Capítulo 13 - Pedro Mala (Malu)
A verdade é que toda essa história de um tempo de descanso era apenas uma forma de tentar acalmar meu corpo e minha mente. É claro que realmente estávamos indo muito bem no trabalho e aquele era um descanso merecido dos rapazes, mas eu realmente precisava parar um pouco e por minha mente em ordem.
Eu estava em meio a realização de um sonho e minha mente, ao invés de manter o foco em meu trabalho, vivia povoada de sonhos e pensamentos com aquela menina insolente. Ela até havia dado uma trégua em suas provocações e parecia realmente estar se dedicando ao trabalho, mas sua presença era algo perturbador demais. Quase aceitei a idéia de Arthur de voltar com ele pra cidade um pouco, quem sabe sex* não seria uma boa opção pra despertar meu lado hetero, que parecia estar completamente abalado pela presença de Iara, mas sabia que isso não funcionaria.
Parece que havia sido aberta a temporada de “enlouqueçam a Malu”, pois só isso explicaria o complô de meu queridíssimo irmão juntamente com Iara para um suposto plano de divertimento. Eu queria ficar longe dela e tudo que consegui foi aproximá-la mais ainda. Putz! Uma semana com essa menina na minha cola e eu não sei se sobraria qualquer rastro de sanidade ou autocontrole em minha mente.
A animação era indescritível, chegamos na hora do almoço à fazenda e logo os rapazes estavam prontos pra partir não queriam perder tempo. Decidimos que iríamos todos a cidade mais próxima de onde parte da equipe seria levada pra casa. Os quatro que permaneceriam na fazenda iram mais tarde num carro separado apenas pra conhecer a cidade. Uma das idéias brilhantes de Malu e Arthur, para realização da “Operação Divertimento”.
Até que não era uma idéia ruim se não fosse pelo fato de que por estarmos em quatro pessoas os rapazes acreditarem na idéia que formávamos dois casais. A cidade era muito aconchegante e havia bares muito convidativos para uma boa noite de animação e um clima de romance no ar. Uma pena eu ser meio imune a esse tipo de atmosfera. Talvez eu nem fosse imune, mas a situação não estava favorável. Diego era um rapaz fantástico muito bonito e inteligente, mas eu simplesmente não conseguia me desconcentrar da visão de Pedro “O Mala” com todo o seu jeito de polvo estendendo seus tentáculos pra cima de Iara, e o pior eu nem sabia se o que mais me desagrava era a ousadia dele ou o fato de isso parecer agradá-la. Mas por que ela tinha que ser assim tão linda já tinha me acostumado a vê-la com as roupas de coleta, vê-la vestida tão informal apenas com um vestido simples mais provocante e os cabelos negros soltos era uma verdade covardia contra qualquer tentativa de resistência.
Acho que Diego logo percebeu que a minha receptividade era mínima e acabou se interessando por uma das mocinhas interioranas que parecia muito interessada com a idéia de ficar com um dos pesquisadores dos quais todos na cidadezinha já estavam comentando. O fim de meu controle foi quando Iara e Pedro se levantaram pra dançar eu descobri que odeio forró ou qualquer outra dança que deve ser realizada aos pares e ainda por cima com os corpos em tanta proximidade.
Decidi que se ela era capaz de provocar eu também seria. Levante e fui pra pista de dança e apesar de minha total falta de jeito pra dança aceitei o convite de um rapaz com uma cara bem de peão mesmo, que logo pareceu me devorar com os olhos, por um momento quase pensei em voltar atrás na decisão, mas quando vi a cara de desagrado de Iara me mantive firme e fui dançar.
Descobri que definitivamente não levo jeito algum pra dança e que meus conceitos em relação a dança devem estar bem desatualizados, pois não sabia que era necessária uma simbiose tão completa pra dançar, já estava achando que aquilo tinha sido uma péssima idéia ainda mais quando senti a mão que sem pudor algum deslizava da minha cintura pra minha bunda. Quanta audácia!! Tentei me liberar dos braços que me envolviam, mas ele pareceu não gosta e me segurou com mais força.
Foi meio de repente que ela surgiu, falando bem sério.
-Desculpe moço, mas acho que a minha amiga não esta mais a fim de dançar. Já esta ficando tarde e precisamos ir. Vamos Malu?
A cara eu ele fez foi bem pouco amigável, mas ele preferiu evitar confusão e me largou. Eu adoraria poder contrariá-la, mas tudo que conseguia pensar foi no quanto eu estava agradecida por ela ter me ajudado. Mas eu simplesmente não conseguia dizer uma única palavra. Fomos a até os rapazes e ela avisou que estávamos indo embora mais cedo. Eles decidiram ficar pela cidade mesmo já que pra eles a noite parecia estar mais empolgante. Notei que Iara disse algo a Pedro que o deixou bem irritado, afinal tudo indicava que ele passaria aquela noite com ela e agora ela estava indo embora e sem fazer questão alguma que ele fosse junto.
Fomos pro carro, que ela estava dirigindo e foi só no meio do caminho que finalmente tiver coragem de dizer alguma coisa.
-Obrigada pela ajuda e desculpe por arruinar sua noite com Pedro.
- Que isso nem precisa agradecer, você acabou me dando um bom motivo pra me livrar do mala do Pedro.
Rimos juntas do comentário, afinal tínhamos a mesma opinião sobre ele. Mas ela resolveu me provocar.
- Sabe ainda não acredito que você namorou com um cara desses.
- Na verdade nem eu acredito. Mas ele não é de todo mal, só meio convencido.
