A chuva da noite anterior já havia sessado. Era uma nova manhã e Carolina se despediu dos pais, mas não sem antes ganhar um sermão, por ter chegado malhada em casa. – Ela havia deixados todos preocupados e Ana não foi embora antes que ela chegasse. Mas naquela madrugada Aninha não bateu em sua amiga... Ela apenas ouviu tudo que Carol tinha para dizer e adormeceu com ela na cama. – Carolina assim que entrou em seu escritório olhou para a mesa de Manu, dependendo de como a moça a tratasse ao entrar, Carol saberia como estava à situação delas.

Manuela estava decidida! Carolina seria tratada como deveria. Afinal era sua chefe e só! Naquela manhã ela não preparou o café para a chefe, pegaria na cantina da empresa. Encontrou Marta na cantina, conversando com a Dona Tina – uma velha senhora que chefiava a cantina. – Em uma mesa, não muito longe estavam Jenny e Fabio pareciam se dar muito bem, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Havia outros funcionários que socializavam entre si, mas nada que prendesse a atenção, seguindo assim, para o escritório. Respirou fundo antes de abrir á porta, estava certa de que, as coisas iriam mudar. Mal sabia Manuela que realmente irão.

- Bom dia Senhorita Portman. – Disse deixando o café na mesa de sua chefe. Carolina percebeu na hora como seria a relação delas... Profissional.

- Bom dia Manuela. Vejo que não é o seu café. – Falou assim que pegou o copo na mão.

- Não. Se não se importar gostaria que me chamasse pelo meu sobrenome. – Encarou sua chefe assim que sentou.

- Bom... Ai eu teria que chamar todos os meus funcionários pelo sobrenome. Coisa que nunca faço... Então não. – Carol foi tão objetiva que Manuela não gostou da sensação de ser mais uma funcionária.

- Há empresa é sua faça como preferir, mas não quero que nossa conversa de ontem influencie no meu ambiente de trabalho! – Carol que até então olhava para ela desviou o olhar para o notebook e com um leve sorriso, triste disse:

- Fique tranquila... No que depender de mim as lembranças acabaram. Não pretendo interferir em sua vida privada, se é isso que estas te preocupando.

- Que bom que entende! Não gostaria de me sentir como se devesse algo...

- Não me deve nada! – Olhou para ela – Sei muito bem ser profissional Manuela... Pode ter certeza disso.

Manu não entendia o porquê suas mãos estavam suando tanto. E com aquela frase de Carol a conversa sessou. Manuela ficou ajeitando os últimos detalhes da viagem para Manaus. Assim que terminou olhou para sua chefe, que parecia estar muito concentrada. Queria falar com ela, mas não sabia como agir. Carol, que notou sua movimentação ansiosa na mesa, interferiu.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não... Mas a viagem já está toda organizada. – Realmente... Me conhece muito bem. Percebeu que eu queria alguma coisa só pela minha movimentação, Manu pensou ao entregar a pasta para Carolina.

- E para que horas ficou o nosso voo? – Carol frisou o nosso, afinal era o que Manuela quer, profissionalismo, e seria o que teria.

- Para sábado ás quatorze horas. – Ela sabe separar ás coisa... Que bom, pensou Manu. Mas no fundo tinha uma pontinha de decepção. – E retornaremos quarta-feira, logo pela manhã.

- Ótimo... Estou muito ansiosa para ir! – Deu um sorriso lindo – Amo essa interação entre países. Trocar ideias com culturas diferentes sempre expande a mente! – Manu iria interagir com sua chefe, mas foram interrompidas.

- Sei muito bem dessa interação entre culturas...

- Não está sedo para você? Deveria estar dormindo...

- Sei... Só porque me deixou em sua cama, vai querer começar a mandar em mim? – Disse sentando-se na poltrona em frente à Carol, sob os olhos atentos de Manuela.

- Nossa... Noite difícil em? – Brincou Carol.

- E madrugada mais ainda! – Sorriu carinhosamente para a amiga e olhou para Manu – Bom dia Manu... Lindo dia hoje né, seria melhor se uma certa pessoa tivesse chegado em casa logo que saiu da sua, mas não! Teve que aparecer às quatro da manhã... – Aninha não perdeu a oportunidade e Carol arregalou os olhos surpresa. Aninha tinha dessas, mas não tão dessas, parecia que tinha planejado o que ia falar desde que saiu da casa de Carol. E realmente tinha.

