Capítulo 2: Loira Esquentadinha
Cochilei no sofá e só conseguia sonhar o mesmo sonho.
Era o sonho com a garota loira de cabelos curtos e gestos bem delicados, ela vestia um vestido típico de alguma festa que eu não fazia ideia qual era, sorria e me chamava pra dançar junto, eu ia e ficávamos nos olhando, ela possuía os olhos intensos verdes, era Lisa. Ainda no sonho eu tentava soltar dela, mas ela me abraçava forte, chamava meu nome e tentar falar algumas coisas que comecei a não entender... Pois fui acordada na mesma hora.
Abri meus olhos e dei de cara com Lisa e suas mãos em meu abdome.
-- Ficou louca? -- bati com minha mão direita na dela.
-- Está ferida! -- ela me falou calma.
-- O quê?! -- perguntei olhando -- Droga! Foi o vidro no mercado!
-- O que aconteceu lá?! -- minha irmã perguntou chegando perto.
-- Um zumbi me levantou e me jogou sobre uma vidraça! -- adoro mentir e exagerar.
-- Mentira! Um zumbi não tem inteligência para isso! Conta logo à verdade! -- era Cléber chato, muito chato esse pirralho.
-- Seu ruivo estraga história, não atrapalha minha fala que te dou uma voadora e você nem terá mais fala alguma até acabar o conto, entendeu?
-- Claro chefe! -- falou sorridente, já estava começando a ter uma esperteza de malandro -- Mas agora já que descobrimos que mentiu poderia contar a verdade né?!
-- O zumbi me empurrou! Satisfeito? -- perguntei.
-- Zumbis não empurram, conta outra Rachel! Vi no noticiário! -- agora era Ramos.
-- Qual o problemas de vocês? -- perguntei irritada.
-- Custa ser verdadeira e matar a curiosidade logo? -- minha irmã também implicava comigo.
Era difícil minha situação, mas eles me conheciam, e confesso que boa parte do que falo não é a verdadeira “verdade”, mas sou “errada” esqueceram? Adoro mentir, vangloriar, chantagear e outras mil “qualidades” que tenho.
-- Certo vou contar! -- até o casal de idosos aproximaram-se para ouvir -- Estava colocando os cereais na mochila quando sinto uma mão gelada em meu ombro, o cheiro forte de sangue por trás de mim -- BUMM! -- gritei para assustá-los, desculpem, não resisti, mas meu abdome doeu pela contração.
-- Idiota! -- minha querida irmã falou -- Continua...
-- Quando senti a mão em meu ombro fiquei um pouquinho de nada com medo, então pulei sobre o balcão que era de vidro, satisfeitos?!
Riram de mim, sacanagem... Conto a eles e ainda tiram sarro?! Depois que se divertiram saíram de perto.
-- Vou te dar pontos! -- Lisa falou.
-- Nem pensar!
-- É profundo, não vai se cicatrizar logo.
-- E o que você é por acaso?
-- Estava me formando em medicina.
-- E o que eu tenho haver com isso? Não quero ser cobaia.
-- Deixa de ser burra! Já tenho experiência e outra você é mal agradecida.
-- Ah, Claro! Foi você que salvou minha vida ontem né? Pode deixar sangrar.
Saí de perto dela e fui ao banheiro, pelo o espelho vi o corte, estava feio, mas não deixaria aquela garota idiota fazer nada comigo.
-- Vem comer! -- meu cunhado chamou-me.
Fui, meu estomago estava embrulhado, já havia matado muitas pessoas, mas zumbis era diferente, era bizarro.
Tomei só um café, observei a Lisa toda delicada com uma xícara na mão, não sabia pra quê aquela classe toda com aquele dedinho levantado se estávamos na pior, sem grandes expectativas de vida.
-- Quando vamos atrás da minha irmã? -- ela perguntou.
-- Quem decide tudo aqui é Rachel! -- Ramos foi claro com ela.
-- Não acredito que vocês são dependentes dela?! Vocês três são homenzarrões e fazem tudo que ela manda? -- perguntou olhando os meninos.
-- Olha aqui! -- me levantei, puxei-a da cadeira e segurei em seu pescoço, sou um pouquinho agressiva -- Se você não seguir o que eu mandar e ficar querendo se impor aqui irei te jogar na rua, tenho certeza que os zumbis irão adorar adquirir algum tipo de classe com você, quem sabe eles aprenderão ter uma apresentação mais amistosa comigo na próxima vez, não?! Tenho certeza que nessa área você será uma boa professora! -- fiz sentá-la na cadeira -- Não brinque comigo! Sou o que você nem imagina que exista.
-- Se for pior que aqueles monstros lá fora, prefiro ir para rua mesmo! -- ela retrucou.
-- Vai! Abro as portas agora!
-- Você não vai sair daqui -- minha irmã se intrometia -- Se acalmem!
Minha cabeça estava fervendo, ela era idiota mesmo, não sabia o risco que corria perto de mim. Larguei o café e fui em busca de um whisky, estava com muita dor no abdome.
-- Esfria a cabeça, ela não parece ser alguém mal pessoa -- Adam meu cunhado se aproximou.
-- Nem nós somos mais meu amigo, depois dos zumbis, nós somos gente boa -- sorri.
-- Verdade! Como vamos sair dessa?
-- Ainda não sei, mas vou descobrir.
Deitei-me no meu coxão, minha posição favorita de dormir era bruços, mas estava impossível de ficar, estava sentindo algumas pontadas no corte.
*****
Estava dormindo mal há dias, apenas cochilava e logo acordava, dessa vez não tive nenhum sonho, mas fui acordada novamente pela Lisa.
-- Gostou de me acordar foi? Não percebe que quero dormir? -- falei de mal humor.
