• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Pentimentos
  • Capítulo 12

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • The only exception
    The only exception
    Por Kivia-ass
  • Conexão
    Conexão
    Por ThaisBispo

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Pentimentos por Cidajack

Ver comentários: 0

Ver lista de capítulos

Palavras: 8445
Acessos: 1676   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 12

 

As palavras não eram o suficiente, nem necessárias.

As mãos queriam tocar o corpo quente, de proporções fartas, curvas e saliências deliciosas.

Como ficara tanto tempo sem amar dessa forma? Sem amar essas formas.

Tinha domínio sobre aquele corpo. Já o conhecia decor. Tão pouco tempo, no entanto, parecia ser tão longo. Era estranho pensar que um futuro ainda viria para validar essa sensação de longevidade.

Não atribuiam isso a qualquer karma de vidas passadas e futuras, mas a necessidade de preenchimento de vazios distintos. Uma delas queria doar, desejava , tinha o amor que a outra há muito deixara de esperar.

Por isso, tudo acontecia tão velozmente, com tanta intensidade, tornando confusa a noção de tempo. Meses pareciam anos, mas nada garantia que eles realmente viessem.

Olhos verdes observavam de uma forma quase científica como aquele corpo reagia. Olhos escuros escondiam-se por detras das pálpebras que não conseguiam permanecer abertas. A dona desses olhos negros e penetrantes, nem sabia como saborear o prazer intenso. Ele vinha de dentro, como que convencido pela lascívia a sair de um esconderijo e, relutantemente ser trazido à mostra, provocado pela destreza dos toques que pareciam criados apenas para esse fim: tornar impossível qualquer desejo ser disfarçado e incendiar, ainda que banhado em umidade, o corpo possuído. Nem em suas mais ardentes fantasias tinha imaginado a fome dessa mulher que nunca demonstrara ter tanto fogo e paixão.

A mulher tão contida, metódica, organizada, que às vezes era muito fria, fulminava essa frieza no corpo da outra mulher, agora sua parceira.

E sua parceira estava ali, entregando tudo. Atendendo as exigências da outra, que a explorava; dominava, prendia seus movimentos e a deixava louca com a frustração de não poder tocar, da forma como queria, o corpo que estava aquecendo o seu.. Estava presa e sua amante não parecia querer ser tocada, era um dos seus joguinhos; porém, dessa vez, isto a estava incomodando. Tinha uma sensação estranha; mas, dentre tantas que sentia, apenas por frações de segundo lembrava-se dessa , pois mal conseguia pensar sentindo a respiração e o torturante balé dos dedos dentro do seu corpo.

Sendo sua amante, a mulher que sentia esse fogo lambendo seu corpo, era a única testemunha desse ardor.

Sentia as mãos fortes puxando seu corpo, na tentativa de fundi-los. Seu seio doia prazerosamente encaixado na palma da mão molhada por tantas umidades geradas pelo amor sôfrego.

Sentia os dentes em seu ombro, a língua torturante bailando no ouvido, provocando arrepios.

As roupas não eram mais barreiras quando sentiu sua amante conduzindo seu corpo num vai e vem ritmado, fazendo seu sex* escorregar na pele macia, nos músculos da coxa gostosa, deixando rastros.

Ainda que difícil, tinha que tocar sua amante. Tinha que sentir toda a causa e fonte da energia que estava provocando essa rebelião nela. Sabia, podia sentir o cheiro vindo do atrito de seus corpos, mas queria sentí-lo na ponta dos seus dedos. Com muito esforço, com certa brutalidade, conseguiu se livrar do peso que a prendia contra parede e fazer sua mão tatear o caminho desejado e alcançar entre as pernas. Antes, na tentativa cega, ainda que por poucos segundos, sentira a pele lisa e o relevo formado pelos músculos do abdomen rijo.

Sentiu a contração dos músculos e , quando atingiu seu destino, arrepiou-se toda com o sopro quente em sua nuca, resultado do gemido da sua amante. Sentiu a pulsação que a excitou ainda mais. Agora, era segura firmemente pela cintura e os movimentos eram mais acelerados.

Sabia que não iria demorar, sentia a onda vindo, as pernas trêmulas. Sentia sua amante preparando-se para ampará-la. Era difícil. Sentia os pelos de sua mulher roçando a pele da bunda, cada vez que o movimento se intensificava. Agora, quem se movia era ela. Aquele movimento gostoso. Os seios dela, rigidos, tocando as costas. Então, sentiu o toque quente, a invasão dos dedos que escorregavam em sua umidade. A pressão forte no ponto tenso e não pode mais controlar. Sentia-se segura, sua amante dizia-lhe para confiar; nem precisava, não tinha como. Deixou-se abandonar naquele turbilhão de sensações. Queria mais contato, queria vestir o corpo que a cobria. Aos poucos, sentiu que estava sendo virada.

Estavam frente a frente, sua mão estava sendo conduzida e, sem resistência, instintivamente, penetrou a carne quente. Quando abriu os olhos, viu os verdes intensos, escurecidos, se fechando. Ela era linda! Olhar para ela só fez aguçar seus sentidos, como se tudo tivesse recomeçado, mas sem ter sido interrompido. Ainda nem se refizera e sentia de novo. Não havia sincronismo, apenas a necessidade. Ela era tão linda quando atingia seu prazer e deixava fluir, sem se conter, deixando escapar sons primais.

Agarradas uma a outra, eram mutuamente o único suporte para a fúria descontrolada que as arrebatavam. Sentiam seus peitos arfantes, a respiração. Beijo intenso. O abraço terno demonstrando ser mais forte do que a fúria aplacada por ele.

Queria mais. Sabia que poderia pedir, mas não o fez. Percebeu que sua parceira acataria seu desejo apenas para satisfazê-la. Assim, deixou-se satisfazer com o contato de seus corpos, relaxados. A cabeça dela apoiada em seu peito, enquanto as mãos passeavam distraidamente por seu corpo.

Estavam juntas. Unidas. Cúmplices. Temia a forma acelerada como tudo acontecera. Assim como veio, poderia ir.

Subitamente, a carícia parou e a mão ficou pousada pesadamente sobre seu abdomem. Olhou para o rosto dela e sorriu. Acariciou os cabelos fininhos, agora dourados e fechou os olhos, na tentativa de reter mais essa imagem.

Por que não aceitar a trégua que o destino ofereceu, sem pensar por quanto tempo?

**********************************

Na pouca claridade, olhos vagavam pelas sombras. Duas mulheres, uma súbita união. Tantas buscas infrutíferas. Desgastes. Cansaços. Pensamentos paralelos que se cruzavam em algum ponto.

