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Pentimentos por Cidajack

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Palavras: 4442
Acessos: 1860   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 23

VINTE E TRÊS

disclaimer no capítulo UM

 

 

 

O sábado estava lindo. Como não tivera notícias de Luciana e Rebecca, Clara sabia que não as veria durante o final de semana. Raramente as via, a bem da verdade, quando se trancavam naquele apartamento.

 

Depois de vagar pela casa, navegar na Internet, checar a despensa e cuidar de umas plantinhas, a secretária acomodou-se à beira da piscina munida com suas revistas favoritas. Decidira ler, nadar um pouco e depois ia ao shopping, fazer mercado, almoçar, pegar um cineminha e curtir o final de sábado degustando um bom vinho e música.

 

Ou seja, essa era a sua vida antes de todas as alterações. Eram seus antigos costumes. As coisas que fazia e adorava. Coisas que povoavam satisfatoriamente sua solidão.

 

Pois então, o que acontecera para todas essas "ocupações" parecerem coisa de um passado distante?

 

Só tinha essa casa porque decidira compartilhar com alguém; buscar passeios na Net não parecia mais animado; plantas nunca foram sua paixão; e a piscina, como parte da casa, pretendia abrigar companhia outra que não as revistas.

 

Shopping, compras de mercado, cinema, vinho....tudo parecia não mais caber em singular.

 

Encostou a cabeça no reclino da cadeira, fechou os olhos e viu Régia. Viu, sentiu, pressentiu. Ressentiu não poder tê-la.

 

Pegou o telefone.

 

- Oi.

- Clara!?!

- Sim. Surpresa?

- Achei que não nos falaríamos por um bom tempo.

- Ocupada?

- Não. Acabei de acordar. Estava vendo e-mails.

- Quer almoçar comigo?

- Tem certeza? Está tudo bem?

- Sim. Quero falar com você.

- OK. Eu passo para pegar você.

- Em 1 h, pode ser?

- Acho que 1 h e meia; ainda estou de pijama.

- OK. Beijos.

- Beijos.

 

Clara estava determinada a reger sua vida novamente. Estabelecer suas prioridades e acertar seus passos, voltar aos trilhos. Decididamente, não sabia mais viver como antes. Não queria. Isto era certo.

 

Pontualmente, 1 h e meia depois, estava recebendo Marcella em sua casa.

 

- Obrigada por vir!

- Não agradeça. Fica parecendo um favor. - a diretora respondeu, soando mais ríspida do que havia pretendido.

 

Clara não comentou o adendo, apenas acenou com a cabeça.

 

- Só mais 1 minuto, vou pegar a bolsa. Vamos no meu carro, pode ser?

- Sem problemas!

 

Marcella olhava para a casa. Tudo meticulosamente arrumado. Decoração impecável. Mas, não era um lar. Toda aquela arrumação parecia doentia. Sempre brincara com Clara que tinha que ter um canto seu onde pudesse fazer bagunça. Um lugar onde largaria suas roupas. Deixaria suas anotações espalhadas. Onde pudesse fazer a sua cota necessária de desordem.

 

"Um lugar meu aqui, na casa dela?!?" , sacudiu a cabeça e riu cepticamente.

 

- O que é engraçado, Marcella?

- Nada. Um pensamento bobo. Vamos?

- Você se importa em ir ao mercado antes?

- Não. Preciso de algumas coisas lá para casa. Mamãe teve uma semana cheia com tantas festas e a geladeira esvaziou.

- Falando em festas, como foi ontem?

- Você perdeu o show de dança da Luciana e  Becky....e mais uma presepada do prof. Victor.

- O que ele fez? - a secretária perguntou, enquanto acionava o alarme.

- Implicou com o tio da Rebecca e o namorado. Algo como: família de pervertidos.

 

Ambas riram. Segundo a diretora, Luciana simplesmente fechou seu seleto grupo familiar e deixou o pobre professor resmungando sozinho, já que Eleni também se juntou ao grupo e dançou muito, além de rir das piadas e casos contados pelo ator e seu parceiro.

 

E o sábado transcorreu cheio de amenidades. Até mesmo o cineminha acabou acontecendo, como sempre faziam quando ficavam juntas nos finais de semana.

