Um amor quase impossível- Capítulo 04

BEATRIZ

Após a igreja ficar vazia, olhei em direção ao banco em que Ângela e sua neta estavam sentadas. Estava estranhando tudo aquilo que estava acontecendo comigo. Isso não era normal.

-O que está pensando?- Padre Mateus apareceu sem a batina e colocou a sua mão sobre o meu ombro sorrindo gentilmente.

-Nada demais- Falei tentando parar de pensar em besteiras e depois sorrio para o padre.

- Então vamos, filha- Ele olha para o mesmo banco que Heloísa estava sentada e depois começa a descer os degraus do altar.

Eu fiz o mesmo e depois de umas três horas, logo após fazer minhas orações, eu me deitei em minha cama e virei em direção a cama da irmã Rita.

-Boa noite, irmã Rita- Falei tentando acomodar melhor a minha cabeça sobre o travesseiro e a irmã respondeu bocejando.

Como não estava conseguindo dormir, me mexi na cama e passei a encarar o teto.

Não estava entendendo o que estava acontecendo comigo, nunca havia me sentido assim e isso já estava me atormentando.

Querendo acalmar os meus pensamentos, pego meu terço e começo a rezar bem baixinho. Não sei por quanto tempo durou isso, só sei que chegou um momento da noite que eu sonhei com aqueles olhos castanhos de Heloísa me encarando e acabei acordando assustada com o terço entre minhas mãos.

-Meu Deus, o que está acontecendo comigo?- Perguntei mentalmente tentando achar uma resposta para tudo aquilo que estava havendo comigo.

Sem conseguir uma resposta para minha pergunta, volto a dormir e só acordo no outro dia bem cedinho.

Após esse encontro com Ângela e sua neta durante a missa, eu nunca mais havia as visto. Elas não frequentavam as celebrações e para tentar acabar com aqueles pensamentos que pareciam querer me atormentar, não as procurei mesmo sendo muito amiga de Ângela. No entanto, chegou um momento que não tive mais como não ter mais contato com Heloísa.

Em um certo dia de junho, recebi um bilhete de Ângela dizendo que ela precisavam muito de minha ajuda, pois Heloísa não estava bem e que talvez estivesse precisando de alguém para orientá-la, alguém que fosse quase da idade dela.

Ao saber disso, o meu coração começou a bater fora do compasso, havia ficado preocupada com a jovem. Não sei o que estava acontecendo, mas estava sentindo vontade de proteger aquela garota.

Será que o que eu estava sentindo era errado?

CONTINUA...

Fim do capítulo