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A garota do quarto ao lado por Tammy

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Palavras: 3508
Acessos: 3214   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 7- Me perdi ao te encontrar

Capitulo 7 – Me perdi quando te encontrei

POV Ravely

Me vejo aborrecida no espelho. Esse cabelo que insiste em não se comportar, meus olhos fundos fazem referência à noite muito mal dormida. Mas também pudera... Estive muito inquieta, não conseguia me acomodar, dando voltas e voltas na cama. Despertei algumas vezes com o coração acelerado, respiração ofegante e, claro, sonhando com um par de olhos azuis e o mesmo sorriso desafiador. Olho para o meu reflexo novamente e vejo uma garota exageradamente organizada que agora apenas retrata uma grande indistinguível confusão. Desisto desse cabelo e hoje minha única opção é o bom e velho rabo de cavalo, talvez assim eu consiga me manter apresentável.

Saio do banheiro em direção ao quarto, preciso me arrumar para o último encontro com Jorge. Hoje vamos ao Mosteiro de Santa Cruz, única visita que faltava para a conclusão de meu artigo. Sofro de novo, mas desta vez é em busca de uma roupa que se adeque.  Acho que devo estar de TPM, parece que  hoje nada pode me agradar.

Nunca pensei que fosse sentir tanta falta daquele apartamento minúsculo e do meu – ainda menor – escritório com divisórias de PVC, no quinto andar do prédio da viagem e turismo. Minha estadia aqui parece ter passado mais rápido do que eu imaginei e agora faltando poucos dias para ir embora eu quero aproveitar os últimos minutos.

 Para minha infelicidade, Alexandra não entrou em contato durante dias. Eu já não sabia mais se a ida para Lisboa iria acontecer e também não me dispus a ligar para ela. Na verdade me obriguei a não ligar para ela, porque talvez tenha sido uma daquelas experiências – muito interessantes – mas eu não deveria insistir nisso. “Deixe isso para trás” meu inconsciente sussurra.

Esperava por Jorge em frente ao hotel andando de um lado para outro, ele já estava atrasado e se demorasse mais um pouco eu seria capaz de fazer um buraco no chão. Logo um carro preto parou ao lado da calçada, ele. Finalmente. Cumprimentamos-nos rapidamente. O movimento na rua era fraco, talvez fosse devido ao frio inesperado que açoitou o continente durante a noite. Jorge tenta iniciar uma conversa e para tudo que ele me perguntava eu tinha uma resposta pronta e automática, sequer lembro algum detalhe do que dizia. Não saberia dizer se falamos da família, do trabalho ou de como estava frio.

Eu batia os dedos no apoio da porta do carro numa impaciente sincronia, meu desassossego era explícito, chegava a chamar a atenção de Jorge.

-Tudo bem?

-Tudo ótimo, Jorge. – Disse rapidamente tentando evitar mais perguntas.

-Tem certeza? Você me parece incomodada hoje.

Respirei fundo e sorri sem graça para ele.

-Está tudo bem sim, Jorge. Acho que é saudade de casa.

-Será apenas de casa?

Ele dá um pequeno sorriso.

-Do que mais seria?

-Não sei... De alguém que sinta falta.

Eu não entendo minha reação irracional. Assim que ouvi suas palavras, um arrepio involuntário percorre minha espinha, aquele maravilhoso par de olhos incrivelmente azuis preenchem  minha mente. “Não deveria pensar em Augusto?” me questiono. Agito minha cabeça numa tentativa falha de afastar a imagem dela do meu pensamento. Continuo absolutamente confusa sobre isso, mas apenas engulo essa conclusão em seco.

-Só de casa mesmo, Jorge.

Para minha sorte chegamos ao mosteiro. Detestaria que Jorge fizesse mais alguma pergunta que me levasse a pensar em coisas que eu não queria. Esqueça isso Ravely - eu discuto comigo mesma.

Assim que nos aproximamos da grande e linda fachada barroca, pedi para que Jorge fizesse uma foto minha. Adentramos a estrutura e ele foi me contando um pouco sobre a história fascinante do lugar que era realmente grande.

Faço mais algumas fotos e envio para Fred que não parava de me importunar com tantos e-mails. Já posso até imaginar a quantidade de perguntas – que devo responder com a maior quantidade de detalhes possível – que ele fará assim que nos vermos. Maldito Frederico... Não quero nem supor a quantidade de pretendentes que ele deve estar levando para nosso minúsculo apartamento. Com certeza está aproveitando minha ausência para fazer suas orgias em todos os cantos da casa. O pior é que eu não tranquei a porta do meu quarto, espero que ele seja misericordioso e não faça suas sacanagens lá. Por via das dúvidas vou trocar todos os lençóis e cobertores antes de pensar em sentar naquela cama.