 

As duas eram excelentes companhias uma para a outra. Divertiam-se entre si, sem qualquer tipo de risco mais alto.

 

Marcella era divertida. Cheia de comentários e piadinhas. A secretária nem sempre apreciava esse lado da diretora, mas não podia negar que era muito engraçado e encantava muita gente. Ela era sarcástica e inteligentíssima, aproveitando-se da extrema facilidade que tinha com as palavras, coisa que Clara creditava à formação acadêmica.

Era uma mulher muito inventiva. Que gostava de coisas novas; paradoxalmente, era conservadora em seus gostos. Aceitaria experimentar variadas coisas, mas desde que gostasse, não mais iria variar naquele tópico específico.

 

Quando fora do ambiente profissional, era uma pessoa bem razoável para o convívio. Raramente explodia.  Embora, sempre comentara que tal paciência era só para ela, Clara. Entretanto, até então, nunca vira a diretora se exaltar.

.

Era bonita. Exuberante em suas formas, harmonizava tudo perfeitamente, compondo uma bela e apetitosa figura feminina.

 

Agora, sentadas à mesa, jantando sob a luz difusa da sala de jantar da casa de Clara, a secretária divertia-se com mais uma das observações jocosas feita pela diretora.

 

- Você faz de propósito, não? Sempre me faz rir quando estou com algo na boca.! - a secretária queixou-se.

- Nem sempre. Raramente você ri quando fazemos amor!

- WOW!! Aí você foi fundo!

- Sempre vou fundo nessa questão. - a diretora respondeu, fazendo uma expressão maliciosa.

 

Pararam de rir e ficaram sérias, olhos nos olhos.

 

- Desculpe-me por nossa última discussão. - Clara ouviu-se falando.

- Eu mereci suas palavras. Tenho pensado muito sobre assumir minha homossexualidade para meus pais. - deu uma meia risada - Parece ridículo que uma mulher na minha idade ainda sofra com tal dilema. - fixou o olhar na taça de vinho.

- Não é ridículo. Você tem seus motivos.

- Mas, você não aceita.

- Posso agüentar.

- Não foi o que pareceu.

- Foi uma semana estressante.

 

Ficaram caladas enquanto lavavam a louça.

 

Marcella observava Clara. Queria demais que tudo se encaixasse. E, até certo ponto, tudo se encaixava. Era um arranjo bem construído. Como a decoração da casa da secretária, Marcella pensou. Tudo muito agradável aos olhos, não havia a menor possibilidade de um choque, de um sobressalto, de uma ousadia. Poderia perdurar anos daquele jeito.

 

Marcella estava na sala, escutando os novos cd´s que comprara. Adorava Cocteau Twins e tinha comprado uma caixa com alguns trabalhos do conjunto.

 

Clara voltou da adega com outra garrafa de vinho e percebeu a diretora de olhos fechados, imersa na complexa melodia cantada pelo grupo escocês.

 

Assustou-se quando a secretária colocou-se junto a ela, reclamando para si os braços da diretora, buscando o aconchego e o momento de relaxamento que a música proporcionava.

 

Ficaram assim por um bom tempo, apenas abraçadas, sem falas.

 

Poderiam tentar mais uma vez. Marcella estava disposta. Sabia que Clara era racional demais para ficar com a troglodita, mas também sabia que o desejo leva a fazer coisas impensáveis.

 

 

- Você fica esta noite? - a pergunta de Clara tirou a diretora de seus pensamentos.

 

O olhar de Marcella deixou a loira apreensiva: era um olhar de quem vasculha a alma buscando certezas, tentando avaliar o blefe do jogador; era o olhar de alguém que não quer gastar suas fichas, mas também não quer fugir. Clara sustentou o olhar, ainda que insegura sobre sua habilidade de jogar esse jogo.

 

- Tem certeza que quer?

 

Sem uma palavra, a secretária selou os lábios da diretora com um beijo ardente. Era assim que gostava de Clara: quando a secretária deixava de lado seus gestos comedidos e virava uma verdadeira predadora. Marcella não questionou mais. Deixou-se ser amada do jeito que sua parceira queria.

