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Capítulo 15

QUINZE

 

disclaimer no capítulo UM

 

Acordou novamente. Eram 7 h. Começou a beijar a nuca da loirinha e sentiu os pelos dessa região arrepiarem-se. Deslizou as mãos pelo seio, abdômen, chegando à púbis. Rebecca mudou de posição, deixando livre acesso para a doutora que sem perda de tempo, começou a brincar com os mamilos já rijos. Becky soltou um gemido. E começou a se espreguiçar, deixando o corpo totalmente exposto para a doutora.

- Bom dia, dorminhoca! - disse, enquanto mordiscava um dos biquinhos.

- Bom dia...delícia...- a loirinha gem*u...- tenho que ir ao banheiro.

Muito sem vontade, a médica deixou.

- Que horas são? - Becky perguntou ao voltar, começando a se arrumar para espanto de Luciana.

- 7:15 h. - a resposta foi quase um ronronar; os olhos azuis mal disfarçavam o desejo.

Becky caminhou até a cama e sentou perto da médica, beijando-a sensualmente. Luciana já estava pronta para recomeçar, quando a loirinha a impediu.

- Parabéns, doutora! Dessa vez, vamos comemorar seu aniversário.

- Que tal começar agora? - a médica propôs, colocando a mão entre as coxas de BEcky

Para seu espanto, a loirinha deu-lhe um tapinha na mão atrevida e afastou-se da cama.

- Não. Estou reservando algo especial. Comporte-se e espere. Vai valer a pena.

- Não podemos ter uma prévia agora? Você sabe como estou. - a médica quase suplicou.

Com uma leve negativa de cabeça, Becky saiu da cabana, em direção ao local de banho.

Luciana desabou a cabeça no travesseiro e ficou olhando para o teto, um tanto quanto furiosa.

- Droga!!! Droga!!!

**********************

O lugar era lindo! O templo parecia saído de algum filme de kung fu. Ao entrar, foi orientada a acender um incenso e apenas pensar no bem, tendo como único pedido a sabedoria.

O que mais fascinava a secretária era ver Régia seguindo todos os preceitos de forma tão ritualística, como se fizesse isso a vida toda.

Ficaram um longo tempo dentro do templo. A líder parecia realmente enlevada pela meditação. Por quase uma hora ficaram acompanhando o que parecia uma celebração, com muito incenso, sinos e mantras. O local não estava muito cheio, mas as pessoas ali reunidas pareciam estar sob voto de silêncio. Claro, não somente dentro do templo, mas nos espaços externos, quando cruzavam com elas, era perceptível a opção pelo silêncio.

Quando saíram do templo, havia sol e um pouco de brisa.

- Vamos, vou levá-la para conhecer o local.

Percorreram salas de práticas de exercícios, bem como outras para reuniões em grupo. Havia uma loja com variados tipos de incensos, quadros, livros, relíquias.

- Vem. Vamos por aqui. Tem uma ponte linda e um lago. Vamos, você parece pronta para uma barrinha de cereal. - e sorriu.

Clara não poderia ter achado mais charmoso o sorriso e a leve piscadela. Régia parecia outra mulher. O local, os exercícios, a meditação; enfim, a expressão era relaxada. Mesmo com toda a espécie de distração, Clara sempre notara que o semblante de Régia era tenso. Com tantas coisas ocorrendo com sua filha e sua vida, era natural que a mulher estivesse tensa. Mas, agora, não havia essa tensão.

- Você gosta daqui, não? - a secretária perguntou espontaneamente.

- Vivi aqui por seis meses. Naomi me acolheu aqui. Era o lugar mais seguro na época.

- Seguro?

- Você esquece que fui contrabandista? - disse, com certa aspereza.

Clara ficou quieta.

- Você quer contar sobre esse período? - apesar de morrendo de curiosidade, não queria puxar a líder e tornar um dia tão promissor em algo desagradável.

- É simples: fiz um serviço e quase fui pega; a minha chefe não podia me dar abrigo, sem que isso comprometesse a operação; então, ela pediu a Naomi a retribuição de um favor e eu fiquei aqui. Como você deve ter percebido, muitas pessoas se recolhem aqui como forma de clausura, ou treinamentos corporativos ou, ainda, como relaxamento. De qualquer forma, foram seis meses forçados que me mantive aqui. Sem contato com o mundo externo. Engraçado que apesar de todo o tempo que tive para meditar, minha mente ativa não conseguiu me desviar do propósito de vingança. Aprendi a controlar o corpo, aprendi a respirar, a ter equilíbrio; porém, só usei isso em benefício do meu lado negro.

Régia percebia que Clara estava prestando atenção e tinha uma expressão de conforto e compreensão.

- Régia, não precisa relembrar se isto causa algum tipo de dor para você. Estou adorando estar aqui e sei que hoje é um dia especial. Começou sendo e gostaria tanto que terminasse assim.

- O que quer que aconteça, Clara, saiba que você está a salvo comigo. Não gostaria de espantá-la com as coisas que trago em minha vida. Porém, sinto que posso contar para você. Mas, também temo ser repudiada.

- Posso apenas garantir que a ouvirei. Minhas reações...- fez um gesto amplo com os braços - ...bem, só o momento dirá.

Estavam sobre uma ponte e Régia tomou a mão de Clara e a levou para um jardim. Retirou o filtro solar da mochila e entregou para ela, que estava começando a ficar vermelha.

- Obrigada. - estava ficando mal-acostumada com as gentilezas de Régia.

Passearam por um caminho que continha várias estátuas de monges talhadas em pedra. Clara se divertia com a expressão severa, e ao mesmo tempo, debochada das estátuas. Ficou um bom tempo analisando cada uma. Adorou uma que parecia estar se divertindo com sua condição de expectadora imóvel. Como se fosse quem apreciasse os seres que passavam por ela.

Estavam em um platô onde podiam ver a cidade ao redor. A vista era linda. Assim como, olhar o templo por esse ângulo, conferia-lhe uma magnitude sem precedentes.

Andando mais um pouco, Régia levou Clara para perto de uma árvore. Sentaram sob a copa, protegidas do sol e embaladas pela brisa. A secretária bocejou.

- Desculpe se fiz você acordar tão cedo.

- Valeu a pena. Tudo!

Tirando a toalha da mochila, a líder estendeu na grama.

- Deita um pouco. Pode apoiar a cabeça na minha perna. - dizendo isso, encostou-se na árvore, tirou o tênis e ficou esperando por Clara. Hesitante, a secretária deitou a cabeça em seu colo. Em poucos minutos, adormecia. Régia ficou velando o sono dela. Sabia que algo estava nascendo e que era muito forte.

**********************

Após ser rejeitada por Becky e sair quase de mãos abanando da conversa com João de Deus, no dia anterior, Luck não era um poço de cortesia e paciência com quem cruzasse a sua frente.

Quando voltou para a cabana, encontrou a loirinha com um sorriso maroto. Becky percebeu que a fisionomia da doutora não era das melhores. "Bem, preciso dela para que tudo dê certo, então devo amansá-la antes".