Entre as fotos que seleciono para enviar a Fred, vejo uma que tirei de Alexandra na segunda vez que nos vimos. Ela é realmente muito, muito linda, basta ter seu olhar em mim e desconcerto-me toda. Por que raios ela não me liga? Argh! Nunca fiquei assim por pessoa alguma. Sempre achei que esse tipo de coisa existisse somente em filmes e livros e que fossem idioticamente inventadas pelos autores a fim de aumentar a imersão e ilusão dos telespectadores e leitores. Embora eu gostasse de ler histórias que envolvessem tais emoções, nunca acreditei de fato que ocorressem assim. É claro, eu nunca havia experimentado até Alexandra aparecer, mas eu não posso entender por que.

Olho para o céu e sinto algumas gotículas refrescantes e leves de chuva tocar meu rosto. Logo Jorge me tira do transe.

-Ravely, já terminou? É melhor irmos almoçar antes que a chuva aumente.

-Terminei sim, já podemos ir. – Corro em direção ao carro.

Jorge está no banco do motorista, coloco meu celular e a câmera sobre o banco do passageiro. Não notei que o ecrã da câmera estava ligado (mostrando as últimas imagens que eu tinha acessado). Mas ele viu. Arqueia uma sobrancelha que eu finjo não notar. Pego a câmera, disfarço como se tivesse sido um acidente a foto de Alexandra estar no visor.

-Essa foto ficou muito bonita.

Esboço um sorriso de agradecimento educado, sento e fecho a porta do carro com mais força do que deveria.

-Ficou mesmo...

-Também, com uma modelo dessas. – Seu comentário lépido fez meu sangue esquentar, posso afirmar que a minha jugular estava aparente no meu pescoço. Jorge apenas ficou observando minha expressão de raiva silenciosa.

-É uma pena que seja do jeito que é...

Ele falou num sussurro que mal pude ouvir, parecia mais estar pensando alto.

-Como assim? –Perguntei confusa.

-É... Tenho comigo que ela prefere mulheres.

-Qual o problema? – Ainda continuava sem entender onde Jorge queria chegar com tantos rodeios.

-Lésbica, Ravely. Acho que ela é lésbica... Temos amigos em comum, sei do que falo.

 Movimentei a cabeça buscando esclarecer a mente, tento esconder minha indignação, mas acho que não pude. Ele não para por aí:

-Acho que você não deveria se aproximar dela, sabe como são... Pode acabar complicando você.

Fico em silêncio, ainda não consegui absorver essa informação. Minha mente grita por saber que  uma pequena – talvez não tão pequena assim - parte de mim possa ter gostado um pouco dessa novidade. Por outro lado, Jorge não tinha direito de sair falando da vida de Alexandra por aí, ele não a conhece e isso me enfurece. Minha vontade de voar em seu rosto com os punhos fechados só cresce.

Permaneci em silêncio, minha face continuava carrancuda. Jorge estacionou em frente a um restaurante que, segundo ele, era muito bom “O melhor polvo à lagareiro de todos”. Dane-se o polvo! Ainda estou presa no assunto anterior.

-Não vejo como o fato de ela ser lésbica implica em seu caráter, na verdade, nas poucas vezes que a vi, foi sempre muito educada e cortês. Aliás, não acho que eu deva me afastar dela por isso. – Disse sem poder esconder a indignação em minha voz.

Ele franze a testa, parecia não acreditar que eu tive a audácia de responder de tal forma.

-E-é... Desculpe, não quis ofender. Não sabia que eram próximas.

-Tudo bem. – Respondi séria, quando na verdade eu queria dizer mais um monte de desaforos para esse preconceituoso intrometido. Só não o fiz porque ele era minha carona de volta.- Não somos...

Eu só queria ir embora. Mal toquei na comida, assim como o meu humor, parecia estar amarga.  Jorge ainda tentou puxar assuntos aleatórios durante a refeição, mas eu não respondia com a devida atenção. O caminho de volta passou em silêncio e meia hora mais tarde estamos em frente ao meu hotel. Agradeço brevemente e me preparo para descer do carro, até que Jorge segura meu braço com firmeza, me impedindo de sair. Dirijo meu olhar frio e histérico para ele.

-Ravely... Sei que é nosso último encontro e que você estará aqui por poucos dias, mas queria poder vê-la outras vezes, quem sabe ter seu contato no Brasil.

Desvencilhei meu braço de sua mão. Era só o que me faltava hoje.

-Desculpe se dei a entender algo, Sr Jorge. Eu não tenho interesse. – Recolhi minha câmera e fechei a porta aliviada por finalmente me livrar desse louco. Onde foi que eu errei? Quando aparentei ter algum interesse nele? Realmente não enxergamos o interior das pessoas só de olhar para o rosto.