 

Ao beijar Marcella, a resolução tomada por Clara foi retomar o caminho de onde havia parado quando conheceu Régia. O caminho da segurança e planos futuros.

 

**

 

O dia já tinha amanhecido há muito, quando a doutora e sua preciosa loirinha terminavam uma longa noite de namoro.

 

Becky dormiu rapidamente, enquanto a doutora ainda permaneceu acordada. Sexo definitivamente não a deixava cansada. Relaxava, mas não entrava em sono profundo logo após. Não poderia dizer o mesmo de sua parceira. Olhou para ela e sentiu um desejo enorme de tocá-la, acariciar os cabelos, fazer um gesto simplesmente de afeto.  "Por que será que não consigo, sem querer mais e mais?".

 

Para não atrapalhar o sono da jovem, a médica voltou seus pensamentos para as coisas práticas. Ou, por outra, para sua maior preocupação desde que conhecera Rebecca: seu futuro profissional.

 

Passadas as comemorações, Rebecca havia iniciado muitos projetos dentro do grupo de empresas. Entretanto, não sabia dizer se era isso que ela gostaria de continuar fazendo. Pelo tom das últimas conversas, ela estava estressada com a fazenda e jurou que nada queria com aquelas terras. Tão logo seus pais fossem encontrados, ela não queria mais envolvimento com os problemas da fazenda. Antes, ponderou que precisava garantir algo pacífico entre o pai e Régia.

 

Por mais que quisesse interferir na questão da fazenda, a médica já fora algumas vezes alertada que as coisas não funcionariam da maneira habitual, com tudo acontecendo por medo.

O que estava em questão era um complexo dilema composto por honra, fidelidade e fraternidade, coisas que afetavam Rebecca profundamente. Ela queria que todos terminassem sem qualquer arranhão em suas dignidades. A médica achava que isto seria muito difícil.

 

Luciana decidiu que precisava ter uma conversa séria com Rebecca e definir qual a vontade dela para seu futuro. Saber o que ela gostaria de fazer. Ainda que não mais tivesse tocado no assunto, a médica sabia que a jovem só se resignara a viver sustentada por ela para evitar estresses desnecessários. A própria médica não achava justo prender Rebecca em afazeres fúteis, e que não a fizessem feliz, diante do enorme potencial que a jovem demonstrara à frente das tarefas que desempenhou. Também entendia que suas atividades futuras a manteriam afastada de casa e não poderia querer que Rebecca ficasse isolada em suas ausências. Chegara a esta difícil conclusão após uma longa conversa com Régia, que habilmente fez a médica entender a preocupação da jovem com o fato de ser mal interpretada por Luciana, caso quisesse caminhar por sua própria conta.

 

A idéia de envolvê-la com as comemorações e negócios das empresas foi, em um primeiro momento, muito bem sucedida: ao menos, enquanto ela estava ocupada com as festividades, parecia muitíssimo animada e, o mais importante, fez um excelente trabalho, obtendo respeito e afinidade com o time de relacionamento com o cliente.

 

Outra preocupação era o eminente reencontro de Rebecca com seus pais. Não sabia o que esperar. Era óbvio que toda sorte de obstáculos seria lançada e, desta vez, teria que saber conduzir seu temperamento para poder equacionar a relação que tinha com a jovem e a relação da jovem com seus pais e, por tabela, a relação que ela mesma teria com eles.

 

Andara pensando demais sobre a forma estranha como a fazenda fora abandonada. Ponderou sobre a questão da tocaia e todos os possíveis motivos para um homem largar tudo e lançar sua família à própria sorte.

 

Sabia que ameaça de morte nestes confins do país são coisas corriqueiras e, nem sempre, anunciadas a ponto da vítima ter tempo para reunir seus recursos e fugir. Não acreditava que ele sabia que da ameaça, embora João de Deus confirmara o plano.

 

Pessoas endividadas fogem. Não era o caso do pai, uma vez que salvo pequenas irregularidades, as coisas da fazenda estavam em ordem e nenhum tipo de divida foi encontrada.