- O que foi? - a médica perguntou, meio desconfiada.

- Hoje é seu aniversário e eu preparei algo para nós. - disse isso, enquanto encostava seu corpo ao dela.

O beijo foi estonteante e, antes que perdesse o controle, Becky aplicou o golpe.

- Quero que façamos uma fantasia minha.

- Fantasia, hein?! - os olhos da médica encheram-se de desejo.

- Sim. Você faz? - pediu.

- Hummm...vai valer a pena? - disse, mordiscando o queixo da loirinha.

- Cada minuto. Você faz o que eu pedir?

- Tenho que pensar....você sabe que está mexendo com fogo...- as mãos percorriam as costas, pegando um bom conteúdo da bunda da loirinha entre elas.

- Eu sei e conto com isso! Por favor, diz que sim!! - falou com voz melindrosa.

- Ok. Eu topo.

Mal Luck disse isso, a loirinha a largou sem cerimônias e foi buscar algo.

- Veste isto, então.

Intrigada e cheia de desejo, Luck deparou-se com uma calça de couro e uma camiseta preta.

- Que é isso? - perguntou, já a caminho de outro espanto, pois Becky vestia um top verde com uma minúscula saia marrom.

- Foi o melhor em couro que pude arrumar. Ainda bem que Régia tinha uma. Acho que serve, embora você tem mais coxas do que ela. Calma, eu tive que medir....não que reparasse nela. - apressou-se a dizer, pois o olhar da médica foi de puro ciúme - De qualquer forma, na cintura vai ficar legal.

A médica não entendia nada. Estava começando a se arrepender das promessas que fizera no calor do desejo.

- Que significa tudo isso?

- Minha fantasia: Xena, a Princesa Guerreira e Gabrielle, a barda.

- O quê?!?!?

- Você prometeu. - e deu um tapinha no queixo da médica, fechando a boca que estava aberta.

**********************

- Acorda, bela adormecida! Tá na hora de voltarmos ou perderemos o almoço.

- Almoço? Já? Que horas são? Quanto dormi?

- Vixi, você já acorda cheia de perguntas.

- Desculpa. Estou meio desnorteada. Estava tão gostoso ficar aqui na sua...aqui na sombra. - a secretária gaguejou.

- São 11:15. O almoço é das 11:30 às 12:30 rigorosamente. Temos que ir. - Régia disse, tentando se firmar nas pernas que tinham ficado dormentes pelo tempo que permaneceu amparando a cabeça de Clara.

Após um discreto alongamento, ambas começaram o caminho de volta.

Ao chegarem ao refeitório, a comida estava posta em estilo self-service.

Clara serviu-se de saladas, batatas e uma porção generosa de frango xadrez, comida que adorava. Para beber, chá de jasmim.

À mesa, Clara começou a comer e sentiu que o frango não estava com a textura normal. Não se importou, pois pensou que fosse alguma parte com pele e imaginou que o templo não tinha verba para comprar partes mais nobres do frango. Entretanto, no quarto pedaço, a coisa ficou insuportável de engolir, mesmo com o segundo copo de chá.

- Régia...- ela falou, discretamente, pois estavam em uma mesa comunitária.

- O que foi?

- A sua comida está boa? Mais especificamente a carne?

- Sim. Está tudo muito delicioso. Por quê?

- Não sei, mas meu frango está com um gosto estranho. Parece que a carne está esponjosa, meio porosa. Prova? - e colocou um pedaço na boca da líder.

- Nossa! - ela exclamou, com a boca ainda cheia - Para um frango, está horrível mesmo. Ainda bem que é carne de soja, e tá uma delícia!!! - disse, com um ar de deboche.

-O quê? Como assim: carne de soja? - a secretária arregalou os olhos verdes, fitando os azuis debochados.

- Clara, aqui é um templo e aqui eles são vegetarianos. Nada de carne, só se soja!

A secretária mudou de cor; ficou lívida e, depois, rubra.

- O que eu faço? Eu enchi o prato pensando que fosse frango xadrez! - ela disse, totalmente desnorteada - Não consigo comer.Se insistir, vou passar mal.

- Não queremos que você vomite aqui, não é mesmo.

- Régia, tenha modos; não use palavras nojentas à mesa. Mas, é isso mesmo. O que eu faço? Você quer comer? Come para mim? - a secretária começou a jogar todo seu encanto em Régia.

- Não. Eu comi demais. Estou satisfeita. Não se acanhe, pode pegar outra comida. Tem o arroz que você gosta e a batata. Vai lá e pega.

Tentando ser o mais discreta possível, Clara dirigiu-se a fila onde deveria depositar os pratos sujos, antes de pegar mais comida. Enquanto despejava as "sobras", lia o cartaz que dizia "PEGUE SOMENTE O QUE FOR COMER. EVITE DESPERDÍCIOS!". Quis que um buraco abrisse a sua frente. Quando olhou para a mesa, viu a líder com um sorriso debochado no rosto. Sem pensar duas vezes, fez um gesto obsceno para ela. Recebeu um olhar de espanto em troca.

Após o almoço, decidiram ir embora.

- Bem, Dona Régia, agora você é minha! - tão logo acabou a frase, enrubesceu vendo o olhar de cobiça da líder - Quero dizer, agora eu dito o resto do dia. Cumpri minha parte, agora cumpra a sua. Suba no carro.

- Onde vamos? - Régia quis saber, um tanto desconfiada.

- Você verá!

 

**********************

 

Saíram para o meio do acampamento. Dois cavalos as esperavam. Um dos animais era uma égua que serviria de montaria para ambas e o outro estava carregada com toda a sorte de coisas.

- Pedi que nos preparassem algumas coisas para comermos. Iremos para um canto da fazendo que descobri outro dia e me lembrou as paisagens do meu seriado favorito.

- Quem vai ser quem? - a médica quis saber.

- Você: olhos azuis, morena e couro é Xena - e deu um tapa no peito da médica - Eu: olhos verdes, loira e cajado sou Gabrielle. Entendeu?

- OK. - a médica disse e montou no animal com muito custo, pela calça que além de apertada, pegava no ferimento recém-fechado.

Começou a galopar, quando Becky saiu correndo atrás dela.

- Hey!! Espera. E eu? - a loirinha se indignou.

- Mas, Becky, pelo que lembro, Xena anda a cavalo e Gabrielle vai a pé, atrás dela. - disse com certo ar inocente.

- Vamos pular essa parte.- a loirinha disse, com um leve sorriso amarelo - Deixa eu montar com você.

- Você vai ter que fazer isso sozinha, pois a calça está incomodando para cacete.

Resolvida a questão da montaria, saíram galopando pelo caminho.

Luciana estava sentindo calor nas pernas e o couro estava grudando com o suor. Mas, não deixava de agradecer que a loirinha não a tivesse feito vestir uma coisa daquelas de metal que a personagem usava sobre os peitos, além do vestido de couro. "Espero que valha a pena"

Na posição em que estava montada no animal, à frente da doutora, Becky ficou com as coxas totalmente a mostra e a mão atrevida atacou novamente. Dessa vez, como uma prévia, a loirinha deixou a doutora brincar um pouco.

