Capítulo XXIV Essa causa você perdeu
“Somente hoje” era a frase que estava nos pensamentos de Carolina, quando as duas se separaram. Cogitar a possibilidade de jamais beijar Manuela novamente estava reabrindo uma velha ferida, que havia sentindo há cinco anos atrás, quando a moça não há reconheceu no hospital. Mas o que fazer agora? O que ela deveria falar? Como Manuela reagiria aquele beijo? Mas porque ela havia retribuído tão intensamente a ponte de puxar Carolina para outro?
São muitas perguntas para poucas respostas. Talvez, falar que a Manuela simplesmente a amava, era algo tão óbvio para todos, menos para elas. Quem sabe no fundo estavam com medo desse amor... Com medo de viver esse sentimento tão avassalador, que preferiam manter-se afastadas. Estamos longe de entender o amor, e todos os seus sentimentos e estamos mais longe ainda de compreender essa necessidade do ser humano em sofrer...
Manuela olhou fundo nos olhos castanho claro de Carolina. Já havia notado como eles escureciam conforme os sentimentos da jovem. Tinha percebido também que quando eles escureciam, Carolina tinha os olhos negros como o seu pai, já Samira possuía um castanho mel – parecendo olhos de gato – e nesse momento Carolina estava com eles tão claros que lembrava a mãe da jovem. Manuela sorriu de lado ao pensar naquilo, Carolina era uma perfeita combinação de seus pais.
- Você está bem Manuela? – Falou após perceber o sorriso de canto da moça.
- Sim... É que estava observando seus olhos e... – Ficou corada ao falar sobre o que estava pensando.
- E você percebeu que sou uma junção perfeita de meus pais? – Carol sorriu para ela.
- Como você sabe? – Manu pensou um pouco, pois Carol há estava olhando sugestiva. – Eu já havia falado isso, não é?
- Sim, já havia falado. – Carol continuava com aquele lindo sorriso que encantava a todos.
- O que mais eu sei sobre você? – Perguntou curiosa.
- Bom... Que meu beijo é maravilhosamente meu! E que sou uma mulher sexy, sem ser vulgar...
- E que se acha demais! – Ao ouvir aquilo Carol arregalou os olhos, demostrando seu desapontamento com aquelas palavras. – Mas vou ter que concordar! Seu beijo é maravilhosamente seu... – Manu pensou que reconheceria aquele beijo, mesmo se perdesse a memória um milhão de vezes. Reconheceria o beijo de Carolina mesmo se não pudesse vê-la... Reconhecei-a em qualquer lugar!
Carolina notou como ela estava com um brilho diferente no olhar, algo que Carol não sabia desvendar! Será que Manuela lembrou-se de tudo? Carolina tinha essa ilusão em sua vida... Imaginava, que quando voltasse a se beijarem, Manuela recordaria de tudo, mas para seu desapontamento talvez isso nunca acontecesse. Contudo ainda tinha a esperança de que Manuela lembra-se de algo. Mas aquele brilho nos olhos de Manu há fazia lembrar-se de uma Manuela de cinco anos atrás.
Estavam voltando para a área de lazer quando Carolina foi abordada pelo recepcionista do hotel. O rapaz era um jovem baixinho, aparentando ter uns dezenove anos de idade, não mais que isso. Tinha o cabelo preto e a pele bronzeada do sol, carregava consigo sempre uma pequena agenda, que Carolina achava muito engraçado, pois parecia ter sido feita sob medida para ele.
- Desculpe-me incomodar, Senhorita Portman. – O rapaz parecia sem jeito.
- Tudo bem João. – Carol pareceu pensar – é João?
- Sim senhora! – Sorriu feliz pelo fato da arquiteta ter recordado seu nome, Manuela manteve-se calada pensando o que o rapaz queria. Para sorte da moça ele havia abordado sua chefe em inglês. – Eu tenho um convite para lhe fazer... – Carol ergueu a sobrancelha desconfiada. Assim que recebeu um pedaço de papel dobrado.