Ainda conversamos sobre muitas bobagens até chegar à fazenda, ainda não era tão tarde e ela muito gentil me convidou pra ficarmos um pouco na varanda.
-Meu tio tem uns vinhos maravilhosos aqui o que acha de beber um pouquinho pra aquecer a noite?
Eu e álcool não tínhamos lá um relacionamento muito íntimo, mas resolvi aceitar a proposta, afinal que mal haveria em ficar ali sentada um pouco com ela. A conversa fluía agradável assim como os copos que e enchiam e esvaziavam. Minha resistência não era muita, se é que ela existia e logo os assuntos tornaram se menos gerais pra mais pessoais e ela tinha o incrivelmente dom de ser sempre direta e completamente desconcertante.
- Posso saber por que dispensou o Diego, ele me parecia bem interessado em você essa noite.
Pensei e dizer um “Não te interessa” e dar fim logo nesse assunto, mas não queria ser grossa e algo em seu olhar me deixava meio tranqüila demais, ou seria o efeito do álcool, respondi praticamente sem pensar.
- Não era nele que eu estava interessada essa noite.
Vi toda uma malicia em seu olhar antes de voltar a perguntar.
- Hum... e em que estava interessada essa noite doutora?
Putz eu bem que podia ter ido dormir e esquecido essa história de vinho, mas agora estava ali completamente perdida, pois por mais que eu quisesse ordenar meus pensamentos e arrumar uma forma de sair da situação e usar minha imunidade de climas românticos nada funcionava e tudo que eu conseguia pensar era no quanto ela estava linda naquele vestido e no quanto seus lábios eram convidativos. Não que eu não notasse seus lábios sempre, mas estar um pouco alcoolizada contribuía bastante para minha quase ausência de timidez.
-Por que a curiosidade menina, esta com ciúmes?
Acho que algo na minha voz ou minha pele já meio rosada por conta do álcool denunciou ao grau de lucidez que me restava, que não era tanto assim. Ela pareceu hesitar um pouco diante da resposta nada usual.
-Talvez eu esteja sim doutora, mas acho melhor continuarmos nossa conversa amanhã, sem vinhos.
Ela falou isso já se levantando da mesa. Eu não estava acreditando ela parecia estar me dispensando. Menina mais mal criada! Provocar e depois correr, isso não poderia ficar assim, me levantei e a segui até a cozinha, onde ela depositava as taças na pia e me aproximei por trás e disse em seu ouvido.
- Que foi menina, ficou com medo? Justo você que adora provocar.
Senti a tensão em seu corpo, ela parecia se conter, a muito custo, mas eu queria provocar. Abracei-a por trás e rocei meus lábios de leve em sua nuca, a tensão em seu corpo aumentou e senti seus pelos se arrepiarem. Ela virou bem depressa e ficou bem de frente pra mim com seus lábios quase tocando os meus.
- O que você quer heim doutora?
-Quero você!
Disse essas palavras já sem me conter beijando com voracidade aqueles lábios que pareciam me convidar, ela correspondia com igual desejo. Os beijos se tornavam mais intensos e já não eram o suficiente pra mim, deixei que minhas mãos percorressem seu corpo enquanto eu a empurrava de encontro à parede. Ela também se aproveitava com as mãos em meus seios por baixo da blusa, seus toques pareciam incendiar meu corpo. Minhas mãos logo encontraram o seu vestido deslizando por entre suas pernas. Ela gem*u baixinho, quando toquei de leve seu sex*. Sentia seu corpo tremer com toda a vontade, ela queria tanto quanto eu, mas ainda parecia querer se conter. Quando minha mão tocou seu sex*, tentando se livrar da barreira gerada pela calcinha, ela a segurou e vi em seus olhos apesar de toda vontade que transparecia neles, um ar de desagrado e mágoa.
-Malu não. Assim eu não quero!
- Que isso menina? Primeiro você me provoca e me tortura durante um mês e agora não quer.
- Você esta bêbada Malu é melhor parar por aqui.
Me aproximei de seu corpo mais uma vez e sussurrei no seu ouvido.
-Não estou bêbada, só menos tímida. Sei que me quer tanto quanto eu quero você.
Ela me beijou com muita vontade foi um beijo longo que parecia sugar as minhas forças. Depois sussurrou no meu ouvido também.
- Se você me disser isso quando estiver sem nem um pouco de álcool em seu sangue você terá de mim tudo que quiser.
Depois de dizer isso ela saiu e voltou pra varanda, pensei em segui-la, mas ela parecia irredutível, então subi e decidi tomar um banho frio pra me acalmar e pensar um pouco. Apesar de minha irritação eu sabia que ela estava correta eu estava sendo uma completa idiota, mas eu não estava mentindo eu a queria e provaria isso pra ela. Depois do banho notei que a luz do seu quarto estava acessa e bati na porta.
- Os outros quartos estão vazios doutora você não precisa dormir aqui.
- Acho que me acostumei a dormir com você por perto. Prometo me comportar.
Consegui quebrar um pouco da tensão e conquistar um sorriso.
-Tudo bem Doutora, admita logo que esta com medinho de dormir sozinha.
Já me enfiei embaixo das cobertas ao seu lado.
-Tudo bem estou com medo sim e daí! Posso te pedir de novo uma coisa?
- Nuss falando assim me da até medo, mas peça.
-Me chame de Malu, sei que me chama de doutora por pura provocação.
Ela sorriu e deitou a meu lado me abraçando. E sussurrando ao meu ouvido.
-Boa noite Malu.
Aconcheguei-me em seu abraço e respondi.
-Boa noite Iara.
Fim do capítulo
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