Capítulo 39
Entre Lambidas e Mordidas -- Capítulo 39
Daniela estava de pé diante da motocicleta que havia adquirido recentemente. A sua última aquisição não poderia ter sido feita em hora tão oportuna. Sua última moto não chegava nem perto dessa, tanto em designer, tampouco em velocidade.
O endereço enviado por Bianca era um lugar bem retirado. Teria que guiar-se pelo GPS.
Colocou o capacete na cabeça ajustou a faixa sob o queixo e ligou a moto.
-- Que Deus nos ajude! -- acelerou a moto e sumiu na rodovia.
Depois de algum tempo, Pedro estacionou perto da casa. Foi loucura ter ido até aquele lugar numa noite como aquela! Ventava forte e a escuridão era total.
Deu três batidinhas na porta e esperou que o grisalho fosse abrir.
-- Chefe! Que surpresa! -- disse, olhando ao redor e afastando-se para Pedro passar -- Aconteceu alguma coisa?
-- Só vim para trazer um remédio para Yasmin -- virou-se para a porta do quarto -- Como ela está?
-- Vomitou duas vezes hoje.
-- Deve ser para isso o remédio -- falou com total frieza -- Estou prestes a me tornar definitivamente o presidente da Vargas. Acabar com essa tortura de testamento deixado pelo louco do meu pai.
-- Quer dizer que vamos libertar a moça?
-- Quem disse isso?
-- Como assim? -- Jorge olhou-o sem entender -- Mas não era isso que o chefe queria? A presidência da Vargas?
-- Também -- caminhou até a porta e segurou no trinco -- Não me conformo com traições. O que Yasmin fez, me trocar por uma mulher, foi humilhante. Imperdoável -- Ele girou a maçaneta e abriu a porta lentamente.
Yasmin ergueu a cabeça do travesseiro e sentou-se rapidamente.
-- O que faz aqui? -- perguntou em tom ríspido.
-- Deixe de ser mal agradecida -- respondeu no mesmo tom de voz que ela -- Vim até aqui apenas para trazer o seu remédio.
-- Remédio? -- indagou confusa -- Que remédio?
Pedro piscou várias vezes seguidas.
-- Você não está doente?
Yasmin olhou para a bolsa que ele segurava. Tinha que pensar rápido. E se fosse um plano? Tinha o pressentimento de que algo estava para acontecer, só que não sabia exatamente o quê. Dentro dela nascia uma suspeita... Então arriscou.
-- A Dani enviou o meu remédio? -- perguntou e ficou na expectativa da resposta.
-- Está aqui -- entregou a bolsa para ela -- A sua namoradinha me pediu e como eu sou um homem muito bondoso, vim lhe trazer.
-- Graças a Deus já não aguentava mais.
Dentro da bolsa tinha uma caixinha de chá de camomila. Segurou o riso, Daniela tinha o dom de fazer Pedro de bobo.
-- Você é uma mulher muito atraente, Yasmin. Atraente e fogosa. Não acredito que se satisfaça fazendo sex* com uma mulher -- falou de forma crapulosa -- Duvido que tenha se esquecido de como era gostoso quando lhe comia a noite inteira.
O controle já precário de suas emoções se esgotaram. Yasmin levantou a mão e com os olhos bem abertos deu um tapa no rosto de Pedro.
-- Sua vagabunda! -- colocou a mão sobre a mancha vermelha na bochecha -- Você vai se arrepender.
Pedro segurou o braço dela com força e a sacudiu com violência.
Yasmin sentiu uma dor terrível no braço. Seus ossos frágeis pareciam quebrar com a força daquela mão. Yasmin debatia-se tomada de pânico. Por mais que lutasse, ela não conseguia libertar-se.
Com uma violência incontrolável, ele a beijou. Yasmin empurrava-o com força tentando desvencilhar-se. Até que com um movimento rápido, ela mordeu-o nos lábios.
Ele deu um grito estridente.
-- Seu miserável -- Yasmin berrou -- Eu tenho nojo de você!
Pedro a empurrou sobre a cama.
-- Eu tenho nojo de você -- repetiu, com ódio -- Fique sabendo que você não chega nem aos pés da Daniela. Você parece um animal.
Jorge abriu a porta.
-- Tudo bem chefe? Sua boca está suja de sangue -- falou alisando o queixo.
-- Eu sei. Essa vadia vai me pagar por isso -- passou a mão sobre o ferimento -- Estou voltando para casa. Amanhã conversaremos.
Ele saiu do quarto batendo a porta.
Quando viu Pedro saindo da casa, Bianca jogou-se no chão e ficou apoiada em seus cotovelos.