“Adoraria ter à sua companhia hoje... Tenho certeza de que não irás querer perder a oportunidade de desfrutar de meus agrados. Afinal uma mulher como você merece o melhor! – Gabrielly.”.
Carolina leu tudo com os olhos semicerrados tinha pavor de pessoas como aquela, soberbas! Sentiu vontade de amassar o papel ali mesmo, mas não o faria era educada demais para um gesto desses, ainda mais na frente do jovem rapaz que nada tinha a ver com aquilo. Manuela estava próxima o suficiente para ler o que estava escrito, e sentiu-se arrependida de não ter agarrado Carolina na frente daquele oferecida, que mesmo não sabendo o nome, imagina ter sido a mulher que estava com Carolina quando ela saiu de seu quarto.
- Obrigada pelo convite João. – Devolveu o papel para o rapaz. Manu não estava acreditando que ela iria aceitar! – Poderia dar minha resposta para a Senhorita Gabrielly? – O rapaz apenas assentiu – Diga a ela que estarei muito ocupada esta noite e todas as noites da minha vida... E que ela tem toda razão, mas eu já tenho o melhor em minha vida. – Piscou divertida para o rapaz que olhou para a mulher ao lado de Carolina e pareceu entender o motivo de tanta felicidade.
- Direi, sim! Pode confiar, Senhorita Portman. – Saiu altivo na sua missão de dar o recado.
- É, parece que você tem mais um admirador! – Manu riu do jeito como o rapaz olhou para Carolina.
- Realmente as pessoas me amam! Fazer o que se seu assim tão sexy. – Piscou para Manuela, que ficou tão mexida com o gesto que nem notou a cara que fez. – Que foi Manuela?
- Foi nada!
- Ok. – Mas Carolina sabia que esse nada, era muito!
§
Félix havia ficado até depois do expediente, em seu escritório, resolvendo alguns assuntos de burocracia. Estava pensando em qual tinha sido a reação de Ana, com aquele presentinho, quando sua porta foi bruscamente aberta. A mulher que estava parada nela, em nada se parecia com o jeito meigo da filha, as semelhanças eram meramente físicas, disso Félix tinha total certeza!
- Como pode deixa-la ir viajar com aquela mulherzinha! – Malvina gritava com o rapaz.
- Manuela está a trabalho, não vejo motivos para não deixa-la ir! – Respondeu calma e seguro de si, como um bom advogado. – Sem contar, é claro, que Manuela é maior de idade e sabe muito bem tomar suas decisões!
- Você é o noivo dela! Não deveria ter permitido! – Estava mais descontrolada do que o normal.
- Você usou muito bem suas palavras, Malvina, sou noivo de Manuela, não sou seu dono. – Respondeu escorando as costas na imensa cadeira, demostrando não haver motivos para se preocupar com os ataques de Malvina.
- Félix, você é um completo idiota! Depois de tudo que lhe contei você deixou-a viajar com a aquela fedelha! – Malvina apontava o dedo na direção do rapaz, que parecia não se importar.
- Não tenho nada contra a Carolina, é uma mulher encantadora. Creio que o ciúme que eu sentia de Manuela falava mais alto algumas vezes, no entanto agora vejo como elas devem ter sofrido por sua causa... – Malvina baixou a mão e fitou Félix. – Você é uma mulher sem caráter Malvina, sem escrúpulos, sem sentimentos! – Cruzou os dedos das mãos, repousando em seu abdômen enquanto voltava a falar. – Esse fascínio que tem pela relação das duas é doentio! Você, ser uma pessoa preconceituosa eu até entendo, mas agora... Isso tudo que faz para separa-las não é tão fácil de entender.
- Você não sabe do que estás falando! - Disse inquieta.
- Por favor, Malvina. Não me venhas com joguinhos! – Colocou os cotovelos na mesa, ainda com as mãos cruzadas, encostando o queixo nelas. – Me diga uma coisa... O que sente em relação à Carolina? – Félix sabia como inverter situações, a ponto das pessoas se perderem em seus raciocínios e caírem por si só.
