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  • A garota do quarto ao lado
  • Capítulo 17 - O gosto bom do proibido

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A garota do quarto ao lado por Tammy

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Palavras: 3557
Acessos: 2433   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 17 - O gosto bom do proibido

Alexandra

Sai de perto dela fechando a porta da sala com toda a força que eu tinha. Tive que sair, embora o que eu mais quisesse fosse prolongar aquele beijo. Toquei em meus lábios e fechei os olhos. Era como se pudesse sentir sua presença ainda ali, tão próxima e ao mesmo tempo tão distante de mim. Mas não podia, não devia.

Caminhei sem direção e quando me dei conta estava no estábulo, perto dos cavalos, levei certo tempo para me acostumar com a escuridão lá fora. Aquele nó em minha garganta incomodava, eu queria um refúgio, mas o único refúgio possível seria nos braços dela, e isso certamente não poderia ter. Um vazio imenso preencheu meu peito enquanto sentia uma garoa fina cair. Eu queria que isso já estivesse acabado, mas no fundo eu sei que ainda a quero aqui. O mais irônico de tudo é que se fosse qualquer um, qualquer outro, eu não hesitaria nenhum segundo. Mas nessas condições não posso sequer encontrá-la escondido, não posso continuar alimentando essa vontade de pensar em Ravely, ela tinha que ser apagada. Preciso te esquecer.

–Preciso te esquecer!

Joguei uma garrafa com toda força que se estilhaçou ao tocar a parede de madeira, os cavalos se agitaram com o barulho.

–Xiiii, calma, calma. – Logo eles ficaram em silêncio, com exceção do animal da última baia que se agitou novamente fazendo com que os outros também se manifestassem.

Ouvi alguns passos, me afastei de perto dos cavalos para ver quem era.

–Quem está aí? – Me surpreendi ao ver Ravely parada na entrada, parecia assustada com o cavalo agitado.

–Ele não vai te machucar. – Ao contrário de você, estando aqui sozinha comigo. – O que faz aqui?

Ela tinha os cabelos úmidos colados ao rosto. Não dizia nada, apenas sustentava aquele olhar revoltado em seu rosto.

–Quem você pensa que é para me dar às costas, me deixar falando sozinha?

Ouvi atentamente enquanto se aproximava de mim, aparentemente furiosa. Deus, ela fica ainda mais sexy assim. Continuei onde estava, observando temendo onde aquilo poderia chegar, tentando lutar contra minhas vontades e desejos. Meu corpo se lembrava de cada sensação, cada toque que a pele dela me causava.

–Eu não pedi para você entrar na minha vida. Eu estava muito bem sozinha.

Empurrou-me com força contra a cerca de madeira. Fiquei perplexa, ela era ousada e embora eu não admitisse, queria muito sua proximidade. Continuei sem responder, ela se aproximou e ia me empurrar mais uma vez. Segurei seus pulsos.

–Eu te pedi para parar. – Olhei dentro de seus olhos, não sei dizer quanto tempo ficamos nos encarando. Puxei seu corpo para mim. – Você quer me ver sofrer, é isso o que quer?

–Pare primeiro você  de me olhar assim, Alex, então talvez eu tenha chances de  desistir. – Ela diz baixinho e sua resposta me deixa fora de equilíbrio porque eu esperava por sua raiva, mas mais que qualquer coisa ela parecia gostar.

 Ela tinha o corpo completamente colado ao meu, apenas a cabeça se afastava, impedindo o contato dos nossos lábios. A mantive presa com uma mão e com a outra segurei seus cabelos com força. Aproximei meu rosto, inspirei fundo.

–Eu tento fazer o certo, mas você não está me ajudando, Ravely.

Puxei com um pouco mais de firmeza, sua expressão de dor e prazer me fez perder o resto do juízo que sobrava.

–Então me solte. – Ela disse, mordendo o lábio logo em seguida.

Sorri, não é que a garota sabia jogar?

