Capítulo 11 - Noite que não tem fim
Ainda não conseguia acreditar na minha cara de pau, e nem saberia dizer de onde tirei coragem pra dizer aquilo.
- E ai mocinha a conversa da massagem era só papo, ou você é realmente boa nisso mesmo.
Mesmo sem saber de onde veio a coragem valeu a pena ela ter surgido, pois acho que nunca tinha visto nada mais fofo do que aquela carinha mais tímida, pois é pra mim que estava sempre na situação contraria de ser a quem fica sem graça com as indiretas dela agora estava ao menos revertendo o placar. Apesar da confusão em minha mente eu tinha consciência de que algo diferente acontecia e estava disposta a ao menos tentar descobrir o que era.
Apesar dessa decisão de ir em frente e testar meus limites definitivamente não estava preparada para o que sentiria quando a suavidade de suas mãos tocou a minha pele nua, estava doendo sim e muito, mas o tremor que percorreu meu corpo não significava isso, apesar de eu ter torcido intimamente pra que ela acreditasse nessa versão. Era bem verdade que a massagem era perfeita e que estava aliviando a dor, mas em contrapartida deixava todo resto do meu corpo tenso.
Enquanto suas mãos percorriam do meu joelho ao meu pé de forma delicada, mas firme eu mantinha os olhos fechados tentava me concentrar em algo que não fosse o calor que parecia sair das mãos dela e percorrer o resto do meu corpo. Lembrei do medo que havia passado a algumas horas antes no meio da mata quando imaginei que algo de mal pudesse acontecer a ela, eu teria me jogado na frente até de uma onça se fosse necessário quem dirá segurar uma cobra pra que ela ficasse em segurança.
Achei que o melhor seria fingir logo que estava dormindo, não queria que ela parasse, pois a sensação era maravilhosa, mas também não queria pedir que continusse então se eu dormisse ela pararia logo.
- Malu já dormiu?
Ela perguntou com a voz meio frustrada, mas preferi manter meu teatro a ter que correr o risco de enfrentar o que poderia ocorrer caso ela continuasse a me tocar daquela forma. Senti suas mãos tocarem novamente minha perna só que dessa vez indo até a coxa. Nuss!!Lutei com todas as minhas forças pra não emitir som algum, que bom que ela aparentemente não passaria disso.
“Senti quando suas mãos deixaram de tocar minha pele e pensei que enfim meu corpo se acalmaria, mas quando menos esperava senti seu corpo em contato direto com o meu, seus seios tocavam de leve as minhas costas e sua mão passou a deslizar pela lateral do meu corpo, era como se cada toque tivesse o pode de me incendiar, queria parece imune ao contato, mas foi impossível reprimir o gemido quando seus lábios tocaram o meu pescoço e pude sentir sua respiração e a sua resposta a minha fraqueza foi instantânea.
- Gostou minha doutora? E logo intensificou o contato dos lábios em meu pescoço, o que me impediu de responder verbalmente, tirando apenas mais gemidos de mim. Virei-me e fiquei de frete pra ela e encontrei um olhar completamente devorador, enquanto pelo meu passou um lapso de temor, mas a minha vontade de me entregar completamente a ela era maior. Busquei seus lábios em um beijo intenso que fazia meu corpo desejar completamente o seu, senti suas mãos apertando a minha cintura de encontro a seu corpo é deslizando sobre a pele desnuda de minha coxa e me apertando cheia de vontade. Nada de racional passava em minha mente naquele momento, não importava onde estávamos apenas queria aquele contato, ao qual todo meu ser respondia.
- Quero você, menina atrevida!! Foi tudo que consegui dizer enquanto senti sua mão deslizando entre minhas pernas em busca de meu sex*… foi completamente molhada e suada que despertei desse sonho nada inocente e torcendo para que Iara que dormia ao meu lado no colchão não houvesse percebido nada do que estava se passando. Todo meu corpo ainda parecia em brasa e temia me denunciar caso ela despertasse.