Ali, deitada com a cabeça no peito da mulher que assumira como parceira, pensava suas responsabilidades para com ela. Pensava e saboreava o divino travesseiro no qual repousava. Tão bom ser acolhida. Amada. Desejada. Em tão pouco tempo, abandonara toda a doutrina de anos de solidão e mandara para o ar toda a sua resistência. Era uma dependente agora, assim como também era necessária.

Ah, como gostava disso! De ser necessária e, por mais que quisesse negar, estava adorando depender também. Tão fácil se acostumar com os mimos de alguém que nos queira mimar.

Estava irritada consigo mesma. Abrira demais sua guarda e permitira que entrasse muito mais do que devia. Como se, uma vez abertas suas defesas, a parte racional não fosse mais capaz de equilibrar a emocional.

Estava feliz, não estava? Por que essa frustração agora? Tomara uma decisão que colocara em suas mãos aquela vida que ouvia bater no coração sob sua cabeça.

Por mais que não tivesse culpa, recriminava-se por deixar o emocional tão solto, ao ponto dele tirar-lhe a lucidez, e deixar apenas um pensamento e desejo tomarem conta dela.

Sentia os dedos fazendo caricias em suas costas, no cabelo. Adormeceu, tendo como último pensamento a visão de belos olhos azuis nos quais quase se perdera.

Quase?

**********************************

O acampamento estava alvoroçado. Coisas estavam acontecendo. Boas coisas.

Tirando as pessoas envolvidas, ninguém sabia ao certo o que estava acontecendo.

Aquelas pessoas pareciam ver um milagre diante de seus olhos. Nunca a esperança tinha sido tão bem recompensada.

Desde o tumultuado aparecimento daquelas três mulheres, tudo ficou diferente.

De repente, surgiram comida e água; medicamentos, médicos e algo sinalizava para o término de um período de miséria e incertezas.

Todos perceberam quando Régia voltou, acompanhada de dois homens,um deles muito alto. Olhos curiosos acompanharam a entrada do trio na casa, a enfermaria, onde as mulheres estranhas estavam.

A caminhonete estava novamente lotada, bem como o velho caminhão que as acompanhara até a pista clandestina. Antes de entrar na enfermaria, a líder orientou os homens e mulheres a se organizarem, pois em breve, seus filhos seriam alimentados e passariam por exames médicos.

Deixou os homens armazenando os suprimentos; enquanto escolhia uma de suas mulheres para avaliarem e organizarem-se conforme suas necessidades.

- Régia...essa muierada foi mandada por quem? - quis saber a mulher que a líder incumbira da organização

- Importa saber, muié? Deus com pena, o diabo brincando.....sei lá...mas, vamos aproveitar...Vai, vai cuidar do que pedi!

- E Anna? Foi embora com a muié da cidade? Ela vai voltar?

Contendo uma lágrima que teimava em desautorizá-la na frente daquele povo que só conhecia a força da mulher que os liderava, Régia murmurou algo e dispensou a boa mulher com um aceno de cabeça.

"Ela vai voltar" pensou....e repensou "Elas vão voltar!"

==

Becky estava ainda preocupada com Luck. A médica dera a impressão que apenas tinha recobrado as forças para ajudar aquela menina. Tão logo ficaram a sós, ela novamente ficou inconsciente. A febre baixara. Ela estava ainda sobre o estômago, pois os ferimentos abertos doíam. Estava com o rosto virado para a parede e Becky tentava como podia manter as moscas afastadas. Era difícil.

Agora que a situação estava melhor definida, a jovem pensava no que ouvira sobre o pai. Tentava encontrar uma definição para seus sentimentos.

Como julgar uma pessoa? Como ponderar sobre caminhos e escolhas e ainda ser justa, mesmo sabendo que não foram escolhas originadas em situações normais de desespero, mas sob o peso de um vício?

Seu amor pelos pais não era excepcional. Eles eram pais comuns, com uma vida de trabalho, com hábitos e costumes antigos e não contestados. Ao andar pelo acampamento, vira as mesmas expressões nos rostos daquelas famílias. Via seus filhos e percebia que nada mudara. Não ali. Não para aquele povo, para aqueles homens acostumados a ter uma mulher, filhos, prover sustento e tirar da vida alguma diversão; algo que os distraísse da dureza de suas vidas. Seu pai era assim. Na verdade, qualquer um daqueles homens poderia ser ele.

Ele trabalhava, cumpria suas obrigações maritais, provia sua cria como pai e , desta forma, se sentia homem. Por ser homem, era livre. Ia pra cidade sozinho. Voltava tarde.

Ela sabia que ele fazia suas farras. Algumas vezes o vira, meio cambaleante, entrando no quarto. Ao crescer, percebia que a família era importante para ele. Era atencioso com sua mãe, gentil com ela e sua irmã. Ele conversava mais com ela. Na verdade, ela falava e ele só ouvia. Algumas vezes sorria, outra a fitava com os olhos verdes muito parecidos com os dela e parecia triste. Becky era a mais velha, quando se livrava das tarefas domésticas, ia atrás dele, no meio dos outros camponeses, observar o que ele fazia. Quando ele a ensinou a montar, costumavam cavalgar pela propriedade, embora Becky nunca tivera noção de que as terras que achava estar invadindo, eram da sua família.

Nunca tivera contato com o tio. O vira uma única vez., mas era muito pequena. Em algum momento da sua vida, escutara sem querer a mãe dizendo para o pai que ela, BEcky, seria igual ao tio e não aceitaria viver ali, com eles. " Aquela menina é diferente da irmã. Ela tem a inquietação do seu irmão. Você não vai segurá-la aqui.Não mesmo!"

Definitivamente, não queria ficar com a fazenda!

Na verdade, não queria ficar na fazenda. Significaria ficar longe de Luck e isto nem por brincadeira.

Entretanto, Becky percebia que tinha nas mãos algo que poderia dar-lhe uma nova identidade. Deixar de ser a loirinha e ganhar algum tipo de referência nova; quem sabe: fazendeira, empresária, latifundiária. Começou a rir da idéia. Toda vez que começava a escrever algo sobre ela e Luck, ficava muito incomodada em não saber como se referir a si mesma. Luck sempre poderia ser a "médica" ou "doutora", e eram títulos permanentes e não passageiros.

O que ela, Becky, tinha conseguido além de "loirinha"? Bem, fora atendente na livraria, mas ninguém "é atendente", fato comprovado por ela ao deixar o emprego.

Não. Ela precisava "ser" algo. Ter uma identificação profissional. Possuir algum adjetivo profissionalizante. Riu desse pensamento: "Será que existe esse tipo de adjetivo?"

