Micaela

Desde que Juliane me ligou, eu estava em puros nervos. Joguei vários vestidos sobre a cama e nada parecia bom. Tive que aturar o Fábio me enchendo a tarde toda. Ela disse que seria um jantar, somente nós duas.

Agora, aqui, parada em frente a sua porta, estava quase tendo um treco. Ouvi um barulho e muitas risadas que não eram de Juliane. Ouvi o barulho das chaves e logo o ar parecia ter desaparecido. Ela estava maravilhosamente linda.

- Nossa... – dissemos ao mesmo tempo.

O vestido preto e longo, os lábios em batom vermelho, os pés estavam descalços e os cabelos soltos. Aquela mulher parecia uma deusa de tão bela e sensual. Engoli em seco quando percebi o seu olhar nada discreto. Ela sorriu e eu sorri de volta.

- Oi... – ela tocou de leve o meu queixo e subiu até a bochecha.

- Oi... – apertei com a minha mão a sua sobre meu rosto.

- Entra... – ela segurou a minha mão.

Me deu espaço para entrar e quando nos aproximamos da sala, o som de um violão começou a tocar para logo em seguida uma música cantada por uma voz rouca começar.

 

I remember what you wore in our first date

You came into my life

And I thought "hey you know this could be something"

 

'Cause everything you do and words you say

You know that it all takes my breath away

And now I'm left with nothing

 

So maybe it's true that I can't live without you

 

And maybe two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life

And you've already got me coming undone

And I'm thinking two is better than one

 

 I remember laughing looking upon your face

The way you roll your eyes, the way you taste

You make it hard for breathing

 

Cause when I close my eyes

I drift away I think of you and everything's ok

I'm finally now believing

 

Maybe it's true that I can't live without you

 

Maybe two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life

And you've already got me coming undone

And I'm thinking two is better than one, Yeah, yeah

 

I remember what you wore in our first date

You came into my life and I thought, Hey

 

Maybe it's true that I can't live without you

 

Maybe two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life

And you've already got me coming undone

And I'm thinking I, I can't live without you

Cause baby two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life

 

 

But I'll figure out we hold say done

Two is better than one

Two is better than one

 

Juliane passou a música toda olhando para mim, as mãos sobre a minha cintura enquanto dançávamos lentamente. Meu coração estava quase pulando e um frio gostoso brincava em meu estomago. Seu sorriso torto não lhe abandonava nem por um segundo. Suspirei inúmeras vezes olhando para aquela mulher que nem notei que a música havia acabado.

- Eu te amo... – ela sussurrou em meu ouvido antes de se afastar. – Flávia... Fico te devendo essa. – olhei para a garota que estava usando terno e quase gargalhei. – Mas, tá na hora de vazar...

Saiu empurrando a garota até a porta com violão e tudo e trancou, depois que expulsou a sobrinha, que protestava muito.

- Como eu vou pra casa? – ela gritou e Juliane bateu na própria testa. Pegou as chaves, abriu a porta e Flávia a fulminava. – Eu não vou entrar em um ônibus vestida dessa forma...

- Foi mal. Leva o meu carro. – jogou as chaves para a menina.

- Ingrata... – Flávia saiu pisando duro. – Espero que não goze! – ela gritou do corredor. Juliane imediatamente fechou a porta e me olhou sorrindo amarelo.

- Não liga... – ela veio até a mim. – Você tá maravilhosa. – me olhou dos pés a cabeça, me fazendo corar. – E fica linda toda vermelha... – grudou os lábios delicadamente nos meus em um selinho longo.

- Você que parece uma deusa... – deixei meu pensamento escapar, fazendo Juliane sorrir.

- Vem...

Ela segurou a minha mão delicadamente e me levou até a sacada. Somente ai notei como tudo estava tão lindo. Várias velas espalhadas, assim com muitas pétalas de rosas brancas e vermelhas. Um buque enorme estava sobre a mesa. Juliane as pegou com cuidado e me entregou.

- Obrigada... – eu estava maravilhada com tudo. Senti o aroma gostoso das rosas e fechei meus olhos e quando voltei a abri-los, ela me encarava profundamente.

- Senta meu amor... – puxou a cadeira. Achei que era impossível me apaixonar mais por essa mulher, porém eu estava felizmente enganada. Ela encheu duas taças com vinho tinto e me entregou uma. – Espere aqui... Não demoro...

Fiz um gesto afirmativo com a cabeça e ela saiu. Olhei tudo em volta e sorri feito boba. Acho que até mesmo o céu decidiu colaborar enfeitando tudo com estrelas. A vi voltar com dois pratos e por um a minha frente. Juliane sentou a minha frente, sem desviar os olhos dos meus.

