Capítulo 1: Encontrando-a
Abri meus olhos lentamente, será que aquele pesadelo havia passado? Levantei minha cabeça um pouco para olhar o movimento da garagem, era assim que chamávamos nosso esconderijo, era dividido em duas partes, a entrada que realmente era uma garagem e guardávamos os carros, e a outra parte colada onde morávamos, esta era menor, mas o suficiente para abrigar minha família de amigos (ladrões), éramos em um total de seis pessoas no esconderijo.
-- Ramos? -- chamei meu amigo, ele assistia o único canal que ainda funcionava na TV.
-- Oi! -- respondeu, mas não me olhou.
Ele era um homem alto por volta dos 30 anos, moreno com cabelos Black Power, muito estiloso ainda.
-- Tudo continua da mesma maneira? -- perguntei.
-- Tudo, e começa a piorar, estamos sem comida e aquele casal de idosos que sua irmã resolveu ajudar precisa de medicamentos.
Já havia me levantado e chagado perto dele, era verdade, agora éramos em oito e com mais problemas.
-- Vamos ter que ir procurar comida -- falei o óbvio -- E remédios.
-- Vamos sim, eu e você, porque o restante não aprova nossa saída.
-- Quando todos dormirem sairemos, recarrega todas as armas que temos -- falei e saí de perto dele para despistar.
Quando descobrimos que a cidade havia sido invadida por zumbis imediatamente trancamo-nos na garagem, já havia dias e nossos mantimentos se acabavam cada dia, não sabia como estava sendo o mundo lá fora. Nosso esconderijo ficava na parte baixa da cidade, perto do centro dos esgotos, não era bom viver assim, mas não tínhamos outra saída.
Minha quadrilha era formada, por: Lila minha irmã de 27 anos, muita parecida comigo só que seus cabelos eram bem maiores do que os meus, o Ramos, o Cléber um ruivo meio bobo “adotamos” ele, Mary namorada do Ramos e Adam namorado da minha irmã.
Um protegia o outro, e nessa, resolvemos em conjunto que nenhum sairia da garagem em proteção, mas claro que odeio regras e não seguiria essa.
Olhei para o coxão onde os dois idosos estavam deitados, minha irmã dormia no sofá com meu cunhado, e o Cléber cochilava com uma revista pornográfica na mão.
-- Pronta? -- Ramos perguntou.
-- Sim, e a Mary?
-- No banho, vamos antes que ela saia.
Abrimos o portão de entrada com o mínimo de barulho possível.
-- Vamos em qual carro? -- perguntei olhando alguns que tínhamos.
-- No da polícia, aquele que você pegou “emprestado” na última vez -- ele falou sorrindo -- Acho que é o único que tem gasolina.
Acelerei o carro, para sair do esconderijo era necessário passar pela área do esgoto, era um local imundo. Quando chegamos à rua percebemos o desastre que estava, a cidade quase toda escura, algumas casas pegavam fogo e havia muita sujeira no chão, era difícil dirigir com objetos na pista.
-- Olha ali nossos novos amigos! -- Ramos apontou.
-- Atira! -- falei.
Ele logo atirou na cabeça como vimos no noticiário. Após o tiro e o zumbir cair surgiram mais.
-- Acelera, vamos sair daqui -- ele gritou.
Acelerei como ele pediu e saí.
Parei em uma farmácia que estava com os vidros quebrados e como quase todas as casas e empreendimentos abandonada, mas parecia não ter zumbir por perto.
-- Não saí de perto do carro, vou entrar lá e pegar o que tiver de medicamento -- expliquei a Ramos.
-- Cuidado! -- ele me alertou.
-- Você também!
Ele concordou e eu entrei na farmácia, os vidros já estavam espalhados pelo chão e mal tinha remédios. Guardei tudo que encontrei na mochila, procurei mais no estoque, mas alguém já havia passado por ali antes de mim.
-- Conseguiu alguma coisa? -- Ramos perguntou quando me viu.
-- Sim, só não sei se vai servir para nossos inquilinos.
-- Inquilinos é ótimo!