Virei seu corpo, fazendo-a ficar presa entre meu corpo e a cerca, porém, agora de costas para mim. Puxei seu cabelo para trás, deixando o pescoço livre...Deslizei  minha língua por toda sua extensão, enquanto minha mão buscava por seus seios. Pressionei meu corpo sobre o seu. Ela gem*u e o desejo tomou total controle sobre mim. Ela tentou me empurrar, dei espaço para que ficasse de frente para mim, mas não saiu do lugar. Me aproximei novamente. Respiração ofegante e ela percebeu o que suas ações me causavam.

-Você não vai sair daqui! – Falei baixinho em seu ouvido.

Tomei seus lábios, e ela correspondeu exigente, com vontade. Deslizou a mão pelo meu cabelo, prendendo meu pescoço sob seu controle, totalmente entregue. Mordeu meu lábio, forte, cheia de intenção. Gemi. Sem pensar um segundo tirei sua camiseta, expus seu seio descoberto. Agarrei-o com força, esfregando o dedo sobre o mamilo rosado, degustando a mistura de dor e prazer. Desci a boca e o suguei com vontade, com força, ela arqueou o corpo... Subi a boca até seu pescoço. Puxei seu corpo e a levei para uma baia vazia, onde ficavam os fenos. A deitei num canto enquanto desabotoava meu jeans. Ela assistia atenta, como se não quisesse perder sequer um instante.

-Você deveria desistir de mim. – Me deitei sobre ela.

Puxei seu pequeno short, ela não usava calcinha, isso me fez morder a excitação que só crescia. Posicionei minha perna entre as suas, ela não disse nada. Segurei seus braços acima da sua cabeça, ela continuava em silêncio. A chuva aumentou lá fora, mas não nos importamos. Deslizei minha mão por seu corpo até tocar seu sex*, estava úmido, muito úmido. Ela abriu um pouco as pernas, dando passagem para o que eu estava prestes a fazer.

-É assim que eu gosto. – Sussurrei em seu ouvido.

Me segurei para não goz*r só por senti-la tão úmida. Ela deslizou as mãos por minhas costas, alcançou meus lábios, o beijo mais doce que já senti, apenas provou que eu jamais deixaria de querer beijá-la. Sua respiração estava fora do ritmo e eu só estava adorando vê-la assim tão entregue, do jeito que sempre quis. Percorri seu corpo com os lábios e a língua, saboreando seu gosto. Ela se ofereceu... Enlouqueci várias vezes seguidas quando senti seu sex*, era como se eu realmente precisasse disso para viver. Aos poucos deixou-me penetra-la. Gem*u baixinho entre meus lábios, senti resistência de inicio, mas então passou a fluir, indo e vindo lentamente até que os movimentos de Ravely aceleraram.  Eu quis prolongar ao máximo aquele contato, mas não demorou muito até sentir seu corpo contraindo seguido por um grito abafado em mim. Não aguentei e g*zei também, apenas por ter esse contato com ela. Deitei ao seu lado, sentindo seu corpo me envolvendo.

“Eu não posso me apaixonar”- Disse ou pensei...

Ela me beijou, reiniciando outra vez as carícias. Todas as dúvidas que me assombravam não estavam ali naquele momento, apenas a imensa vontade de senti-la outra vez em mim. Os toques foram se intensificando, agora suas mãos me percorriam incessantemente, iniciando tudo outra vez.

Ficamos assim por algum tempo até pegar no sono.

***

Sabe qual o maior problema de agir por impulso? Sempre depois você corre o risco de repensar sobre o  que fez e então vem o arrependimento e a prova disso era a forma como doía.

Acordei ao sentir seu corpo relaxado sobre o meu. Estava ainda um pouco confusa e não soube dizer quanto tempo exatamente havia passado, mas sabia que já era tarde.

-Ravely! Ravely! Acorda... – Cada vez que chamava seu nome, uma pontada de dor me consumia.

