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Capítulo 21

VINTE E UM

 

disclaimer no capítulo UM

 

 

 

 

O teatro tinha sido recém-inaugurado e uma das mais famosas peças da Broadway e teatros londrinos, estava sendo levada: Les Misérables, de Victor Hugo. O elenco era totalmente brasileiro, mas a montagem resguardava os originais estrangeiros.

 

Era a noite das assistentes sociais. Rebecca escolhera o teatro e a peça, pela qual tinha grande apreço.

 

Era uma apresentação fechada. Desde a comunicação do evento, as assistentes sociais e suas empresas expressavam satisfação e parabenizavam a iniciativa que, apesar de ocorrer todos os anos, nesse estava primorosa.

 

O teatro, por si só, era um espetáculo, pois além da reforma, era quase que um patrimônio da região central de São Paulo, tendo sido palco de movimentos musicais famosos no país, como festivais da canção popular, nas décadas de 60/70. Após quase ser extinto, a construção foi restaurada e estava um primor.

 

Pela primeira vez, todas as pessoas convidadas compareceram. A empresa não poupou ao proporcionar uma oportunidade talvez única para algumas das pessoas presentes.

 

Antes do início do espetáculo, antecipado em uma hora, para não se estender demais noite adentro, houve um pequeno discurso proferido pelo Diretor de Relacionamento e algumas palavras ditas pelo Professor Arthur. Após a apresentação, haveria um coquetel.

 

A chegada ao teatro foi calma. Luciana e Becky em um carro; Clara foi sozinha, pois Marcella levou os pais e não quis que ficassem juntas, apesar da secretária insistir que era bobagem. Como não conseguiu convencer a diretora, estava chateadíssima com a situação.

 

Régia fora de táxi, pois não queria ficar grudada na médica e, muito menos, queria ir com a secretária.

 

Luciana estava com um vestido azul royal, sandálias de salto alto, realçando suas maravilhosas pernas. Becky optara por algo em preto, simples, básico. Clara, por sua vez, usava um conjunto de saia marrom e blusa branca com intrincada estampa, sutilmente perceptíveis.

 

Régia optou por um conjunto preto com paletó semi-longo na altura dos joelhos, camisa impecavelmente branca e, quebrando a composição, cinto vermelho. Extremamente elegante.

 

A doutora cumprimentou todas as pessoas com acenos de cabeça e, às vezes, apertos de mãos. Já Rebecca, a cada pessoa conhecida, aplicava um leve beijo no rosto e, com algumas, trocava breves palavras. Geralmente, recebia elogios pela escolha do ambiente e bom gosto com a recepção. A expressão de orgulho era perceptível no semblante de Luciana.

 

Podiam notar alguns olhares de reprovação, já que desfilavam de mãos dadas e, vez ou outra, a médica beijava o topo da cabeça da loirinha, demonstrando carinho e proteção. Ao subirem para os camarotes, Luciana amparou as costas da loirinha, conduzindo-a pelas escadarias. Logo atrás delas, Clara que ficaria junto com elas; depois, os professores e demais presentes. Régia ficou na platéia, em uma das primeiras fileiras.

 

Com cerca de 1500 lugares, excetuando-se os conselheiros e Luciana, que ocuparam camarotes, as demais pessoas ocuparam os melhores lugares, lotando cerca de 80 % da platéia.

 

Marcella acenou para Clara e Rebecca, que responderam com sorrisos.

 

- Aquela é sua chefe, Marcella?

- Sim, pai. - respondeu,enquanto se acomodavam em seus acentos reservados.

- E aquela loirinha é o que dela? Parecem bem próximas, não?

- A loira é a Rebecca, noiva da Dra.Luciana, mãe.

- O quê? - a senhora fechou o cenho na hora. - Você ouviu o que ela disse, meu velho? Aquelas duas mulheres lindas e nessa pouca vergonha!

- Mãe, por favor. - Marcella estava constrangida e contrariada.

- É dela que você recebe ordens. Ah, minha filha, que ruim ter que conviver com essas anormais. - o pai deu um tapinha nas mãos da filha. - Entendo o seu estresse todo.

- Pai, vamos deixar a doutora e a moça no canto delas. Aproveitem o espetáculo.

- Vou até rezar por estar aqui, patrocinada por essa pecadora.

- Mãe, dá para ser menos hipócrita, já que tudo o que temos foi patrocinado por essa pecadora. - a diretora falou, entre dentes, segurando sua irritação.

- Filha, você está defendendo..- e parou para olhar de novo no camarote, justo quando a doutora beijou o rosto da jovem...- nossa, elas se beijam em público. E quem é a outra loira que está olhando para você? Vai dizer que também é amante da doutora? Sim, porque do jeito que as duas loiras são parecidas, vai ver ela faz coleção.

 

Marcella, que estava de cabeça baixa, olhou e deparou-se com os olhos verdes, nada cordiais, da secretária.

 

- Mãe, aquela é a Clara, a minha grande amiga, que sempre comento que saímos juntas.

- Ela é a Clara? Minha velha, se não fosse casado...rs...Leva ela em casa, minha filha.

- Pai, por favor, respeita minha amiga! - Marcella estava quase levantando e indo embora.

 

A diretora reparou que o olhar da secretária fora desviado para um lugar mais a frente do seu, ao segui-lo, deparou-se com o perfil de Régia. Sentiu um embrulho no estômago: não só pela beleza da líder, mas pelo fato de que estavam convivendo muito bem sem a presença dela; mas, agora, diante de toda a situação, Clara estava muito vulnerável naquele momento. Temia que a presença da líder aliada à irritação da noite, abalasse as convicções da secretária. Temor mais do que justificado pela forma como Clara comia Régia com os olhos.

 

Para crédito da líder, ela após acenar para a doutora e BEcky, voltou a se entreter com o programa da peça, impondo seu isolamento para as pessoa ao seu redor.

 

- Não pude deixar de ouvir o comentário da senhora e concordo: que coisa mais repugnante aquelas duas. O que fazem as deixam horríveis, apesar de serem moças lindas. Ao que nossas filhas se sujeitam para poder ter um bom lugar na vida. Imagino a mãe daquela jovem. Sim, ela é bem mais nova que a morena. - uma senhora sentada ao lado comentou, para desgosto da diretora que foi chamada de volta à cena.

