Capítulo XV Gritar que a amo!
Manu estava deixando Miguel em casa, mas seus pensamentos não saiam de Carol. “Ela não lembra de mim...”, será? Será possível que eu e a Carol... Preciso saber de tudo. Chega de mentiras... Por que todos escondem meu passado?! Mas os pensamentos de Manuela foram interrompidos por Miguel.
- Mana, antes de você me deixar em casa... – ponderou se deveria se intrometer na vida da irmã.
- Pode falar Miguel, não precisa ficar com essa carinha. Sabe que pode contar comigo pra tudo! – Sorriu carinhosa para o irmão.
- Mana... Você gosta da Carol? – Foi direto.
- Claro Miguel, ela é uma boa pessoa... – Sabia que não foi essa a resposta que Miguel queria ouvir.
- Você sabe que não foi nesse sentido. – Olhou nos olhos da irmã.
- Eu realmente não sei... – Respirou fundo – Bem... É complicado.
- O que é complicado?
- Meus sentimentos Miguel. Eu nunca me senti assim... Não que eu me lembre. Esse é o problema, eu não conseguir lembrar de algumas coisas... – Miguel ouviu aquilo e deu o mais lindo sorriso para a irmã, pois havia achado a solução.
- Eu tenho a resposta para sua questão, Mana.
- Tem? – Estava surpresa e impressionada com a empolgação que Miguel lhe mostrava.
- Sim, oh! Esquece que você não lembra – riu Miguel ao falar aquilo – Pensa assim: Se você não tivesse perdido uma parte da memória, se sua vida tivesse corrido normalmente, até conhecer a Carol... Então o que sente por ela?
- Eu... Definitivamente não sei! – Começou a falar sem parar – É uma mistura de coisas, sabe... Ela me irrita tão facilmente quanto me faz sorrir! Ela é extremamente encantadora e me faz querer estar sempre ao seu lado... E quando nos encostamos sem querer é como se meu corpo fosse atraído pelo dela... Como se dependesse desse contato para se aquecer! Mas por outro lado, só em ver como as mulheres chegam nela, quero mata-la aos poucos... Eu fico com muita raiva, mesmo que ela não tenha culpa... Porque são umas oferecidas mesmo e... – Notou que falou mais do que deveria para o pequeno, que a olhava concordando com a cabeça.
- Então está resolvido! – Disse fechando uma mão e batendo na outra.
- O que está resolvido?
- Simples Mana! É só você beijar ela.
- O que? – Manu abriu a boca, mas não conseguiu fechar, só de imaginar a cena, um frio na espinha tomou conta de seu corpo. – Miguel... Eu namoro o Félix.
- Eu sei e gosto dele... Mas a questão é se você gosta dele? – Miguel estava se divertindo vendo a cara de Manu.
- É nessa hora que pergunto se sou eu a irmã mais velha! – Abraçou o menino.
- Tem sorte de ter nascido antes, só isso! – Os dois riram juntos, e Manu se lembrou de algo, que Miguel deu a entender.
- Miguel... – ajoelhou-se na altura do menino – Eu já conhecia a Carol antes do acidente? – Miguel lembrou do que havia prometido para a Carol... Sabia que não deveria ser ele a contar, até porque tinha somente seis anos na época.
- Mana eu só tinha seis anos de idade.
- Eu sei Miguel, mas eu preciso saber! Ela deu a entender que a mulher que ela ama... Não se lembra dela.
- E você quer ser essa pessoa? – Bingo! Miguel deixou Manuela sem ação.
- Quero... Não sei o porquê, mas gostaria que esse amor da Carol fosse meu... – Baixou a cabeça por notar que estava tão apaixonada por Carol, que imaginar que ela amasse outra tão profundamente doía.
- Mana... Aceita logo que a ama e vai falar com ela... E se tem alguma pergunta seja direta! Carol nunca foi de perceber as coisas. – Sorriu para a irmã, vendo que ela havia recebido a resposta que queria. Mas como Malvina estava chegando no portão, ele não poderia tocar no assunto. Manu viu que sua mãe se aproximava e se despediu de Miguel, falando em seu ouvido.
- Obrigada... Você é a melhor pessoa desse mundo! Te amo!
- Também te amo Mana! – Malvina que ouviu Miguel falando, não deixou por menos.
- Oh... Quanto amor! Sou só eu que não recebo declarações nessa casa? – Disse sarcástica olhando para os dois. Miguel se despediu de sua irmã e entrou, ele não gostava do jeito de Malvina. Manu esperou Miguel se afastar um pouco.
- Talvez devesse fazer algo para merecer... Não acha, Mãe! – Devolveu o sorriso irônico.
- Talvez você devesse ter apanhado quando era criança... Mas sempre á tempo de corrigir as coisas, não é Manu?
- Concordo! – Deu as costas para a mãe.
- Aonde pensa que vai? Não terminei ainda!
