Capítulo 23
Saí da casa da Luciana com o coração apertado, eu queria muito ficar com ela, tentar levantar a sua auto estima e matar a saudade que eu estava sentido dela. Mas fazer o que, eu tenho que trabalhar.
Prometi a Luciana que eu iria voltar mais tarde para passar mais um tempo com ela, mas acabou que eu não consegui por que eu sai do trabalho só a noite e não pude ir até a casa dela, mas eu mandei uma mensagem de Boa noite e expliquei o motivo por eu não ter ido vê-la.
Até agora a fixa não caiu, eu não consigo acreditar que a Luciana esta com câncer, é tão doloroso vê-la naquele estado, meu coração quase se parte em dois ao saber por tudo que ela vai passar daqui pra frente.
Todos os dias exceto sábado e domingo eu acompanhei a Luciana às suas sessões de quimioterapia, eu a levava de táxi e eu via que a Luciana não se sentia muito confortável por eu sempre pagar as corridas, então resolvi comprar um carro, eu já estava pensando em comprar um e agora é uma ótima oportunidade.
Como todas as manhãs dei leves batidas no portão da casa da Luciana e a sua mãe me atendeu sorrindo.
-- oi flor.- ela me abraçou como todos os dias. Ela me agradece muito por eu ser tão atenciosa com a filha dela.
-- a Luciana já está pronta?- sorri em forma de retribuição pelo carinho.
-- está sim eu vou chama-la.
-- ok.
-- você não quer entrar.- me perguntou antes de se virar.
-- não, eu vou esperar por ela por aqui mesmo.- ela assentiu e foi chama-la.
Me escorei no carro e aguardei até que a Luciana saísse da sua casa e entre poucos minutos ela saiu com uma carinha de desânimo.
-- oi meu amor.- a dei um selinho.
-- Oi.- esboçou um sorriso fraco.
-- como você está se sentindo hoje?- abri a porta do carro para ela entrar.
-- não estou muito bem, esses remédios fazem muito mal para o meu corpo. Eu praticamente não dormi, vomitei a noite inteira.
-- você vai ficar bem meu anjo.- fiz carinho no seu rosto em seguida ela adentrou o carro e eu também entrei.
-- de quem é esse carro?- perguntou observando o interior do veículo.
-- é nosso.- dei a partida ela botou o cinto.
-- você comprou?
-- sim, comprei esses dias.
-- você comprou por minha causa?
-- sim, mas eu já estava querendo comprar um então acabei comprando. E agora eu vou te levar para onde você quiser.
-- o único lugar que eu posso ir e pra droga daquele hospital.
-- não fala assim meu bem, você pode sair de casa sim, falando nisso eu estava pensando em levar você ao cinema, o que você acha?- mirei seus olhos por alguns segundos e voltei a prestar atenção no trânsito.
-- eu não estou com ânimo de sair.
-- não é bom você só ficar trancada em casa. Mas depois nos conversamos sobre isso pode ser?
-- tá bom. Eu não estou saindo mais de casa por que a quimioterapia me faz muito mal, todos os dias eu acordo indisposta minha barriga dói muito.
-- é por causa do seu útero?
-- creio que sim.
-- logo isso vai passar meu anjo, vai ficar tudo bem, logo você estará novinha em folha.
-- espero que sim.- me respondeu olhando a paisagem do lado de fora do carro.
-- será que você teve essa doença por causa da genética da sua mãe?
-- provavelmente sim, a minha avó também já teve essa doença.
-- então se a minha mãe tiveste câncer eu também iria ter?
-- tão vez sim, tão vez não, depende muito da genética.
-- entendi.
-- como você está se saindo no seu emprego?
-- bem, estou gostando bastante de trabalhar com o meu tio.
-- e ele não está se importando de você chegar mais tarde todos os dias?
-- não por que eu entro mais tarde e saiu mais tarde. eu cumprindo a minha carga horária pra ele está tudo bem.
-- eu nem sei como te agradecer por tudo que você está fazendo por mim.- pousou sua mão em mim perna e esboçou um sorriso fraco.
-- eu sei o que você pode fazer para mim recompensar. Eu quero que você levante todos os dias com a cabeça erguida e não desista de ir ao médico, eu quero que você estufe o peito e vença essa doença da melhor maneira possível. Eu sei que não é fácil, sei que essa rotina é super cansativa, mas eu também sei que você é capaz de vencer essa maldita doença.
-- obrigada por tudo que você está fazendo por mim meu amor, você foi a melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida.
-- e você foi a melhor coisa que aconteceu na minha, a minha vida sem você era totalmente sem graça, sem alegria, e agora eu sou tão feliz, minha vida é tão cheia de cor, toda vez que eu acordo e lembro de você um sorriso involuntário se forma no meu rosto, você não sabe o bem que você me faz.