Olhei para o lado e ela dormia calmamente. Tão linda...ainda senti um pouco de dor na perna por conta do ocorrido na mata, mas a massagem dela realmente havia feito efeito, na verdade até mesmo efeitos inesperados em minha mente também .
******
Acordei cedo, mas todo meu corpo parecia não querer me obedecer, senti sua respiração bem pertinho da minha nuca e pensei no qual difícil seria sair daquele abraço. Nem sei se sonhei ou se ouvi mesmo Arthur falando.
- Melhor deixá-las dormir a hora que acordarem será fácil nos encontrar. Deixarei um bilhete.
Acordei e ela nem estava mais do meu lado. Nem imaginava que horas seriam, vi meu relógio ao lado e me estiquei em meio a toda minha preguiça pra pegá-lo e logo ouvi sua voz debochada atrás de mim.
- Não precisa se esticar tanto Malu são 10 horas agora. Acho que o resto da equipe quis nos dar uma folga hoje.
Apesar de não ter um humor muito bom logo que acordo aquele sorriso pela manhã me deixou mais bem humorada.
- Bom dia para você também Iara.
Disse isso já tentando me levantar, pois pelo horário teríamos de andar bastante até alcançar o grupo que saiu mais cedo, mas logo me arrependi de ter me movimentado tão depressa e jogado o peso justo na perna que estava dolorida ainda.
- Ai!
Não pude evitar a exclamação de dor. E logo senti seus braços na minha cintura e no meu ombro e a lembrança do sonho invadiu minha mente.
- Deixa que eu te ajudo. Os rapazes deixaram um bilhete pra que fossemos até eles, mas acho que não será bom forçar esse joelho ao menos por hoje.
- Quem te nomeou a médica da equipe heim menina?
- Ninguém doutora, só estou tentando se sensata e evitar que uma cabeça dura se machuque mais por pura teimosia.
Muita audácia dessa menina, mas ela estava certa, não poderia mesmo arriscar afinal fazia pouco mais de uma semana que estávamos ali, não queria ter que voltar ao sitio mais cedo do que o previsto por uma bobagem. Ficaríamos sim por ali, pois também não iria permitir que ela fosse sozinha atrás dos rapazes afinal como ela mesmo disse era melhor ser sensata e evitar riscos desnecessários.
- Tudo bem Iara você venceu ficaremos por aqui hoje. Nossa to morrendo de fome.
- Tudo bem, então hoje terei um momento enfermeira além de fotografa.
Tomamos café juntas e ficamos conversando bobagens e rimos da noite anterior. E ela meio tímida perguntou.
- Você sabia sobre o Felipe e o Eduardo?
- Sim nos conhecemos desde a faculdade eles estão juntos há bastante tempo. Por que você tem algum problema quanto a isso?
Perguntei mas por achar que ela ficaria sem graça ou algo assim, mas quase me engasguei com a resposta direta.
- Não porque eu haveria de ter problemas se também sou gay.
Não sei se o que vi no rosto dela foi uma expressão de contentamento por conseguir fazer com que a cor de meu rosto se igualasse a do meu cabelo ou se foi só impressão minha. Mas ela nem se contentou em parar por ai.
- Algum problema doutora?
Tentei parecer o mais tranqüila que pude.
- Não como já disse acho que cada um tem sua orientação.
Acho que ela resolveu dar uma trégua e mudamos de assunto. Até decidirmos o que fazer com todo o tempo que teríamos naquele dia.
Eu optei por terminar de prensar o material que já tinha coletado. Ela com sua função de enfermeira me ajudou a improvisar uma almofada com umas bolsa para manter a perna levantada e depois foi tirar uma fotos nas imediações do alojamento.
Passamos assim um dia meio preguiçoso em que praticamente fingi estar completamente envolvida em meu trabalho sem deixar de sempre observá-la ao longe trabalhando e notei que as vezes ela me fotografava, mas preferi não comentar afinal ter fotos minhas trabalhando não seria uma má idéia.
Fim do capítulo
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