DUETO por May Poetisa
Capítulo 26
- Vitória! Jeannine! O que foi? O que aconteceu? (falou preocupada já entrando no quarto da criança).
- Lay, ela acordou gritando e chorando (a ruiva respondeu abraçada a menina).
- Vou buscar uma água para ela (falou deixando o quarto e voltando rapidamente).
A menina chorava de soluçar.
- Jeannine, já passou. Foi só um pesadelo (Vitória disse secando as lágrimas do rosto da criança).
- Pequena, toma, é água com açúcar. Esta bem docinha. Foi só um sonho ruim (disse uma Lay toda atenciosa).
Jeannine tomou todo o líquido e aos poucos se acalmou.
- O fogo quase me pegou de novo (a criança falou apavorada).
- Anjo, já passou e isso não vai mais te acontecer. Você esta no seu lindo quarto, comigo e com a Vi. Nós duas vamos te proteger. Fique calma, nada de ruim vai voltar a te acontecer (Lay falou firme e com carinho).
- Promete? (pediu a criança com olhos suplicantes e arregalados).
- Prometo! Vou sempre cuidar de vocês (Lay assegurou transmitindo segurança).
Jeannine que nunca tinha ouvido aquelas palavras acreditou e abraçou a morena. Aquele gesto foi suficiente para que Vitória se entregasse as lágrimas, ela levantou da cama e foi até o banheiro lavar o rosto.
- Criança, que tal brincarmos mais? Podemos te levar num parquinho.
- Tem balanço?
- Sim!
- Vamos!
- Vi, podemos?
- Claro que sim (concordou retornando para o quarto).
Elas levaram a criança em um parquinho próximo do condomínio. Brincaram bastante e comeram algodão doce. No final daquele dia levaram Jeannine de volta para o abrigo, prometendo que há visitariam nos dias seguintes.
- Lay, muito obrigada, você foi tão gentil e cuidadosa com ela.
- Vi, eu sei que ela é importante para você e também já gosto muito dela. Meu amor, você me faz tão bem, acho que o seu sonho acabou se tronando meu também. Eu nunca me imaginei assim tão apaixonada.
- Te amo!
O casal voltou para casa e já planejavam os próximos encontros com a pequena. Com o passar dos dias voltaram a visitar Jeannine, saíram com ela diversas vezes, levaram a criança para o parquinho e também para conhecer o shopping. Certo dia foram liberadas para passarem um final de semana completo com a criança, ficaram radiantes e no sábado bem cedo buscaram a menina. Brincaram muito no quarto de Jeannine, preparam almoço para ela, voltaram a leva-la no parquinho e no final do dia foram ao cinema.
- Jeannine, você quer pipoca? (Lay ofereceu).
- Aham (respondeu olhando para as pessoas que passavam).
As três andavam pelo shopping de mãos dadas, com a criança no meio das adultas. Assistiram a um filme do gênero: desenho animado. Jeannine prestou atenção e gostou muito.
- Vitória, vou voltar no cinema?
- Sim! Vamos te trazer várias vezes.
- Eu quero.
- Gostou do filme? (Lay perguntou).
- Gostei muito e da ‘popoca’ também.
O trio feliz voltou para casa e jantaram pizza. Depois do jantar foram tomar banho, auxiliaram a criança e a colocaram para dormir.
- Lay, me conta uma historinha, por favor?
- Claro (a morena respondeu feliz e optou por contar sobre a Branca de Neve e os 7 anões, novamente no meio da história a criança dormiu).
As duas mulheres deixaram o quarto e também foram deitar. Estavam exaustas.
- Lay, que dia incrível.
- Eu também amei. Vitória a Jeannine é um encanto.
- Amor, será que ela vai ter pesadelo?
- Espero que não, mas deixamos a porta do quarto aberta e é aqui em frente ao nosso. Qualquer coisa corremos para lá.
- Não sei, deixar ela sozinha, primeira noite dela aqui (falou apreensiva).