 

Algo queriam dele e ele não quis entregar. Luciana ponderou que poderia ser alguma coisa relacionada a jogo. Uma aposta? As terras empenhadas? Vergonha por perder?

 

Não queria pensar neste cenário. Não queria ter que enfrentar alguém tão fraco. Não queria pensar em fraquezas. Não gostava, já tivera sua dose de decepção com pessoas assim. Não queria pensar em julgar severamente o pai da mulher que amava.

 

Em seus relacionamentos nunca teve que lidar com familiares. E, mesmo quando mais jovem, teve controle sobre seus envolvimentos.

 

Rebecca comentara sobre os pais de Marcella estarem tirando Clara do sério. Era fato, e a secretária não sabia, que a diretora havia feito sua escolha há muito tempo: escolhera os pais  e, embora teimasse em dizer que não, Marcella jamais alimentaria um relacionamento de forma aberta e sem rodeios. Quando envolvida com ela, certamente, a médica foi a melhor coisa que ela pode ter: um lugar para se encontrar, fazer sex* loucamente, sem perguntas e, depois, o retorno à normalidade de suas vidas, como se nada as afetasse, já que cada qual tinha seus limites e impossibilidades.

 

Marcella embora parecesse uma promessa de futuro, ao ver de Luciana, era uma canoa furada na qual Clara até embarcaria, caso tivesse realmente amando; o que, nitidamente, não era o caso. O coração da secretária tinha uma enorme placa com o nome de certa líder.

 

Não era cega e havia percebido que Clara e Régia estavam profundamente envolvidas, mas a situação misteriosa da líder assustava a tão "sem sustos" vida da secretária.

 

Particularmente, Luciana preferia enfrentar mistérios de uma vida a pais claramente possessivos e preconceituosos. Não que fosse mais fácil eliminar fantasmas do passado; porém, eles eram fantasmas e não figuras de carne é osso. E cérebro, para o bem e para o mal.

 

Luciana estava muito cansada de vestir sua armadura e enfrentar tudo e todos; mas, uma outra luta se armava a sua frente. Pior de tudo era que não lastimava a luta; mas o fato de não saber como lutar, já que Rebecca era o ponto onde a maior tensão do cabo de guerra se encontrava.

 

Riu da ironia de que seu único pensamento nobre representava abandonar quem ama para não feri-la, caso não conseguisse refrear seu temperamento ou, por outra, não conseguisse se adaptar ao modo de vida da jovem junto aos pais. 

 

Olhou para Rebecca colada ao seu corpo. Admirou o rosto sereno, quase sorrindo, mesmo em sono profundo. "Por que ela tinha que ter parentes?"

 

Olhou para o relógio e viu marcar 09h30min. Tentou dormir.

 

**

 

O celular tocava insistentemente. O relógio marcava 08h13min. Só poderia ser a doutora e algum capricho para sua loirinha.

 

Ao ver o número, mal conseguiu saber quem era, mesmo vendo o nome no identificador.

 

- Clara...

- Encontreei... encontreeiii....o que você queria! - uma voz cantou as palavras da frase, denotando vitória.

- Parabéns. - e desligou.

 

Ao virar na cama, deparou-se com os belos seios de Marcella. Encostou a cabeça no peito da diretora.

 

- Quem era? - a voz da diretora estava meio rouca, pelas horas sem uso.

- Alguma doida... - a secretária bocejou.... falando que achou o que eu queria... hummm.....tão quentinho aqui...

- Parece música... trote uma hora dessas.- Marcella aconchegou a secretária junto a si, que mesmo aparentemente dormindo, começou a passar a língua levemente sobre o mamilo rijo.

 

A diretora estava deixando levar-se pela sensação. Clara era uma amante dedicada e habilidosa. Sabia como ser suave e...

 

- AI!! Você mordeu! - a diretora saiu de seu estado prazeroso.

 

- NANDA!!! ENCONTROU!!! ELA ENCONTROU!!!.....CADÊ O CELULAR.?!?..MARCELLA, ELA ACHOU....NOSSA...CELULAR...CELULAR...- a secretária pulou da cama, por sobre a diretora, atrás do celular que jogara em algum canto.