Becky fez um levantamento sobre tudo o que acontecera; o resultado foi que ela era a dona de um mundáreo de terras que precisavam ser cultivadas e cuidadas; e tinha um bando de sem-terras doidos por produzir algo, ter algum sustento e lar para suas famílias. Era juntar a fome com a vontade de comer, literalmente. Mais uma vez, riu da sua própria piadinha gaiata.

Porém, ela era tão ou mais pobre do que aqueles que invadiram as terras de seus pais. O que adiantava tudo aquilo, se muito dinheiro seria necessário. Dinheiro que ela não tinha.

Luck falara que as terras eram legalmente dos pais de Becky, que ainda eram vivos e estavam apenas desaparecidos. Também tinha a irmã, Lilian, como herdeira. A ela, Becky, cabia assumir as terras e ser sua beneficiadora, enquanto os pais não fossem localizados.

Também havia algo que envolvia os sem-terras e o fato de que eles poderiam reivindicar as terras para si. Mas, Luck achava pouco provável que Régia, após o que ocorrera com as crianças e a forma como tudo transcorreu, quisesse algo assim.

Apesar de ser uma guerreira nata, a líder também era uma mulher ponderada. Uma pessoa que Becky aprendeu a admirar. Alguém que sob muitos aspectos lembrava Luck, mas que tinha certa humildade. Tão logo percebeu os enganos e o que de bom a vinda das duas trouxe para o acampamento, começou a atuar como elemento facilitador e apaziguador nas relações com o restante do grupo. Eram pessoas pacíficas, é verdade; mas, incitados por um líder, seriam facilmente conduzidos por caminhos outros que poderiam trazer transtornos. Régia era uma mulher instruída e sabia que, se quisesse, poderia dar trabalho. Porém, era também muito sensata e visualizou que precisava de recurso e esses surgiram do nada, ao simples estalar dos dedos da doutora.

- Bem...eu também dependo desse estalar de dedos. - constatou uma Becky muito entristecida e totalmente impotente.

 

 

**********************************

 

- Sinceramente, estou exausta!

- Acredito em você, amor. Com tudo o que me contou, foi uma aventura e tanto!

- Aquelas duas têm o dom de arrumar confusão. Nunca vi coisa igual! Ainda bem que dessa vez foi algo que não envolveu a relação delas diretamente. Aguentar a doutora mal-humorada pela ausência da Becky ia ser demais.

- Para todos nós.

A bela mulher de olhos negros, riu gostoso, fazendo seu peito arfar e distrair a secretária.

- Você sabe, Clara, que eu gosto muito da Becky. Na verdade, a admiro. Luciana é uma mulher fascinante, mas muiiiiiito difícil. Uma amante exigente, mas uma mulher fria. O que Becky está obtendo dela é um verdadeiro milagre.

- Amor é uma arma poderosa nas mãos de alguém determinado como aquela garota. Nós sabemos o quanto. - a secretária retribuiu o sorriso terno que recebia, beijando os lábios carnudos e tão convidativos.

- Por falar em garota, e a menina? Como está?

- Você não a acompanhou? - a secretária mordiscava o lóbulo da orelha pequenina, perfeita e sentiu a sútil mudança na respiração, enquanto respondia à pergunta.

- Não. Quando ela deu entrada no hospital, eu estava em reunião. Nem sabia que você estava junto. Para falar a verdade, foram os rumores na recepção que me chamaram a atenção. Sabe como fica aquela mulherada quando algo relacionado à Luciana acontece. E a chegada da menina foi um evento! - deu uma risadinha ao sentir cócegas, quando Clara riu do comentário, enquanto brincava com seu ouvido.

- Estranhei você estar acompanhando a menina. Achei que a mãe viria. Você conheceu a mãe, não conheceu?.

Clara admirava a capacidade da sua amante em ser estimulada e permanecer focada em um assunto. Na verdade, não queria falar sobre o "assunto".

Era engraçado para Clara falar sobre Régia estando na cama com outra pessoa. Engraçado, pois quem era a "outra pessoa" era Régia e nunca deveria estar ali presente entre elas, da forma como estava e esteve. A necessidade que sentira em vir correndo para os braços de sua parceria, estava muito ligada a vontade de querer provar a si mesma que o que ocorrera no acampamento fora algo passageiro, efeito da bebida.

De repente, o romance perfeito que estava vivendo, deixou de ser perfeito.

Por um momento, a secretária quis se iludir de que esqueceria a líder do acampamento, tão logo fosse acolhida nos braços da sua namorada. Querer se iludir mais ainda foi tentar lutar contra a cruel realidade de que não estava conseguindo esquecer, mesmo estando nos braços da sua mulher, supostamente fazendo amor.

Não fora a amante de sempre, apesar do ataque quase violento. Demorou para responder às carícias. Evitando-as e preferindo dominar; se deixou levar, sem retribuir com a entrega habitual, para o inevitável e econômico orgasmo. Pior era ter que admitir que só se deixou perder em seu próprio desejo, quando os olhos azuis invadiram seus pensamentos. Só então teve coragem de deixar sua parceira tocá-la, uma vez que ela com certeza perceberia se a secretária reagisse de uma forma mais miserável. Era uma mulher naturalmente atenta, mas quando envolvia Clara, essa atenção era imensa. Por isso, usou a situação estressante da viagem para atenuar o desempenho um tanto incomum.

De qualquer maneira, saciara sua amante. Esperava tê-la logrado.

Deitada, conversando e sentindo as mãos macias que tentavam aliviar o possível estresse, Clara ficou tensa ao admitir que conhecia a mãe e quem ela era.

- Você esté me dizendo que a mãe da menina que você trouxe é a mesma pessoa que açoitou vocês?

- Não é bem assim. Ela prendeu a doutora e a Becky, mas comigo não foi tão ruim. Mesmo porque Becky ficou uma fera quando viu que não podia convencer a mulher a solta-las, diante do estado da doutora. Desta forma, as coisa não estavam muito racionais quando eu cheguei....estavam fugindo ao controle....

-...e você, meu amor, com sua praticidade de sempre, colocou ordem na casa. Jà ouvi essa parte, mas não defenda a troglodita pelo que ela fez com vocês. Encapuzar, vendar, ameaçar de cativeiro e morte, não permitir recursos melhores, deixar os capangas fazerem desmandos...

Um tanto quanto mais brusco do que queria, sem encarar sua amante, Clara saiu da cama.

Só percebeu que foi grosseira, quando viu o espanto no rosto dela. Mesmo assim, desandou a falar.

