Capítulo 11
Meu pai apresentou-me quase todos naquele lugar, estava começando a ficar entediada com toda aquela ladainha de socialização. Pedi licença às pessoas que estavam na roda onde conversávamos banalidades e fui dar uma volta para pegar um ar. Estava fora do salão andado pelo Jardim lateral, a noite estava agradável o céu estrelado com uma brisa leve; sentei em um banco próximo a uma arvore já longe da saída por aonde vim, estava meio escuro ali.
Senti uma paz e um alivio pelo pouco de silencio, até notar uma movimentação atrás de um muro repleto de trepadeiras, tentei me concentrar para ouvir algo mas novamente um silencio, o único barulho era o que vinha do salão ali um pouco distante.
Levantei e decidi voltar, enquanto caminhava olhando os ladrilhos em contrate com a grama acabei dando de encontro com alguém e senti um liquido espalhar pela meu vestido, não levantei o olhar e apenas passei a mão por cima do molhado e constatei que era champanhe, soltei um suspiro inevitável.
- Me Desculpe!
- Não se preocupe – Quando levantei o olhar e dei de cara com aquele par de olhos verdes constrangidos me olhando até perdi a linha do que ia falar – Está ...
Ela abriu a pequena bolsa preta e retirou um lenço branco e estendeu para mim, peguei e sorri para ela, estava meio escuro e ela contra a luz, não pude ver muito bem todos os detalhes. Passei o lenço sobre a mancha numa tentativa inútil de secar aquele circulo, minha sorte era que meu vestido era azul escuro, então não daria para se notar.
- Eu sou muito desatenta – ela olhou para o chão com vergonha.
- Esta tudo bem moça – Estendi o lenço de volta, ela pegou e dobrou colocando o novamente dentro da bolsa.
Embora estivesse escuro e pude ver um sorriso tímido dela para mim, e não pude evitar sorrir de volta.
- Eu preciso voltar – olhei para a porta atrás dela que dava para o salão e pude percebe que alguém estava olhando, e silhueta se assemelhava muito a de meu pai.
Ela deu espaço e eu passei indo direto para porta, esse encontro me fez lembrar imediatamente de Victoria, a primeira vez que a vi quando nos esbarramos no corredor da universidade, aquele mar azul que a principio não me encarro mais se deteve em recolher todos os papeis, uma linda preocupação e constrangimento, mas quando ela me encarrou eu juro que perdi o folego era como olhar dentro do espaço infinito.
- Ai esta você – A voz dele me fez desperta do mar de lembranças – onde andou?
- Desculpe, fui tomar um ar – antes de entrar olhei para trás, mas não vi ninguém, meu pai veio atrás de mim.
- Preciso te apresentar uma pessoa.
“Ah o que eu devia ter feito na minha vida passada, para aguentar mais um velho chato?”
Nos aproximamos de um senhor de terno bem alinhado ainda de costa, alto, magro, cabelos levemente grisalho talvez imperceptível.
- Augusto?
Ele se virou diante do chamado do meu pai, ele logo abriu um sorriso e olhou pra mim abrindo ainda mais aquele sorriso que agora me remetia a satisfação, algumas pessoas que estavam ali se depereceram com nossa aproximação ficando apenas um rapaz de estatura media, cabelos castanhos em um traje mais esporte, e uma senhora de cabelos negros em vestindo vinho e uma taça na mão, me encarando de cima a baixo como analise. O rapaz me encarrou com certo interesse, por dentro já estava revirando os olhos e pensando coitado.
- Valentine, espero que essa jovem seja a tão falada Claire – O homem mais alto falou quando paramos próximo a ele, alternado entre admirar a mim e encarrar meu pai.
- Claire quero que conheça meu amigo Augusto Bittencourt.
Estendi a mão na direção dele.
- Muito prazer Senhor Augusto – ele segurou minha mão com delicadeza e um sorriso ainda satisfatório.
- Ela é realmente estonteante, permita – me apresentar minha humilde família – ainda segurando minha mão conduzi-me para próximo do rapaz e da senhora – Essa é minha esposa Alba.
Aproximei para dar um beijo leve um sua bochecha, diante da cara de orgulho do meu pai, ela sorriu simpaticamente para mim, e aquela primeira impressão de analise se dissipou vendo sua cordialidade.