-- Vamos ao mercado? Ou acha que já tivemos sorte demais?!
-- Vamos claro! Temos armamentos.
Entrei no carro e parti para duas quadras dali, zumbis surgiam do nada na rua, tentavam se aproximar do carro e nós atirávamos, como eram poucos, acabávamos nos livrando deles sem problemas.
-- Dessa vez vou com você! -- Ramos me seguiu, entramos no mercado.
-- Pega o que conseguir de comida aqui, eu vou para o outro lado -- falei e me afastei dele.
Em uma mochila colocava cereais, salgadinhos e o que eu encontrava pela frente, mas distraída que estava, sinto uma criatura atrás de mim, me jogo sobre o balcão lateral.
Era um “meio” zumbi, ainda estava em fase de transformação.
Atirei na cabeça e logo apareceram mais, vinham de uma porta ao fundo, peguei a mochila e saí correndo em busca do Ramos.
-- Cara temos que sair! O que conseguiu?
-- Apenas enlatados e bolachas.
-- Vamos, aqui está cheio deles!
Quando chegamos ao carro, este se encontrava cercado de zumbis, olhei para o Ramos e consentimos com o mesmo pensamento.
Em poucos minutos matamos os já mortos seres e entramos no carro, parecia que todos já tinham conhecimento de nossa visitinha.
-- Isso deu trabalho! -- ele comentou.
Havia pedaços de zumbis por tudo que era parte.
-- Vamos voltar logo -- falei.
No caminho de volta o rádio toca, na parte alta da cidade ainda funcionava o rádio.
-- Vamos atender, alguém deve está em apuros -- meu amigo disse.
-- Não, isso é trabalho da polícia verdadeira! -- respondi.
O rádio não parava de alarmar e Ramos atendeu contra minha vontade.
-- Pode falar -- ele disse.
-- Preciso de ajuda, estou no porão da minha casa, tem zumbis por toda parte -- era uma voz de garota.
-- Diga o endereço, chegaremos logo aí! -- Ramos continuou bancando o policial.
Ele sabia onde ficava a casa e seguiu para lá contra a minha vontade.
-- Se a casa tiver cheia de zumbis mesmo, eu te mato! -- falei para ele.
-- Você anda com um mau humor viu?! Vamos salvar a garotinha, quem sabe conseguimos nossa vaguinha no céu?!
-- Vai sonhado!
Chegamos ao endereço que ela passou.
-- Quer ir lá? -- Ramos ofereceu a oferta.
-- Tá, vou! Mas só porque não consigo ficar quieta aqui -- peguei uma arma que ele tinha na mão -- Não saí de perto do carro.
Entrei na casa e logo encontrei as escadas do porão, a garota havia ensinado direitinho, bati mandando abrir.
Uns dez minutos depois e nada da garota abrir a porta, já estava sem paciência, ouvi passos vindo pelo corredor, encostei-me a parede e olhei, era zumbis e nada da garota abrir.
Não tive escolha, saí caminhado pelo corredor, encontrei três zumbis, atirei nos três deixando-os caídos ao chão e voltei para a porta do porão.
-- Abre à droga dessa porta se não vou te deixar aí, pirralha idiota! -- gritei.
Enfim abriu, mas não era uma garota e sim uma mulher.
-- Não sou idiota! Apenas cochilei! -- falou ela.
-- Vem! -- peguei sua mão e puxei-a para sairmos logo dali.
Na porta de saída havia mais um zumbi.
-- Que droga! -- falei puxando o gatilho.
O problema era que não havia mais balas comigo, mas tinha no carro.
-- Droga ao quadrado!
-- O que foi? -- ela perguntou.
-- Sem bala! -- olhei o centro da sala -- Vamos fazer assim, vou despistá-lo e você vai direto para o carro entendeu?
Ela balançou a cabeça positivamente, quebrei o vidro do centro e depois arranquei uma das pernas do mesmo que era de madeira, logo avancei para cima do zumbi e bati na cabeça dele com o pedaço da madeira.
Logo a “pirralha” saiu como mandei.