- Pois é, dona. Minha filha aqui é o braço direito daquela uma lá, mas graças a Deus, minha filha está nesse meio, mas está imune. Ela foi muito bem criada...

 

Neste momento, soou a campainha anunciando o inicio do espetáculo. Literalmente, salva pelo gongo.

 

No intervalo do espetáculo, Becky e Clara vieram cumprimentar os pais da diretora.

 

Sorte que Luciana não as acompanhou, pois seria algo tenso: os pais trataram Rebecca secamente e ignorando-a, deram atenção à Clara. A secretária percebeu a hostilidade e ainda tentou trazer Becky de volta à roda, mas não conseguiu. Então, percebendo o motivo, Clara também passou a ignorar os pais da diretora.

 

- Em consideração a você, que não dou uma invertida em seus pais. O que eles pensam? - disse, puxando a diretora para um canto - A Rebecca é um doce de pessoa e está sendo muito atenciosa, não merece esse tratamento hipócrita. Se eles são tão homofóbicos, deveriam começar a jogar fora tudo que você dá para eles. Sabe: estou com vontade de lhe dar um tremendo beijo na frente deles.  - Clara já estava irritada, agora estava possessa.

 

Nisto, o pai de Marcella veio com mais um gracejo para o lado dela.

 

- O senhor está gastando galanteios com a pessoa errada. Do que o senhor gosta de galantear, eu adoro me fartar! - e deu uma piscadela maliciosa para ele.

- Rebecca, vamos antes que a doutora venha procurar você. Sabe que ela não gosta de ficar longe de sua linda noiva. - disse enfatizando a palavra noiva.

 

E saiu levando a loirinha, que ainda tentou ser cortês e dar boa noite.

 

- Filha, eu entendi direito o que ela disse?

- Para seu bem, é melhor ter entendido. Vamos, vai recomeçar.

 

Na passagem, cruzaram com Régia e BEcky parou para cumprimenta-la direito. Clara resmungou um "olá" e recebeu outro seco em troca. A líder sabia que Clara estava contrariada e não era com ela, pois já haviam se encontrado antes e ela tinha sido gentil, como sempre.

 

- Becky, o que houve com ela?

- Os pais de Marcella me trataram mal por eu ser amante da Luciana e a Clara tomou as minhas dores, aproveitando que já estava irritada, pois por causa deles a Marcella não quis vir com ela.

 

A líder ficou quieta.

 

Na entrada da platéia, Régia cruzou com Marcella.

 

- O que você fez para a Clara? - falou entre dentes, sem rodeios.

- Não é da sua conta! - a diretora respondeu, tentando ocultar dos pais a discussão.

- Magoe Clara e é da minha conta. - a líder disse, passando quase por cima dos pais da diretora.

- Nossa....essa aí também deve ser do time. Veja a roupa dela! Credo, aqui está um verdadeiro antro do demônio.

- Você quer ir embora, mãe? Pois se quiser ficar, fecha essa boca. E você também pai, chega de tagarelices!!! - disse, sem margem para réplicas.

 

Ao término do espetáculo, Rebecca fez questão de ir cumprimentar o elenco. Luciana e Clara a acompanharam.

 

Quando se aproximaram do elenco secundário, um dos atores reteve a mão de Rebecca um pouco além do educado. Luciana já ia se pronunciar, quando ele falou.

 

- Seus olhos me são familiares. E, pode ser coincidência, mas ouvi que o nome da srta é Rebecca.

- Qual tipo de coincidência? - Luciana perguntou desconfiada.

- Desculpa se me dirijo a ela, mas é com todo respeito. Qual o sobrenome da srta.?

- Stoianoff.

- Prazer. - ele disse, enquanto tirava a lente, revelando olhos verdes muito familiares mesmo. - Sou Antonio Stain, anteriormente conhecido como Antal Stoianoff. Seu tio.

 

Não era de ter chiliques, mas a loirinha se apoiou em Luciana, tamanho o choque.

 

- Sr. Antonio, acho que não é o momento apropriado. Estamos em um evento empresarial, recepcionando clientes da minha organização e Rebecca tem as obrigações de anfitriã. Nossa secretária vai anotar alguns números e amanhã, o receberemos. - a médica falou, já que a loirinha perdera a fala.

 

Sem dar tempo para mais revelações, Luciana levou Rebecca para outra ala. Clara já estava junto ao ator, tomando as providências.

 

- Vamos embora. A noite rendeu mais do que queríamos. - disse, pegando o celular e pedindo o carro.

- Algum problema, doutora? - Marcella quis saber, ao se aproximar.

- Já chegou para mim. Certifique-se de que alguém me represente até o fim do coquetel.

 

Isto posto, desceu para a saída lateral, onde os seguranças e o carro já as esperavam.

 

- Nunca tive tendências, mas que eu queria ser aquela loirinha, eu queria!! - uma das moças presente comentou com outra.

- Eu também...rs...- a outra concordou - Aquela mulher é tudo de bom!!!

 

 

No carro, Rebecca quis ir para o apartamento. Luciana tinha que ir para a mansão.

 

- Você sabe que amanhã irei para Brasília com a Régia? - Luciana não quis ser autoritária, mas não queria ir para o apartamento.

- Sei. Mas, prefiro ir para o apartamento, se você não se importar. - a loirinha disse com uma expressão terna, mas firme.

 

A médica se importava sim, mas não ia dizer.

 

- Ok. Leve seu tio para jantar na mansão amanhã. - e deu ordem para o motorista leva-las até apartamento.

 

Raríssimas vezes dormiram separadas estando em São Paulo.

 

**

 

- Como a bosta do seu escritório de investigações não descobriu o tio dela? - Clara estava alteradíssima com o investigador.

- Tínhamos uma pista, mas não conseguimos chegar até o fim. Assim começamos de novo. - o homem se desculpava, visivelmente contrariado.

- Minha patroa quer o escalpo de vocês. Eu estou cansada de ficar colocando panos quentes. E, olha, não tenho interesse algum em segurar vocês. Garanto que a partir daqui, até sozinha posso encontrar essas pessoas.

 

Atirou um envelope pesado no colo do homem, acertando-o em cheio nas partes baixas. Ele fez uma careta.

 

- Assistimos essa fita e temos uma cópia. Com ela, vocês têm quase o endereço dos pais da minha patroa. Se em uma semana não tivermos ao menos a possível cidade que eles estão, encerramos o contrato e não irei pagar um tostão.