- Você me deixa boba Micaela... – sorriu timidamente. – Mas, eu adoro a sensação.

- Você que me deixa boba Ju... – suspirei. – Eu te amo... Amo muito...

Ela abriu um sorriso gigantesco, deixando meu coração vibrando de felicidade. Jantamos entre conversas e sorrisos. Ela me contava sobre as coisas que já aprontou, me fazendo gargalhar. E toda vez que eu dava alguma risada, ela parava para me olhar. Parecia até mesmo me admirar.

Comemos uma sobremesa deliciosa. Juliane fez desse momento uma guerra de doces e no fim, acabamos as duas no tapete da sua sala, com os rostos melados de chocolate. Paramos ofegantes ao lado uma da outra.

- Deixa eu limpar... – Juliane se pôs sobre mim. Colocou os braços abaixo dos meus e me olhou intensamente.

- Como pretende fazer isso? – perguntei sem piscar, sentindo o peso de seu corpo de forma tão gostosa sobre o meu.

- Assim...

Ela passou a língua quente do meu queixo até a minha bochecha. Não consegui controlar o gemido arranhou a minha garganta. Ofeguei quando senti a mordida depositada em meu pescoço.

- Você me deixa louca Micaela... – eu estava toda arrepiada e ficando perigosamente excitada.

- Ju... – sussurrei quando senti o hálito quente em meu ouvido.

- Vem...

Ela levantou e estendeu sua mão para mim. Aceitei a ajuda e subimos as escadas de mãos dadas. Paramos diante da porta de seu quarto, Juliane segurou a minha nuca e me beijou carinhosamente.

- Estava louca por esse beijo... – ela disse contra meus lábios.

- E por que demorou tanto para me beijar? Questionei.

- Porque eu tive medo de não consegui parar... – ela abriu a porta do quarto. – Quero que seu cheiro fique em minha cama...

Olhei e senti novamente o meu coração vibrar feito louco. O quarto estava a meia luz e pétalas de rosas vermelhas espalhadas pelo cômodo e sobre a cama. Senti Juliane me abraçar por trás e descansar seu queixo em meu ombro.

- Hoje quero fazer amor com você até a exaustão... – senti meu corpo esquentar, quase entrar em combustão.

- Isso é uma promessa? – perguntei de olhos fechados. Sentindo os lábios macios beijarem de leve o meu pescoço. Senti ela se afastar e antes que eu pudesse reclamar, senti Juliane grudar em minha costa e gemi quando os montes descobertos se chocaram em minha pele. Os pêlos se eriçaram e meu sex* latejou de excitação. – Ah...

- Um ultimato...

Ela me virou para si e meus olhos encontraram o corpo maravilhoso de Juliane. A cintura fina, o abdômen chapado, a calcinha preta. Suspirei alto antes de subir o olhar e admirar os seios médios e com os bicos eriçados.

- Você tá com muita roupa... – ela começou a abrir os botões do meu vestido que ficavam na parte da frente. Seus olhos desviram dos meus somente quando o vestido alcançou o chão. – Vermelha... – ela sussurrou me olhando demoradamente. Eu sentia que podia chegar ao ápice somente com os seus olhos me devorando. – Ah, Deus... Como é linda...

- Preciso de você... – ela me encarou. – Agora...

Ela sorriu e me pegou pela cintura, me fazendo enlaçar as pernas em sua cintura. Soltei um gritinho e ela riu. Me apertou contra si e caminhamos daquela forma até que ela me fez sentar na beirada da cama e ficou ajoelhada de frente para mim.

- É cedo para pedir que não me deixe nunca? – acariciei o seu rosto. Ela beijou a minha mão livre.

- Se você não pedisse, eu o faria...

Tomei o seus lábios em um beijo faminto. Juliane levantou e foi me empurrando para o meio da cama. Colocou uma perna entre as minhas, enquanto suas mãos navegavam por meu corpo. Me atrevi a tocar nos seios e ouvi a minha namorada gem*r em meus lábios. Perdi totalmente a cabeça e em um movimento rápido, me coloquei sobre ela. Juliane me olhou surpresa, mas depois sorriu. Tirei o meu sutiã sobre o olhar atento da minha morena. Ela mordeu o lábio inferior quando deixei os meus seios livres. Senti água na boca só de imaginar a sua boca me tocando ali.

- Lindo e meus... 

Ela sentou realizou o meu desejo. Passou a brincar com os bicos rijos, passou a língua de forma torturante. Gemi alto quando senti a sugada deliciosa que Juliane deu em meu seio esquerdo. Segurei os seus cabelos com força, mas ela não pareceu se importar. Passei a me esfregar contra o seu corpo, quase fundindo os dois. Senti sua mãos deslizar por meu abdômen até parar sobre o meu clit*ris e massagear sobre o tecido da calcinha, que se encontrava encharcada. Ela cessou o beijo e me olhou pedindo permissão.

