Capítulo 12 - Dias que Voam (Iara)
Se quando havia aceitado por livre e espontânea pressão a idéia de meu adorado padrinho em participar dessa expedição por um ano eu imaginei que os dias se arrastariam e eu teria que fazer até terapia pra me recuperar de tudo que passaria neste tempo, agora eu simplesmente tinha que admitir o quanto o tempo parecia voar e o quanto isso estava me incomodando.
Já estávamos a um mês nessa vida louca de pesquisa, até eu já estava começando a entender sobre plantas e bichos, era incrível toda aquela dedicação da equipe. Às vezes ficava pensando que todo aquele lugar me pertencia e eu havia passado anos de minha vida ignorando completamente este lugar. E agora precisei que pessoas completamente estranhas me fizessem ter um novo olhar sobre todo o lugar e ver finalmente sua importância. Por mais que eu tivesse bons motivos pra passar um bom tempo odiando a idéia de voltar ali eu tinha que admitir que meus motivos pareciam bem pequenos diante do amor daquelas pessoas e da vontade que elas tinhas de defender tudo aquilo.
Com sol ou chuva estávamos ali dispostos a levantar cedo e ir ao trabalho, cada dia parecia uma nova aventura como uma redescoberta de tudo que eu de certa forma já conhecia, mas que parecia nunca ter visto de verdade, até de minha infância eu acaba lembrando. Confesse que logo que conheci Malu imaginei que ela seria um bom motivo pra estar na equipe, afinal ela me pareceu um excelente desafio, mas depois de conhecê-la acabei vendo muitas outras razões pra estar ali, ela e seu entusiasmo estavam me ensinando muita coisa.
Putz! O que esta mulher estava fazendo com a minha mente? Olá senhora mente será que você pode ver se encontra a verdadeira Iara perdida em algum lugar dentro de mim, pois acho que essa pseudo-ambientalista esta ficando muito chata com todo esse papo constante de preservação. O que a Doutora Malu estava fazendo com minha cabeça, será que não basta simplesmente toda a loucura que ela causa em meus hormônios e sem contar a quantidade de vezes em que imagino situações nada profissionais ao lado dela.
Pela primeira vez em minha vida eu havia passado um mês inteiro apenas desejando uma mulher. Aff ! Acho que todo aquele ar puro e o monte de verde estavam me deixando muito fraca pra conquista. Definitivamente teria que reavaliar meus métodos de conquista e procurar uma brechinha que fosse na armadura da digníssima, antes que surtasse de vez tendo que só admirar essa mulher.
Mas parece que os espíritos da mata ouviram minhas preces e na reunião daquela noite vislumbrei a minha oportunidade de continuar minha conquista.
- Olá rapazes! Ops e Iara também. Primeiro quero parabenizar a todos pelo excelente desempenho durante esse mês de trabalho. Vocês são uma equipe maravilhosa.
- Hum... doutora assim vamos acabar achando que você esta querendo que a gente fique por mais um ano aqui.
Foi o comentário divertido de Diego.
- Bom até que não seria uma idéia ruim, mas não é isso. Como nos estamos bem adiantados e já temos um excelente volume de matérial e já esta ficando complicado manter tudo isso no alojamento, queria propor que ajeitássemos tudo e voltássemos por uma semana para a fazenda. Os que quiserem podem passar esse tempo em casa desde que cheguem até domingo de manhã pois na segunda retornaremos ao trabalho.
A alegria foi geral, afinal pra quem tinha família uma semana seria bom demais depois de um mês inteiro vendo só bicho e planta. Logo começaram os preparativos e planos para viagens no da seguinte. Foi de uma conversa de planos que sem querer acabei ouvindo, que me fez iniciar meus planos de conquistar minha doutora.
- Malu não faz sentindo você ficar aqui sozinha!
- Arthur não ficarei aqui, estarei na fazenda, assim adianto um pouco da parte teórica do nosso trabalho.
- Você não pode ser tão viciada assim em trabalho Malu, tem que ter uma vida. Já pensou em namorar? Ou pelo menos fazer sex* com alguém às vezes? Acho que não, afinal isso seria ter vida pessoal e você nem deve saber o que isso.
- Você sabe muito bem que não é por isso, olha você vai voltar pra Lívia, pois sei que esta morrendo de saudade, mas e eu Arthur, pra que vou querer voltar?
- Sei lá pra quem sabe encontrar alguém legal, ser feliz, talvez.
- E quem disse que não estou feliz, essa pesquisa é a realização de um sonho. E eu não ficarei sozinha. Pedro e Diego também preferem ficar por aqui.
- Tudo bem Malu você venceu, mas pelo menos não fique enfurnada no laboratório, vá e o menos conhecer a cidade.
Nessa hora nem me preocupei se iria parecer intrometida, mas achei que seria sim um momento bem oportuno pra entrar na conversa.
-Desculpe acabei ouvindo que alguns pesquisadores irão ficar e queria avisar que também passarei essa semana na fazenda. Assim posso apresentar a cidade aos que permaneceram.
A alegria de Arthur foi visível assim como a surpresa no olhar de Malu.
- Nossa que bom que alguém que não seja viciada em trabalho ficará por aqui também. Será que você pode tomar conta da minha irmã Iara, se não essa maluca se mata de trabalhar.
- Pode deixar Arthur, tentarei fazer o máximo pra que ela ao menos se divirta um pouco.
- Qual o problema de vocês dois, eu ainda estou aqui será que posso ao menos fazer parte dos planos que estão fazendo e que por coincidência envolvem a minha pessoa.
- Claro que pode maninha, mas só ouvir mesmo, porque não acho que o assunto diversão seja algo que você tenha algum domínio pra manter um conversa.
O olhar de ira dela pra Arthur foi hilário, mas ela se manteve quieta enquanto conversávamos um pouco mais sobre as opções de “divertimentos” na pequena cidade próxima ao sítio, estava mesmo decidida a tirar proveito dessa situação tão providencial.
Fim do capítulo
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