- Mas...estamos...

- Estão fazendo porcaria alguma. Pensa que estão falando com uma tola só porque sou gentil? Você realmente acredita que eu engulo que vocês tinham alguma pista do tio e depois perderam? Aquelas porr*s de relatórios imbecis, cheio de rodeios. Agora o cerco está apertado e a corda está queimando meu pescoço. E eu vou fazer essa corda realmente funcionar: se em uma semana não obtiver uma informação precisa vinda de vocês, eu vou fazer vocês sumirem do mapa..

 

O homem estava espantado com a explosão da loira sempre tão calma, educada, refinada.

 

- Saia. Você pode não ter culpa, mas minha patroa não quer desculpas, quer resultados. E eu, como sua representante, não vou amenizar nada. A bordoada que eu levar, darei em dobro em você e seus sócios. E, acredite, tenho influências. Acabo com aquela pocilga que vocês pomposamente chamam de Bureau de Investigações, em três tempos.

 

Sem uma palavra, o homem se foi.

 

Além de ter saído do teatro com uma tremenda dor de cabeça, Clara fora chamada por Luciana na mansão e, de madrugada, levara uma tremenda descompostura.

 

Durante a tarde do dia seguinte, a conversa com o tio de Rebecca foi, a princípio, apenas entre eles como reencontro de família.

 

- Nossa, nem sei por onde começar....tio. -a loirinha falou.

- Bem, acho que estamos vivendo vidas bem diferentes das quais vivíamos antes. Ontem a doutora disse que você era a anfitriã da festa. Isto significa que...

-...que somos parceiras. - e olhou nos olhos tão idênticos aos seus, buscando algum sinal de reprovação.

- WOW!! Você realmente é minha sobrinha. - ele sorriu - Saiu daquele fim-de-mundo e transformou sua vida. Sempre soube que você buscaria coisas diferentes. Você era uma menina muito especial.

- Não foi bem assim...uma coisa que eu planejei...rs - e a loirinha desandou a contar tudo.

 

Falou da saída da fazenda, mas não mencionou a aposta. Contou dos anos nas ruas, do encontro com Luciana, a retomada da fazenda e a busca infrutífera pelos pais.

 

Em contra-partida ficou sabendo o real motivo do tio ter abandonado a fazenda.

 

- Andras não conseguiu aceitar que eu era homossexual. Claro, não tinha uma definição para isto na época, mas ele me viu beijando outro rapaz que aparecera para trabalhar temporariamente na fazenda. Eu aproveitei e segui essa pessoa quando ele foi embora. Antes, porém, passei minha parte para ele. Não estou fazendo fofoca, mas ele foi muito oportunista, pois fez chantagem de forma que vendi as terras por um valor muito aquém do que valiam. Mas, liberdade nunca teve preço. Faria tudo de novo e até deixaria tudo de graça. Minha vida é minha. Eu sou o que sou...rs...e estou realizado. O próximo encontro, será em casa e você e sua noiva conheceram meu parceiro.

 

A tarde transcorreu rapidamente e, quando deram pela hora, Luciana estava chegando com Clara.

 

- E a Régia, por que não veio? - Becky buscou pela líder.

- Ficou em Brasília. Volta amanhã para o jantar. - Luciana informou, após cumprimentar o tio da loirinha com certa reserva.

 

Durante o jantar, as coisas foram ficando mais leves. Rebecca, após acompanhar Luciana até o quarto e "namorar" um pouquinho, voltou com uma mulher mais sociável e menos tensa, não só pelo "exercício de relaxamento", como pelo fato de saber que o tio da jovem não reprovaria o relacionamento de ambas, o que a poupava da necessidade de vestir sua habitual armadura.

 

Foram para a biblioteca degustar o finíssimo porto, servido por Clara, juntamente com o charuto cubano que descobriram, também era o preferido do tio de Rebecca que, por sua vez,  ficou sabendo dessa predileção da doutora e da secretária. Particularmente, a loirinha detestava qualquer tipo de fumo, mas não reclamou. Até por isso, a doutora pedira permissão a ela, antes de acende-los.

 

- Não sabia que você apreciava charutos? - disse, em tom quase indignado.

- Você não gosta de fumantes e eu nunca tive motivo para apreciar um aqui em casa. Hoje, Antal me acompanha. E Clara, até onde sei, era freqüentadora de um clube para apreciadores de charutos. Aliás, ela é a especialista.

- Tem certeza que tudo bem, Rebecca? -  a secretária perguntou novamente - o cheiro é forte, mas muito agradável. Este é um Montecristo A, trazido por uma amiga cubana. Sr.Antal vai apreciar. Ah, claro, esta sala é bem ventilada também. Adequada para esse tipo de degustação.

 

Rebecca pensou que não poderia existir nada mais fálico do que o "charutão" que todos começaram a acender de forma quase ritualística. Bem simbólico, haja vista as mulheres imponentes da sala. Clara podia ser até um doce de pessoa, mas era com certeza muito firme.

 

Pela primeira vez via de perto aquelas "guilhotinas" de charuto, que nos filmes de gangsteres usam para cortar os dedos dos torturados. Pensou nisto e riu mentalmente. "Será que realmente acontecia?". Também achou engraçado que acenderam com palitões de fósforo, que Clara explicou serem o ideal para não contaminar o tabaco.

 

- Fiquem a vontade, eu sobrevivo. - a loirinha brincou, mas por que quebrar o encanto de um momento tão especial por frescura?

 

Passado o encantamento com o ritual tabagista, começaram a discutir o paradeiro dos pais de Rebecca.

 

Luciana não poupou vocabulário para trazer Clara abaixo do carpete, mesmo já o tendo feito e mesmo com Rebecca tentando amenizar. De todas as coisas, esta necessidade de humilhar as pessoas que a médica tinha era o que mais desagradava a loirinha e era motivo de algumas discussões entre elas.

 

Em resumo, de concreto, apenas um videotape de uma participação dos pais de Rebecca em um desses programas sensacionalistas que pretendem encontrar pessoas desaparecidas em troca de histórias popularescas. Eles estavam buscando a filha.

 

Os olhos da loirinha encheram-se de lágrimas quando ela viu os pais na televisão.

 

- Eles procuraram por mim? - falou em voz alta, incrédula.