 

Seria uma cena muito erótica a secretária nua, cabelos despenteados, engatinhando atrás do aparelho que caiu sob uma das poltronas; não fosse o aparente desespero.

 

- Ficou louca?!? - a diretora massageava o seio ofendido, enquanto assistia a cena.

- Nanda é meu contato...

- E... - Marcella observava a barriga, por onde Clara pulou, verificando o estrago.

- Ela é a chave para achar os pais da Rebecca. - Clara caminhava nua de um lado para o outro, com o celular grudado ao ouvido.

- Então... - a frase da diretora foi respondida automaticamente tão logo Clara completou a ligação.

- Encontrou? - os olhos verdes estavam iluminados.

 

Pelo que pôde entender da conversa, a diretora percebeu que os pais da jovem foram localizados, mas algo impedia a aproximação deles.

 

- Sim, mas você acha que poderemos contatá-los quando?

 

Clara sentou na cama e começou a fazer carinho na marca da mordida deixada no seio de Marcella, enquanto prestava atenção ao que ouvia. De forma distraída, acariciava-o fazendo a diretora ficar cada vez mais excitada.

 

- Vai ser difícil convencer a doutora a aceitar tais circunstâncias. Isto é quase um circo, algo totalmente sensacionalista! - disse, em tom indignado. -  OK. Dou a resposta hoje ainda. - arrepiou-se, ao sentir a diretora acariciando suas costas. -  ... .não sei...vai...vai  depender se vou encontrá-las....- quase gem*u, pois Marcella estava passando a língua em sua nuca - ...Nanda, você sabe que não tenho como prever o que a doutora vai fazer. Segura as coisas. Sim.... e..e...eu....ligo....tchau.

 

O celular foi deixado de lado enquanto a secretária cedia aos avanços da diretora.

 

- Não quer sab...be...er...- sentiu a diretora arranhando suavemente suas costas.

- Depois, Clara, depois....

 

Se antes fariam amor com mais brandura, agora Clara estava elétrica, acessa e totalmente ligada; Marcella pensou que deveria ter ligações como essa sempre.

 

**

 

Decidiram não sair de casa no domingo. Como sempre faziam quando estavam no apartamento, receberam almoço encomendado no restaurante predileto da doutora. Estavam felizes, tranqüilas e muitíssimo bem amadas. Completo dia de lazer e preguiça.

 

- Luck, se nossa vida fosse assim sempre, iríamos virar modelos de Botero! - Rebecca falou, enquanto saboreava o delicioso sashimi depositado na barriga da doutora.

- Clara não... nos deixaria.....- a jovem fazia cócegas deliberadamente com o hashi -  ficar tanto tempo sem notícias. - Luciana comia diretamente dos lábios da jovem.

- Hummm...É verdade. Clara é meu modelo de eficiência! - lambeu o molho que restou perto do umbigo da médica.

- E eu?!? - olhos azuis intensos olhavam para a loirinha que a lambia dedo a dedo e, por um momento, quase esqueceu a indignação que sentiu.

- Você...- olhava intensamente para os lábios tentadores - ...não é meu modelo...- sorveu o gosto do shoyo misturado ao sabor da boca deliciosa - ... você é tudo que quero ser...- sorveu com ardor o lábio úmido - ...ter...estar....viver.....amar..- olhou para sua amada, ainda enlevada pelo beijo.

 

Inesperadamente, Luciana inverteu as posições, grudando seus corpos pelo shoyo ainda presente em alguns pontos. Prendendo Rebecca na cama com seu corpo, olhou demoradamente para o rosto jovem, o sorriso divertido, a pele avermelhada pela surpresa do gesto.

 

- Rebecca, você não imagina como eu quero merecer ser isso tudo!... - afastou as mechas douradas delicadamente, mesmerizando-se com o verde intenso e luminoso daqueles olhos - ...desculpe-me se nem sempre consigo. - disse, com um meio sorriso, quase envergonhada.

 

- Você não imagina meu temor em perder o que sei está aqui...- colocou a mão delicadamente entre os seios da médica, sentindo o coração.