- Se acalme, temos que lidar com naturalidade (falou tentando passar uma tranquilidade que nem mesmo ela tinha).
- Você ouviu isso?
- Não ouvi nada.
Ficaram em silêncio, ouviram alguns passinhos e de repente batidas baixas na porta. Vitória levantou correndo.
- Jeannine, tudo bem? O que foi?
- Vitória, eu acordei e fiquei com medo de ficar sozinha. Posso dormir com você?
- Claro! (falou a pegando no colo e levando para a cama).
Lay não sabia o que fazer, levantou da cama e ficou andando de um lado para o outro.
- Lay, você não gosta de mim? (Jeannine perguntou).
- Gosto muito de você.
- Então você vai dormir comigo também?
- Sim, eu vou (concordou sorrindo e deitando na cama).
A criança se acomodou entre elas e estava sonolenta.
- Vitória, você já rezou?
- Ainda não.
- Lay, você já rezou?
- Também não.
- Vamo reza! (falou sentando na cama).
As adultas surpresas com o gesto da criança, apenas repetiram a ação de Jeannine e também se sentaram na cama.
- Papai do céu, obrigada de hoje pela comida, porque brinquei, fui ao cinema e comi ‘popoca’. Anjinho me cuida. Boa noite! Lay sua vez!
- Aham, claro. Bom... Deus obrigada por este dia, nos abençoe!
- Vitória (a criança indicou).
- Força superior, muito obrigada por mais um dia. Só tenho o que agradecer. Lindas, boa noite e durmam bem.
- Amém! (disse a menina voltando a deitar).
Lay e Vitória se entreolharam, sorriram e estavam a cada dia mais encantadas com Jeannine. A criança adormeceu rapidamente e as duas mulheres que estavam cansadas não demoraram muito para dormir.
De manhã, Jeannine foi a primeira a acordar e ficou mexendo nos cabelos de Vitória, que acordou sorrindo para a criança.
- Jeannine, bom dia!
Lay acordou ao ouvir a voz de Vitória.
- Lindas, bom dia!
- Bom dia (respondeu a menina).
- Dormiu bem? (Vitória perguntou).
- Vitória você vai ser minha mãe? (interrogou ignorando o questionamento anterior).
- Sim, quero muito ser sua mãe.
- Você vai ter um príncipe?
- Não (respondeu entendendo o raciocínio da criança).
- Eu não vou ter um pai?
- Não. Mas você vai ter duas mães, um tio bem legal e avós amorosos (contou calmamente).
- Lay, você tem príncipe?
- Não. Vamos tomar café? (sugeriu a morena tentando cortar o assunto).
- Vitória, a Lay é sua princesa?
- Sim! (afirmou).
- Lay e a Vitória é tua princesa?
- Isso (respondeu com receio).
A menina ficou em silêncio, toda pensativa.
- Jeannine, você quer ter duas mães? (Vitória perguntou ansiosa).
A criança nada respondeu e permaneceu pensativa.
- Vi, vamos ter calma, ok? Ela é tão pequena, tem que ser aos poucos.
-Lay, a Vitória é sua amiga?
- Sim (respondeu monossilábica com muito medo da próxima pergunta).
- Vitória a Lay é sua amiga?
- Sim, ela é mais do que minha amiga. Jeannine, você pode me perguntar tudo o que você quiser, eu sempre vou te responder. Serei verdadeira contigo.
- Eu já sei! (constatou a criança sorrindo como se tivesse feito uma descoberta).
- O que você sabe? (perguntou à ruiva).
- Não tem nenhum príncipe, vocês moram aqui, dormem aqui e tem anel igual (falou abertamente).
- Jeannine, o que eu e Lay somos? (uma Vitória curiosa inquiriu).
Lay já estava desesperada, suando e com medo da reação da criança.
- Vocês são duas princesas juntas e eu quero ter duas mamães.
As jovens choraram de felicidade.
- O que foi? (a criança perguntou).
- Nós estamos felizes, gostamos muito de você (a ruiva esclareceu).