- Você não entende: ela não tinha escolhas. Você conhece aquelas duas e como nossa patroa é autoritária e Becky, um inferno, quando algo ameaça aquela mulher dela. Régia fez o que sabia e podia. Ali, elas não eram nada. Quer saber: eu gostei de ver o duelo entre as duas, quando a doutora teimava em não deixá-la vir com a filha. As duas são iguais. Até possuem certa semelhança física. E os olhos dela têm o mesmo tom e fascinio que os da doutora, mas são menos duros e frios. Ela é mais humana. É uma guerreira que aprendeu a lutar e a liderar. Ela e a doutora poderiam ser irmãs gêmeas.

Quando se deu conta, Clara estava sorrindo. Tentou disfarçar, fingindo lembrar-se de algo engraçado ocorrido entre a líder e Becky. Contou sobre como a loirinha estava deixando todos loucos. Contava, mas sabia que não estava sendo tão bem sucedida em sua tentativa de dissimular e recebia um olhar um tanto prescrutador.

- Parece que o impossível aconteceu: Luciana encontrou uma igual a ela. E você parece que ficou encantada com a tal Régia. Cuidado: você tem uma queda por morenas de olhos azuis.

A secretária ficou sem fala. Nunca tivera que esconder sentimentos de ninguém que lhe fosse importante. Percebera que precisava de um pouco mais de treino nessa área. Pior, se dera conta de que, se realmente precisasse desses subterfúgios, não precisava daquela relação.

- E, amor, você pode até defendê-la, mas eu ainda acho uma violência absurda e um ato de selvageria.

Olhou sua amante caminhar nua pelo quarto, dirigindo-se para o banheiro, deixando Clara pensativa, sentada na beira da cama.

"Céus, estava tudo tão certo", Clara pensou, um tanto angustiada. "Tão bem encaixado. Por que essa inquietação?"

Alguns meses podem não ser o tempo suficiente para um relacionamento eterno, mas quando queremos resgatar o tempo perdido, tudo é mais intenso. E ela estava acelerando aquele processo.

Entregara-se rapidamente e já estava cativa daquela convivência.

Fora um livro aberto. Entregara sua vida inteira de bandeja para a pessoa que elegera para ser sua companheira. Chegara mesmo a esquecer que seu principal medo era encontrar sua verdadeira paixão; aquela que não foi forjada na solidão do corpo, mas na alma e por ela seria reconhecida.

Se pensasse em corpo, amor carnal; jamais teria cedido fácil a uma mulher tão árida como Régia, tendo a mulher que dava-lhe prazer por incontáveis horas, em momentos inesperados, de forma nunca antes experimentada , embora desejada.

Clara não entendia como sua matemática tão exata, de repente assumira esse desvio.

Observou novamente sua mulher sair do banheiro e saboreou o pronome possessivo. Mais do que isto, simplesmente foi até ela e a beijou entre os seios, pelo simples fato de poder fazê-lo. E, por saber poder fazer e exigir mais, logo estava novamente perdida na estranha sensação de ter e não apreciar. Não como devia. Não como aprendera. Como gostaria. E, ainda assim, era tão bom se entregar. Deixar a lingua bailar pelo corpo, a pele da cor do chocolate, o gosto tão bom e, agora, tão familiar. Aquela era a sua mulher. Clara se deu conta de que se excitava com essa sensação de poder usar a possessão e sentir que a mulher que estava explorando seu corpo tão habilmente, com familiaridade, sabendo tudo que a agradava; era e queria ser sua.

Finalmente, cedendo aos apelos da língua quente invadindo espaços redescobertos, deixou de pensar. Estava sendo amada. Deveria ser tudo o que poderia querer.

**********************************

Luck sabia que mais do que nunca tinha que achar os pais de Becky. Não queria nem pensar na possibilidade de sua companheira cismar em ficar cuidando da fazenda.

Como empresária e mulher de negócios, a médica sabia que Becky tinha na fazenda a chance de dar uma virada na vida. Facilmente, deixaria de ser uma pessoa em busca de anseios profissionais e poderia tirar muita coisa daquelas terras.

Antes de vir, a médica andara investigando sobre a região e não conseguia entender como uma faixa de terra tão grande ficou tanto tempo sem chamar a atenção do governo, estando em uma região fadada ao crescimento.

Logicamente, tanto os pais quanto Becky precisariam de recursos pra fazer daquela terras algo produtivo. Porém, não teriam a menor dificuldade em conseguir financiamentos e ajuda do governo. E, se fosse necessário, Luck era um aval mais do que poderoso para o que eles necessitassem.

O local era rico em plantas e ervas medicinais. Tinha uma flora vasta em espécies e combinações. Quem sabe? Luck sempre se interessou por esse tipo de assunto. Seu pai era um estudioso e fazia suas experiências com cura através de elixires e misturas de chás.

Tais elementos também propiciavam a indústria de cosméticos e a crescente procura por produtos naturais. Se orientada corretamente, Becky poderia iniciar infindáveis ramos de negócios, tendo as terras de sua família como fonte, sem ter a necessidade de se enfiar naqueles cafundós.

Ali, deitada de bruços, no colchão um pouco melhor providenciado por Clara, a mente da doutora trabalhava aceleradamente, ainda que seus olhos estivem fechados e ela desse a impressão de estar dormindo.

Sentia um cansaço e ainda estava febril, mas fora corretamente medicada pelo doutor que viera junto com o Prof. Arthur. Estava limpa; o ferimento por pouco não poderia ser suturado, mas por sorte, foi possível. Assim, ela sentia as fisgadinhas chatas dos pontos ao se mexer. Estava tomando medicamentos que a deixavam sonolenta, por isso o torpor.

Sabia que lá fora, o acampamento estava em festa. Todos foram alimentados e medicados. Régia organizou tudo com sua liderança nata. Luck tinha que admitir que ali estava uma guerreira. Uma mulher com a qual poderia aprender muito, inclusive sobre humildade.

Não podia esquecer o valioso desempenho de Clara, que havia providenciado tudo e muita coisa tinha sido entregue para melhorar as condições daquelas pessoas. Luck sorriu, ao pensar em Clara. Seria injustiça não reconhecer o quanto dependiam da secretária. Por tanto tempo ignorou Clara, justamente por ela não precisar de atenção. A mulher era perfeita. A médica tinha consciência que a secretária era uma das pouquíssimas pessoas que sabia interpretá-la e ter lealdade.

Não entendia pessoas como Clara e Becky permanecerem ao seu lado, teimando em ver algo positivo em uma mulher que para disfarçar seus rancores , os escondiam tão bem sob poder, autoritarismo e arrogancia.

Sabia que não poderia ser menos do que era, mas poderia ser mais cuidadosa, no futuro, com o sentimentos dessas duas pessoas. "Se Clara soubesse desses pensamentos, pensaria que era resultado do febrão que tive!". E riu consigo mesma.

Ficar ali, naquele acampamento sem qualquer tipo de recurso, deitada de bruços sobre o estrado de uma cama, bebendo uma água duvidosa, sem banho e sem poder ; fez Luck pensar.

