você!
- Realmente tens razão... Sou inigualável! – Sorriu de canto.
- E convencida também! – Sorriu. – Até sexta Senhorita Portman! – Desceu do carro e abraçou os pais de Carol que estavam com a bagagem da moça.
Carolina não conteve o imenso sorriso... Manuela estava sendo... Manuela!
- E Então? – Samira olhou a filha pelo retrovisor.
- Eu a quero mais que tudo!
- Isso todo mundo já sabe...
Fim do capítulo
Eaee
Só de boas... aqui escrevendo capítulos
kkkkkk
O que Samira viu naquele par de olhos verdes?
auhsua
Nunca saberesmo, neh Tíme!! heheh
Bjaoo
o/
Comentar este capítulo:
cidinhamanu
Em: 26/01/2017
Oi Ká.
Ah esse olhar!
Detentor de tantos mistérios.
Mistério maior seria desvendar seu dono. *_*
Beijos e até o próximo.
Cidinha.
Resposta do autor:
Eaee Cidi...
E que olhar!!
Adora um mistério...
heheh
Bjaoo
o/
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