- Está louco se pensa que eu a amo! Não tenho desejos por aquela fedelha!
- Mas quem aqui falou em amor? Ou desejo? – Sorriu vitorioso. – Tinha certeza que seu problema não era com o fato de Carolina ser lésbica, mas sim, por ela amar sua filha! Enquanto por você ela só tem desprezo... – Félix recostou-se na cadeira, fazendo um gesto para que Malvina responde-se a sua pergunta. – Me responde Malvina, como é para você, uma linda mulher de trinta e nove anos de idade cheia de estilo... Perder para uma garota de vinte e cinco anos e o mais engraçado, é que, essa garota é sua filha? – Félix estava confirmando todas as suas suspeitas.
- Manuela não é... – pareceu ponderar as palavras. – Uma mulher, é uma criança que estas brincando de desafiar sua mãe! – Disse desviando o olhar de Félix e sentando-se na cadeira.
- E parece que ela é muito boa nessa brincadeira. – Sorriu sarcástico.
- Você deveria ter feito o que pedi! Provavelmente ela está te traindo, nesse exato momento. – Provocou-o.
- Tenho certeza que se isto acontecer foi por que ela quis assim. Manuela é uma mulher incrível e nada mais justo que ter alguém tão incrível quanto ela. – Falou demonstrando um sorriso singelo nos lábios.
- O que está querendo dizer? – Perguntou séria.
- Que eu sou mais um, das inúmeras pessoas, que torce pela felicidade delas. – Olhou para a foto deles em sua mesa. – Sabe Malvina, sempre pensei que Manuela deveria ter alguém muito importante em sua vida. Não sei se você sabe, mas Manu fala dormindo... Sem contar nos pesadelos que ela tem durante a noite. – Desviou os olhos para o teto e depois voltou para a mulher a sua frente. – E durante todas as noites que passamos juntos apenas um nome saiu da boca de Manuela, quer saber qual é? – Malvina estava estática. – Carol! Esse é o único nome que ouvi durante todos esses anos. Por mais que ela não se lembre de seu passado, por mais que ela não recorde de seus sonhos... Ela sabe que pertence a alguém, por que ela sente isso! E este ser não é eu.
- Não fale bobagens! – Disse enraivecida.
- Na primeira vez que encontrei Carolina, compreendi o porquê de Manu se sentir ligada a ela... Nunca vi uma pessoa olhar para outra com tamanho carinho, admiração... Amor! Está na cara de Carolina, ela não consegue esconder isso. E Manu por mais que não saiba a olha da mesma forma. – Parou por um instante e pareceu pensar. – Pensei que Manuela e eu seriamos o casal perfeito, tenho certeza que se nós casássemos nossa vida seria perfeita, como a sociedade preza. Teríamos uma relação de respeito e carinho, pois uma relação perfeita não significa que há amor de ambas as partes.
Malvina estava inquieta na cadeira, não acreditava que seu único possível ajudante estava tão sentimental. Ela já havia percebido que Félix não iria apoia-la, mas daria um jeito. Carolina jamais ficaria com Manuela, disso ela tinha certeza.
- Malvina – interrompeu os pensamentos da mulher – como um bom advogado que sou, devo alertá-la... Essa causa você perdeu no dia que elas se conheceram! – Sorriu sentindo-se vitorioso pela cara que Malvina fez. A mulher apenas levantou e foi em direção á porta, mas antes de sair disse:
- Isso é o que você e todos os outros pensam! – Félix não viu, mas Malvina soltou um sorriso de lado. – Sabe, não seria tão ruim se Manuela recuperasse a memórias. – Jamais permitirei que um Fernandes fique ao lado de um Portman! Jamais. Pensou enquanto deixava a sala.