 

Era difícil descrever a beleza daquela mulher a sua frente, sobre seu corpo, pulsando. A expressão no rosto da médica era algo que acovardava a jovem: Luck não amedrontava Becky por tirania; mas, por amor, pelo medo de perder a luz que tal sentimento trazia àquele belo rosto.

 

Se ambas soubessem o que estava em cada um dos corações, saberiam que seus corpos jamais alcançariam a dimensão total do significado de suas vidas juntas. Eram almas gêmeas. Destinos que não precisavam de pistas para se encontrarem; mas de força para superar eternas diferenças. Força nutrida pela feroz crença da jovem loira em defender a fragilidade existente na consistente fortaleza da doutora.

 

Ao ver os olhos cheios de paixão e de amor;  ao ver aquele azul intenso, brilhando como sempre acontece à qualquer declaração sua, a jovem sabia que precisava ajeitar algumas situações que poderiam criar desgastes em sua relação.

 

Mais do que nunca, esse era o tempo para contar sobre as coisas que andara protelando.

 

- Luck, preciso contar uma coisa para você.

 

Ao ver certa apreensão no rosto, até então suave, Becky lastimou quebrar o encanto, mas se não fosse agora....

 

- Devo me preparar para uma notícia bomba? Eu engravidei você?

 

Apesar da piada, Rebecca sentiu que a médica ficou tensa.

 

- Engraçadinha! Vai brincando, mas pode ir pensando, pois vou querer um filho nosso.

- Calma! Seu tio me fez prometer casamento antes.

- Luck, é sério...

- Sei que é sério. Ser intimada pelo tio da parceira é responsabilid...

- É sério o que quero contar, amor.

 

A médica morreu o meio sorriso.

 

- Sou toda ouvidos. Diga.

 

Rebecca contou tudo sobre a fuga do pai.

 

- Então era aposta mesmo! Há alguns dias venho pensando sobre e esta foi uma das possibilidades que levantei.

 

Luciana levantou-se da cama. Ainda que prestando atenção, espreguiçou-se, alongando todo seu corpo, deixando visíveis suas belas formas.

 

- Há quanto tempo você sabe?

- Desde que chegamos ao acampamento. Régia fez João de Deus contar.

- E o por que do medo em me contar?

 

A jovem desviou o olhar.

 

- Embora eu não aprecie jogos, sou uma mulher de negócios. Vivo aproveitando-me das fraquezas dos adversários. Com certeza seu pai é mais fraco do que a pessoa que o lesou; mas, é seu pai. Sei que já o chamei de fraco, mas não posso desprezá-lo sem conhecer as causas.

 

- Luck, também o achei fraco e por isso temi contar a você. A última coisa que quero é que você desdenhe meu pai. Queria manter um mínimo de dignidade para que ele ainda merecesse seu respeito, já que é evidente que ele é um perdedor.

 

A médica estava prestes a responder, quando o celular tocou insistentemente. E, como em um dominó, todos os celulares e o telefone começaram a tocar em seqüência, já que ambas ignoravam os alarmes.

 

- É a Clara. - Becky olhou no identificador.

- Merda. Péssima hora.

- Ela não nos incomodaria se não fosse urgente.

 

Com uma troca de olhares, Becky atendeu.

 

- Preciso falar com vocês agora. - a secretária demandou.

- Agora? - a jovem olhou para Luck com certo espanto

- Já. Só dizer sim e eu subo. Estou em frente ao prédio.

 

A jovem abafou o bocal do telefone.

 

- Clara está na portaria e quer subir.

- Deixa subir.

- Mas...mas...- olhou ao redor para a bagunça na cama e, depois, para as duas nuas - ...a casa ta cheirando a sex*, Luck!!

- Ela sabe que não ficamos aqui jogando paciência. - a médica falou, enquanto ia ao banheiro.

 

Rebecca sacudiu a cabeça.

 

- Clara.... você pode esperar uns 10 minutos?

- OK

 

Rapidamente, a jovem tirou a roupa de cama e jogou no cesto.

 

- Luck, coloca uma roupa.

- Clara já me viu nua muitas vezes.

- Luck vamos receber uma pessoa amiga, por favor.

 

Em 10 minutos, o interfone tocou e Clara pediu para subir.

 

Luciana atendeu a porta em uma regata e shorts.