Entro na recepção do hotel sem olhar para trás, não queria correr o risco de ter outra conversa com este desagradável. Faço meu caminho para o quarto, esgotada desse dia exaustivo. Ainda precisava arrumar minha mala, pretendia ir para Lisboa com ou sem Alexandra. Se bem que com ela seria muito melhor. Aquela voz oriunda da minúscula parte do meu cérebro, ocupada pelo subconsciente insiste em dizer o que eu não quero ouvir.

Passo o restante da tarde compenetrada na finalização do meu artigo, edito algumas fotos e as envio para Fred. Quando me dou conta já está escurecendo e eu não fiz metade do que deveria. A fome me assombra e a pior parte de se estar em hotel é que a maioria das vezes que queremos lanchar é necessário pagar uma fortuna. Abro o pequeno frigobar que tem no quarto, acho que essa era a segunda vez que olhava no interior desse refrigerador. Não pretendia consumir nada, mas estava com fome e muito cansada para ir até o café.

Escolho um refrigerante e uma barra de chocolate, nada saudável eu sei, mas era o que tinha para o momento. Contente-se com isto, Ravely - falo comigo mesma.

Fui para a janela observar o movimento na rua enquanto comia aquela barra de chocolate que deveria estar ali desde 2001. Distraio-me mais do que deveria e derrubo a lata de coca-cola que praticamente explode ao entrar em contato com a calçada. “Merda, merd*, merd*!”. Saio do quarto igual uma louca. Desço do terceiro andar mais rápido do que imaginava conseguir. Retiro a lata do chão aborrecida. Para quem não queria ir ao café do outro lado da rua, isso foi ultrajante. Definitivamente este não é o meu dia.

Volto para minha caverna (vulgo quarto) arrastando os pés o mais devagar possível, com a finada lata de coca-cola em mãos. Então, por alguma razão, eu olho para trás... E encontro-me paralisada no olhar azulado e intrépido de Alexandra que está encostada em um Audi esportivo preto, encarando-me atentamente.

-Olá, Ravely. – Seu olhar intenso causa-me arrepios.

Droga, mil vezes droga!

O que ela está fazendo aqui à essa hora e sem avisar? Eu pareço uma gata borralheira como diria minha avó. Enquanto ela vestia uma calça jeans justa escura, jaqueta de couro preta e botas. Naturalmente fiquei de boca aberta sem conseguir emitir som algum.

-Alexandra... – Eu suspiro e posso ver a sombra de um sorriso crescer em seus lábios. Ela parecia desfrutar de algo engraçado, pois seus olhos tinham um brilho diferente. – Tudo bem? – É o máximo que consigo dizer.

-Melhor agora e você?

Meu coração parece iniciar taquicardia todas as vezes que ouço sua voz pausada e morna. Agito a cabeça tentando agregar meu juízo que mais parecia um quebra cabeças espalhado em um quarto escuro. Seu olhar firme me desestrutura. Era como se minhas lembranças não fizessem jus a sua imagem, porque ela não apenas portava uma beleza singular, era também de tirar o fôlego.

-Estou bem... – Respondo assim que volto a possuir controle da minha consciência. Queria saber o motivo da visita, depois de alguns dias sem dar notícias. –Desistiu de Lisboa? – Fico admirada com minha audácia em perguntar.

-Pelo contrário – Ela se aproxima de mim, meus joelhos estremecem – Vim buscá-la.

Me buscar?

Ela sorri e novamente é como se escondesse um segredo.

-Para ir aonde? – Pergunto pávida.

-Para ir a Lisboa.

Ela ri divertida, achando graça da minha surpresa.

-Agora? Eu não arrumei nada. – Minhas pernas de repente perdem a força. Não aguento mais surpresas hoje.

-Não há problema, eu te ajudo.

 Ela diz me guiando em direção à recepção do hotel. Eu tento parecer despreocupada e tranquila nesse momento, mas na verdade estou tentando não esbarrar uma perna na outra.

-Você sabia que existe um aparelho chamado celular? É muito útil para entrar em contato com as pessoas. – Eu falo com ironia.

– Vejo um sorriso satisfeito brotar em seus lábios. Seus lindos olhos variam entre um tom azul e cinza. Droga, você é muito linda! E que perfume é esse? Acho que consigo sentir o sangue correr em minhas veias.

-Gosto de surpreender. – Ela disse e riu sarcástica.

Subimos até o quarto em silêncio, mas por dentro eu gritava comigo mesma. O que diabos ela está fazendo aqui?. Eu sem dúvidas adoraria um aviso prévio para poder me programar melhor.

Assim que abro a porta do quarto, percebo o olhar analisador de Alexandra correr sob o cômodo. Era como se ela tentasse trazer na memória alguma lembrança.