- Sim, Rebecca. Estávamos eu e meu companheiro dando um zapping na televisão, quando ele ouviu o nome de meu irmão ser anunciado. Foi marcante, porque o apresentador o chamou de André e ele disse que era Andras. Bem, Andras Stoianoff só podia existir um...rs

- Verdade...rs...papai sempre foi chamado de André, não tinha como o povo dizer Andras. - Rebecca disse para Luciana.

- Vocês são originários do leste-europeu? - Clara indagou.

- Nossos pais são húngaros. Eu e Andras nascemos no Brasil já.

- Mas, a concentração de imigrantes húngaros se encontra mais aqui em São Paulo. Como vocês foram parar quase no centro-norte do país? - Clara insistiu.

- Eu nunca soube. Talvez Andras saiba; sei lá, talvez a crença na terra barata, papai achou que dava pra cultivar e perdeu dinheiro. Ou se perdeu tentando atravessar o país até chegar na região sudeste....não sei mesmo ...eu não sei dizer.

- Acredito mais na segunda hipótese, ainda que duvidosa. -  a médica ponderou.

- Só sei que quando percebi que não pertencia àquele lugar, vendi minha parte nas terras para seu pai e resolvi vir aqui para São Paulo, procurar ajuda com a colônia. Acabei virando ator, encontrei meu companheiro e estamos juntos até hoje. Este um breve relato dos meus quase 15 anos longe de vocês. Nunca mais pensei poder rever algum de meus parentes.- olhou afetuosamente para Rebecca - quanto menos minha sobrinha favorita.

 

Ao término do VHS, Clara já estava ao telefone com o investigador. Entregariam o material e aguardariam os resultados que, segundo a médica, deveriam estará nas mãos dela até o início da outra semana. Prazo máximo e irrevogável.

 

- Senhor, senhoras...Se não precisarem mais de mim, estou me retirando. Amanhã temos um dia atarefadíssimo. - a secretária anunciou sua partida- depositando o charuto no cinzeiro, sem amassa-lo, como pede o ritual.

- É verdade, tio. Tenho que verificar os preparativos com o buffet e a casa de eventos, tenho que provar o vestido, receber a equipe do salão de belezas. Nossa...Luciana, você nunca me avisou sobre essas coisas, quando me ofereceu o cargo? -  Rebecca disse, em falso tom de reclamação.

- Lindinha, o próximo será daqui a 25 anos. Pode ficar calma! - a médica sorriu.

- WOW!! E, antes disso, não vai sair o casamento? Quais suas intenções com minha sobrinha, Dra.Luciana? - Antal brincou.

- Deus...é a segunda vez só nesta semana. Não vai ter jeito, Clara: estou enforcada! A família intimou.- a médica buscou apoio com a secretária, que ficou levemente espantada ao ser incorporada à brincadeira familiar.

- É, doutora? Quais suas intenções comigo? - Rebecca ganhou forças.

- Tem certeza que quer saber na frente do seu tio? - Luciana respondeu, maliciosamente, fazendo a loirinha corar.

- Tio, tem certeza que não pode ir amanhã? Vai depois da peça e leva seu parceiro. - Becky mudou de assunto.

- Não dá. Amanhã não dá mesmo.

- E sexta? É a festa dos funcionários. Será no mesmo lugar, só que mais informal. E vai varar madrugada adentro. - Luciana informou.

- OK. Sexta, após o espetáculo, iremos.

 

**

 

A mansão estava em polvorosa!

 

Após às 15 h, era um entra e sai de costureira, cabeleireiros, maquiadores, sapateiros.

 

Tudo fora feito sob encomenda: vestidos e sapatos; e todas elas estavam se arrumando em casa.

 

De manhã, Clara, Rebecca e Luciana cuidaram de todos os seus afazeres. Assim, estavam dedicadas exclusivamente aos profissionais da beleza.

 

- Onde Régia vai se arrumar? - Becky quis saber.

- Ela disse que daria um jeito, mas recusou o convite de ficar aqui conosco. - a médica informou.

- Não é melhor ligar para ela, Clara? - a loirinha insistiu.

- Ela sabe o que faz. - a secretária foi seca.

 

A maior dor de cabeça da loirinha na questão do jantar foi o fato do Prof. Victor ser judeu e só comer a tal comida kosher, coisa que Rebecca só ficou sabendo quando serviu o jantar na mansão, no sábado anterior. Embora Luciana soubesse, nem se dera ao trabalho de avisar, porque também estava pouco se importando. Porém, Rebecca prestou atenção e correu pesquisar sobre o assunto. Por sorte, o mais sofisticado buffet de São Paulo era especializado no preparo de tal tipo de comida, possuindo utensílios e supervisão de um rabino. Aliás, um dos convidados era um rabino famoso, amigo dos professores, incluindo o Prof. Thomas. Rebecca não poderia errar mesmo!!!

 

Na "comida perfeita", significação de kosher, não existe o prato específico, mas os ingredientes que devem atender aos requisitos da rigorosa dieta judaica. O pior é garantir que utensílios utilizados para o prepara dos ingredientes não se misturem, pois embora o ingrediente isolado seja kosher, em certos casos, a mistura deles não o é.

 

Entre 1100 convidados aproximadamente, menos de 50 estavam nessa categoria. A loirinha estava preocupadíssima. A cozinha do local de evento fora dividida e separada em duas equipes, e inspecionada por um dos rabinos convidados, juntamente com Rebecca.

 

O jantar, diante das condições, seria estilo buffet e três pessoas da comunidade judaica tomariam conta dos pratos, para que não ocorresse qualquer tipo de acidente.

 

Já estavam no final da tarde e nenhum tipo de incidente. Os fornecedores escolhidos estavam fazendo jus ao gasto que, diga-se de passagem, deixou a loirinha pensando em quantos meses daria para alimentar os assentados em suas terras. Impressionante, mas nada foi poupado.

 

O local escolhido por Rebecca era um antigo moinho, na zona leste de São Paulo, que havia sido reformado e projetado pra grandes eventos: desde leilões de gado à desfiles de moda. Acomodava tranquilamente 6.500 pessoas em suas dependências. Era um ambiente refinado, mas com um certo ar de modernidade também. Um belíssimo jardim, salões amplos e com pé-direito bem alto. A iluminação primorosa.