Depois surgiu mais dois zumbis, me vi em apuros, chutava, batia neles e claro que eles vinham para cima de mim, não pagaria para ver o que ela iriam fazer comigo, mas continuava batendo neles...
-- Acabou a festa! -- Ramos entrou e atirou em cada um deles -- Vamos, que nossos amigos estão começando a dar “rolê” na rua!
Saímos de lá e como meu amigo havia dito, já havia muitos vagando pela rua.
-- Precisamos pegar minha irmã, ela ficou na escola trancada! -- a loira dizia.
-- Vamos para o esconderijo, nada de outro lugar nesse momento -- falei autoritária.
-- Você não entende? Ela está lá há dias! Nem sei se está vida!
-- Não podemos ir lá agora, não entendeu? E nem sabemos se ela ainda está vida.
-- Claro que está!
-- Mas não vamos pagar para ver! Não ver como a rua está? Seria suicídio!
A garota não mais falou nada, voltamos para o esconderijo.
-- Agora estamos seguros -- falei.
-- Ainda bem, nunca atirei tanto na minha vida -- meu amigo falou.
Assim que chegamos, fomos atacados por perguntas e reclamações.
-- Por que você é assim? Poderia ter morrido! -- minha irmã reclamou.
-- E você seu irresponsável? Como embarca na aventura dessa louca? -- era Mary criticando o Ramos.
-- Parem vocês duas, vão lá no carro e busquem o que conseguimos -- Ramos falou antes de mim.
-- E essa garota? -- Cléber quis saber.
-- Não faço ideia de quem seja! -- respondi -- Ela estava no meio dos zumbis, achei bonitinha e trouxe, mas pelos dias que ela estava convivendo com eles não sei bem se ela ainda possuiu os seus sentidos perfeitamente -- brinquei.
-- Eu sei falar tá? Prazer me chamo Lisa! -- ela apertou a mão de Cléber -- Eles me salvaram!
-- Isso... Ainda estou aguardando o “muito obrigado” e “devo minha vida a você” -- falei sarcástica.
-- Não me lembro de ter conversado com você e sim com o um homem, então muito obrigado! -- apertou a mão de Ramos dessa vez -- Devo minha vida a você! -- eita, mulher cínica.
-- Mal agradecida! -- retruquei.
Nessa hora minha irmã e minha amiga vinham com as coisas que conseguimos.
-- Bastante coisa! -- Mary respondeu -- Estou orgulhosa de vocês dois, e aí loira quer alguma coisa?
-- Adoraria um banho -- Lisa falou -- Nem sei quando tomei um pela última vez!
-- E eu que pensei que esse “cheiro” era dos zumbis! -- falei para provocá-la.
Ela me fuzilou e foi com Mary até o banheiro.
Fim do capítulo
Olá, meninas!!!
Essa estória postei há um tempinho no abcles, particularmente gosto muito dela, me diverti muito escrevendo, tanto que ainda lembro, e minha memoria é péssima kk! E para ver como as coisas são, perdi muitas das minhas estórias(para não dizer 90%) e essa tinha salvado em CD.
Para quem ainda não leu espero que goste, e para quem leu, sinta-se a vontade para ler novamente.
Bjss
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Pryscylla
Em: 18/12/2016
Haaaa que pena, eu amo imensamente amor :(
Você podia reescrever nhe ?! Kkkkk
Bjus :)
Resposta do autor:
Oie, Pryscylla!
Pena mesmo, também fico triste, reescrever não ficaria do mesmo jeito, mas quem sabe um dia eu posso fazer uma releitrua dela, até porque adoro essa estória também.
Bjss
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jeeh
Em: 17/12/2016
..Qe isso em???—,to ansiosa p o próximo capítulo..
Qe isso essas duas vai dar MT ia falar.. Estilo the walking dead ????, gostei MT parabéns e sucesso!!
Resposta do autor:
Olá, Jeeh!
Irei postar todos os dias, pois já está completa.
É mais ou menos TWD, essa estória escrevi bem antes de saber que TWD existia, mas adoro zumbis kk e meio que fiz uma mistura de comédia, ação e romance.
Bjss, espero que continue gostando.
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