-- Precisa de pontos, não vai parar de sangrar.
O olhei para meu abdome e a camiseta branca estava tomada por sangue.
-- E se você aproveitar e me matar?
-- Porque eu faria isso?
-- Você não foi com minha cara.
-- Você que não foi com a minha! -- ela reclamou.
-- Você é insuportável!
-- E você se acha! O que pensa que é?
-- Já falei, melhor você não descobrir.
-- Não tenho medo de você! Meu pai é policial.
-- Que diferença isso faz agora? E por acaso ele te salvou? Não... Deixa-me ver quem foi... Ah, Claro! Foi um cara que está na lista dos mais procurados, ou você acha que o Ramos é um homem dentro da lei?! Espera... O que acha que somos? Não percebe onde moramos?
Ela olhou ao redor, e me olhou com um misto de curiosidade e medo, sorri pela insegurança dela, enfim, ela começava entender e perceber onde estava.
-- Você é aquela ladra e assassina que estão procurando há anos?
-- Talvez?! -- ironizei -- Não gosto muito de assédio, nunca quis atender os reportes.
-- Idiota!
-- Olha! -- segurei sua mão firme -- Para de me xingar, porque perco o resto de paciência e você verá se o que falam de mim é verdade ou não.
-- Acha que tenho medo de você? -- olhou no fundo dos meus olhos.
-- Não tem? -- aproximei-me mais, adorava o jogo que estava se tornando entre nós, mas ela não esperava meu primeiro golpe...
Foi um golpe ousado, cheio de malícia e claro, tão marcante que ela não esqueceria jamais, como ela não esperava peguei-a com jeito, puxei com toda força que tinha naquele momento a sua nuca e meus lábios foram diretamente aos delas, que a princípio me empurrava e não aceitava o beijo, mas depois...
... Que boca deliciosa ela tinha, sugava sua língua com fervor, sem dar chance para ela voltar a resisti, ela colaborava e deixava-me alucinada, estava já perdendo o controle e querendo mais, mas quando nos soltamos...
Ela soltou uma tapa no meu rosto, confesso que ardeu.
-- Ficou maluca? Mas como não bato em meninas e sim só em mulheres, diga-se de passagem só em certas horas... Vou te mostrar como sou educada e revidar a minha altura.
Deitei-a em meu coxão, fiquei sobre ela, prendi seus braços e voltei a beijá-la, passeei pelo seu colo com minha boca, em seu pescoço e quando estava chegando aos seus seios...
-- Aqui não né Rachel? Lembra que temos idosos? -- meu cunhado disse me atrapalhando.
Olhei para ele e esse meu movimento foi o bastante para Lisa acertar seu joelho em meu corte no abdome, logo saiu sob.
-- Acho que já viu e sentiu que bato bem! -- ela sorriu de pé.
-- Bate?! -- a dor era forte, mas nunca iria confessar isso a ela -- Não senti nada, seu pai deve ter te ensinado muito mal, ou talvez por ser tão magrinha que não tenha força o suficiente.
-- Não acredito em você, pode chorar! -- ela continuava sorrindo.
-- Vamos ver quem vai chorar -- fui para cima dela, peguei-a pelas pernas e coloquei em meu ombro.
-- O que vai fazer? -- meu cunhado perguntou novamente.
-- Fica fora disso! -- falei.
-- Me solta sua louca! -- ela gritou.
-- Já está com medo?! -- brinquei.
Saí a passos largos até onde ficava a garagem com os carros, muitas vezes os carros eram nosso “motel”, minha intenção era dar um susto na minha “rebelde” hóspede. Mas não imaginei o que ela poderia fazer para se defender, tão não imaginei que ela fez uma das únicas coisas que me “quebraria as pernas”, ela simplesmente meteu seus dedes em meu corte, e ainda fez uma pressão forte.
Claro que com a dor soltei-a de imediato, sentei-me ao chão não aguentando de dor.
-- Desculpa! Mas não sabia o que você iria fazer comigo! -- ela tentava se justificar.
-- Volta lá para dentro antes que eu te mate -- falei séria, e algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Ela voltou para dentro, já eu, arrastei-me até encostar ao pneu para esperar a dor passar.
Fim do capítulo
Oie, meninas!
Irei postar todos os dias, são 9 capítulos.
Espero que curtam até o fim.
Bjss
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Mille
Em: 18/12/2016
Olha que a Raquel é cabeça dura e junta com a Lisa uma combinação perfeita.
Agora a Raquel está ai sentindo dor e sofrendo.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Oie, Mille!
As duas têm personalidades difíceis, mesmo com outros problemas, as duas gostam de procurar mais, vai ser um misto de sentimentos para as duas.
Bjss
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Rita
Em: 18/12/2016
Nossa que louca ela mesmo machucada é teimosa. Aposto que agora ainda tá com mais dor, quase doeu em mim -.-
Resposta do autor:
Oie, Rita!
Rachel é teimosa mesmo, as duas são, mas é o início de convívio delas.
Ela é acostumada com essas dores, sempre se machuca, logo ela melhora.
Bjss
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Pryscylla
Em: 18/12/2016
Oie, olha eu estou amando sou meio fanática com isso de zumbi kkkkkkkkk.
Haaaaaa você que é a autora de imensamente amor? Acho que é esse o nome rsrsrs. Se for, posta aqui também.
Bjus :)
Resposta do autor:
Oie, Pryscylla!
Bom que está gostando *-*!
Sou eu sim, mas perdi muitos capítulos de imensamente amor, perdi muitas estórias, o notebook que eu usava aconteceu um acidente aí perdi ele, só tenho algumas estórias que havia salvado em pen drive e cds. As que tenho irei postar, mas pena que imensamente amor não estou com todos os capítulos.
Bjss
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