 

A decoração ficou por conta do buffet e tudo era do mais finíssima material: desde as baixelas, porcelanas,talheres e copo até as toalhas de mesa.

 

Rebecca ficava espantada com as pessoas que acham que não existe luxo e nem glamour no Brasil. Ela, que transitara de um extremo ao outro, sabia que a miséria estava nas ruas da cidade, assim como em qualquer parte do mundo. Sabia que o governo era desmazelado e oportunista; tinha noção de que era até indecente ver a quantidade de dinheiro que fora gasto para realizar as vontades de uma única empresária, enquanto pessoas estavam esperando um auxílio qualquer que fosse.

 

Porém, também era muito bonito poder realizar um evento como aquele. Estar perto de pessoas elegantes, degustar alimentos refinados, ouvir a melhor música, sentir sobre o corpo os melhores produtos de beleza, ter na pele o contato com tecidos cujo metro representava o salário de um chefe de família de nível superior. E não era pela ostentação, mas pelo simples fato de que o que é caro é realmente melhor. E o Brasil, principalmente São Paulo, não fica devendo a ninguém, quando ostenta seus milionários. Tudo que encontramos no mundo da moda, encontramos em São Paulo; moda, artes, cultura, atitudes, gostos.

 

Rebecca pensava que o incômodo nisso tudo é realmente ter que fechar os olhos ou fazer vista grossa ao desnível social. Não era nenhum Policarpo Quaresma, mas adorava o Brasil. Não admitia que avacalhassem com o povo e sua cultura. Nunca usou do recurso de ter uma ascendência européia para se esconder atrás. Estivesse nas ruas, e ainda assim amaria seu país. Estando ali, cercada de luxos e poder, sabia que o bom disso tudo é provar que existe charme, glamour e elegância nesta terra também.

 

Haveria uma pequena cerimônia para a comunicação da nova estrutura organizacional, bem como um traçado do desenvolvimento do grupo durante os 25 anos de existência; depois o jantar e um show com uma cantora famosa. Após, a pista de dança seria liberada para quem quisesse permanecer; mas, os organizadores apostavam que não iria até altas horas, até por ser meio da semana.

 

O início era as 21 h. Às 20 h, seriam abertos os salões.

 

O comitê de recepção era formada por todos os conselheiros, diretores, gerentes e o time de agentes de relacionamento, moças que regularmente visitavam as empresas. Num total de 60 pessoas e cada qual era padrinho de um grupo de 20 pessoas. aproximadamente. O planejamento da disposição de acentos seguiu rigorosamente alguns perfis para que todos, em uma mesma mesa, tivessem assuntos ou interesses em comum. Tudo fora planejado para que novos relacionamentos empresariais fossem travados.

 

A maior mesa eram as dos conselheiros. Luciana ficou com os convidados políticos, Prof. Arthur com empresários do setor hospitalar e o Prof. Victor com a parte judaica e alguns outros ilustres.

 

Cada mesa dos conselheiros era composta por 30 pessoas.

 

Foram as primeiras a chegarem. Luciana exigiu uma limusine para levá-las. Clara veio no outro carro, com o motorista, todas cercadas por forte esquema de segurança.

 

A iluminação fazia jus a uma noite de gala. A descida dos carros, alguns com bandeiras e placas oficias do governo,  foi um verdadeiro espetáculo hollywoodiano.

 

Luciana usava um vestido branco, drapeado, deixando suas costas moreníssimas desnudas e o pescoço à mostra, já que o cabelo fora ajeitado sobre o ombro direito, casualmente preso e era seu único adorno; e, completando, uma sandália de salto médio, prateada; era uma deusa!!

 

Gentilmente, ajudou  Rebecca a descer da limusine. A loirinha usava um vestido colado ao corpo, cuja cor rivalizava com sua pele, levemente dourada e com os cabelos; num primeiro momento, a impressão é que ela estaria nua, mas logo percebia-se o tecido revelando seu corpo; os cabelos estavam presos e o colo ostentava um delicadíssimo colar de brilhantes, em conjunto com brincos; usava salto alto também, para deleite da doutora.

 

Clara usava um vestido preto, também com as costas à mostra, justo no corpo, abrindo-se do joelho para baixo, embora só aparentando que era aberto quando ela caminhava, pois parado, ele era uma sobreposição de sedas, formando uma discreta roda; sandálias de saltos altíssimos completavam o modelo.

 

Por volta das 19:45, começaram a chegar os convidados e todo o comitê de recepção já estava posicionado. Após receberem os cumprimentos do conselho e dos padrinhos, as pessoas eram encaminhadas às suas respectivas mesas por funcionários do local de evento.

 

Luciana e Rebecca postadas mais a frente, seguidas pelos professores e suas senhoras e cada membro do comitê se adiantava na vez do "afilhado", informando discretamente a doutora sobre quem se tratavam. Rebecca também tivera a difícil tarefa de memorizar nomes e faces; alguns, Clara também lembrava, pois conhecia e informava para a doutora que, por sua vez, também estudara a lista de convidados.

 

Régia chegou quase na hora de iniciar a pequena cerimônia.

 

Clara estava entretida com um de seus apadrinhados, e não a viu chegando.

 

Luciana dera um puxão no braço de Rebecca que dera um cutucão em Clara que assustou e virou de repente. Ficou catatônica!

 

Régia era 4 cm mais baixa que a doutora, o que conferia a ela uma estatura de 1,78 m. Estava com um salto de 7 cm. Assim, Clara viu 1,85 m de morena desfilando pelo tapete em um vestido fúcsia, reto, tomara-que-caia, partido na lateral, revelando pernas absurdamente bem torneadas e com músculos realçados pelo salto. O cabelo, ao invés do habitual penteado para trás, sofrera uma leve ondulação, estavam repartidos ao meio, ainda que causalmente dispersos. Os olhos foram realçados com brilho que os deixaram ainda mais azuis, se é que era possível. A sandália era dourada e a carteira também. Sua expressão era o mais blasé possível, diante de certos comentários que eram feitos.

 

- Nossa! Se a doutora não estivesse parada ali, acharia que era ela chegando! - um dos gerentes médicos comentou com Clara. - Quem é o monumento que vem vindo ali? É parente?

 

Clara não respondeu, pois estava hipnotizada. Régia estava em sua mesa e ela teve que ir recebê-la.