Ela abriu os olhos e sorriu, o sorriso mais lindo de todos. Quis beijá-la no mesmo instante.

-Que hora são? – Perguntou com a voz manhosa.

-Não sei, não faço ideia de quanto tempo ficamos aqui, mas precisamos ir, precisamos ir agora!

Comecei a me vestir o mais rápido que pude, com medo de que alguém nos encontrasse por ali. Augusto. Ela apenas ficou me olhando, desapontada. Suspirou e também começou a recolher as roupas ainda espalhadas pelo chão.

-Não devíamos ter feito isso...

-Não devíamos ter feito muitas coisas, Alex. – Ela me olhou de forma estranha, revoltada. Terminou de se vestir e saiu em minha frente.

Fiquei pensando no que dizer para meu irmão, ou quem quer que nos visse saindo do estábulo a essa hora, mas então notei que seu carro ainda não havia chegado ali, do contrário nos teria pego no flagra.  O caminho até a casa foi em silêncio, apenas se ouvia os passos fundos de Ravely espirrando água empoçada no gramado. Agora ela parecia estar muito brava.

Ravely

Em um momento estava nas nuvens e logo em seguida fui jogada ao chão. Como ela conseguia ser tão carinhosa em um momento e no outro instante me tratar tanta frieza? Apenas fiquei em silêncio, eu já devia esperar que isso aconteceria. Na verdade foi a confirmação, era exatamente o que ela queria: ficar comigo às escondidas. Eu já devia saber que para ela apenas tinha sido uma forma de saciar o desejo.

Entramos em casa e Julia estava passando pela sala. Não disse nada, apenas olhei para Alexandra que continuou em direção à escada.

Chegamos no corredor para o quarto, Alex parou em frente a porta, hesitou por alguns instantes, pensei que fosse dizer alguma coisa. Ela abriu um pouco e ponderou. Pude ver uma pequena parte do interior, havia muitas coisas jogadas no chão, como se uma ventania houvesse passado por lá. “O que aconteceu aqui?” pensei.

-Alex...

-Boa noite, Rav... – Bateu a porta logo em seguida, me deixou mais uma vez esperando. Mesmo tendo medo do que ela poderia dizer ou do que estava pensando, eu continuei esperando, esperando por um pedido de desculpas, que não veio, talvez nunca viesse. Consegui ficar ainda mais nervosa. Como, como ela podia reagir assim?

Entrei debaixo do chuveiro tentando arrancar seu cheiro do meu corpo, ao mesmo tempo em que torcia para que não saísse. Ainda bem que estava sozinha e a visita médica de Augusto na verdade havia se tornado um plantão. Deitei na cama tentando dormir, mas praticamente passei a noite em claro pensando em Alexandra.

***

Alexandra

Entrei no quarto desviando de todos os cacos dispostos no chão. Eu realmente tinha feito um bom estrago. E ainda assim, consegui meter os pés pelas mãos de novo. Como eu pude? Dormi com a namorada do meu irmão de novo. E foi bom, foi muito bom. A vontade de quebrar as coisas surgiu de novo, porque agora eu pude imaginar: Será que ela se deitava com ele assim como foi comigo? Não! Não! Não pode ser. Não   quero pensar nisso. Dói demais. Eu precisava ir embora daqui, não aguentaria mais um passo para perto dela. Era como viver toda a história de novo.

Percebi que não iria conseguir dormir essa noite, sempre esperando ouvir Augusto chegar e entrar naquele quarto. Tomei dois comprimidos dos calmantes que ele sempre recomendava. Odiava esses remédios, sempre me faziam ficar confusa, me perder dentro da minha própria mente, mas eu não tinha escolha, tinha? Já estava perdida pela garota do quarto ao lado, no quarto do meu irmão.

 

No dia seguinte acordei com uma dor de cabeça do tamanho do mundo. Eram quase 10 da manhã e perdi minha chance de sair logo cedo, antes que me vissem. Desço para o café da manhã e minha casa se encontrava mais agitada que o de costume.