- Me faça sua amor... Por favor... – ela sorriu torto. Senti os dedos longos colocar a minha calcinha de lado.

- Oh, como tá molhada... Micaela...

- Oh...

Seu dedo entrou vagarosamente em meu sex*, me levando a loucura. Meu ventre dava pontas. Joguei a cabeça para trás e gemi alto quando o segundo dedo me invadiu e a boca quente passou a mamar os meus seios com voracidade. Os movimentos de vai e vem passaram a se intensificar e eu descontrolada comecei a rebol*r sem pudor. Senti o meu gozo querendo vir com força e quando o meu ponto foi atingido, gritei de prazer. Eu me derramava na mão da mulher que eu tanto amava.

- Eu quero mais...

Ela me deitou, tirou a minha calcinha em uma velocidade incrível. Ainda estava sobre o efeito do orgasmo, quando senti a sua língua lamber cada centímetro do meu sex*. Um gemido rouco saiu da minha garganta.

- Que língua maravilhosa...

- Você é deliciosa... Amor...

Ela passou a me ch*par lentamente, reacendendo o meu corpo. Eu me abri sem constrangimento algum para ela. Segurei firme os seus cabelos e passei a rebol*r no ritmo imposto por sua língua quente e experiente. Juliane sabia o que fazer e até me assustei com a pericia que mostrava sobre meu corpo. De repente fechei meus olhos quando dois dedos foram colocados com carinho em minha entrada. A boca sobre meu clit*ris e o vai e vem preguiçoso em meu sex* estava me levanto ao céu. Eu só sabia gem*r e mexer os meus quadris.

- Ju... Oh... Que delícia...

O ritmo aumento, me levando a loucura e um orgasmo poderoso fez espasmos frenéticos tomar conta do meu corpo. Sorri em contentamento, enquanto senti o meu gosto em um beijo carinhoso da minha namorada.

Aquela noite seria deliciosamente longa.

 

Paloma

- Paloma? Paloma abre essa porta...

Alguém berrava em minha porta. Levantei preguiçosamente, enquanto a Flávia estava quase derrubando a porta. Abri e me assustei com o estado da minha irmã. Uma coisa ruim apertou o meu peito.

- O que aconteceu?

- A mamãe... Ela foi pro hospital. – ela já estava em prantos. Um desespero enorme me invadiu. – Ela...

- Por que? O que aconteceu Flávia... – segurei o seu rosto.

- A Nick e a Emi...

- Flávia pelo amor de Deus... O que...

Ela saiu me puxando escada a baixo. Jaque andava de um lado para o outro na sala.

- Alguém pode me explicar o que tá acontecendo? – gritei.

- A Emily e Nicole estavam sendo feitas reféns em uma padaria aqui próximo. – Jaque soltou de uma vez. Cai sentada no sofá. – A polícia tá aí fora... Eu...

- Deus... Precisamos ir até lá... – bateram na porta e a Jaque foi abrir.

- Moças... Peço que não saiam daqui. – um homem com um terno e uma identificação da policia entrou.

- Como não? – falei exasperada.

- A presença de vocês poderá agrava a situação. – ele estava calmo. – Agentes treinados estão em negociação com os meliantes.

- Deus... – Flávia chorava.

- A Isa tá vindo... A Becca... – Jaque não terminou, pois a casa foi invadida por Rebecca, Juliana e Alice.

- Senhoras, mantenham a calma! – queria mandar aquele homem dar a bunda.

- Ela só saiu pra comprar pão... Ela. – Flávia a abraçou.

- Minha linda... Calma! Precisamos ficar calmas... – Becca chorava muito. Todas estávamos desesperadas. Não, isso não podia estar acontecendo.

- Cadê a Carolina? – Alice perguntou.

- Ela passou mal... Ela não pode passar por situações ruins. Nossos irmãos, eles... – Flávia não terminou.

A cada segundo que passava, o nervosismo aumentava. Não podíamos sair e eu não sabia mais em quem pensar. Minha mãe ou minha irmã com minha amiga. Passei a fazer uma oração em meus pensamentos.

- Amor... – Cássia entrou em casa com a Isa que correu para os braços da Flávia. Cássia me apertou contra si, enquanto eu chorava em desespero.

- Eu tô aqui... Não vou sair daqui. – ela sussurrava.

- A minha... Cássia. Não pode ser... De novo não. – me apertei a ela como se fosse o meu salva-vidas.

Aquilo só podia ser um pesadelo.

 

Continua...

 

 

Fim do capítulo