 

- WOW!! - Luciana exclamou - Se eu fosse tão narcisista quanto falam, expulsaria você da festa neste instante...não sem antes, darmos um pulo até o banheiro....- e riu, levando um cutucão de Rebecca.

- Comporte-se, doutora. - a loirinha falou para uma Luciana visivelmente dolorida - Mas, Régia...WOW...rs...se eu já não tivesse a minha própria morena de olhos azuis...

- Ah, você pode né? - a médica disse, beliscando a loirinha.

- As duas querem ficar mais contidas. Parece que nunca me viram antes.

 

Uma olhou para a outra e disseram em uníssono:

 

- NÃO!!!!! - e riram gostoso, ainda que estivessem atrapalhando a chegada de outros convidados.

 

Nisto, Clara se aproximou, para recepcionar a líder.

 

Luciana e Rebecca quase tiveram um ataque de risos diante da expressão da secretária.

 

- Boa noite, Régia. - Clara disse, segurando a mão dela além do cordial, com uma expressão de gula no rosto; também a beijou, e sentindo o perfume inebriante, que a fez perder os sentidos momentaneamente.

 

Ficou imóvel diante da líder.

 

- Clara....estamos atrapalhando o andamento. Qual é o meu lugar?

 

" Ao meu lado em qualquer canto do mundo!", Clara pensou.

 

- Ah! Sim. Desculpe-me. Você está tão...tão...- fez um gesto englobando o corpo da líder.

- Mulher. - Régia completou sarcasticamente.

- Feminina. - a secretária falou, engolindo em seco, indisfarçável sua cobiça. - Mas, a recepcionista a conduzira até nossa mesa. - disse, não tirando os olhos de sobre Régia, até vê-la sumir no salão.

 

Se a vista frontal era divina; a vista daqueles ombros desnudos e a bunda movimentando-se pelo equilíbrio nos saltos, fez a secretária ficar dolorida em um lugar que há muito estava calmo. "Onde ela aprendeu a usar saltos?"

 

**

 

Marcella foi um dos destaques da noite, já que a doutora anunciou a compra dos hospitais em outras capitais e informou que a diretora seria responsável por eles, além das outras unidades. Marcella não era mais diretora-geral do hospital certificado; mas assumiria a superintendência de todos os hospitais.

 

Ela optara por deixar os pais em casa, pois na sexta haveria um comunicado semelhante para todos os funcionários. Ela não estava na mesma mesa que Clara, uma vez que também era madrinha de um grupo formado por representantes dos novos hospitais.

 

Estava lindíssima também, em um modelo vermelho quer realçava sua pele e valorizava pontos estratégicos de seu corpo farto. Mesmo com os saltos, ainda perdia em altura para a líder e a doutora, mas ganhava de Clara ainda.

 

Quando viu Régia, sentiu o mesmo embrulho no estômago. Clara e ela tiveram uma discussão fortíssima e não estavam conversando. A bem da verdade, resolveram dar um tempo, por conta da temporada que a diretora passaria no norte do país. É certo que, no dia que discutiram, Clara estava possessa com Luciana também e, por isso, alteradíssima. O que irritava a secretária era planejar um futuro com alguém que não conseguia sair do julgo de pais homofóbicos. A diretora estava em uma sinuca de bico e, para ser sincera consigo mesma, não sabia se queria dar um passo largo em direção à secretária, já que era uma relação pautada em coexistência pacífica e não um relacionamento do qual Marcella poderia esperar amor total. Clara até acreditava, mas o que se passava na mesa em frente, demonstrava que a secretária lograria seu intuito.

 

A concentração nas duas mesas estava péssima. A diretora fazia um esforço tremendo para ser uma anfitriã atenciosa. Mas, sua real atenção era a mesa da secretária.

 

Por sua vez, Clara estava totalmente hipnotizada por Régia que, sentada frontal a secretária, demonstrava toda uma cordialidade e etiqueta que em nada faziam suspeitar sua atual condição.

 

Após o discurso, alguns minutos antes do buffet ser aberto, Luciana e Rebecca estavam circulando de mesa em mesa conversando com os convidados. Ao chegarem à mesa de Clara, Luciana apresentou um empresário para Régia.

 

- Régia, esse é o Gunnar Kallstron; ele é presidente, no Brasil, de um laboratório especializado em produtos homeopáticos e fitoterápicos, mantendo a preocupação de zelar pela biodiversidade. - a doutora fez a introdução.

- Prazer, Régia Blixen.

- E, a Régia é bióloga, especializada em botânica e com larga vivência nas matas deste nosso Brasil. - Rebecca concluiu a apresentação e dirigiram-se para outra mesa.

- Eu Gunnar e esta meu esposa, Eira. - o volumoso senhor continuou -  Blixen. Nome muita conhecida para mim. - falou, com sotaque carregadísimo.

- Sim. Temos aquela famosa escritora dinamarquesa. - a líder comentou.

- Non. Eu falar de grande amigo minha. Estudamos juntos. Também era biólago.

 

Régia começou a perceber onde a conversa ia chegar.

 

- Ele prestava trabalho valor para nós. Incrível você non conhecer Vicent.

- Ele é meu pai. - a líder disse, sem qualquer emoção.

- Mas...como? Vicent ter duas filhos. Eira aqui falar com eles ainda pouco tempa. Você  É sueca? Falar muita bem português? - ele quis saber.

- Sou brasileira. Minha mãe é nativa. Não conheço meus meio-irmãos.

- Olhando bem, as olhos igual de Vincent, não mesmo Eira?

- Gunnar certo. Você ter o olhos de Vicent. Ficar muito assustados com o desaparrecimento dele! Pobrezinha. Dess frosta.(sua mamãe). morta?

- Ela não falar suec...

- Sim. Mamãe também morreu. Ambos morreram juntos. - a líder estava ficando incomodada.

- Você falar nossa idioma? Goda (bom).- o rosto gordo se iluminou.

- Entendo um pouco. Mas, não gosto. - completou, ao que o homem morreu com o sorriso.

- Que felicidade ver você! Saber que min vän (meu amigo) ter um filha que continua o sua trabalho.

- Desculpa. Não atuo com biologia.

- Hur inte? (como não?)..Louca...dess fader (seu pai) erra sábia..genial...você ter continuar. Meu empresa ser sua. - e tirou um cartão.

- Obrigada. Se me derem licença, gostaria de ir retocar a maquiagem, antes de ir ao buffet.