Assim que a mulher saiu, Félix ficou pensativo, ou melhor, preocupado com o que acabara de ouvir. Seus sentidos de advogado estavam em alerta, pois aquela mulher tinha uma carta fortíssima em sua manga, e provavelmente algo que lhe ajudasse caso Manu recuperasse as lembranças. Mas o que poderia ser? Tinha que obter mais informação para poder ajuda-las! Sim, ajuda-las... Pois sempre sentiu que Manuela nunca havia sido realmente sua. Não era um cara sem caráter, apenas acomodado em relação aos pais e sua vida pessoal. Era um profissional excelente e agora estava decidido a ser como pessoa.
Mas para poder ajudar Carolina e Manuela, ele teria que recorrer a uma fonte muito poderosa do saber... Ana! Ana deveria ter todas as informações por parte de Carolina e seria a ela que ele pediria ajuda.
Fim do capítulo
Eaeee Timee
Só eu que amo acampar?? aushau
Voltei ontem e já to aqui!
Então quem tem alguma ideia do que Malvina esconde??
Bjaoo
0/
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Maria Gi
Em: 10/01/2017
Até que enfim voltaste, já estava com muita saudades da Manu eheh
Acampar... Minha relação com acampamentos é bem conturbada. Primeiro era indiferente, depois passei a odiar, mas continuava indo, e agora, vou e gosto, pois o meu amor gosta, e eu a amo tanto, que acampar não é nem um sacrificio, é até muito prazeroso e... afrodisíaco... Eu e ela + uma barraca... <3
Mas voltando para Manu... ou melhor félix, pois ele roubou a cena neste capitulo, mudei totalmente minha opinião sobre ele...
Beijos... quando com amor, são reconhcidos até em outras vidas <3
Beijão!
Resposta do autor:
Amor... <3
Eu sei que você ama mais a Manu do que eu!
Já aceitei isso... rsrsrsr.
Conte-me mais sobre acampar???
kkkkk
"Beijos... quando com amor, são reconhcidos até em outras vidas <3"
Isso quer dizer que na próxima eu os reconhecerei?
heheh
Bjaoo Gi...
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Mille
Em: 09/01/2017
Oi Ka estava com saudades
E voltaste já nos deixando curiosa né, judiação isso viu.
Malvina ter uma queda pela nora e acho que essa carta na manga tem haver dela ter conseguido com a Carol agora se ela está lúcida aí é que está, pois só bebeda ou drogada teria alguma coisa com essa víbora. Ou não é com ela pode ser aquela que estava no shopping.
Gostei da atitude do Félix ponto para ele, e a Ana vai adorar essa parceria em ajudar as duas a serem felizes.
Fiquei aqui encucada: a idade da Marvada é 38?? E Manu 25??
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Eaee Mille
Faze o que neh... Sou uma mulher muito mah... kkkk
A idade da Malvina é 39 e da Manu é 25. asuahsu. Novinha pra ter uma filha? Ou não?
ehheheh
Bjaooo
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rhina
Em: 09/01/2017
O que Malvina tem nas mangas......
Ela não é mãe legítima da Manu.....acho....mas isso não é motivo forte para separá-las
Uma possível noite entre Malvina e Carol....
Malvina já foi brutalmente rejeitada pelo pai da Carol.....e o menino seja irmão da Carol...
Viajei.....
Amei o Félix deste capítulo
Amei o capítulo
Rhina
Resposta do autor:
Eaee Rhina
"Amei o Félix deste capítulo"...
Espero que o Félix surpreenda a todas!!! ehheheh
Pode ter certeza que Malvina tem algo nas mangas...
ashuah
Bjaoo
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Suzi
Em: 09/01/2017
Bem vinda Ka!
Adorei o Félix torcendo pelas meninas, a Ana seria o par perfeito, os dois são uns amores.
Malvina é uma peste, só espero que ela quebre a cara logo.
Bj
Suzi
Resposta do autor:
Eaee Suzi
Aninha e Félix... Quero ver eles juntos, será?!
heheheh
Malvina, Malvina... o que nos esconde?
kkk
Bjaoo
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