Por incrível que pareça Augusto e Ravely não estavam com os outros, isso significa que estavam dormindo ou... Não,  não quero pensar. Não quero vê-la em minha frente de novo. Encho-me de raiva novamente só de lembrar, pressiono as mãos e o sangue volta a minar. Merda.
Estava absorta em meus pensamentos quando ouço os passos dela. Viro-me imediatamente, ela estava de biquíni preto. Eu nunca a vi de biquíni. O cabelo molhado indicou que já estava há horas de pé. Suspirei lembrando da noite passada, corpos colados no chão do celeiro. Meu único pensamento foi: Esse dia vai ser difícil.

Continuei... Continue controlando a vontade insana de tê-la nos braços mais uma vez, só mais uma vez. Apenas a observei, torcendo para que não fosse à última vez, mesmo sabendo que isso só tornava as coisas ainda mais difíceis para mim, alimentando um desejo que jamais seria saciado. Mas como não olhar, como evitar? Pensei que fosse passar por mim sem dizer uma palavra sequer, mas antes de chegar na saída ela se vira:
–O que houve com sua mão? – Diferente de ontem, agora estava preocupada.
–Nada. Só um acidente ontem à noite. – Cobri o corte.
– Que acidente? Isso esta feio, precisa de cuidados.
– Hey. O que acha que esta fazendo? –Olhei-a dos pés a cabeça, tentando controlar a gana que sentia em agarra-la, eu estava ardendo de vontade dela.
– Agora? Tentando ver seu ferimento. Por quê? Acha q estou tentando dar em cima da minha cunhada? Não se preocupe, você deixou tudo muito claro ontem à noite.
–Então pare de me tocar desse jeito.

Só então ela se deu conta de como estava, fechou o cenho, voltou a ficar irritada. Sorri. Ela ficava ainda mais linda quando era contrariada.

–Cadê seu namorado, ou melhor dizendo... Meu irmão?

–Está dormindo. Devia estar mais preocupada com sua noiva. – Apontou para a janela que dava visão a Júlia na piscina.

–Ela não é nada minha.

–A é? Então porque será que a vi sair do seu quarto ontem à noite?

–O quê?

Não me lembrava de ter visto Júlia no meu quarto, provavelmente ela deve ter entrado depois que eu estive dopada com os remédios. Maldita seja. Não basta atrapalhar minha vida uma vez, não. Ela tem que voltar para se certificar de que o trabalho havia sido bem feito.

Ravely continuou me olhando com os olhos transbordando raiva, ciúmes...? Ainda não a tinha visto assim. Luiza gritou quebrando o contato. Tornou sua atenção para fora e se afastou sem olhar novamente para mim.

Deus, como poderia ser tão linda? Eu queria evitá-la assim como também não queria magoar meu irmão, mas como conseguiria viver com essa tentação passando de um lado para outro tão perto de mim?

 Segui para o escritório tentando me esconder. Fiz algumas ligações, assinei alguns contratos e depois fiquei de pernas para cima ouvindo os gritos de animação da parte de fora, até que uma voz masculina confirmou que meu irmão estava entre elas. Agora que eu não saio deste escritório mesmo.

***

Ravely

       Passei o dia sem ver Alex, me perguntando por onde será que ela andava e o que fazia. Estamos em período de férias, ela é filhinha de papai, não era possível que fosse a única a trabalhar. Sempre depois de algum dos nossos contatos os minutos passavam lentos como uma tortura a espera de vê-la de novo e de novo, porque mesmo sem admitir ou dizer, vê-la era como fazer meu coração cantar, mesmo sabendo que depois de mim, sempre poderia haver outra ou outras.

       Augusto me encontrou ao redor da piscina, só de ver sua aproximação senti medo de receber um possível beijo.

–Olha o que encontrei no carro. – Entregou meu celular. – Milhares de ligações de Fred, você não avisou ele que viria para cá?