Cavalgaram por um bom par de horas. A região era muito bonita. De acordo com as instruções de Becky, pararam à beira de um lagoa e, um pouco mais adentro, podiam avistar uma pequena cachoeira.

- Chegamos! Não é lindo? - disse uma arfante e enrubescida Becky, após sofrer durante o percurso vários ataques dos dedos ávidos e hábeis da doutora.

- É lindo. - disse uma doutora sem muito entusiasmo, já que estava totalmente desconfortável na calça. - Prá que raios Régia usa uma calça de couro dessas?

- Bem, vamos preparar o pic-nic, pois estou faminta. Depois, podemos nos banhar na lagoa.

Desabotoando um pouco a calça, Luck desfrutou dos comes e bebes com humor melhor, já que se entregaram a alguns joguinhos deliciosos. Assim, quando perceberam, estavam semi-nuas, entretidas sexualmente. Sem perda de tempo, Luck tirou a calça de couro e a saia da loirinha.

- Eu sou Xena e você é minha alma gêmea. Eu quero que seja minha, Gabrielle.

- Eu sou sua, minha guerreira. E quero dar um presente para você.

- Mal posso esperar pelo presente. Há 4 temporadas que espero.

- Na verdade, seriam seis temporadas; mas, não é "esse"o presente ainda.

- Não?!? Você não vai querer conhecer a ira de Xena? - a médica falou e não em tom de brincadeira.

Becky, apenas de top, foi até o cavalo e voltou com algo embrulhado.

- É um presente meio tosco, mas para mim é um ícone de seu significado em minha vida.

Quando Luck desembrulhou, ficou meio perdida. Realmente, não sabia o que era. E, se já não tinha jeito para agradecimentos, ficou completamente sem reação.

- Isso, amor, é uma réplica rústica do chakran da Xena, feita com o aro da roda com o qual você atingiu o João De Deus,quando ele tentou atirar em mim.

A expressão de Luck, ainda que fosse suave, era de incompreensão.

Sem jeito, Becky prosseguiu com a explicação.

- Quando você lançou a roda nele, na hora eu associei a semelhança. Não comentei, porque parecia tolice. Mas, quando percebi que era seu aniversário e que o passaríamos aqui, quis que isto fosse forjado para presenteá-la. O que eu quero dizer é que você é minha heroína. Resgatou minha vida inúmeras vezes. Acreditou em mim. Deixou que eu fizesse parte de você. Deu-me seu amor. E, naquele dia, quando achei que a perderia, não conseguia mais pensar em minha vida sem você. Agradeço esse dia por ter colocado você no mundo, de forma a cruzarmos nossos caminhos....- de repente, ficou sem palavras ao ver os olhos azuis cheios de lágrimas.

Sem saber o que dizer, a médica puxou Becky para si e a beijou carinhosamente, com vagar, tentando demonstrar, com o beijo, tudo que a moça era para ela.

- Desculpe-me se demorei a entender.- disse, ainda beijando rosto da loirinha, enxugando a umidade de suas lágrimas misturadas. - Eu não tenho essa compreensão dos significados que você tem, mas é certo que minha vida estava valendo nada antes de tê-la comigo; sempre a defenderei, sob qualquer circunstância, com qualquer arma, com as mãos, com meu corpo. Esse é, sem dúvida, o mais autêntico presente de aniversário que já recebi. - finalizou, coma voz embargada novamente.

Ali, deitadas na grama, começaram a festa. Becky, conforme prometera, estava deixando a doutora em êxtase.

**********************

- Cabeleireiro?!? - Régia quase gritou.

- Sim. E não é só cabeleireiro: é um centro de estética, minha querida. Você vai sair outra mulher daqui. Não poderíamos ter combinado melhor: cuidamos do espírito e agora cuidaremos do corpo. - anunciou uma Clara eufórica.

- Não vou, de jeito nenhum, passar o resto da tarde aí dentro!!

- Vai. Você prometeu. Sempre achei que você tivesse palavra, não me decepcione.

Sem argumentos, a líder viu-se adentrando um dos mais luxuosos centros de estética da cidade.

- Isso vai ser os olhos da cara, literalmente! - Régia falou, após o assobio demorado.

- Não se preocupe. Você está por minha conta! Relaxe e aproveite.

Entre banhos de imersão em ofurôs, massagens, limpeza de pele, depilação, cabelo, maquiagem, unhas e outras coisas mais, elas ficaram até o final da tarde dentro do estabelecimento.

Régia, apesar da relutância, não podia negar que foi muito relaxante. Inegável era o resultado: magnífico!!! Olhava-se ao espelho e via outra mulher.

Devido aos tipos de tratamento pelos quais passaram, as duas só foram se encontrar ao final de tudo. Régia, por evitar esmaltes e alguns outros truques de maquiagem, acabou primeiro e estava lendo uma revista, quando Clara a chamou. Ambas ficaram surpresas com suas aparências. Ambas ficaram com a boca entreaberta. Clara recuperou-se primeiro.

- Régia, você já se olhou no espelho? - foi a melhor das imbecilidades que pode articular.

- Espelho?!? Eu estou vendo um anjo à minha frente. - foi o melhor dos clichês que a líder conseguiu articular.

Pareciam estar com medo de se tocarem e provocarem um caos em suas aparências. Ou atracarem-se ali, no meio do salão.

- Vamos! - a secretária sugeriu.

Régia, sem piscar, seguiu a secretária.

As surpresas não pararam. Ao chegarem na mansão, a líder foi informada que teria hora e meia para se arrumar, pois Clara a esperaria em frente a casa, com o motorista.

- Traje a rigor. - e deixou a líder na porta da casa de hóspedes.

Pontualmente, conforme o combinado, Régia estava esperando Clara.

Novamente, as palavras fugiram de suas mentes.

- Você está estonteante. Será que estou bem? - a líder estava preocupada.

- Você está maravilhosa. Elegante. - e deu um beijo no rosto de Régia que, pela primeira vez, enrubesceu. - Vamos.

- Mais surpresas? - a líder perguntou, em uma voz espontaneamente sensual.

- Você vai gostar, eu prometo!

Clara ficara em estado de choque ao ver Régia vestida em um conjunto preto, com apenas uma echarpe protegendo o colo, sem nada por baixo. Sapatos de salto baixo, os cabelos foram penteados para trás e caiam teimosamente sobre seus olhos, agora que estavam um pouco abaixo da nuca. Era uma cascata de negros cabelos sedosos e brilhantes. Estava simples, mas elegante e estonteante aos olhos de Clara. Régia tinha essa aura masculina, mas exalava feminilidade em seus gestos comedidos, felinos, minimalistas.

Ao lembrar das vezes em que vira aquele corpo nu, não restava a ela dúvidas sobre a bela fêmea que aquela roupa escondia.