Desde que conhecera Becky, sentia cada vez mais vergonha das coisas que fizera. Sentia vergonha de suas atitudes do passado, o qual gostaria de manter por lá, longe de sua companheira . Também se envergonhava de algumas coisas no presente, mas só tentava compensar esse sentimento quando se tratava de Becky. No geral, continuava a mesma. E pensava em quanto mais tempo teria com a loirinha até que um futuro se formasse com perspectivas de durabilidade.

De uma coisa tinha certeza: a simples idéia de ficar longe de Becky a amedrontava.

Quando viu o caboclo apontando a arma para ela, soube que nada faria sentido em sua vida sem ela. E, agora, pensando na questão da posse das terras, a médica decidiu que acharia os pais de Becky. Havia a remota possibilidade dela querer ficar com eles. Duvidava que acontecesse. Confiava no amor que tinham. Essa inusitada situação com os sem-terras, mostrara à médica que Becky estava disposta a enfrentar armas, pessoas e o que quer que fosse que se atrevesse a ficar entre elas.

 

**********************************

Quando viu o Prof. Arthur cruzar a porta, Becky gelou. Subitamente, lembrou que ainda não falara com Luck sobre o jantar na casa do médico. Pior: lembrou que não falara nada sobre nenhum dos encontros com os professores.

Por sorte, Luck estava adormecida e a loirinha pode levar o amigo para outro cômodo e avisá-lo que a médica nada sabia sobre o encontro. Alegara, e não era mentira, que com toda aquela confusão, não tivera tempo.

- Mas, é melhor você contar o quanto antes. Uma situação como esta, apesar de ter sido algo inocente, pode ser distorcido em uma mente desconfiada como a de Luciana.

- Bem, meu amigo, inocente de todo não foi. Tenho certo receio e vergonha de ter bisbilhotado um pouco. Vou dar mais um tempo, ela está fraca e irritadiça com esses ferimentos , desconforto...

- ....e falta de autoridade. - o médico soltou um sorriso irônico.

- Ela não gosta de ficar vulnerável. Ninguém gosta. - a loirinha respondeu um pouco mais rispido do que desejava.

O médico mudou de assunto.

 

Só Becky sabia que Clara e Marcella estavam juntas.

Bancando o cúpido, Becky aproximara as duas. Ironia,que com o tempo, Clara percebeu que só loirinha saberia se envolver.

Desde que fora trabalhar com Luciana, Clara conhecera Marcella, braço direito da doutora nas operações administrativas dos hospitais. Algumas vezes, estiveram juntas em reuniões e jantares, ambas representando os doutores, no caso de Clara, a doutora.

Nesses encontros, conversavam e trocavam impressões sobre a poderosa mulher que as unira. Com o tempo, Clara deixou de ir às reuniões e só a via no corredor do hospital, no andar onde ficavam os escritórios da diretoria e a sala da doutora.

Com o surgimento de Rebecca, Marcella ajudou com algumas questões de ordem prática; já que cuidava da parte administrativa do hospital no qual Luciana mantinha seu escritório.

Explicar sobre quem era a loirinha e acertar todas as credenciais e acessos, fez com que Clara e Marcella ficassem cúmplices nessa questão delicada que era apresentar Rebecca para todas as pessoas como alguém "especial" para a toda-poderosa.

Dessa forma, Becky soube que Marcella era lésbica. Mais ainda, percebeu que a diretora geral do hospital estava tendo uma forte atração pela secretária.

Um belo dia, Becky disse para Clara que a diretora era apaixonada por ela. Disse isto, após investigar todos os aspectos com seu habitual jeitinho e sensibilidade.

A loirinha não sabia muito sobre Clara. Nem mesmo qual a orientação sexual dela. E nem teria como saber, uma vez que a discrição da mulher era algo impenetrável. Se ela era zelosa com a vida da doutora, com a sua então nem se sabia a medida desse zelo.

O que Becky não sabia é que não era zelo, mas falta de novidade. A vida da secretária era cuidar da doutora. Uma vez que a mulher estivesse tranqüila e satisfeita, a vida de Clara era uma pasmaceira só.

Tinha um grupo de leitura. Jogava cartas regularmente com alguns casais amigos, feitos durante os jantares que ia no lugar da doutora.

As festa familiares e feriados, geralmente, passava sozinha, em algum lugar retirado, quase sempre alguma das propriedades da doutora. Adorava o haras e, quando não era necessária, ia fazer seu retiro lá.

Perdera a conta de quantos encontros foram arranjados para ela. Alguns grupos arrumavam homens. Ela, quando saía, arrumava mulheres, sua real preferência.

Com os homens, exercitava sua capacidade de flertar e seduzir,sem ir muito além.

Com as mulheres...bem, com elas sofrera algumas decepções. Fortes. Coisas que a deixaram cansada. Um tanto desiludida e indiferente.

Com algumas perguntas aqui e outras ali, Becky disse que Marcella estava interessada e que isto já representava cinquenta por cento da relação. Um pensamento um tanto simples, mas que tinha seu apelo.

Por insistência de Becky, Clara começou a sair com Marcella. Já sabiam que eram amigas, mas ainda faltava algo, porém Becky sempre falava a mesma coisa: dê uma chance, o que você teme ?

Clara pensava e repensava. Nos meses que Becky e a doutora ficaram afastadas, a secretária pode dedicar-se mais a sua própria vida.

Um belo dia, enquanto olhava para a casa vazia que tinha comprado em um condomínio, Clara pensou o porquê de estar querendo uma casa e soube, naquele momento, que precisava de alguém. Não poderia mais continuar ocupando sua vida com as vidas das suas patroas. Sabia dos planos de Becky e que, em breve, seu papel seria restrito.

Pensou e repensou. Tinha 40 anos, recém-completados. Era bem-sucedida, financeiramente estável, gostava da sua aparência, se achava interessante. Porém, estava sozinha. Nada tinha dado certo afetivamente. Nem família tinha. Sozinha. Queria uma casa, um amor, uma família.

A casa ela já tinha; do amor, viria a família. E ela sabia que era amada.

O que mais incomodava na idéia de se entregar a Marcella era o fato de saber que o faria por acomodação, pois sua busca, qualquer que fosse, não terminaria com ela. Certamente, aquietaria; mas, duvidava que terminaria. Porém, que raios, era uma mulher prática e racional. Amor a gente também aprende.

Havia o carinho por Marcella. Ela era deliciosa. Encantadora, sensual, divertida. As horas ao lado dela passavam rapidamente e deixavam a vontade de ter outras mais. Clara poderia não estar em forma com relação a romances, mas percebia todos os sinais que Marcella emitia. E gostava. E, naturalmente, por instinto, retribuía. Era um flerte gostoso, ainda que não muito saudável.