Esperou ele entrar no carro e sair cantando pneu, para então se levantar. De repente, o coração começou a lhe pulsar com força. Um olhar de relance mostrou a bocas de uma pistola apontada para a sua cabeça. Bianca refletiu a respeito de suas opções: Correr e levar um tiro pelas costas; cair de joelhos e pedir clemencia; cair em um choro desesperado.
-- Levanta as mãos ou morre.
Preferiu a opção sugerida pelo bandido. Ergueu as mãos ao alto como solicitado.
Jorge saiu da casa e caminhou até eles.
-- Revista ela.
Numa revista, o homem procurou armas em seu corpo, mas não encontrou.
-- Não tem nada. O que faremos com ela?
Bianca nem percebeu quando o homem à sua esquerda levantou a arma e a golpeou com força na cabeça.
-- É isso que faremos com ela. Leve-a para dentro.
Daniela fazia zigue-zague ao longo das ruas desertas e esburacadas. O vento assobiava entre os galhos das árvores. Folhas mortas, quase secas, acumulavam-se no caminho dando um clima meio assustador à noite.
Quando se aproximou do local descrito por Bianca, parou e desligou a moto.
Retirou a arma de dentro da jaqueta e segurou-a com ambas as mãos.
-- Onde está você Bianca? -- olhou ao redor, sem abaixar a arma.
Caminhou em passos largos pelo terreno. Tomou pequena distância e pulou por sobre uma cerca que ladeava a propriedade.
Caminhou até os fundos da casa, com pernas trêmulas. Podia ouvir os batimentos do próprio coração.
Poucos instantes depois, escutou diversos ruídos de passos vindo da varanda da casa. Minutos depois ouviu esses mesmos ruídos descendo a escada. Por precaução, ergueu a arma e apontou para a porta.
Arregalou os olhos quando viu um dos bandidos sair da casa com um fuzil automático na mão.
-- Será que essa que capturamos é a tal da Daniela?
-- Acho que sim. Quem mais seria louca para vir até aqui enfrentar a gente dessa forma? Sozinha e desarmada -- Jorge enfiou as mãos nos bolsos e olhou em direção à escuridão da mata -- Tentei falar com o doutor Pedro, mas o celular dele toca, toca e cai na caixa postal.
-- Ele não ficou de entrar em contato amanhã? Então? -- jogou a cabeça para trás e abriu os braços despreocupado -- Vamos jogar baralho!
Daniela se esforçava para escutar o que os homens conversavam, mas não conseguia ouvir nada. Continuava a segurar nervosamente o revólver na mão.
Jorge tocou no ombro do rapaz e balançou a cabeça, concordando. Logo após entraram na casa.
Daniela suspirou aliviada e caminhou de volta para os fundos da casa. Ela teria que se apressar se quisesse resgatar Yasmin antes do amanhecer.
Uma rajada de vento trouxe um cheiro de fumaça que a fez olhar para a chaminé. Provavelmente os homens haviam aceso o fogão a lenha. Daniela correu ao redor da casa para ver se encontrava alguma janela destravada, embora duvidasse.
Nos fundos, olhou ansiosamente pela primeira que encontrou e seu coração disparou quando viu através dos vidros, os dois homens sentados ao redor de uma mesa. Ela se movia cuidadosamente de janela em janela e, de vez em quando, olhava para dentro, buscando uma melhor opção.
Com certeza, a ação seria mais fácil se ela não tremesse tanto, mas era difícil controlar os nervos diante de uma situação tão assustadora.
-- Vai ter que ser essa -- a janela era alta e estreita, mas era a única que estava aberta -- Um...dois...três...
Com agilidade, pulou e pendurou-se. A janela era malfeita, meteu a mão pela abertura e empurrou-a até abrir-se. Saltou para o chão silenciosamente e virou-se. Ergueu a arma e espiou. A claridade que vinha de fora não era o bastante para clarear o pequeno cômodo.
Seus sentidos estavam em alerta pela excitação e o medo. Não poderia falhar como já havia falhado em muitos momentos de sua vida. Se fosse apanhada agora, seria morta.
Estava claro que havia chegado a hora. Estava consciente de que esse era o momento de encerrar sua trajetória de derrotas e perdas.
Sua respiração estava curta, mas controlada, e seu coração batia rápido. Colocou a máscara de couro. Fechou os olhos por momentos e proferiu uma prece.
Os Vargas haviam lhe roubado tudo: o pai, a mãe e, talvez a irmã...
Esses pensamentos a fez tremer, mas tinha que controlar a emoção. aquele não era o momento de lembrar. Era hora de agir como uma guerreira.
Devagar, abriu a porta. As pernas lhe tremeram, ficou quase sem respiração ao ver que os homens estavam no cômodo em frente.
O ar frio da noite que entrava no quarto pela janela aberta, fez Daniela arrepiar-se. Precisava passar por eles. A demora poderia ser mortal.