- Fadern alltid bak kvinna! tills infödingen det inte flykten! oanständigt! ung fattig person. (O pai sempre atrás de mulher! até nativa não escapou! indecente! pobre moça.). - a senhora rechonchuda comentou.

- De har inte straff av mig. (não tenham pena de mim.) - Régia respondeu em um tom ameaçador, para espanto do casal e incompreensão da mesa inteira, que nada entendeu.

 

Clara ficara encantada com o ocorrido. Não tinha mais como se espantar com Régia.

 

Pedindo licença, também foi ao toilette.

 

**

 

- Sabia que você viria atrás de mim. - a líder disse, assustando a secretária ao pega-la firmemente pelo braço, quando ela passava pelo corredor.

- Como..sabia?

- Sua cabeça deve estar cheia de perguntas. - a líder respondeu, sarcasticamente.

- Na verdade, se fosse fazer uma pergunta agora, seria: como você consegue ficar mais linda? - e fixou o olhar, cheio de desejo, nos olhos azuis, agora mais claros pelo reflexo e úmidos pelo efeito do brilho.

- Eu perguntaria: como você consegue ignorar nosso amor?

 

Sem dar tempo para a secretária responder, empurrou-a em um nicho na parede e beijou seus lábios, forçando passagem com a língua. Clara não opôs resistência. Cedeu. Não só cedeu, como também exigiu, para espanto da líder. Em um movimento, inverteu as posições, sem romper o beijo. Sentia que seus meios se inundavam. Temeu marcar o vestido. Mais baixa, abusou também do decote da líder, do pescoço e dos ombros, beijando o ossinho levemente saliente que Régia tinha sobre eles, sua marca registrada e fetiche da loira. Régia, por sua vez, deixou a mão se infiltrar entre a abertura do vestido, massageando a púbis da secretária, sentindo os pelos recém-aparados, contendo-se para não penetra-la. Só conseguiam sentir os corpos, os gemidos abafados pelo beijo, ecoavam nos peitos arfantes. Clara estava perdida no colo desnudo, descendo entre os seios, enquanto Régia acomodava uma coxa entre as pernas da secretária. Onde estavam era escuro, eram protegidas por um ângulo desfavorável, mas denunciadas pelos espelhos opacos do ambiente. Quando abriu os olhos, Clara pode vê-las nos reflexos e o que ela viu a trouxe de volta: era uma cena muito erótica e nada adequada para o momento. Mesmo assim, deliciou-se ao ver a líder agarrando sua bunda, subindo as mãos por suas costas desnudas. Depois de alguns minutos ainda coladas, ao ouvirem saltos aproximarem-se, romperam o transe.

 

Nada foi completado. Sabiam que apenas colocaram lenha em uma fogueira que deveria se extinguir e não reacender. Arfantes, Clara ficou apavorada ao ver o pescoço da líder marcado com seu batom. Sabia que também estava descomposta.

 

- Vamos, entra no banheiro e limpa esse batom. - pediu.

- E, você, tira essas contas brilhantes dos seus seios. - a líder observou, para desespero da secretária, que saiu correndo.

 

Ao retornar para a mesa, Clara cruzou o olhar com Marcella, que articulou um "tudo bem", com o semblante desconfiado.

 

Clara assentiu que sim.

 

A líder não retornou mais à mesa.

 

 

**

 

 

Às 2 h da madrugada, Luciana e Rebecca fizeram suas despedidas.

 

Ao entrarem na limusine, Rebecca deparou-se com uma Veuve Clicquot em um balde de gelo e uma vasilha de prata recheada com morangos envolvidos em uma espécie de açúcar umedecido.

 

- É açúcar cristal com pimenta malagueta. - e dizendo isto, a doutora passou o morango na mistura e colocou na boca da loirinha; em seguida, beijo-a passando o champanhe para sua boca.

- WOW!! Delicioso!-a jovem disse, estonteada.

- Altamente afrodisíaco. - a doutora respondeu em um sussurro, com os lábios roçando a orelha da jovem.

- Está me aquecendo, mas quem não vai agüentar até em casa é você! - a loirinha disse, já excitada.

- Quem disse que vou esperar tanto? - a médica disse.

- Luck, estamos no interior de um carro, junto com o motorista e seguidas por um bando de seguranças!

- Mas, você lembra daquela sua fantasia sobre limusines? É o momento ideal! - disse, ch*pando o lóbulo da orelha, sentindo o friozinho do diamante na língua.

- Doutora...

- Fiz um itinerário que nos dará pelo menos duas horas livres aqui dentro. Vai querer aproveitar ou não? - as mãos já estavam sob o vestido.

- E o motorista?

- Com certeza, não vai ser a primeira vez. E o carro tem vedação. Estamos isoladas aqui atrás. Amor..eu estou latejando por você. Como diz a Régia: ô muierada para fazer pergunta!

 

Assim, quando cruzaram a Radial Leste, Rebecca já estava com metade do vestido fora do corpo e suas mãos entravam pelo decote das costas do vestido da doutora, buscando a bunda deliciosa.

 

O primeiro ameaço de orgasmo aconteceu na entrada da Av. 23 de maio.

 

Luciana estava com três dedos enfiados em BEcky enquanto sua boca engolia um dos seios da jovem. Como o carro era espaçoso e os bancos reclináveis, estavam praticamente deitadas e confortáveis.

 

Rebecca desceu o vestido da médica e derramou champanhe no colo, fazendo o líquido escorrer pela vala entre os seios. Estava em transe. O movimento do carro, a possibilidade de serem paradas. Até mesmo o teto do carro estava aberto deixando, vez ou outra, a lua ilumina-las. Um solavanco, fez o dedo da doutora entrar mais fundo e brusco na vagin* da loirinha que soltou um gemido e se agarrou ao corpo da morena.

 

Tirando completamente o vestido da médica, deixou-a nua, já que estavam usando uma espécie de "segunda pele" para não marcar o vestido. Nua e de sandália estava a doutora. BEcky estendeu a perna da morena e foi beijando toda a extensão, desde o tornozelo até a virilha, sob o olhar atento dela. Repetiu o processo com a outra perna.

 

- Você é linda. Eu quero toda você. Cada canto. Cada pedaço de pele. O que fiz para merecer uma deusa como você? - dizia, enquanto esfregava o rosto nos pelos negros, molhados, macios.