Parada no meio da casa vazia, ligou para Marcella e a chamou para conhecer o que acabara de comprar.

Era hora do almoço, fizeram um pic-nic a beira da piscina. E Clara se deixou amar, após muito tempo. E amou também. Foi fácil. Fluiu entre elas como se fossem companheiras por toda a vida.

Nunca se entregara tanto. Sem receios, pudores, mistérios. Não sabia se essa sua entrega ilimitada havia contribuído, mas Marcella também não limitara nada. Fizeram amor à luz do dia, deitadas no chão da sala vazia.

O corpo da secretária, que vivera sob uma rígida disciplina de controle, rebelou-se quando sua dona lhe deu permissão para sentir. Cada toque recebido era multiplicado em sensações que se espalhavam por todos os sentidos. Sentia uma necessidade enorme de sentir o gosto da pele, o cheiro, tocar os cabelos, deixar-se banhar pela generosa umidade que fluía por entre seus corpos ligados.

Quando Clara tocou, ainda hesitante, o sex* de Marcella e sentiu seus dedos molhados, como se tivessem sido banhados em um riacho, perdeu qualquer inibição que pudesse estar ainda resistindo. Levou os dedos a boca e fez um verdadeiro show ao lambê-los, para o delírio da diretora. Com certeza, depois dessa demonstração, a secretária sabia que teria muito mais de onde viera esse e, sem perda de tempo, foi beber diretamente da fonte.

Marcella foi torturada. Seus orgasmos vinham em ondas e sucessões. Estava sensível e ainda sentia Clara querendo mais. Com o pouco sentido que restava, procurou ser delicada, ao afastar a secretária, que a olhou com olhos completamente perdidos. Sorriram.

A diretora sabia que Clara estava precisando de sua libertação. Porém não conseguia tomar a situação para si, pois ao perceber que Marcella sinalizava estar pronta novamente, a secretária começou de novo, dessa vez, virando a diretora e começando a rota devorando a nuca e descendo, milímetro por milímetro, todo caminho, deixando primeiro a língua e depois as unhas, traçarem o caminho.

Marcella era uma mulher gostosa. A pele escura, costas largas, generosa nas formas arredondadas. Uma delícia para morder, ch*par, deixar marcas. Clara estava deixando suas marcas, não deliberadamente, mas porque estava realmente perdida no prazer de sentir tudo aquilo em sua boca.

E, sem qualquer hesitação, perdeu-se na bunda redonda, macia, lisa...totalmente arrepiada. Estava montada sobre uma das pernas de Marcella, adequando sua posição para melhor saborear o que era seu verdadeiro fetiche. E o fez com abandono, excitando-se cada vez mais pelos gemidos, palavras desconexas, incentivos dados por sua amante.

Clara nem se dava conta das reações em seu próprio corpo. Sentia o inevitável latejar de seu clit*ris, mas não queria lhe dar atenção. Descobriu que não tinha o menor domínio sobre ele, quando se deu conta que esfregava , sem o menor pudor, seu sex* contra a barriga da perna de Marcella, que percebendo a umidade que deixava rastro, manteve a posição da perna e deixou a secretária obter o alívio necessário. Mais tarde, ririam da posição inusitada, mas ali, naquele momento, tudo era válido. Qualquer esforço. Qualquer malabarismo.

Demorou para diretora dominar a secretária, que parecia possuída. Que deliciosa revelação aquela paixão e gula.

Recebendo um pedido, quase súplica, para se deixar tocar, Clara quase perdeu os sentidos quando sentiu o calor dos lábios de Marcella envolvendo seus seios. A diretora sabia amar. Sabia como saborear um corpo. Hábil, bailava a língua por sobre os mamilos, torturando o pequeno botão rosado que aumentava de tamanho. Sugava, lambia e ria, ao perceber o corpo da secretária se contorcendo.

Clara segurava sua cabeça firmemente contra a carne deliciosa, não que Marcella tivesse intenção de parar o que fazia.

Poucos veriam a secretária como ela, Marcella, a via agora. Que delícia de mulher!!! Seios pequenos, firmes, redondinhos. A pequena aureola rosada e o mamilo perfeito. O vale entre eles; a pele alva, macia. Tudo nela era macio e misturava delicadeza com força. Era magra; cabia em um braço de Marcella que, tendo-a agora, temia em machuca-la. Porém, era musculosa nas devidas proporções e em harmonia com o resto do corpo. Não era muito alta, cerca de 1,65 m. Coxas firmes. Tanto a diretora quanto Clara e Becky, iam à mesma academia. Clara era disciplinada. Dessa disciplina, o abdomem perfeito. Com aquele efeito "tanquinho".

Enquanto devorava os seios, Marcella deixava as mãos se deliciando com ele e, sem barreiras, deixava os dedos acharem a leve penugem dourada , recém depilada. Pressionou forte a mão por sobre os lábios, massageando o clit*ris sensível, fazendo Clara gem*r e arremessar o corpo, denunciando a necessidade do contato mais íntimo e direto.

Pediu calma e obteve um som ininteligível como resposta. Riu com a boca contra o abdomem saborosa e pressionou a mão novamente, ao mesmo tempo que esfregava a região, fazendo Clara se contorcer.

Com um caminho de beijos e lambidas, posicionou-se entre as pernas da secretária e, levemente, abriu os lábios que descortinaram uma apetitosa visão do que suas carícias faziam àquela mulher. Ela era linda também ali, no âmago da sua incandescência. Desejo líquido, escarlate, vulcânico. Quase com reverência, tocou o órgão brilhante e totalmente exposto, rijo, volumoso. Clara deu um salto e Marcella a segurou contra o chão. Repetiu o gesto, dessa vez massageando, segurando entre os dedos.

Foi generosa e deu a libertação. Com toda a intensidade, ch*pou , literalmente, o prazer pra fora daquele corpo. Clara agarrou-se a ela, enterrando seu rosto entre sua pernas, fazendo Marcella respirar apenas a essência emanada do prazer. Foi rápido e logo Clara a largou, deixando os braços caírem, como se fossem sem ossos, estendidos no chão.

O que se seguiu, foi uma maratona de prazeres e buscas. Nem se deram conta que anoitecera. Que em seus celulares, a vida lá fora dava sinal de que elas eram necessárias em outros lugares.

Marcella deixou muito transparente sua forma de amar. Ela reverenciava a secretária que não entendia essa devoção, mas resolvera aceitar. Precisava aceitar. Amou amar essa devoção e dela se fez prisioneira. Decidiu que iria fazer aquela relação dar certo.