-- e você não sabe o bem que você está me fazendo.
-- eu te amo tanto.- aproveitei que tínhamos parado no sinal e a beijei e fiz carinho no seu rosto.--eu sei como você é guerreira, eu sei que você é capaz de vencer essa doença, por favor não deixe de se cuidar tá bom?
-- pode ficar tranquila eu vou me cuidar.
-- que bom meu amor.- a Dei um selinho e arranquei com o carro.
Chegamos ao hospital. Luciana olhou para o local fechou os olhos e suspirou.
-- logo isso vai acabar meu anjo.- fiz carrinho na sua face e ela fechou os olhos novamente.
-- será?
-- eu tenho certeza disso meu bem.- a fitei por alguns instantes enquanto ela resmungava baixo.
-- por que isso tinha que acontecer justo comigo? Por que Deus fez isso comigo Fernanda?
-- ei, não fala assim meu amor. nos temos que agradecer a deus por você estar viva, eu sei que é difícil ter câncer, mas tem gente que esta em uma situação muito pior que a sua. olha hoje eu vou conversar com o doutor Paulo é perguntar como está a sua situação sua mãe já conversou com ele e ela me disse que o seu caso está fácil de ser curado por que o câncer foi descoberto no início, eu já conversei isso com você meu anjo, logo você estará novinha em folha.- toquei o seu rosto e olhei profundamente nos seus olhos.-- você está tão linda hoje.
-- não estou nada, eu estou horrorosa. Meu cabelo está um lixo cruzou os braços e olhou para o lado de fora da já nela. É.. Hoje ela acordou com o pé esquerdo, mas fazer o que, realmente é muito complicado estar nessa situação que ela está.
-- você sabe que você é linda de qualquer jeito. É o seu não cabelo não está um lixo.
-- não precisa mentir tá bom, eu sei que está.- me encarou e voltou a olhar para o lado de fora.
-- não está nada. Agora vem cá me da um beijo.
-- não quero eu estou feia e você está linda.- tentou abrir a porta do carro mais eu a impedi.
-- isso é coisa da sua cabeça meu amor você está linda.- segurei o seu rosto e beijei o seus lábios com leveza e aos poucos o beijo se tornou caloroso e só nos afastamos por que o ar se fez necessário.-- fiquei a noite inteira pensando em você no seu beijo sabia?
-- eu também fiquei pensando em você, até sonhei.
-- sério o que você sonhou?
-- sonhei que nos duas estávamos morando juntas e que tinha uma criança correndo pela casa.
-- que bacana meu amor, acho que vou até chorar, o que eu mais quero é ter um filho com você. Eu estava pesquisando e já até sei onde tem um banco de sêmen, logo logo vai ter um serzinho na sua barriguinha.
-- eu vou adorar ter um filho com você.- sorriu e alisou meus cabelos.-- mas você não vai querer ter um serzinho na sua barriguinha também?
-- não, eu prefiro que só você tenha esse serzinho.- ela gargalhou.
-- mas por que?
-- não sei, acho por que eu planejei isso a minha vida inteira, eu sempre imaginei a minha mulher grávida e não eu.
-- entendi meu amor.
-- que bom que você entendeu, mas depois nos conversamos melhor sobre isso. nos vamos acabar nos atrasando.
-- tudo bem, então vamos.- suspirou e saiu do carro e em seguida eu também sai.
Adentramos o hospital. As enfermeiras nos recebeu com muita atenção é carrinho, ela são mega simpáticas. Elas nos levaram até a sala de quimioterapia e a Luciana se sentou em uma das poltronas onde estavam as máquinas com o remédio.
A hora mais tensa para mim e para a Luciana chegou, a hora das agulhas, a Luciana Morria de medo de agulha, sempre que a moça se aproximava dela com as agulhas ela me olhava apavorada. Me levantei do Banco que eu estava sentada e fui até ela.
-- olha pra mim meu amor, olha nos meus olhos.- me ajoelhei e segurei o seu rosto com a mãos.--É só uma picadinha não dói nada. Ela se acalmou e a moça conseguiu terminar de fazer. O procedimento.
-- eu acho tão bonitinho vocês duas juntas.-- disse a enfermeira retirando as suas luvas.
Eu apenas sorri.
-- é bem bacana o serviço que vocês fazem aqui, eu ouvi falar que alguns de vocês são voluntários, é bom saber que ainda existem pessoas Boas no mundo.
-- sim realmente alguns de nós são voluntários eu exclusivamente sou uma.
-- parabéns, o que você faz aqui é muito bonito. Sua mãe deve estar orgulhosa.