Por sua vez, ao lado de Clara dentro do carro, Régia não conseguia deixar de admirar a beleza da secretária, vestida com um modelo reto em tons de turquesa, com os ombros a mostra e apenas um chale protegendo-a contra a temperatura amena. Ao descerem do carro, a líder notou que os saltos dos sapatos eram altíssimos, fazendo Clara olhá-la nos olhos quase no mesmo nível. Régia teve ímpetos de pegá-la nos braços e beijá-la, aproveitando-se da nova altura da secretária.

Ao passarem pelo hall da casa de espetáculos, pararam e olharam suas figuras no espelho.

- Você está linda!!! - falaram ao mesmo tempo e riram.

Clara, por um momento, entristeceu-se com a situação, pois pensou em Marcella. Sabia que ela e Régia estavam caminhando rapidamente para algo muito intenso. Mas, também sabia que não era mulher de traições. Nem queria magoar a diretora. "Hoje, vou me permitir sonhar!".

Ciente dos olhares cobiçosos em Régia, Clara entrou de braços dados com a líder. Era o show de uma cantora lésbica canadense e, com certeza, estava causando inveja em homens e mulheres no recinto.

O show foi divino. Ao contrário do que falara para Marcella, Clara preferiu trocar o camarote por cadeiras frontais ao palco. Dessa forma, ao final do show, pode tocar nas mãos da cantora. Ficou eufórica.

Régia, acompanhava a euforia da secretária de sua cadeira, confortavelmente bebericando seu gin e tônica. Enquanto esperavam a multidão sair, ficaram tomando seus drinques. Clara bebia prosseco.

- Demais!!! Estou feliz. Se pudesse, não lavaria as mãos. - disse, revelando seu lado tiete.

- Você sempre me surpreende. Quando penso que estou diante de uma pessoa sisuda, uma tiete se desvenda a minha frente. - o olhar era de admiração no azul intenso que a mirava.

- Olha quem fala! - Clara rebateu, tomando um gole de seu prosseco, retribuindo o olhar.

- Lindo show! Obrigada por me convidar. - pairava um flerte no ar.

- Marcella não quis me acompanhar. Foi idéia dela que eu convidasse você.

- De certo, pensou que um pouco de refinamento não me faria mal. Ela preveniu você contra um possível ataque de selvageria de minha parte? - Régia esboçou sarcasmo.

Clara preferiu não responder, já que a líder quase acertara as palavras da diretora.

- Você se lembra da noite que bebeu aquela pinga junto comigo, lá no acampamento?

- Jamais esqueci.

- Imaginou que estaríamos juntas num lugar como este? - a líder insistiu, sem demonstrar onde queria chegar.

A secretária balançou a cabeça, negativamente.

- Assim como nunca imaginei estar num lugar como a acampamento. - respondeu.

- Marcella não nos conhece bem! - a líder foi lacônica.

Cruzaram os olhares.

- Vamos, a casa está quase vazia.

**********************

Becky estava torturando Luck com a língua posicionada levemente sobre os biquinhos rijos do seio da doutora, quando sentiu algo estranho. Algo gelado roçando em seu pé.

- Luck, por que seu pé está gelado? -perguntou sem parar de mordiscar o mamilo da doutora.

- Amor, meus pés não estão em você.

E estavam diante de uma cobra.

- Não grita, Becky?

- É venenosa?

- Como vou saber? Nunca vi uma antes. Isto faz parte da fantasia?

- Claro que não!! Faz alguma coisa.

Sem tirar os olhos da cobra, Luck pegou o "chakran" e arremessou certeiramente no réptil, partindo-o ao meio. Ato contínuo, Becky vomitou todo o almoço na toalha.

- Tira essa coisa morta daí. Acho que vou vomitar de novo!!

Nua, a doutora recolheu a cobra, enquanto Becky tentava encobrir sua obra, sem olhar para ela.

Luck tentou beijar a loirinha, para consolá-la, mas teve uma surpresa meio constrangedora com relação ao gosto ácido do beijo.

- Bem, vamos mergulhar. Assim você se livra desse...digamos, gostinho da sua boca.

A lagoa estava fresca. Foram até a pequena cachoeira e, refeitas do susto, recomeçaram o que estavam fazendo.

Luck envolvia o corpo de Becky e fazia evoluções dentro dela com seus dedos, enquanto recebia o tratamento especial em seus seios, interrompido com o aparecimento da cobra.

Como o terreno da lagoa não propiciava firmeza, resolveram voltar para a margem e lá continuaram seus prazeres.

Estavam prestes a atingir o primeiro, glorioso e prometido orgasmo, quando a médica, em delírio, avistou algo.

- Becky, você contratou algo para essa fantasia?

- Luck, chega de fantasia e concentre-se. Feliz Aniversário! - e continuou com o movimento, buscando sua libertação.

- Então, Xena já matou alguma onça com o chakran?

- O quê? - a loirinha perdera completamente a concentração no orgasmo.

Há alguns metros delas, um felino descrito como onça observava calmamente todo o interlúdio sexual das duas apaixonadas.

- Ser comida pela onça não é nada, pior é estar nua!

Quando o animal ameaçou se mover, um estampido se fez ouvir e a onça caiu morta a poucos metros de ambas.

- Pronto, agora seremos culpadas de crime ambiental.Era só o que faltava. - resmungou a loirinha.

Olhando de um lado para o outro, a médica correu vestir suas roupas.

- Becky, quem atirou na onça estava nos observando.

- Ai, meu Deus. Ele viu tudo o que fizemos??!? - a loirinha ficou escarlate de vergonha.

- Amor, seja quem for está armado e nos observando. Arma e você: tocaia. Você não está segura aqui.

A paranóia da doutora tomou conta. Ao tentar vestir a calça, essa não passava das coxas. Com o suor e o corpo molhado, a calça não entrava.

- Droga!! Droga!!! Puta que pariu!! Merda!!! - a médica soltou o verbo.

Becky ficou assustada.

- E agora? Vou ter que voltar só de calcinha e camiseta!! - Luck berrava.

- E botas. - Becky falou baixinho,com medo de ser ouvida.

- Pois é! Que coisa linda!! Que humilhação. O que mais falta?

A chuva caia torrencial, vinda do nada.

- Responda, Gabrielle: o que Xena faria agora?

- Ela acharia uma caverna para nos abrigar. - a loirinha respondeu hesitantemente.

- Pois eu não vejo nem um buraco de tatu por aqui, quanto mais uma caverna!! Aliás, onde estamos? Estamos perto de alguma coisa?

- Para aquelas bandas, uns 5 km, fica a casa abandonada onde fomos pegas.

- Não. Para andar 5 km para o lado contrário, prefiro que voltemos. Mesmo sob chuva. Ela passa. Assim como veio, vai!

- Não sei se Xena faria isso.

- Becky, com perdão a sua admiração e a sua fantasia, mas quero que Xena vá pra puta que pariu.