Uma mulher prática não perde essa qualidade da noite para o dia. A prática clama por cautela e elas foram cautelosas com seus sentimentos, nunca com seus corpos. Nenhuma promessa, nenhum comprometimento. Nada que pudesse ser rompido e causasse dor, mesmo sabendo que as dores existem antes mesmo do amor.

Clara embebedava-se na sensação de estar completa, finalmente. Sem perceber, olhava sua vida da forma mais racional possível, equacionando sentimento com realizações. Disto, e sobre isto, começou a fazer planos.

Becky, a madrinha da relação, queria contar a Luck, mas Clara pedira que não. Alegou que ela e Marcella não eram simples funcionárias da doutora, mas pessoas que tinham uma certa intimidade com a vida particular dela. Não poderiam prever como a médica receberia o fato. Queriam ter certeza que não causariam nenhum tipo de problema para suas carreiras.

Becky não aceitou muito, pois estava exultante e queria que Luck soubesse.Chegou mesmo a dizer que não permitiria que nada acontecesse. O casal acreditava nela, com certeza se alguém tinha o poder de domar a médica, esse alguém era Becky.

Porém, a irônica verdade era que Marcella tinha sido amante de Luciana. E não sabiam como a médica iria reagir ao fato. Poderia ser que nem se abalasse e ignorasse tudo, com sua habitual indiferença. Mas, por outro lado, poderia achar perigoso que o passado estivesse tão ao alcance de Becky e sua curiosidade irrefreável. Logicamente, para nenhuma delas, Becky ou Clara, era obrigatório que fosse feita tal revelação. Porém, Marcella achou prudente contar tudo, justamente pela proximidade e relação que envolvia a secretária e a médica.

Por outro lado, Becky também ficou no escuro na situação, uma vez que o casal não sabia como colocar essa passagem da vida da doutora, sem interferir na relação delas e sem causar algum tipo de desconforto com a Luck. Era preciso prudência.

Ambas sabiam que a médica ainda era a mulher voluntariosa e autoritária, mesmo com a sutil mudança que aparentava. Não eram capazes de prever o que poderia acontecer. Lógico, era algo do passado, mas o quanto poderia incomodar a doutora, não sabiam. De qualquer forma, tinha que admitir que, apesar de tudo, amava trabalhar para elas.

E ainda tinha o agravante que, por conviver diretamente com elas, em regime quase integral, Clara sabia que Becky andara investigando sobre a doutora. Ela mesma tentara contar coisas para clarear o caminho de Becky .

A própria secretária tinha ficado espantada quando Marcella contou e apontou a ironia no fato de Becky tê-las aproximado e agora não poder alardear seu feito, sem provocar algumas reviravoltas em sua própria relação com a doutora.

Pensariam em algo e rápido, pois cedo ou tarde, com as mudanças que a secretária esperava, ela teria que contar.

E agora, com essa "situação" com Régia, a coisa estava ainda mais complicada.

 

 

**********************************

 

O acampamento estava em festa.

As pessoas estavam todas felizes, como se um messias tivesse sido enviado. À noite, com uma enorme fogueira e o delicioso cheiro de carne assando, homens e suas familias se arriscavam em cantorias e passos de dança.

Becky ficara entretida com as crianças. Na verdade, as entretera com suas narrativas e brincadeiras. Em pouco tempo, era a madrinha de todas elas. Enquanto olhava a criançada, lembrava-se de como Régia reagira à notícia sobre sua filha.

Durante o dia, a médica numa conversa bem simples, mas buscando elucidar as duvidas de Régia, explicava as principais nuances e características.

Haviam se passado 3 dias. Clara telefonara informando que o estado de Anna não era nada promissor e Luck deu ordens para que os melhores especialistas fossem contatados e exigiu ver todos os exames, bem como pediu uma conferência com eles. Sabia sobre a doença, lera estudos e documentações científicas, portanto sabia o quanto tal síndrome ainda era um desafio para os médicos. Não dependiam de um especialista, mas de uma equipe multidisciplinar, já que vários órgãos eram afetados.

- A doença é rara e atinge crianças na faixa etária entre 4 e 12 anos surgindo durante o período no qual estão convalescentes por algum tipo de doença transmitida por vírus. - explicava Luciana para olhos e ouvidos atentos.

O Prof. Arthur apenas acompanhava, com interesse, a forma como Luciana explicava. Na cabeça do velho doutor, vinham as lembranças da jovem e promissora pediatra, que adorava crianças e prometera, junto com Paula, organizarem uma clínica para atenderem crianças carentes. Ambas pareciam se completarem em tudo.

- O engraçado é que a síndrome, de alguma forma, relaciona-se à ingestão de aspirina durante uma doença como catapora, por exemplo.

- Mas, Luck, por que isso?

- Como eu disse, Becky, ainda não se sabe como a doença surge, mas apenas que aproveita-se de um estágio de uma outra e causa danos sérios ao organismo.

- Que tipo de danos, doutora?

- Régia, o órgão mais afetado é o fígado e, em conseqüência, o cérebro. Uma vez que o fígado não funciona como deveria, certas substâncias, através do sangue, chegam ao cérebro e causam um inchaço que, por sua vez, ocasiona um aumento agudo de pressão no órgão.

Com uma pausa para que a mãe da menina pudesse processar o que era dito, a médica prosseguiu explicando detalhes.

- E ela pode morrer?

Luciana esquecera como era essa tarefa de transmitir aos parentes as notícias desagradáveis.

Nesse momento, enquanto olhava para Régia, Becky e o Prof. Arthur, teve tempo de pensar que há muito se afastara do que sempre desejara como médica. Há muito não tinha contato com pacientes, não tinha contato com familiares ansiosos e, principalmente, não tinha contato com a dor de outras pessoas. Era uma médica, treinada para ser imparcial e ter objetividade ao expor a situação e lidar com reações de extrema emotividade. Ela, mais do que ninguém, naquele momento, era a pessoa ideal. Para alguma coisa tinha que servir ter se transformara na mulher de gelo que era.

- Só teremos um parecer da gravidade do caso de Anna, após uma série de exames que verificaram as funções e estado dos principais órgãos envolvidos.

Olhou para Becky e viu em sua expressão, ao olhar para Régia, o que era ter compaixão, carinho e respeito. E, quando Becky a fitou novamente, buscou nessa troca de olhares, transmitir que mãe que emergia da líder iria precisar desses sentimentos. Apesar da situação toda, da forma como vieram parar ali, da maneira como foram tratadas pela líder; apesar da demonstração de força, Becky aproximou-se dela e segurou sua mão. Os dois olhos azuis iguais em tons, mas diferentes em sentimentos, fitavam-se. A mãe queria uma resposta para sua angústia.