- E meu filho mais novo Tristan.
Encarei o jovem rapaz e notei que sua estatura media se devia ao fato de ser um adolescente, estendi minha mão para ele que assim como pai segurou gentilmente acompanhado de um sorriso tão simpático quanto o da senhora.
- E ... – ele parou um estante procurando algo em volta mas voltou a olhar-me, e logo para o jovem – Tristan onde está sua irmã?
- Vou procura-la Pai.
O rapaz saiu, sumindo pelas pessoas que riam falsamente em assuntos inúteis. Eu sorri simpática, ate meu pai se pronunciar.
- Então, Augusto estava me indicando um ótimo escritório de advocacia, para acessória que darei a sua empresa.
- Trabalha com advocacia Senhor Augusto? – Não tinha como fugir desse tipo de assunto, então a melhor alternativa era saber o máximo possível.
- Não, Trabalho com construtoras, mas um dos advogados desse escritório trabalhou para uma das minhas construtoras e realmente ele é muito bom – um garçom estava passando e servindo algumas bebidas, ele pegou o copo com Uísque junto com meu pai, a senhora apenas devolveu sua taça vazio, eu não peguei nada – acredito que ele será uma ótima aquisição para sua corporação se desejar.
- Certamente vou avaliar isso, agradeço pela indicação, nesses meio advogados bons nunca são dispensáveis.
- A burocracia Brasileira é muito aberta, diferente da francesa e em uma mudança desse porte é bom ter o melhor time – ele ingeriu mais do liquido ainda me olhando e eu devolvi um sorriso simpático.
Decidi inclui a senhora claramente entediada na conversa, tentar falar alguma banalidade para passar o tempo.
- A senhora já foi a França?
A senhora teve um brilho discreto ao ouvir alguém se dirigir a ela.
- Sim algumas vezes, eu prefiro a Espanha.
- Madri é linda nessa Época do ano.
Meu pai e o senhor Augusto se introduziram no assunto por um tempo, mas a conversa se desvio mais entre mim e a Alba, enquanto eles discutiam a situação politica após os atentados terroristas em Paris.
Estava tão distraída conversando com Alba sobre os restaurantes Espanhóis, que não notei quando o rapaz voltou acompanhado.
- Claire? – Eu olhei para Augusto e fiquei estática – Deixa eu te apresentar minha Filha mais velha Violette.
- É ... Um prazer – me aproximei para beijar seu rosto e senti um perfume leve emanando de seus cabelos loiros ondulados sobre o ombro descendo pelo decote, quando meus lábios tocaram seu rosto um calor aconchegante percorreu todo meu corpo.
Ela sorriu constrangida, e foi quando percebi que era ela no jardim. A moça que havia esbarrado e derramado champanhe no meu vestido.
- Estou com fome, Violette gostaria de me acompanhar? – queria conversa com ela sobre o incidente do jardim mais longe deles, e esperava com anseio que ela aceitasse.
-Claro.
Antes de sair pude percebe que nos aproximar era a intenção daqueles dois, o sorriso de orgulho estampado em seus rostos.
- Violette este é seu nome então moça? – enquanto nos aproximavam das mesas próximas ao bife
- Claire, estou certa?
- Sim – indiquei uma mesa e ela me acompanhou.
- Desculpa pelo Jardim – ela se sentou com os olhos baixos de um jeito meigo e tímido.
- Eu já te disse que tudo bem – sorri simpática e um garçom se aproximou – um Martini, por favor.
- Suco de Laranja.
- Mais alguma coisa?
- Não – Ela olhou para mim e assenti com a cabeça enquanto o garçom se retirava, ela permanecia olhando pra mim.
- Suco?
- O champanhe não foi uma boa ideia – olhou para meu vestido.
- o que você estava fazendo sozinha com uma taça de champanhe no Jardim, e no lado mais escuro? – dei um sorriso divertido para ela entender que era uma pergunta de descontração.
- Dando um tempo – ela devolveu o sorriso – e você?
- Fugindo desse lugar – o garçom voltou trazendo a bebida – igual agora.
- Como assim? – o garçom nos serviu e logo saiu, ela já levou a taça ate a boca me encarrando curiosa.
- Fome era um desculpa pra fugir daqueles assuntos chatos – bebi um gole do meu drink – e pedir desculpa pela minha indelicadeza no jardim, você se desculpou, mas eu também estava olhando para o chão, então também tenho culpa.