Dizendo isso, montou na égua, apenas de calcinha e botas. Becky montou no cavalo que trouxe os suprimentos. E foram embora. A chuva continuou torrencialmente, como veio.

Já era noite quando chegaram ao acampamento, molhadas, enlameadas e cansadas. Luck estava sentindo muita dor nos ferimentos recém-cicatrizados. Para ajudar, tiveram que desmontar diante de todo o acampamento que estava esperando por elas, pois estavam preocupados. Tinham escutado sobre uma onça que rondava a região.

- Nós a vimos. Ela está morta. - desse dia em diante, Luck virou a grande matadora de onças e nada convencia aquele povo do contrário.

Em troca de não ouvir piadas sobre a forma como voltou, a médica aceitou a história.

Recebidas como heroínas, foram rapidamente limpas e alimentadas; a doutora teve novos curativos aplicados ao ferimento e se medicou contra a dor.

Na calma e aconchego da rústica cabana, o silêncio reinava. Becky temia mexer com Luck.

De repente, a médica ouve os soluços abafados.

- O que foi, amor? Está doente? Com dor? - a médica ficou preocupada e acendeu a luz.

- Eu queria que você tivesse o melhor aniversário possível. E deu nisso. Você está me odiando. Fiz você passar humilhação, perigo, ficar com dor. Que fiasco! - e desandou a chorar copiosamente.

Luciana sentiu o coração partir com a reação da loirinha.

- Escuta, amor, eu adorei o presente. Adorei toda a preparação. O resultado não foi dos piores; virei até heroína deles, nessa história mal-contada sobre a onça. Eu sou ou não melhor que a Xena?

Becky teve que rir, enxugando as lágrimas com as costas das mãos.

- Luck, você é minha heroína particular. Só minha, sou sua única fã. Desculpa por minha fracassada fantasia. Mas, se você não estiver muito cansada, ainda faltam 30 minutos para terminar seu aniversário....

- O que você está pensando, minha barda?

- Bem, ainda tenho uma promessa para cumprir, lembra?

Luck não estava muito disposta, mas a loirinha a contagiou. Finalmente, conseguiu ter a tão aclamada recompensa. Realmente, Becky fez valer o dia.

- Ah, e só para constar, Xena é demais!!! - foi a última frase de uma Becky exausta e satisfeita.

 

**********************

 

Saíram para a noite. Estava frio. Clara havia pedido ao motorista para buscá-las na rua lateral, evitando o tumulto dos valetes e estacionamentos. Mesmo assim, ele se atrasou alguns minutos.

Sem perceber, Clara encolhia-se contra Régia que, rapidamente, passou o braço pelo ombro dela e a protegeu contra o frio, colando seus corpos.

Em todos esses anos de independência, sem família, com os afazeres que a doutora lhe destinava, Clara nunca havia sentido a fragilidade que pairava sobre ela agora. Ali, envolvida pelo abraço de Régia, ela queria ser protegida. Mais: queria ser protegida pela mulher que a abraçava, com tamanha naturalidade e calma, como se fosse um gesto de longa data.

A secretária não queria que o carro chegasse, não queria deixar de sentir o cheiro do perfume, o calor, olhou para o perfil que vasculhava a rua em busca do carro: Régia era majestosa! Sim, parecia demais com Luciana. Clara sempre tivera uma atração velada pela doutora. "Seria tão fácil se apaixonar por uma sósia?". Sabia que não. Régia era muito mais do que a médica jamais conseguiu ser aos olhos de Clara.

Teve força para declinar da oferta da doutora. Não teria com Régia, mesmo encontrando tantos obstáculos como os que colocou entre ela e a médica.

A secretária sabia que Marcella, quando viu Régia, percebeu a ameaça. A diretora via a forma física e semelhança e temia. No entanto, o que estava tirando a secretária de suas mãos era a história de vida dessa mulher enigmática.

Clara tivera sua chance com Luciana e soube que ali era uma viagem infrutífera. Seria mais uma. Arriscaria uma carreira, estabilidade e outras coisas por momentos de prazer; para ser mais uma na atormentada vida da médica. Sorte sua que Luciana, com sua habitual indiferença, aceitou tudo como um mero negócio: preferia ter a Clara como sua secretária, do que como amante. Foi uma reação fria, calculista e que demonstrou que jamais seria algo para aquela mulher e, por isso, tinha tomado a decisão acertada. Aprendera a conviver com a médica. A apaziguar seus sentimentos.

Agora, Régia parecia ser a resposta. Régia era a sua Luciana, assim como a médica encontrara sua Becky. E Marcella?

Sentiu que Régia se movia e saiu de seus pensamentos.

Ao chegarem na mansão, Clara não se conteve e pediu para Régia seguí-la.

- Este é o salão de música. Adoro ficar aqui. - a secretária falou.

Régia seguia os movimentos em silêncio, observando a forma como os saltos tornavam o andar sensual e o vestido envolvia o corpo com um amante ciumento, aderindo a cada curva.

- Vou pegar champanhe. - disse, virando de repente e perdendo o equilíbrio.

- Você está bêbada, Clara? - a líder perguntou, amparando a secretária.

- Inebriada, sim. Embriagada, não! - e fitou demoradamente o rosto a sua frente.

Quando voltou com as taças e a bebida, Régia estava ao piano.

- Acredita que no meio da selva, na aldeia de índios, papai tinha uma pianola? Era algo rústico, não lindo e imponente como esse piano de cauda.

- Por isso você sabe ler partituras. - disse, enchendo as taças, colocadas em cima do piano.

- Isso mesmo. Papai sempre amou música. - abriu a tampa do teclado e correu os dedos longos por sobre o marfim e ébano.

Clara imaginava aqueles dedos percorrendo seu corpo. Bebia da taça, como se sorvesse do corpo de Régia. Por sorte, ou não, a líder se perdera em lembranças trazidas pelo piano. Clara pode se recompor.

- Quero agradecer pela noite, Clara. O show foi maravilhoso....

- Toque algo para mim. - era quase uma ordem.

- Não sei se consigo. Muitos anos sem percorrer uma superfície delicada. Meus dedos estão desacostumados...

- Acostume-os novamente. - disse, com indisfarçável desejo.

Como tomando coragem, Régia bebeu um pouco de champanhe.

Clara não entendia tanto de música, mas sentiu um pouco de insegurança nos dedos ao tocarem as primeiras notas. Aos poucos a melodia irrompeu-se pelo salão, cuja acústica era propícia.

A secretária não sabia o que a surpreendia mais: a musicista, a cantora ou, ainda, a música cantada em inglês. Nem se quisesse, poderia deixar de demonstrar sua admiração.

Strange, dear, but true, dear (Estranho, querida, mas é verdade, querida)
When I'm Close to you dear (Quando estou perto de você)
The stars fill the sky (As estrelas enchem o céu)
So in love with you am I (Apaixonada por você eu sou)

Era a música que finalizara o show. Uma canção antiga e lindíssima. E apaixonada

Even Without you (Mesmo sem você)
My arms fold about you (Meus braços a envolvem)
You know, darling, why (Você sabe por que, querida?)
So in love with you am I (Apaixonada por você eu sou).