- Chorar de feliz? (a criança tentou entender).
- Sim, pois agora temos uma filha (Lay respondeu e elas abraçaram a pequena).
Ficaram alguns minutos abraçadas até que Jeannine as empurrou.
- Vocês vão me amassar (implicou).
- Desculpa, é tanta felicidade (Vitória disse).
- Lay, me dá bolo e suco?
- Sim! Vamos! (levantou pegando a criança no colo).
- Pronto agora por falta de uma, tenho duas formigas dentro de casa.
O café da manhã foi muito animado, depois brincaram com ela. Desta vez não teve como controlar a família, Luiz, Vera e Vitor praticamente se convidaram para o almoço. O irmão de Lay foi o primeiro a chegar e levou uma bicicleta rosa de presente para a sobrinha. Ele cumprimentou a cunhada e a irmã, em seguida tentou se aproximar da criança.
- Oi! Eu sou o Luiz, seu tio. Tudo bem? (falou divertidamente).
Para a tristeza do rapaz, Jeannine não deu atenção para ele. Lay resolveu tentar.
- Pequena ele é o meu irmão, diga um oi para ele (pediu).
- Oi (ela disse sem muita vontade).
- Eu trouxe um presente para você (ele contou mostrando a bicicleta).
Ela olhou cada detalhe desconfiada.
- Jeannine, olha que legal é uma bicicleta de menina (Lay falou).
- Obrigada! (ela agradeceu para ele com um pequeno sorriso).
- Você gostou? (Vitória perguntou).
- É bonita, mas não sei usar.
- O Luiz pode te ensinar (a ruiva aproveitou para tentar aproxima-los).
- Lay, vamo guarda no quarto que ganhei?
- Claro, vamos sim (a morena concordou).
- Por favor, você pode traze ali no quarto? (pediu olhando para Luiz).
- Sim! (ele falou acompanhando a criança que estava de mãos dadas com Lay).
- O Lay, você sabe usar isso?
- Sei sim.
- É legal?
- Muito.
- Onde eu posso colocar? (Luiz perguntou).
Jeannine olhou para Lay esperando que ela respondesse.
- Linda, o quarto é seu. Você decide.
- Ali no canto perto da janela (falou rapidamente apontando).
- Prontinho (disse o rapaz).
- Obrigada e tchau! (Jeannine em sua habitual praticidade).
- Lu, vamos lá na sala aguardar meus pais (interviu Vitória, enquanto Lay já brincava de boneca com a criança).
- Mana você mudou mesmo. Nunca foi chegada em boneca, quando ganhava ficavam guardas ou eram doadas. Nossa mãe ficará maravilhada. Cunhada, vamos para a sala sim, deixemo-las brincando (analisou Luiz).
Uns quinze minutos depois Vera e Vitor chegaram. Lay conseguiu levar Jeannine para a sala, mas a menina ficou encostada na parede afastada de todos. Os pais de Vitória também tentaram uma aproximação com a criança, mas foi em vão, eles também levaram presentes para ela, tudo desembrulhado, seguindo a orientação de Vitória. Já Lay voltou a tentar:
- Jeannine, dê oi para os pais da Vitória, eles vieram te ver.
- Oi (falou baixinho).
- Olha que legal. Você vai ganhar mais presentes (Lay contou).
- Trouxe esta boneca para você (falou Vera estendendo o brinquedo na direção da menina que o pegou e foi em direção de Vitória).
- Obrigada! Olha Vitória mais uma boneca para brincar.
- Viu que legal meu amor.
- E eu trouxe esta bola para você (Vitor entregou uma bola colorida).
- Obrigada! Você pode guardar com aquilo que você me deu? (pediu a menina entregando a bola para Luiz).
- Claro, vou levar lá no seu quarto.
Luiz saiu e ela voltou para o colo de Vitória carregando a boneca.
- Lay! (chamou esticando a mão).
- Oi (respondeu se aproximando).
- Os pais da Vitória são legais? (perguntou como se eles não estivessem ali).