 

Derramava champanhe e lambia o caminho percorrido pelo líquido. Fechando as pernas da doutora, derramou a champanhe e bebeu na concha formada sobre a púbis, partindo os lábios com a língua, após engolir todo o líquido. Luciana gem*u alto.

 

Introduziu a língua ainda gelado pela bebida e rapidamente a esquentou, lambendo toda a extensão do sex* da morena. De cima para baixo, de baixo para cima. Abrindo bem a vulva, salientou o clit*ris, deixando a cabecinha aparecendo. Era engraçado saber que aquele minúsculo pedacinho de carne ia nocautear aquele corpo forte. Com a pontinha da língua tocou a pontinha do clit*ris..levemente...quase imperceptível. Ouviu o gemido pelo prazer experimentado pela doutora. Em movimentos leves e circulares, torturava apenas a cabecinha.....sabia que era prazeroso e também dolorido....tudo que a médica gostava. Parou, o que fez olhos translúcidos pela luz da lua olharem para ela, suplicantes.

 

A jovem pegou um morango

 

- Isso tem pim....

 

Sentiu o frio da fruta em sua vagin*, bem como o ardor que logo foi regado por champanhe e depois, com maestria, Becky degustou o morango alojado na vulva da sua amante, que atingiu um orgasmo fenomenal em frente ao Monumento às Bandeiras, no parque do Ibirapuera.

 

Não contente, a jovem deixou o líquido escorrer para o ânus e, também aí, alojou outro morango, tendo o cuidado de lambê-lo bem antes; o morango, pois  o ânus, degustou junto com a fruta mesmo, fazendo um show e arrancando gemidos desgovernados da médica.

 

Sem a fruta, Rebecca estava atacando o pequeno orifício com os dedos, quando o carro passou por um buraco e a médica escorregou pelo banco, empalando o dedo da loirinha de uma vez. Não sabiam o que foi que ocorreu: o susto pelo escorregão, o impacto do dedo dentro do ânus, o calor da "batalha", mas uma das alças de segurança do carro estava solta na mão da médica.

 

Colocando um morango na boca, a loirinha beijou a médica, misturando o sumo da fruta, o gosto do sex* e a saliva em um único suco. Agora, estava inteiramente nua, montada na barriga da doutora, que se deliciava com os seios balançando ao movimento do carro, e a umidade se espalhando em sua pele.. Em uma posição mais trabalhoso, conseguiu chegar sua vulva no rosto da médica. Rapidamente, um morango achou um novo nicho e Becky foi devorada da mesma maneira que fizera com Luck.

 

Gozou sob o lago do Parque Ibirapuera, dentro do túnel Ayrton Senna, 1700 m de extensão, que ligava a zona norte à zona sul. As luzes que Becky via pelo teto não sabia dizer se eram a iluminação do túnel, ou seu êxtase. Aliás, sua cabeça estava quase fora do carro.

 

Na saída do túnel, acessando a Av. Juscelino Kubitscheck, gozou novamente, com a médica massageando seu clit*ris, tendo suas pernas sobre os ombros dela.

 

A médica, recuperada, colocou BEcky de bruços no banco e a penetrou por trás, forçando seu corpo sobre a moça, enquanto banhava suas costas com o gelo da champanhe, que infelizmente acabara. Introduziu um cubo de gelo no ânus da jovem, que deu um pulo de susto e deixou deslizar os dedos da médica para dentro da sua vagin*, roçando o clit*ris no polegar. Luciana lambia o rastro de gelo e fazia outro com o creme de açúcar.

 

Deu um banho de língua em BEcky. Virando-a, sem tirar o dedo de dentro da sua vagin*, Luciana com uma das mãos,começou a esfregar o gelo nos biquinho dos seios, já rijos. E, ainda com os gelos, enfiou um bem grande e redondo dentro da vagin* da jovem, pressionando seu próprio púbis sobre ela, enquanto ch*pava e mordia os seios. Ajeitou a coxa da jovem entre as pernas e começou a esfregar freneticamente, sentindo as mistura de água, açúcar, pimenta e gozo lambuzar sua vulva. Dessa vez, sem gostos alternativos, sugou a língua da jovem. Numa curva feita pelo carro, seu clit*ris esfregou com mais força contra a coxa macia e a médica gozou quase que no susto.

 

Tinham cruzado pela Cidade Jardim e estavam passando pelo Jockey Club, coincidentemente, uma certa loirinha cavalgava a coxa de uma médica muito fogosa, uma amazona em força e proporção.

 

Em frente ao Palácio do Governo, estavam exauridas, largadas uma sobre a outra, bebendo a água que acharam no frigobar. Olhavam pelo teto do carro, apreciando as estrelas. O cheiro no ambiente rescindia sex* e elas não resistiam ao convite olfativo.

 

Mais beijos, mais contato entre os corpos, outro orgasmo. A batida na janelinha que dividia o ambiente do carro anunciou a chegada. Vestiram-se rapidamente, apenas para cobrirem o corpo.

 

O motorista abriu a porta e Luciana desceu, puxando Becky pelas mãos, enquanto na outra segurava um pé da sandália. Sem muita paciência, percebendo que a loirinha estava bêbada, colocou-a sobre os ombros, para o espanto do motorista e seguranças. Dizendo boa noite, entrou pela mansão, carregando seu precioso fardo.

 

Os homens entreolharam-se.

 

- Essa mulher tem tudo que alguém pode querer na vida. Ai meus, Deus!! Eu aqui de p*u duro e elas lá, se acabando em colar velcro. - o motorista lamentou.

- Aquela doutora tem mais p*u duro que todos nós juntos!- exclamou um segurança. - A loirinha tá bem servida!

 

 

 

.

Sobre a pilastra da escadaria, encontraram outra garrafa de champanhe adequadamente gelada. Luciana colocou Rebecca no degrau e, pegando a garrafa, fez espocar todo o líquido sobre a loirinha aos seus pés, num ato muito parecido com uma ejaculação. Ato contínuo, sentou-se dois degraus abaixo de Becky e deixou a língua beber na fonte, fazendo a loirinha goz*r mais uma vez, estirada na escadaria.

 

Eram 4:30 da manhã e a coisa iria longe ainda, pelo jeito que subiram as escadas, com jovem entrelaçada na cintura da médica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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