Régia cantava baixinho, o suficiente para não ser abafada pelo som do piano. A voz era firme, modulada, não havia pretensões em seu canto.


In love with the night mysterious (Apaixonada com os mistérios da noite)
The night when you first were there ( A noite quando você esteve aqui pela primeira vez)
In love with my joy delirious (Apaixonada em meus delírios de alegria)
When I knew that you could care (Quando soube que você poderia se importar).

Clara estava envolvida pela voz, pela letra, pelos sentimentos confusos. O champanhe tornava tudo mais claro e possível e, por isso, perigoso.


So taunt me and hurt me (Então insulte-me e machuque-me)
Deceive me, desert me (Engane-me, abandone-me)
I'm yours ‘til I die (Sou sua até morre)
So in love (Apaixonada),
So in love (Apaixonada)
So in love with you, my love, am I (Apaixonada por você, meu amor, eu sou)

Régia só tirou os olhos do piano ao término do verso.

- Quem é você, Régia?

Ela deu de ombros.

- Bióloga, contrabandista, invasora de terras...assassina. - bebeu o champanhe em um gole.

- Por que você me diz isso assim?

- Porque não quero fingir o que não sou. Não quero que você fique aí, maravilhada como se um sapo virasse príncipe. - encheu a taça novamente, enquanto falava.

Clara ficou muda. Sabia que a líder tinha razão. Seria perfeito ter essa versão de Régia, mas isso era um passado que talvez tivesse acontecido, se o destino não tirasse aquela simples bióloga de seu caminho. Ou, como também poderia ser o certo, que o que ela realmente era veio à tona com a tragédia precoce.

- Não busco príncipes. Não tenho medo de sapos, também. - disse, enquanto tocava delicadamente a ponta dos dedos que ainda repousavam nas teclas.

- Você sabe o que estou sentindo, não sabe? - disse, segurando a mão de Clara firmemente.

Ela tentou se desvencilhar do contato, apenas como um último gesto de respeito a Marcella.

Estava presa entre os braços de Régia. Via os lábios desejados a poucos milímetros dos seus. Podia ver o pulsar das veias na mão que prendiam a sua contra o peito dela. Mirava o azul, lia o desejo. Queria tanto mergulhar naquele mar em tumulto. Sabia que Régia esperava o movimento dela.

- Ainda não! - disse, buscando uma força que não tinha.

- É difícil para você engolir um sapo.

- É impossível para mim ser desleal.

Régia a afastou.

- Eu quero você tanto quanto você me quer, Régia. Há alguns segundos atrás, eu teria me deixado levar. Eu poderia achar que era a bebida, poderia querer dizer que você me seduziu. Mas, eu não quero enganá-la. Não quero me enganar. Não quero.

Caminhou até ela e a enlaçou pela cintura.

- Vem. Acompanho você até sua casa. Amanhã cedo iremos ao hospital e depois para a fazenda.

Sem uma palavra, Régia virou e a abraçou fortemente. Ficaram ali, assim, por alguns minutos. Clara ouvia o coração forte batendo. Colocou a mão da líder sobre seu peito, contato direto entre peles, para que ela pudesse sentir o descompasso que esse toque causava.

Em silêncio, fecharam o piano.

 

**********************

A última noite no acampamento.

Já haviam se passado 15 dias que estavam lá. Dias que se tornaram tensos para Rebecca, desde que Luciana resolvera dar tratos à bola e começar a desconfiar de toda uma trama que, se não era a verdade, estava bem perto dela.

Com Luck, Becky usou de sua teimosia, apostando todas as suas fichas no amor que a médica tinha por ela e, só por ele, atendia aos seus pedidos. Conseguiu, assim, segurar a fera em um lado do ringue.

Com João de Deus, por sua vez, Becky usou de tirania e poder, fazendo uma chantagem frouxa, mas que aparentava ter funcionado.

Dessa forma, ambos - médica e jagunço - mantinham-se afastados.

A loirinha tinha que reconhecer que o caboclo era o primeiro a desviar o trajeto se Luck estivesse remotamente no caminho.

Assim, quando Régia e Clara chegaram, Becky ansiava por ir embora.

O retorno de Régia deixou o acampamento em polvorosa: alguns queriam notícias de Anna; outros, especular sobre o que aconteceria com as terras; e, ainda havia um tanto que queria saber sobre a nova aparência da líder.

Luck só queria Régia para saber sobre o fato de João de Deus apenas acolher suas ordens.

Becky queria Régia para usar esse fato em seu favor.

Clara, dessa vez, não fora o centro das atenções e até gostou, pois sua cabeça fazia um esforço descomunal para manter separada sua vida pessoal e profissional. Os poucos dias com Régia em São Paulo causaram um redemoinho em sua vida tão regrada.

Não bastasse isso tudo, saída não se sabe de onde, apareceu uma comitiva: peões e gado para todo o lado!

Por isso, antes que Régia pudesse ser bombardeada por Luck e Becky, teve que receber o povo, sob ordens da loirinha, que viu aí um excelente pretexto pra retardar o encontro da líder com a doutora; embora, tivesse sido conselho da própria médica que achava que Becky não deveria se identificar como a dona da fazenda para o povo e, dessa forma, deveria deixar a líder e a secretária fazerem as honras da recepção.

Com toda essa movimentação, o acampamento virou um local de confraternização.

Régia, com João de Deus, acompanharam os peões na condução do gado até a área de melhor pastagem e próximo do riacho. Também foi garantido lugar para o povo acampar.

Segundo o capataz, cruzar pelas terras da fazenda pouparia tempo e esforçaria menos o gado. Ele também contou que o boato era de que as terras estavam invadidas.

- Até a alguns dias, éramos invasores realmente; mas, quis o destino que a proprietária viesse reclamar suas terras.

- Então, vosmicê vai ter que sair junto com seu povo?

- Não. A proprietária aguarda para decidir o que vai fazer com as terras. Mas, temos sua palavra de que não seremos expulsos.

O vaqueiro acenou com a cabeça, em um gesto de aprovação.

- Dever ser uma boa pessoa!

**********************

- Clara, Luck já sabe sobre você e Marcella.

- Como foi a reação dela?

- Você quer saber se ela contou sobre ter sido amante da Marcella?

Clara ficou consternada. Era uma situação estranha. De repente, ela e Becky tinham um elo.

- Agora você sabe o porquê da nossa discrição.

- Sinceramente, fiquei muito chateada com você; percebe que me tornei uma tonta nessa situação. O tempo todo achando que resguardava vocês de algo e, no entanto, estava ajudando a esconderem algo de mim! Não senti cheiro de altruísmo nisso! - Becky falou rispidamente.

Clara não sabia o que dizer. Já havia analisado a situação por esse ângulo: era, como Rebecca ironizara, uma atitude que poupava apenas ela e Marcella; Becky vinha no rolo, ainda que também tenha sido poupada.