Oh céus, Fred! Não tinha falado com ele desde o dia anterior.

–Não consegui falar com ele, vou ligar agora mesmo.

Olhei para a tela do aparelho e abri algumas mensagens.

"Não saia com Augusto, precisamos conversar"

“ATENDE ESSE TELEFONE! É URGENTE!”

“DROGA,  Você não está lendo nada do que eu envio, não é mesmo?”

“A essa altura já descobriu tudo por si mesma. Merda!”

Desisti de fazer a ligação, pois não poderia responder a tudo o que ele fosse perguntar estando ali, cercada por tantas pessoas,então apenas mandei uma mensagem para confirmar que estava bem.

      A noite já dava os primeiros sinais, e a lua estava especialmente deslumbrante hoje, me fazendo sentir um gosto de saudade estranho. Seguimos para a sala de jantar e mais uma vez Alexandra não estava por lá, assim como durante o almoço. Segurei a vontade de perguntar do seu paradeiro, mas não foi preciso, Augusto o fez por mim e logo em seguida ela apareceu. Sentou-se na extremidade, o mais distante possível de mim ou talvez o mais próximo possível de Julia. Droga, não consigo ver a cor. Sem perceber, eu não conseguia tirar os olhos dela e dona Clara me observava.

–Filha, poderia ter levado Ravely para conhecer os animais do Haras.

–Tenho certeza que ela já fez isso, Madrinha. – Disse Julia. De momento eu não entendi, mas assim que me olhou esnobe eu pude perceber que ela se referia a noite passada. Olhei para dona Clara tentando ler seu olhar que provavelmente era inquisidor. Meu rosto corou no mesmo instante.

–Você não sabe o momento de ficar calada, não é garota? – Respondeu exaltada e todos olharam imediatamente para Alexandra.

–Alex!

–Cheia de insinuações... Porque não fica quieta? Não, para começo de conversa, não devia sequer estar aqui. – Ela solta os talheres sobre a mesa bruscamente.

–Alex, se acalme. Você tomou os calmantes hoje?

–Chega disso, Augusto, eu não preciso de calmante algum, preciso de paz. Chega desse circo, estou saindo daqui. – Se levantou empurrando a cadeira que caiu atrás de si.

Clara insinuou ir atrás dela e Julia não deixou:

–Deixa madrinha, deixa que eu falo com ela...

Dona Clara assentiu e Julia saiu correndo atrás de Alexandra. Em menos de cinco minutos foi possível ouvir uma sucessão de gritos vindos do andar de cima.

–Saí de perto de mim, Julia, me deixe em paz!

Portas batiam.

–Não! Não há conversa, tarde demais para isso, você já acabou com minha vida o suficiente para a vida toda, não acha?

–Só pode ser brincadeira. Vá atrás do seu namorado, não foi para isso que me traiu com ele?

Objetos eram jogados.

–Saí de perto de mim! Já disse!

–Não, você não sabe do que sou capaz.

Augusto se levantou para separar a briga:

–Elas vão se matar.

–Deixa que elas se resolvam, sempre foi assim e ninguém morreu. – Luiza disse.

Mas ele foi mesmo assim e logo o silêncio constrangedor se instaurou. Fiquei me perguntando que tipo de coisa obscura aconteceu com essas duas? Nunca tinha visto Alexandra tão exaltada assim.

–Acho melhor te levar para casa agora.

–Tudo bem. – Eu disse.

Peguei minhas poucas coisas e fomos em direção ao carro - de mãos dadas. Olhei para trás, e lá estava ela, nos assistindo, desviou o olhar assim que percebeu que eu estava olhando, correu para a garagem com uma mochila nas costas. Para onde será que ela estava indo?

–Alexandra sempre estragando as festas. Viu... Eu te disse que ela era assim.

–Não acho que tenha sido culpa dela. Na verdade parece que a tal Julia a provoca bastante.

Entramos e ele saiu cantando o pneu do carro.