- Sim, eles são muito legais, gosto muito deles.
- Você viu a minha boneca? (questionou mostrando).
- Vi e é linda.
- Vitor. Nós dois erramos nos presentes, tínhamos que ter trazido boneca. A bicicleta que eu trouxe e a bola que você deu, ficaram num canto do quarto dela (um Luiz desanimado narrou ao voltar para a sala).
- Depois ela brinca, é só ela se acostumar (falou Vitória).
- Lay!
Jeannine voltou a chamar fazendo sinal que precisava falar no ouvido, porém ela usou o mesmo tom de voz e todos ouviram o diálogo.
- Seu irmão é grande.
- Você viu, ele é alto.
- Ele tem princesa ou príncipe?
- Uma princesa e o nome dela é Mieko (revelou).
- Você quer ver uma foto dela? (Luiz perguntou, já levando o celular para próximo dela).
- Poxa Lay, ele ouviu nosso segredo (todos deram risada).
Luiz mostrou algumas fotos da namorada e Jeannine observou todas com atenção. Quando ele se afastou, voltando a se sentar no outro sofá, ela falou no ouvido de Lay.
- Sua princesa é mais bonita.
- Concordo contigo.
- Jeannine, você me acha bonita? (uma Vitória sorridente perguntou).
- Muito né Lay.
- Sim, ela é muito bonita.
- Vitória, o cabelo da sua mãe é lindo igual o seu.
- Verdade.
- Lay, será que eu posso pegar no cabelo dela ou ela é brava? (voltou a questionar próximo do ouvido da morena).
- A Vera é legal e esta sorrindo para você.
O sorriso foi convidativo. Jeannine desceu do colo e foi até o outro sofá. Quando Vera abaixou a cabeça, correu e grudou na cabeleira ruiva.
- Luiz se eu soubesse que um cabelo ruivo faria tanto sucesso, teria colocado uma peruca (brincou Vitor).
- Eu também (concordou o rapaz).
- Posso cheirar?
- Jeannine, claro que pode.
A criança cheirou e depois voltou para o colo de Lay. Com sinceridade falou para a morena.
- Não é cheiroso igual o da Vitória (novamente todos deram risada).
- Gente, ela gosta do meu cabelo e prefere-o solto. Além disso, ela adora meu perfume. Hoje quando acordei ela estava com os dedinhos passeando pela minha cabeça e me fungando.
- Cunhada vou furtar seu perfume (brincou).
- Vitor, vamos preparar o almoço? (chamou Vera).
- Vamos sim, do que ela gosta?
- Pai, de tudo. Ela não tem frescura nenhuma. Até hoje tudo que oferecemos ela comeu numa boa.
- Gente até saladas, verduras e legumes. Ela come pouco, mas de tudo (Lay também contou).
- Que bom! É importante para o crescimento saudável (ponderou Vera antes de ir para a cozinha).
“A relação com a alimentação tem um papel fundamental no bem-estar físico, emocional e social da criança. Hábitos incorretos resultam em inúmeros prejuízos, envolvendo doenças como desnutrição, anemia, raquitismo, obesidade, além de déficit no crescimento”.
Fim do capítulo
Outro capítulo mais longo e ainda hoje (29/12), no final da tarde, tem mais =D
Feliz quinta! Até breve! Beijos e abraços!
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Mille
Em: 29/12/2016
Oi May
Apressadinha nê ocê. kkkkkkkkkkkkkk mais ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii o capitulo quase duplo.
Luiz e Vitor não superou a Vera, mais depois que a pequena se acostumar ela vai adora o avô e tio.
Bjus e até o próximo que daqui a pouco vou ler!!
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lis
Em: 29/12/2016
Boa tarde May, tudo bem? Ta maravilhosa a história lindo a forma como elas e a Jeannine estão se dando bem e se entrosando, a forma como ela aceitou duas mães foi lindo, tenho certeza que logo ela se dará bem com o restante da família tb, parabéns
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