- Vou fazer o que você falou... Vou corrigir as coisas! – Entrou no carro e saiu, deixando Malvina pensativa.
Carol estava na sala acompanhada da tropa, que era composta por: Ana, Samira, Robert, Joana e Hellen. Estavam todos sentados no sofá ouvindo os relatos de Carol. Ora ou outra Ana dava uns tapas em Carol, pela amiga deixar as oportunidades passar. Todos tinham palpites do que ela deveria ter feito... Somente Hellen mantinha-se calada observando-a.
- Aí Ana! Para... Não sou teu saco de pancadas! – Carol esfregava o braço.
- Pois vou bater até você tomar uma atitude! – Olhava séria para a amiga. Mas foram interrompidas pela mais velha da sala.
- Finalmente alguém entre todos, falou algo de útil para o momento. – Todos olharam espantados para Hellen. – O que foi? Sei que vocês não estão acostumados com tanta beleza em uma pessoa só... Mas não precisam ficar me secando deste jeito! – Conseguiu descontrair o clima da casa.
- Todos sabem que é de família Vovó! – Carol piscou para Hellen que lhe sorriu. – Aí! Ana! Por que isso agora?
- Porque está se achando demais! – Samira e Robert riram com gosto enquanto Joana só balançava a cabeça.
- Ok crianças! – Hellen as interrompeu – Carolina minha neta predileta...
- Sou a única neta sua velhota!
- Exatamente por isso! – Debochou Hellen divertidamente – Todos estão falando o que você deveria ter feito... Mas á questão é: O que você vai fazer? Manuela não é boba, já deve ter notado alguma coisa... Isso se já não desconfia de algo.
- Eu não sei...
- O que seu coração quer fazer Carol? – Sua avó a olhava esperançosa.
- Gritar que a amo! Que sempre a amei... Que em momento algum deixei de pensar nela. – Ao ouvir aquilo Ana sorriu, pois sabia que por mais que tivesse tentado ajudar Carol, ela sempre teve Manuela em seus pensamentos.
- Então Senhorita Portman – Disse Ana feliz – Tá esperando o quê para reconquista-la?
- Aninha... – Se surpreendeu com a amiga.
- Mas para terem um futuro, devem esclarecer o passado. – Disse Hellen – Como excelente arquiteta que és, sabe muito bem que nada dura sem uma base sólida.
- Mamãe você deveria ter feito engenharia e não história! – Disse Robert divertido.
- E qual a graça dos números. Quando posso encontrar “A Mão de Midas”, o “Oráculo” ou quem sabe a “Caixa de Pandora”? Nada se compara a um mundo de aventuras e descobertas! – Pensou um pouco – Há não ser que haja um belo corpo perdido por ai...
- Vovó, eu conheço um corpo pronto para ser redescoberto! – Falou Carolina sapeca.
- Ah é! E onde está? – Respondeu curiosa.
- Nesse exato momento acho que está limpando a piscina!
Todos riram sem para – até pro Moisés sobrou – e ao contrário deles Hellen atirou uma almofada na neta, fingindo estar magoada com ela. Mas todos sabiam que a velhota amava aquela menina, mais que tudo. Carol e Ana se olharam por um momento e foi o necessário para Carol pegar as chaves e sair em direção á porta.
- Para onde a menina Carol vai? – Joana assim como todos estava curiosa.
- Fazer o que já deveria ter feito! – Respondeu Ana, pois os olhos da amiga eram claros para ela.
Manu estava se arrumando para sair. Depois da conversa com Miguel não deixaria para depois. Precisava conversar com Carolina e seria aquela noite. Mas antes de sair de casa, resolveu fazer um café, para poder pensar melhor no que diria á ela.
- Vou chegar lá e dizer: Eu sei que tivemos um passado! Ou melhor... Não lembro de você, mas sei que tivemos algo! Meu deus... Não posso simplesmente falar isso... O que eu faço?
Manu continuou a pensar em voz alta, quando ouviu a campainha tocar. Pensou ser Félix, pois o porteiro já o deixava entrar direto. Foi atender á porta sem emoção alguma, já pensando em como sairia de casa tendo Félix chegado. Ao abrir á porta não foi bem Félix que ela viu, mas sim, uma bela e encantadora morena que lhe sorria sem jeito.
- O porteiro me conhece, por isso subi sem avisar... Será que eu poderia entrar?
O lado bom foi que não era o Félix. Já o lado ruim... Não era o Félix!
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
rhina
Em: 30/10/2016
Olá.
Boa noite.
Que pena o que aconteceu com sua história.
Ainda bem que não desistiu.
Gosto muitíssimo da história é das meninas.
Continue por favor.
Parabéns.
Sua história é linda.
Rhina
Resposta do autor:
Eaeee
Sim foi uma pena mesmo...
Mas tá tudo de boas... Fica tranquila.
E OBRIGADA! <3
Bjaoo Rhina!
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