–Alexandra é desequilibrada, ela sempre teve problema para se relacionar com as pessoas. Sempre foi muito isolada até conhecer Julia ainda quando eram crianças. Ela foi sua única amiga durante anos. Por um tempo pensei que fosse por ser muito mimada pelo meu pai e sua mãe, mas depois comecei a pensar que tinha algo mais.

–Espera aí... Dona Clara não é sua mãe?

–Não, ela apenas é mãe de Alexandra... Luiza e eu fomos criados por ela como seus filhos, nossa mãe foi embora com um empresário chefe do meu pai e nos deixou para trás.

–Isso explica porque são tão diferentes fisicamente.

–Não só fisicamente. Alexandra... Ela é aquela que é leal e faz o que puder por você, mas ao mesmo tempo também é explosiva, descontrolada, inconsequente... Eu não sei, não sei mesmo... Acho que ela não tem mais conserto.

–Mas o que realmente aconteceu entre elas?

–Alexandra descobriu um teste de gravidez positivo dentro da bolsa de Julia enquanto ainda eram noivas. Isso a destruiu e os episódios de explosão começaram desde então. Já fui até na delegacia atrás dela, várias acusações de agressão que meus pais sequer sonham. Acho que ela ainda só não foi presa por termos dinheiro, sempre consigo livrá-la.

Fiquei em silêncio tentando processar todas as informações, embora eu já soubesse que não conhecia a metade de quem Alexandra Muller era. Comigo sempre tinha sido aquela pessoa oposta do que diziam, deve ser por isso que nunca a associei como irmã problemática de Augusto. Jamais poderia,  ela era toda gentileza, inconsequente sim, mas de um jeito bom, pelo menos para mim. Acho que mesmo que fosse diferente, eu continuaria querendo me perder nela, com ela. Sinto raiva em saber que não consigo controlar, porque a razão diz para não querer esses sentimentos destrutíveis, e ainda assim, inevitavelmente eles resistem.

–Cada um lida diferente com a dor que sente. Talvez para ela tenha sido demais essa traição.

Ele me olhou com carinho, puxando minhas mãos para um beijo.

–E você é linda. 

Quando percebi já estávamos em frente ao meu prédio. Recordei de todos os meus planos, que agora já tinham ido por água abaixo. O beijei rapidamente nos lábios, mesmo sem querer, sabia que com isso evitaria milhões de perguntas. Abri a porta e pisei na calçada – praticamente fugindo da circunstância.

–Hey! Fiquei pensando em passar a noite... Com você.

Engoli seco.

–Seria ótimo, mas sabe que Fred está doente? Acho que vou ter que cuidar dele.

–Entendo... – Seu telefone toca e consigo soltar o fôlego.

– Preciso ir, o trabalho me chama. – Jogou um beijo e partiu, não poderia me sentir mais aliviada.

 

Continua...

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Mais um capítulo!

Só quero agradecer pelos comentários, é sempre muito bom ver esse feedback, dá aquela vontade de continuar escrevendo sempre mais e mais.

Beijão, moças lindas.


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Comentários para 17 - Capítulo 17 - O gosto bom do proibido:
Mille
Mille

Em: 20/01/2017

Oi Tammy

Essas duas não podem ficar juntas a sós que da nisso, a entrega perfeita das duas. Enquanto a Alex tiver dividida entre o sentimento que sente pela Rav e não querer tirar a namorada do irmão ela sempre se entregará a Rav e depois a trata como um erro.

Rav tem que terminar logo o namoro antes que o Augusto seja manipulado pela Júlia sobre o envolvimento das duas.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor:

Olá Mille!

Você está certa. Enquanto Alex não tomar uma decisão ficará nesse vai e vem, "te quero, mas estou arrependida".

O pior de tudo é que nenhuma das duas se decide. Quem sabe se a Rav tomar uma atitude sobre Augusto a Alex não decida lutar por ela? Veremos kkkk.