- Vocês duas podem ficar sossegadas. Luck só lamenta que tenhamos esse medo exacerbado dela; de resto, eu a surpreendi, pois não fiz perguntas e nem ela entrou em pormenores.

**********************

A doutora estava parada, olhando para fora da barraca, enquanto a loirinha arrumava as coisas para partirem na manhã seguinte.

- Becky, você reparou em Régia?

- Quem não reparou?

- Clara fez milagre!!! - a doutora soltou um assobio de admiração.

- Clara é boa nisso: eu sou um exemplo. Mas, você reparou a interação das duas, Clara e Régia? - Becky perguntou, enquanto recolhia - alguns pertences e colocava na mochila.

- Eu não vou levar nada; o que você tanto arruma? - a médica falou, em tom de divertimento.

A loirinha mostrou os mais variados tipos de desenhos, flautinhas de bambu, um cavalinho de madeira, duas bolinhas de gude e um biboquê.

- Parece a canastrinha da Emília, do Sítio do Pica-pau Amarelo!

Luck sorriu e Becky pode sentir o carinho, admiração e respeito no olhar que a médica lançava para ela.

- Invejo você e seus tesouros.

Becky não sabia o que dizer, mudou de assunto.

- Mas, você acha que Régia e Clara podem.....você sabe...

- E Marcella? Não, Becky; Clara é muito regrada e cheia de princípios para conciliar duas relações.

- Não disse isso. Perguntei se você achava possível Régia e Clara juntas?

Luck olhou Becky e sorriram.

- SIM!!!!! - exclamaram juntas, rindo e caindo na cama.

- Agora eu só quero você junto de mim!

Becky esqueceu que arrumava suas coisas.

 

 

Clara e Régia, excetuando-se o momento que recepcionaram a comitiva, não se falaram mais durante o dia. Já era noite e o povo do acampamento mais os peões estavam envolvidos em suas cantorias.

As moças, poucas, estavam exercitando todo o poder de sedução e, pelo andar da carruagem, a população do acampamento iria aumentar.

Resumindo, o ar era de festa e muito namoro. Salva as devidas proporções, Clara pensou que poderia ser uma daquelas festas pagãs, de adoração à Lua, já que essa estava linda e altaneira.

A secretária caminhava sozinha com seus pensamentos, em direção à cabana de suas patroas, para chamá-las para as festividades.

Quando alcançou a entrada da cabana, Clara parou abruptamente, alertada pelos sons vindos do local.

Não era a primeira vez e, provavelmente, não seria a última que ouviria as duas em êxtase; mas, com certeza, foi a primeira vez que se deteve a ouvir; pior, ouvir e sentir seu corpo reagir.

A secretária percebeu que os gemidos e palavras desconexas emitidas pela doutora a estavam excitando demasiadamente. E, então, se deu conta de que imaginava Régia.

Por mais que tentasse, não conseguia mais negar o que sentia por Régia. Ao menos, negar pra si mesma. E, como consolo, permitia-se a fantasiar com a líder. A última noite passada em Sampa com a líder, tinha sido mágica; cheia de surpresas.

Recuando com cuidado, andando sobre suas pegadas, Clara viu-se nos braços de Régia. Corou e foi acobertada pela sombra que a líder projetava sobre ela.

- As duas estão bem ocupadas, não?

Clara se desvencilhou do abraço, após saboreá-lo por alguns segundos.

- Becky gosta de festas. Logo elas virão. - a secretária procurou ignorar o comentário, afastando-se da cabana.

A líder a deixou ir, sem esboçar reação para detê-la. Mal sabia a secretária que na libido de Régia, aqueles sons que ela vinha escutando muito antes de Clara aparecer, também causava reações inesperadas.

Régia, enquanto estivera ali ouvindo ao acaso o ato de amor das duas mulheres, pensava nos quase cinco anos que estava sem amar alguém, física ou emocionalmente.

Tinha fechado seu corpo e coração; até porque, a vida que decidira levar não permitia esses luxos. Anna já tinha sido loucura suficiente.

Acostumara-se a manter sua libido, antes tão ditatorial e exigente, sob controle celibatário.

Agora, certos olhos verdes e faces ruborizadas povoavam seus desejos e vontades, deixando o vulcão adormecido prestes a entrar em erupção.

Os gemidos e sussurros de Becky faziam Régia imaginar uma certa secretária, muito ruborizada, mas não por vergonha e pudor, mas exatamente pela falta de ambos, ao se entregar totalmente a ela.

Régia sabia que era loucura, mas para si mesma, como forma de atenuar, havia permitido fantasias e se amar sob a imagem do seu objeto de desejo.

Os dias em São Paulo foram mágicos.

**********************

Luck e Becky finalmente juntaram-se ao povo.

Algo completamente inusitado aconteceu: a médica cantou!

Dois virtuosos violeiros entoaram uma guarania e a médica cantou com eles. Cantava para si mesma, mas a loirinha percebeu e fez sinal para Clara que alertou Régia e a líder fez propagar o silêncio, de forma que somente a voz da doutora, suportada pelas cordas dos violeiros, fez-se ouvir. Todos ficaram mesmerizados: alguns, pela voz; outros pelo ocorrido e outros, ainda, por ambos os fatos.

Ao perceber, ela ameaçou parar, mas Becky com seu olhar enternecido, com um simples gesto, pediu que continuasse. Não negaria nada a sua paixão.

Embalados pelo clima romântico, os casais foram se formando e a pista de dança, improvisada ao luar, se encheu.

Engatilhando canções românticas, os violeiros incentivavam os casais. Pessoas que se conheceram ali, naquela noite, e que talvez nunca mais iriam se ver; casais velhos cansados da aridez de suas vidas, retomando a beleza de seus laços; amores diversos, vidas díspares; e a busca pelo momento de redenção ao amor, tendo a beleza da natureza e o brilho da arte das musas a apadrinhá-los.

Clara contemplava tudo, sozinha, quando um peão a tirou para dançar. Era um tipo grosseiro. Na verdade, um tanto bêbado. Procurando evitar confusão, ela aceitou o convite.

Foi salva por ninguém menos do que João de Deus. O peão não ficou muito feliz, mas se afastou. Clara agradeceu João, mas mal terminara a frase, pois Régia tomou o lugar dele.

- Ele foi grosseiro com você?

- Não, coitado. Está bêbado.

- Nunca o tinha visto antes. Deve ser da comitiva. Vou pedir ao João para falar com o capataz.

- Não, Régia, deixa.

Era difícil olharem-se olho no olho. Elas estavam cientes de seus desejos e sentimentos, o que causava desconforto. Ao mesmo tempo, havia certo consolo estarem nos braços, uma da outra, em uma simples dança.

A música parou ao som do estampido. Régia colocou Clara atrás de si, protegendo-a, enquanto buscava a médica e a loirinha. Ao ver que Luck tomava a frente de Becky, correu para o som do tiro.