- Por desconhecimento da doença, o índice de mortalidade é alto. Ás vezes, tratam-na como se fosse meningite, encefalites e isto atrasa o tratamento correto, propiciando a evolução da doença, que é rápida. Quanto mais demorado for o diagnóstico e o início do tratamento, menos chances o paciente terá de sobreviver. Anna está em coma, o que indica um avanço da doença, que é de rápida progressão. Porém, já estão controladas as funções dos órgãos vitais, como pulmões, coração e o cérebro.

- Então, ela tem chances de sobrevivência! - Becky falou, aliviada.

- Tudo depende do que dirão os exames. Primeiro, devemos saber a extensão dos danos já causados, para procedermos com o tratamento adequado. Minha opinião é que ela consegue sobreviver, mas não sairá ilesa. Alguma deficiência ela terá como seqüela. Como disse antes, tal doença causa um inchaço no cérebro e dele dependem os danos.

- As outras crianças morreram. - Régia lembrou, falando controladamente, ainda que demonstrando preocupação.

- Acredito que no caso delas, a desnutrição ajudou no processo. Anna, pelo que Clara falou, também estava bem desnutrida.

Luciana, que também estava ainda convalescente, sentia-se incomodada com os pontos e com a maneira como estava sentada. Becky logo percebeu e foi ajuda-la.

- Régia - a doutora prosseguiu, aceitando a ajuda de Becky para levantar - nós, eu e o Prof. Arthur, temos ótimos relacionamentos com os médicos do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Pedi para Clara entrar em contato com alguns dos melhores especialistas no assunto no Brasil. Tenho certeza que, no que depender de nós, Anna terá o melhor tratamento e acompanhamento.

- Pode estar certa disso, Sra. Régia. Tomarei pessoalmente o caso e farei os contatos necessários. Como médico, tenho muito interesse no caso, já que é a primeira vez que me deparo com um. - disse o professor, ratificando as palavras da médica.

Régia levantou-se e foi até a janela. Queria esconder as lágrimas. Esconder sua impotência diante desse situação inusitada. Pela primeira vez, pensou como mãe e percebeu que nada tinha para oferecer a sua filha. Nem fora atenta o bastante para perceber o perigo que a cercava, com uma simples doença de infância. Não sabia como encarar aqueles estranhos, que se intormetiam em sua vida, tomavam decisões e apontavam para promessas, que ela nem poderia sonhar alcançar, diante de sua realidade. Não sabia mais o que desejar para sua filha.

 

- Eu não disponho de recursos para o tratamento. - a líder falou - Nem mesmo tenho um lugar decente para leva-la, quando sair do hospital. Parece-me tão egoísta querer que uma criança viva, sem nehhuma esperança para o futuro, apenas porque isto me fará bem. Apenas porque sou a mãe dela e sei que não suportaria perde-la. Por outro lado, o que posso dar a ela? Uma vida de incertezas, aventureira, sem um rumo certo. Nem isso, se ela ficar...- as lágrimas estavam lá, bailando nos olhos azuis, que olhavam algum ponto além das pessoas cantando na festa lá fora - bem, se ela ficar deficiente. - sentia o rosto molhado pelas lágrimas e ardendo de vergonha.

O Prof. Arthur se aproximou dela e a abraçou. Embora mantendo a altivez, Régia se deixou confortar. Nunca ninguém a confortara. Juntando-se a ele, a loirinha acariciava seu braço e falava em um voz calma, quase um ninar.

- Régia, você não sabe, mas Luck e o Prof. Arthur são donos do hospital. Garanto que sua filha será tratada sem nenhum tipo de despesa para você. - disse uma Rebecca, que se impressionava por estar, pela primeira vez, dispondo de algo que era da médica.

A doutora nada falou. Becky e o professor olharam para ela.

Luciana sabia o que Régia estava sentindo: a sensação de impotência que mulheres como elas não admitiam sentir. Tivera momento semelhante.

Nunca se conformou em perder o filho da forma como perdera. Sem poder lutar por ele, fazer algo, exercer seu poder; de mãe e de médica, para salva-lo. Quando se deu conta, tinha perdido tudo o que realmente tivera de seu. Ela tinha tudo: dinheiro, conhecimento, poder, influencia; mas, não teve nem a chance de usar esses trunfos para preservar seu único ente mais precioso.

Ela entendia Régia. Entendia que aquela mulher que soubera manter toda aquela gente por tanto tempo, que soubera se fazer obedecida e respeitada, que sobrevivera sabe-se lá como; estava perdendo tudo ao perder sua filha.

Luciana lembrou do sonho. Lembrou que Becky lhe contara de seus devaneios e o fato dela ter chamado o filho. Te-lo confundido com Anna.

Ainda sentia-se mal quando via crianças nos braços de suas mães, saudáveis e felizes. Sentia o vazio deixado em seu colo, quando deixou de ninar seu filho.

Olhou para Becky. Mesmo sendo parceiras e sabendo que tinha tudo a sua disposição, ela nunca admitiu dispor de qualquer coisa que fosse dela, Luciana. E, de repente, engoliu qualquer tipo de princípio e colocou todo um hospital aos pés da mulher que a maltratara; da mulher que quase fora responsável pela morte de ambas. Olhava aquele verde intenso que esperava dela, a poderosa, uma atitude nobre e sabia que não tinha escolha. Becky decidira, restava a ela acatar e participar, ainda que involuntariamente, do gesto de amor e benevolência, recebendo glórias por tabela. Mas, o único reconhecimento que lhe valeria era ver o agradecimento nos olhos da sua amada e a certeza que tinha agido certo. Agido como um ser humano.

- Minha casa é enorme. Temos lugar para acomodar você e sua filha. Depois, pensamos em algo para você se ocupar. Tenho certeza que Becky vai adorar ter Anna por perto.

Régia via, pela janela, todos felizes, comemorando. Graças àquelas duas mulheres que apareceram, foram tão mal recebidas e, agora, tornavam-se o anjo da guarda de todos. Gratidão: nunca tivera tal sentimento, mas entendia que agora a vergonha por seus atos a incomodava. Agiu como uma selvagem com elas. Sim, era uma sobrevivente e sempre usara seus instintos como guia. Fez o que julgou ser certo. Temia a prissão que ser grato nos obriga a entrar. Mas, ela já estava cativa daquelas duas mulheres. Seu coração batia mais forte, suas pernas sentiam-se capazes novamente de enfrentar mais algumas lutas e suportar outros pesos.

Com toda a altivez de mulher guerreira que ainda lhe restava, a líder virou-se e olhou para todos.

Estoicamente, apenas agradeceu e se retirou da sala.

- Soberba mulher. - a médica comentou.

 

 

 

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 12 - Capítulo 12:

Sem comentários

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web