-- sim ela é muito orgulhosa por que eu comecei a ser voluntária por causa dela, ela já teve câncer e eu sei o quanto doloso isso é.
-- nossa, de verdade você está de parabéns, as pessoas poderiam ser mais iguais a você.
-- ah obrigada.- ela sorriu tímida e as suas bochechas coraram.
-- eu tenho que ir, depois a gente se esbarra por ai.- se retirou e eu voltei a dar atenção para minha linda Luciana.
-- ela é muito atenciosa né.- Luciana disse assim que sentei ao seu lado.
-- é sim.
-- e ela é bem bonita também.
-- é sim, mas você é muito mais bonita.
-- no momento eu não sou não.
-- para de bobeira meu amor.
-- mas é a verdade.
-- lógico que não é.- fiz carinho no seu rosto e beijei a sua mão.
-- eu acho que ela estava te dando bola.- me olhou de rabo de olho.
-- Luciana por favor não inventa, eu só tenho olhos pra você é mais ninguém.
-- tudo bem.
-- não precisa ficar com esse ciúme bobo.
-- eu não estou com ciúmes.- me encarou e voltou a encarar um ponto fixo no chão.
-- sei.- gargalhei.
-- Fernanda eu posso te pedir uma coisa?
-- claro meu amor. Você sabe que você pode pedir tudo.
-- por favor não se afasta de mim eu sei que eu estou feia mais por favor não me deixa.
-- oh meu amor não fala assim, você não está feia, pra mim você é a mulher mais linda do mundo. Olha de uma coisa você pode ter certeza, eu nunca vou te deixar, eu quero você comigo para o resto da vida.- ela segurou a minha mão e apertou forte.
-- obrigada por você estar aqui comigo. Eu acho que eu não iria conseguir segurar essa barra sozinha.
-- nos estamos juntas nessa meu anjo. Eu sempre vou estar com você até você se cansar de mim.
-- é impossível alguém se cansar de você.- ela sorriu.- você é a melhor pessoa do mundo.
-- assim você me deixa sem jeito.- sorri e acabei corando.
-- mas é a verdade. Eu agradeço a Deus por ele ter te posto na minha vida.
-- Fernanda.- me chamou a enfermeira de mais cedo.-- o doutor Paulo está querendo falar com Você.
-- que bom eu estava querendo falar com ele. Eu já estou indo.- ela assentiu e se retirou.
-- eu já volto.- me levantei e beijei sua testa.
-- o que será que ele quer falar com você?- me olhou assustada.
-- fica tranquila meu amor não deve ser nada.- esbocei um sorriso para tentar conforta-la.
-- tá bom.- sorriu fraco.
Fui até a sala e dei duas leves batidas na porta. Ele autorizou minha entrada e eu entrei.
-- Sentisse por favor.- disse o homem de meia idade com os cabelos grisalhos. Até que ele aparentava ser simpático, eu odeio gente mal educada.-- você é à?- perguntou assim que sentei.
-- Fernanda.- sorri retribuindo o seu sorriso.
-- você é a acompanhante da Luciana Ferraz?
-- sim.
-- o que você é da paciente?
-- namorada.
-- certo. Eu preciso que você converse com ela sobre..
-- ah algum problema doutor?- o interrompi.
-- sim e não, mais no caso é mais uma solução.
-- você pode me explicar melhor?- eu já estava ficando aflita.
-- no caso da Luciana a quimioterapia não está fazendo efeito, o organismo dela não está respondendo aos remédios, então a única alternativa é a retirada do útero e com isso ela estará completamente curada e imune da doença.
-- tudo bem, mas não tem mais nenhuma forma de cura?
-- no caso dela não.
-- nos estávamos planejando ter filhos.
-- me desculpe mas eu não posso fazer mais nada a respeito. Eu espero que vocês entendam.
-- tudo bem. Quanto vai ser a cirurgia?
-- na faixa de três mil reais. Você pode voltar aqui amanhã para nos acertamos tudo direitinho?
-- claro posso sim.
-- conversa com ela direitinho ok? Você tem que me dar a resposta o mais rápido possível.
-- eu vou falar com ela.
Como eu vou dizer isso para a Luciana ela vai pirar quando receber essa notícia. Aí meu deus o que eu faço?
Fim do capítulo
Desculpem pela demora, eu viajei e não tive como escrever. fiz esse capitulo meio na pressa kk. Acho que o próximo capitulo já é o ultimo. Beijos. espero que vocês estejam gostando.
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PriscilaLS
Em: 09/01/2017
Amo a Historia,
Meu Deus não aguento lança logo o ultimo rsrsrs xD
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lia-andrade
Em: 06/01/2017
Que momento difícil esse que elas estão passando.
Beijos, até o próximo.
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