- Bom dia Ana. – Manu ouviu tudo olhando para sua chefe. Onde ela esteve era a pergunta que não saia de sua cabeça. – Bom... Vou dar andamento aos relatórios, com licença. – Disse tentando fingir que não se importava.

- Ok Portman! Vamos temos um encontro para comparecer. – Ana iria ver até onde Manu se importava com sua amiga, apesar de gostar muito de Manuela, ela jamais estaria ao lado de alguém que não fosse à Carol.

- Do que está falando Ana? – Carol estava confusa.

- Bom eu marquei com aquele homem, lindo maravilhoso, da noite das garotas lembra?

- Sim, mas por que eu tenho que ir segurar vela? – Carol não estava nem um pouquinho afim.

- Porque eu convidei mais uma pessoa!

- Quem? – Manu que apenas escutava olhou para Carol. E Carolina rezou para não ouvir um certo nome dá boca de Ana.

- A Sara!

- Como?

- A Sara, morena, corpão de academia, vinte e sete anos... Não sei o CPF dela se é isso que queria ouvir. – Ana estava se divertindo muito com tudo aquilo. Mas não pode ver o olhar ferino que Manuela lançou para Carol.

- Mas você odeia ela! – Carol não estava acreditando, nem sabia o que pensar. Ana levantou da poltrona e puxou a amiga pelo braço, agora podendo ver a reação de Manuela daria a cartada final.

- Sim, mas eu disse que você precisa de sex* e dos bons... Acho que Sara é uma candidata de peso! – Ponto para Aninha... Manuela estava com uma fúria no olhar. Se não estivesse se divertindo teria medo pela amiga. – Manu, com sorte Carol não volta depois do almoço... Nem eu! – E riu divertida, pois não estava mais conseguindo se conter.

- Realmente se ela tiver sorte não ficará sozinha nessa sala comigo hoje! – Disse irritada Manuela, assim que elas saíram.

Ana aguentou uma Carolina calada a estrada inteira. Mas assim que acomodaram em volta das mesas, tratou de esclarecer as coisas, para a amiga.

- Você vai ficar com essa cara até quando?

- Até os demais componentes da mesa chegarem!

- Bom, então vai morrer assim... – Ana olhou no fundo dos olhos da amiga, que finalmente percebeu, o que a Aninha havia feito.

- Não acredito! Ana Johnson sua ardilosa!  Como pode fazer isso! – Carolina estava esbravejando inconformismo.

- Oras você deveria era me agradecer!

- Te agradecer? Pelo que? Por piorar minha situação com a Manuela?! – Tinha vontade de bater em Aninha.

- Carol, minha amiga... Nada piora a situação de vocês, e você sabe. Depois de tudo que me contou essa madrugada... É vida que segue para as duas.

- Mas Ana... – Foi interrompida.

- Mas nada! Me escuta Carol... Tudo que inventei foi para ver a reação de Manuela, ok! E posso dizer que sou uma ótima atriz... Viu como ela parecia querer matar alguém? – Perguntou sorridente para a amiga.

- Sim! Vi! E esse alguém sou eu!

- Exato! Chegamos onde eu queria. – Carol olhou para ela, esperando o raciocínio que viria a seguir – Ela não ficou indiferente em nenhum momento. Ela não é indiferente a você Carol! Pensa um pouco e você vai ver... Ela sempre vai atrás de você! Ela quer saber quem são as mulheres que te cercam... Foi assim na boate, ou você acha que ela só foi te dar um oi? Por favor, né Carol! E a reação dela afastando a Sara naquele dia no shopping?... Essa é minha cena favorita até agora, sem contar no jeito que ela ficou quando a Dani se insinuou para você. E por falar em Dani, fique longe dela! – Carol arregalou os olhos pra a amiga, fazendo sinal da cruz – Bom... O que sei é que Manuela realmente tem sentimentos por você, mas se são sentimentos novos ou os adormecidos... Isso eu já não sei.

- Ok Mamãe! E o que está me sugerindo... É?

- Viva a sua vida! Ela está comprometida com o Félix. E como sei que você jamais se intrometeria no meio dos dois...  – Carol sorriu fraco. – Não está em suas mãos, mas na dela. Seja você Carol! Você tem uma habilidade natural de encantar, ninguém resiste, porque ela seria diferente. Mas não esqueça de você!

As amigas se abraçaram por longos minutos, no fundo Ana tinha á impressão de que Manuela amava Carolina, mas não daria falsas esperanças para a amiga. Depois de respirarem fundo elas tinham uma nova missão para aquele momento... Escolher o almoço, que não foi uma tarefa fácil, diga-se de passagem.

Fim do capítulo