 

- Espero que o incend...-

- Encontrei seus pais, Becky - a secretária interrompeu a médica antes que pudesse ser sarcástica, dirigindo-se diretamente à jovem.

 

Clara sentou no único lugar vago na bagunça do divã, dobrando algumas peças de roupas, para desconforto da jovem e total indiferença da médica, ambas sentadas na única poltrona existente no ambiente.

 

O silêncio estava meio barulhento, já que a secretária esperava que a jovem tivesse uma reação mais esfuziante.

 

- Então... chegou a hora! - Luciana disse, como se preparando para um duelo.

- Quando vou encontrá-los? - Becky quis saber.

- A hora que você marcar.

- Eu dei ordem para você leva-los para a fazenda, Clara.

 

A secretária ficou meio apreensiva, mas tinha que dizer tudo.

 

- Doutora, existe uma condição para que Becky possa encontrá-los.

 

Conforme explicava, Clara ouvia as explosões da médica em exclamações como "Absurdo", "Nunca", "Ridículo". Becky apenas segurava a médica pelas mãos, tentando acalma-la.

 

- Doutora, esse é o trato. Se Becky não for encontrar seus pais na frente de pelo menos 50 milhões de brasileiros, não teremos isto de um modo rápido e menos alarmante.

- Menos alarmante?!? Como participar de um programa domingueiro, totalmente aproveitador das situações que envolvem pobres coitados, pode ser "menos alarmante"? Coloque nossos advogados nisto. Essa pessoa não pode omitir o paradeiro dos pais dela diante da situação. - a médica insistiu.

- Sim, mas o processo vai se alongar e a doutora bem sabe que teremos um circo talvez maior: advogados, filha que aparece noiva de uma poderosa empresária; e, embora não seja da minha alçada, ainda podemos ter uma superexposição da questão homo erótica, já que os pais dela saberiam da nova situação através da imprensa e não de vocês. Isto daria o maior furo sensacionalista para qualquer emissora ou meio de comunicação.

 

Até o momento, Becky estava calada. À menção da questão sobre seu relacionamento com Luck, as duas entreolharam-se. Com um simples olhar, Clara soube que Rebecca domara a doutora.

 

- Luck, façamos como o contato de Clara orientou. A última coisa que quero é que nossa relação vire escândalo em revistas e jornais.

- Prof. Victor teria um orgasmo. - Clara lembrou.

- Já temos dúvidas demais sobre meus pais e nosso relacionamento. Não precisamos de mais. - Becky completou.

- Você tem razão. Não bastasse aquela aposta...

- Aposta!?! Você contou? - o misto de alivio e incredulidade fez a secretária esquecer sua habitual postura profissional.

- Então você sabia Clara? - a médica fuzilou a secretária com dardos azuis.

 

Ficaram em silêncio, a jovem e a secretária.

 

- Eu estava presente quando o ocorrido foi contado.

- E era a pessoa que sempre insistiu para eu contar a você, amor. - Becky interveio antes que sobrasse para Clara.

- Ao menos, saberemos o porquê dele fugir das terras simplesmente por uma aposta. - a médica disse, aparentemente aceitando a omissão da secretária.

 

Tal frase foi o suficiente para Clara entender que Becky não contara tudo. Olharam-se novamente, a jovem e a secretária, selando a caixa de pandora mais uma vez.

 

- Ok. De resto, deixe Régia avisada que os levaremos para lá ao saírem do estúdio. Ainda faremos como combinamos inicialmente, depois desse... desse....desvio de percurso. - sacudiu a cabeça, inconformada - Clara, sua amiga já pode ir buscando outro emprego! - a médica não deixou por menos.

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 23 - Capítulo 23:
patty-321
patty-321

Em: 24/11/2016

Oba vc voltou, q seja pra ficar, rs. Quero os cap inéditos, por favor. Gosto demais desta estória, não esqueci nada. Te aguardo logo. Bjs

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MBertoletti
MBertoletti

Em: 23/11/2016

Nossa como senti falta da Dra Luciana e das encrencas da Rebeca,

Gostei muito de você ter voltado a postar essa historia não suma mais por favor!!!

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