No chão, morto com um tiro a queima-roupa, o homem que importunara a secretária ainda tinha a arma na mão. Na posição oposta, João de Deus com sua arma ainda saindo fumaça.

- O que houve? - Régia quis saber.

- Ele mexeu com a pessoa errada. - o jagunço respondeu.

- Não é um dos nossos, com certeza. Sabe quem é? Veio com a comitiva? - Régia perguntava, enquanto Luciana observava atentamente os movimentos de João.

Nesse momento, o chefe da comitiva virou o rosto do indivíduo para iluminar com o luar.

- Não, dona. Esse aí num é dos nossos, não.

- Certeza? - Luciana indagou.

- Bisoluta, dona!

Olhando ao redor, Luciana e Régia se entreolharam.

- Alguém pode contar o que houve? Rápido e ligeiro. Vamu. Quero saber de tudo. João?

- Ele ficou de bronca comigo pruque tirei a magrela aí de dançá cum ele.

- João, quando se referir a essa moça tenha cuidado com as palavras. Se não quer usar o nome, trate-a com respeito. - Régia estava controlada, mas muito séria - E foi só isso? Você matou um homem por isso?

- Ocê me cunhece. Num levo desaforo.

- Vocês, enterrem o desinfeliz. João, na minha cabana. Já.

Olhando para o casal e para Clara, Régia fez sinal para que a seguissem.

- Não acredito nessa história! - a médica vociferava - Amanhã iremos embora. Quero saber porque você confia nesse homem, Régia? Não quero ele nessas terras.

- Calma, Luck. Ele estava se defendendo. - Becky tentava conter a médica.

- Defendendo do que? De um bêbado? Com um tiro a queima-roupa?

- De um matadô, dotôra!

Todos olharam para o caboclo.

- Desembucha, homem! - a líder ordenou.

- O cabra tava aqui mor de fazê um silviço. Tava no encarço dele fais tempo. Ele tava assuntando nas bandas das cercas. Uns cabras do meu bando tinha avistado o sujeito.

- Isso explica você nas cercas toda hora.- Becky falou.

O jagunço deu de ombros.

- O que você sabe mais? Como sabia do serviço? Quem contou? Quem era o alvo? - Luciana perguntava freneticamente.

- Ocê já se acostumô cum essas muierada, Régia? Cumo elas preguntam!

- Responda logo! - a líder ordenou, sem comprar a piada.

- Dona de zóio azul, sua muié não é tão querida assim por aqui, memo tendo essa carinha de anjo. Ou tou enganada, mas o cabra confundiu as duas: a magre...a aquela loira ali com a sua. Queria sondá. Acho inté, se tivesse chance, tinha feito o silviço nas nossas barbas.

Todas se entreolharam.

- E como você sabe disso? - Régia insistiu.

- Tem uns cabras qui eu cunheçu e tem os nossos caboclo qui deixei di butuca nas cercas veia. É bom que a loirinha suma daqui...tem mais vindo aí.

- Você está ameaçando Becky, seu desgraçado? - a médica já tinha grudado o caboclo pelo pescoço, antes que Régia pudesse intervir. - Dê apenas uma razão para eu não chamar a polícia e prender você agora!

- Luck, pare! Deixa ele. De certa forma, ele nos salvou. A mim e a Clara. - Becky temia pelo que o caboclo poderia dizer.

- Solta ele, doutora! João é de confiança! - Régia segurou o braço de Luciana e, pela primeira vez, mediram forças frente a frente. - Ele é gente minha, eu cuido dele!

- Se você não cuidar, eu pessoalmente acabo com a raça dele! - disse, desvencilhando-se dos punhos da líder - Não me decepcione, Régia! - e pegando a loirinha pelo braço, saiu da cabana.

Tão logo o dia amanheceu, as três mulheres embarcaram de volta para São Paulo.

**********************

Parecia que se passara tanto tempo. Mas, apenas duas semanas.

Foram agredidas e salvas por Régia em dois dias turbulentos. Clara trouxe Anna e ficou alguns dias, depois chamou Régia e ficaram mais outros, então foram buscá-las e, desde que chegaram, Luciana enfurnou-se em seus hospitais e estava de partida para uma conferência.

A loirinha queria ir, mas também tinha tanta coisa para cuidar.

Rebecca tinha até se acostumado com o ritmo da fazendo. Mas, tinha tanta coisa para resolver. Poucos minutos atrás, antes de Clara chegar para rendê-la em seu turno com Anna, fazia um balanço das coisas que estavam ficando cada vez mais pendentes em sua vida.

Com todas os tumultos ocorridos na fazenda, voltar não foi um completo alívio. Luciana ainda achava que João tinha que ser punido. Começava, inclusive, a desconfiar de Régia. Com muito custo, Becky reafirmava a lealdade da líder.

As coisas estavam atribuladas. Até mesmo Clara, estava diferente, parecendo um tanto quanto distraída. Vez ou outra, a loirinha ouvia a secretária suspirar involuntariamente, como se inconformada com algo.

Era certo que todos estavam de mãos cheias com seus afazeres.

Rebecca tivera uma reunião com advogados e estava ciente de que poderia fazer algo pela fazenda, mas não poderia usufruir de nada, enquanto não fosse comprovado a legitimidade de sua posse. Dessa forma, usar parte da fazenda como aval para a obtenção de verbas, tornara-se inviável em um primeiro momento.

Luck, através de Clara, providenciara para que a loirinha fosse assessorada por advogados que a assistiam nos trâmites para a obtenção de verbas para investimento nas terras. A própria médica, aproveitando-se de uma estadia mais demorada na capital do país, estava articulando com pessoas chaves na obtenção de recursos, colocando-se como avalista do empreendimento.

A médica entendia que o quanto antes Rebecca começasse a mexer em suas terras, mas rapidamente evitariam novas apropriações, desta feita por reais posseiros e sem-terras.

Assim, as próximas semanas seriam maratonas em escritórios de advogados e instituições financeiras.

Régia estava na fazenda, cuidando do seu povo e buscando mais pessoas para trabalharem na renovação das terras. Não era fácil, uma vez que a propriedade era muito extensa. Apesar de liderar aquele povo, ela mesma nada entendia de administração de fazenda. Apenas era a pessoa que sempre serviu como apoio para as demais.

Segundo Clara dissera para Becky, Régia dera por encerrado o caso do homem morto, dizendo que ali, por aquelas bandas, morrer era natural. Nem que fosse por uma bala no meio da testa.

Antes dessa ocorrência, quando a líder retornou à fazenda, Becky percebeu que Régia também estava diferente, mas com o estado de Anna, era justificado seu ânimo.

Era certo que essa última viagem mexera no equilíbrio das coisas. E na vida de todas. E foram apenas 15 dias.

Ali sentada, olhando Anna em seu estado vegetativo, ouvindo o que Clara dizia sobre as novas ordens e prioridades da doutora, a loirinha sentia que seu tempo se esgotava. E desejou estar no lugar da menina.

 

 

Fim do capítulo


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