Yasmin havia desistido de esperar por Daniela. Deitada na cama, olhando para o teto no escuro, aquele velho sentimento de tristeza passava pelo seu coração. Com a caixinha de chá na mão e chorando, dormiu soluçando.
Daniela arrastou-se com cuidado pelo corredor até sair do campo de visão deles. Passou a mão pelo rosto aflita diante do corredor. Haviam duas portas. Abriu a primeira. Ela rangeu, Daniela encolheu-se e olhou assustada para o lado, trancando a respiração.
-- Ufa! -- suspirou.
Entrou no quarto, mas nem sinal de Yasmin. Não perdeu tempo, foi logo em direção à outra porta.
-- Oh, obrigada Deus! -- Daniela suspirou. A chave se encontrava na fechadura!
Abriu a porta lentamente e apesar da escuridão conseguiu avistar Yasmin deitada. Planejou todos seus movimentos até chegar ao lado da cama de sua amada.
Yasmin debateu-se, mas Daniela a dominou. Não podia correr o risco dela gritar ou derrubar algo.
-- Shhhh! -- tapou a boca dela com a mão por alguns segundos e quando percebeu que ela estava mais calma, passou a mão pelo rosto e afastou uma mecha de cabelos. Seu dedo roçou a pele molhada pelas lágrimas.
-- Daniela? Daniela, meu amor -- murmurou ofegante.
-- Como conseguiu me reconhecer? Estou tão bem disfarçada -- arrancou a máscara e decepcionada jogou-a na cama -- Como você está, meu amor? Eles a machucaram?
-- Estou bem -- respondeu. No entanto, todo seu corpo tremia, tinha chegado ao limite.
-- Nunca tive tanto medo na vida -- Daniela sussurrou -- Eu amo você.
Aquelas palavras fizeram Yasmin chorar ainda mais. Tentava se controlar, mas não conseguia. Daniela puxou-a para perto de si.
-- Agora vamos. Será difícil sairmos sem sermos vistas. Então esteja preparada -- a arma tremeu nas mãos de Daniela.
-- Você poderá morrer -- ela murmurou encostada ao peito dela -- Você não os conhece. Eles são maus.
-- Vou ficar bem -- ela a acalmou -- Assim que eu der o sinal, quero que corra para a rua. Entendeu?
O calor do intenso olhar de Daniela lhe aqueceu a alma e fez Yasmin sentir-se melhor. Exibiu um sorriso suave.
-- Tudo se acabará em um instante, meu amor -- afirmou, antes de abrir a porta para saírem.
Yasmin postou-se ao lado dela, segurando-lhe a mão.
Paula foi até a cozinha e pôs-se a preparar um lanche. A enfermeira que cuidava de Débora precisou sair por algumas horas e ela não queria deixa-la sozinha por muito tempo.
Assim que terminou, retornou para o quarto com o prato na mão.
-- Caramba, que fome! -- passou a mão pela barriga -- Minha fome é igual fênix, cresce e quando morre ela renasce das cinzas 10 vezes mais forte -- deu uma gargalhada se virando para Débora.
-- Você não sa... Ahhhhhhh... MEU DEUS!!!
A urgência de sair dali apoderou-se de Daniela. Os homens falavam e riam alto. A garrafa de bebida, quase vazia, continuava posta sobre a mesa.
Daniela segurou a arma com as duas mãos e apontou na direção deles. Foram caminhando cuidadosamente em direção à porta dos fundos.
Daniela sentiu uma pontada no peito ao reconhecer Bianca deitada sobre o piso próxima de onde os bandidos estavam. Não se movia e ela não conseguia ver-lhe o rosto. Será que estava viva?
Yasmin deu um gemido, esfregou os olhos assustada, lutando para controlar as lágrimas.
Daniela a puxou. Precisavam continuar. Depois de tirar Yasmin da casa, pensaria em uma maneira de salvar Bianca.
Paula pulava e gritava de felicidade.
-- Você acordou... Você acordou... Que coisa maravilhosa!
Débora piscava lentamente, olhou ao redor sem saber onde estava.
Paula segurou a mão dela entre as suas e a beijou carinhosamente.
-- Você acordou, meu amor! Eu sabia que acordaria -- uma onda de alívio a invadiu. Lágrimas escorriam de seu rosto -- Eu nunca duvidei que conseguiria.
Débora olhou para Paula, incrédula. Como se ela lhe fosse completamente estranha.
-- Quem é você? Você é louca?
Quando finalmente atravessaram a porta e alcançaram a rua, caminharam em passos largos pelo terreno. Yasmin se apoiou, muito fraca, em Daniela. Esta a segurou com seu braço, animando-a com um sorriso e levando-a até a sua moto.
Yasmin começou a chorar.
-- O que foi amor? Algo de errado? Está sentindo alguma dor?