- Não teve indelicadeza.
Ela era tão meiga e delicada, cada detalhe somando uma perfeição em pessoa, a voz serena que fazia o mundo silenciar, os lábios rubros tocando com carinho a borda da taça, os olhos verdes, sim aquele verde infinito que me fazia sentir que olhava uma estrela solitária no espaço em todo esplendor.
- Gostaria de ir a uma festa de verdade? – não contive a vontade de sair dali e descobrir mais sobre ela, sei que era o que provavelmente meu pai queria embora isso me deixasse um pouco perturbada, aqueles olhos me faziam ignorar isso.
- Hoje? – ela parecia confusa.
- Agora.
Seus lábios se movimentaram e quando som ia sair um rapaz tocou o ombro dela, era Tristan com uma das mãos no bolso da calça.
- Achei vocês - ela tocou a mão dele levantou a cabeça para olhar seu irmão com um sorriso carinhoso – posso me sentar?
- Claro – respondi simpática.
- Aqueles assuntos me deixam muito entediado – ele puxou a cadeira e sentou-se ao lado dela.
- Você não é o único – bebi mais do meu drink.
Passamos bastante tempo sentado ali bebendo, enfim comendo alguns aperitivos em uma conversa divertida sobre o que tinha mais em comum em nos três: o tedio por esses eventos.
Decidimos voltar e procurar por nossos pais, Tristan foi na frente procurando enquanto Violette pediu para ir ao toalhete e eu fique aguardando.
Comecei a pensar no quanto ela era divertida, suas historias por ser tão desastrado, o jeito tímido definitivamente estava me encantando, não contive o sorriso ao lembrar como ela mexia no cabelo quando ficava muito envergonha enquanto Tristan fazia piadas pelo seu jeito um pouco estabanado.
Passei a mão pelo queixo pensando na macieis do seu rosto, nas covinhas que se formavam em seu sorriso.
- E quando me levara a uma festa de verdade? – aquela voz serena me desperto do pensamento, melhor que lembrar era me virar e olhar para ela.
- Quando você quiser.
Seguimos pelo salão ao encontro de Augusto, meu pai já não estava junto dele.
- Senhor Augusto sabe aonde esta meu pai?
- Ele foi pedir o carro, pelo sumiço de vocês imagino que tenham achado muitas coisas em comum?
- De certa forma – Tristan sorriu cúmplice comigo e ela pelos assuntos trocados.
Meu pai retornou informando que o carro já estava a nossa espera, caminhamos todos em direção à saída principal, Violette estava de braço dados com Alba e Tristan, enquanto eu ia à frente apenas balançando a cabeça para coisa que os dois diziam, mas com toda minha atenção direcionada ao sorriso tímido dela enquanto sua mãe conversava com Tristan.
Próximo aos carros antes dela entrar eu me inclinei para beija seu rosto em despedida, ela deu uma leve virado no rosto ao ouvir algo se quebrando dentro do salão, me fazendo parar centímetros de seus lábios, por um segundo eles me chamaram; afastei-me voltando atenção para a porta de onde vi um garçom abaixado recolhendo cacos de vidro dentro do salão.
- Me desculpe.
- Não por isso – sorri de forma sedutora ”ah se nossos lábios realmente se encontrassem”- Até mais.
Ela entrou no carro, e senti meu pai colocar as mãos em meu ombro orgulhoso enquanto dizia para Augusto:
- Tenham uma boa noite.
Ele acenou com a mão e logo para o motorista sair.
- Acho que vamos nos encontrar muitas vezes – ele sentenciou, embora eu quisesse desencoraja-lo, eu sabia que não adiantaria e se dependesse de mim estaria certo.
***
Todo meu domingo foi na frente do meu notebook trabalhando, colocando tudo em ordem e terminado meus trabalhos da pós e adiantando coisas mínimas. Edward veio almoçar depois de passar a manhã com seu pai vendo os detalhes da chácara, ele percebeu que eu estava concentrada no meu trabalho, embora tenha tentado me desvia foi para seu apartamento me deixando em paz, disse que voltaria no dia seguinte com novidades talvez.
Fim do capítulo
Para onde será que essa história vai agora?
Bjs ^^
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