Beijão, até o próximo.

Responder

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KateF
KateF

Em: 20/01/2017

Quando vi que tinha capítulo novo dei pulos de alegria. E mais um capítulo maravilhoso. Estou encantada com essas duas personagens... Por que elas não dizem logo de uma vez o que estão sentindo uma pela outra?? É muito sofrimento! hahaha Já fico sonhando com o dia em que vão se declarar *_*

 

A Rav é tão doce e tão inocente, de uma maneira linda. Como ela não percebe que a Alex tá caidinha por ela? E o que dizer da Alex? Faltam até palavras... É óbvio o quanto se amam e precisam uma da outra. Ravely precisa terminar com Augusto logo, ela não gosta mais dele, não suporta nem beijá-lo :(

 

Sua fic é simplesmente perfeita! Não demora muito pra atualizar, já sofro de abstinência hahaha 


Resposta do autor:

Hey moça!

Sabia que adoro seus comentários?

Também não vejo a hora de ver a Rav dar o pé no Augusto, vai ser maravilhoso. kkkkkk

Eu tento postar uma vez por semana, mas sou meio enrolada, acho que já deu para notar não é mesmo? Prometo tentar ser mais rápida.

Vou ficar na torcida para  que você continue gostando e comentando.

Beijão e até o próximo.

Responder

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rhina
rhina

Em: 20/01/2017

 

Hey. .....autora me diz onde estava quando  poetizou este capítulo. ....e quem foi a fonte de sua inspiração? ???

SUBLIME. ....todos os fatos ali relatados me mereciam bailar enquanto lia......bailei junto. ...que sensação maravilhosa. .....

que amor vendaval. ....onde passa deixa suas marcas......é fogo que arde.........é frio que congela.........é extremo e nunca será meio. 

Rhina


Resposta do autor:

Olá Rhina! Como vai?

Esse começo de capítulo teve uma pitada a mais de tempero, não é? Fico feliz que tenha se envolvido, espero que isso aconteça cada vez mais.

Beijão, até o próximo!

;*

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Rita
Rita

Em: 20/01/2017

No Review

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Rita
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Em: 20/01/2017

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Rita
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Em: 20/01/2017

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Rita
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Em: 20/01/2017

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Rita
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Em: 20/01/2017

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Rita
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Em: 20/01/2017

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Rita
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Em: 20/01/2017

No Review

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Rita
Rita

Em: 20/01/2017

No Review

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Rita
Rita

Em: 20/01/2017

É fodida a situação, elas tem essa forte atração e é óbvio que há sentimentos ali, está visto que elas se amam, e quando a gente ama e está com a pessoa amada e com aquela atração toda não me choca que elas transem outra vez e não consigam resistir, só depois é que pensam que não deviam ter feito isso mas é foda controlar. A Ravely até já nem quer transar com o namorado porque gosta é da Alex. É inevitável o que está para acontecer mas adiar um pouco parece-me bem. E to curiosa com essa "fama" da Alex, como é que ela tem assim fama de problemática


Resposta do autor:

Realmente essa situação é muito complicada, e os sentimentos intensos as tornam ainda melhores, porém, mais difíceis. A Rav esta confusa porque Alex pede para que ela não diga nada, medo de abalar a relação com o irmão e é óbvio que isso tudo é algo insustentável. Sinto cheiro de tempestade a vista kkkkkk.

Beijão e até o próximo.

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Duda_Gomez1999
Duda_Gomez1999

Em: 19/01/2017

Ain eu gostei muito do capítulo, pena que a Rav não termina logo com o sem graça do Augusto. Coitada da Alex, é a personagem que eu mais amo e eu vou protegê-la. 

Beijos. 


Resposta do autor:

Olá Duda!

Fico feliz que tenha gostado do capítulo.

haha "Calma, calma, calma, não criemos pânico" que a Rav vai reagir... Uma hora ela vai. kkkkkk

#teamAlex

Beijão e até o próximo.

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