-- Não... Eu estou bem... é que... Você vai voltar?
-- Preciso ajudá-la... Não chore. Prometo que voltarei o mais rápido possível. Linda e maravilhosa -- sorriu -- Depois que tirar a Bianca de lá, chamamos a policia. Vamos enfim colocar o Pedro na cadeia -- deu um beijo suave nos lábios dela e saiu em direção à casa.
Roberta, Lavínia e Matias, invadiram o quarto de Débora na maior felicidade.
-- AMIGAAA... Bela adormecida do meu coração! -- Matias empurrou Roberta e foi o primeiro a beijar a morena -- Que saudade desses olhos de jabuticaba.
-- Débora, meu anjo. Que alegria! -- Roberta beijou o rosto da sobrinha -- Seu sorriso era tão grande e se confundiam com as lágrimas -- Quando essa maluca me ligou contando eu quase não acreditei -- ela não conseguia mais segurar os soluços que saiam em sua garganta.
Matias olhou para Paula que estava sentada em uma poltrona no canto do quarto.
-- O que foi Paula? Tá borocoxô porque?
-- A Débora falou que não me conhece -- disse chateada.
Lavínia sorriu e sentou-se ao seu lado.
-- Dá um tempo para ela. Débora deve estar confusa. Tenta se colocar no lugar dela.
Paula apesar de triste meneou a cabeça. Ela daria um tempo, mas não desistiria de Débora por nada nesse mundo.
Roberta já refeita da emoção, sentou-se na beirada da cama abriu os braços.
-- Alguém sabe aonde se meteu a Dani?
Os dois bandidos ouviram o som de um despertador vindo dos fundo da casa.
-- Você colocou o seu celular para despertar? -- perguntou Jorge para o comparsa.
-- Eu não! -- respondeu surpreso -- Mas é um despertador.
-- Vamos até lá.
Levantaram-se juntos e, com arma em punho caminharam em direção ao som.
-- Olha ali Jorge. Tem um celular no chão.
Jorge abaixou-se e pegou o aparelho. Por um tempo examinou-o com curiosidade. Até que...
-- Droga! -- correu até o quarto de Yasmin -- Inferno! -- jogou o celular contra a parede. Fomos enganados. Aquela mulher lá na cozinha não é a Daniela.
-- Cara, o chefe vai matar a gente.
-- Vem, ainda temos uma refém.
Correram até a cozinha e deram de cara com o cano da arma de Daniela.
-- Vocês querem a mim? Então venham me buscar -- falou sem abaixar a arma -- Que homem arriscaria a sorte diante de uma mulher evidentemente nervosa, péssima no tiro, tremendo como louca, apontando uma arma carregada?
O comparsa de Jorge deu uma gargalhada e avançou em direção à ela.
-- Fique aonde está -- Daniela mandou, mas ele não obedeceu.
-- Sua piran...
O gatilho foi acionado e Daniela ouviu um baque sonoro quando o homem caiu no chão.
-- Ah, meu Deus! Matei um homem -- Daniela piscou várias vezes. Respirou fundo tentando se refazer. Ajeitou o corpo, abriu um pouco as pernas e fez cara de mau.
Jorge deu dois passos.
-- Não aproxime-se -- Daniela apertou as pálpebras para forçar a visão, segurou a arma com as duas mãos apontando na altura dos seus olhos -- Esqueci de mais um detalhe: Estou no TPM.
-- Não tenho medo de você, Daniela.
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Fim do capítulo
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NovaAqui
Em: 05/01/2017
Vandinha!
Isso vai virar uma guerra como em Última Noite de Amor? Ainda bem que Dani não conhece a Xanda....kkkkk Duas mafiosas e loucas juntas iria ser um furdúncio só...kkkkkk e ainda teria André e Mathias! Ai Jesus.....kkkkk
Tomara que Dani consiga salvar a amiga
Até o próximo!
Abraços fraternos!
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cidinhamanu
Em: 04/01/2017
Ollá, boa tarde Vandinha...
Que capítulo eletrizante.
Dani é tinhosa e apesar dos riscos, conseguiu tirar a Yasmin,espero que ela consiga salvar a Bianca também mesmo que só tenha um bandido.
Que bom que a Debora acordou, mas fiquei triste pela Paulinha por não ter sido reconhecida...
Ansiosa aqui pelos novos capítulos.
Beijos.
Cidinha.
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Mille
Em: 04/01/2017
Olá bom dia Vandinha
Dani esta que nem o Rambo e Ethan, tirar a Yasmim foi fácil do imaginei só não contávamos que a Bianca iria ser pegue, espero que ela consiga salvar a amiga irmã. E como diz, "não abandona um amigo na primeira tempestade.", É mais fácil ela sair ferida agora só resta um.
Bjus e até o próximo, já estou ansiosa.
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