-Pode se sentar aqui. – Apontei para a cama -  Eu vou começar a fazer as malas.

 Ela se sentou sem tirar os olhos de mim, a imagem de satisfação continuava estampada em seu rosto. Comecei a dobrar peça por peça e colocar na mala, quando me dou conta ela está ao lado passando o restante das coisas que estão no armário. Em alguns momentos nossos olhares se encontravam e era como se eu esquecesse o que estava fazendo. Tentei não deixá-la perceber o quanto sua presença mexia comigo, mas no fundo eu sentia coisas irreveláveis só de olhar para ela.

Logo após fazer check out do hotel, vou atrás de Alexandra que estava na entrada colocando as malas Audi preto.

-De quem é esse carro? – Indago preocupada.

-Eu aluguei.

 Ela responde com o mesmo tom suave e calmo de sempre. Abre a porta do passageiro para mim, só então começo a notar que talvez o que Jorge dissera fosse verdade. Porque uma mulher seria tão gentil com outra?

O carro era lindo, o painel era todo digital e tinha mais luzes que uma boate. O teto solar possibilitava vislumbrar o céu que estava especialmente estrelado essa noite. Imagina quão caro é o aluguel desse carro? Pelos vistos ela deve ser uma modelo famosa.

-Você ficará por aqui quanto tempo?

Ela me olha rapidamente e volta o olhar para a estrada que era muito sinalizada.

-Só mais essa semana e depois volto para o Brasil.

-Vai de férias?

-Não – Ela acha graça – Voltar para casa, voltar para o trabalho.

Ela responde reservada.

-Achei que trabalhasse por aqui. Você deve viajar muito né.

-Não tanto quanto eu queria.

Ela sorri.

-Como não? Vocês modelos vivem pelo mundo. Devem viajar mais que as aeromoças.

-Modelos? - Sua testa enruga em uma expressão confusa.

-É... Faz tempo que você é modelo?

-Eu não sou modelo, Rav.

Sinto minhas bochechas esquentarem. Como assim não é modelo?

-Não? M-Mas você leva tanto jeito. Aquele dia no jardim botânico... Achei que você fosse modelo.

Ela gargalha enquanto eu sinto o chão se abrir sob meus pés.

-Eu nunca fui modelo. Sou veterinária.

-Ai minha nossa! Podia jurar que você fosse modelo, ainda mais quando me disse que veio para cá a trabalho. Julguei que fosse algum tipo de desfile, sei lá. – Limpo minha garganta tentando entender o que está acontecendo.

-Não. Eu vim fazer um curso. Trabalho em um haras.

Ela responde educada e divertida.

-Quer dizer então que você mora no Brasil? – Digo completamente arrebatada. Volto meu olhar para baixo, para meus dedos atados.

-Sim, em São Paulo.

Eu estou lutando para manter uma expressão que não entregue como eu realmente me sinto. Afinal, ao contrário do que eu pensava nós poderíamos nos encontrar muito mais vezes. Olho para a paisagem afora sentindo meu rosto ruborizar. Olho disfarçadamente para ela e sua face esconde um pequeno sorriso.

Em duas horas de viagem chegamos a essa cidade maravilhosa, do lado de fora está uma noite fria, porém deslumbrante. Paramos em frente a um hotel enorme, daqueles onde o prédio se perde de vista, era localizado em uma rua muito movimentada. Um homem com roupa muito formal se aproxima e Alexandra passa a chave do carro para ele. Deve ser um chofer. Eu penso. O quão rica ela é? Todo esse luxo me espanta. As portas se abrem e eu olho atenta por todo aquele Hal tão iluminado, com várias pessoas indo e vindo.

Eu não posso pagar por isso. Esse é meu primeiro pensamento quando volto para a realidade.

-Alex... - Ela me olha rapidamente com as sobrancelhas levantadas, acho que esta era a primeira vez que a chamava assim – Nós vamos ficar aqui?

-Sim.

Respondeu com sua voz aveludada como o de costume.

-Eu creio que não posso pagar por isso. Parece ser bem caro.

-Você não vai, é minha convidada.

Ela afirmou como se não pudesse argumentar.

-Não! Isso não está certo.

-Claro que está.

-M-Mas...

-Eu insisto.

 

Antes que eu possa responder o recepcionista me interrompe.

-Senhorita Müller, infelizmente estamos esgotados devido ao festival que acontece este final de semana.

Pela expressão que Alexandra fez, posso dizer que o rapaz atrás do balcão está com problemas.

-Sr...?

-Tiago.

-Sr Tiago, eu suponho que tenha feito uma reserva quando liguei esta tarde.

Ela soou séria sem dar alternativas para o pobre rapaz.

-Desculpe senhorita, acho que a nova recepcionista não sabia da situação, ainda está em treinamento.

A voz do rapaz era passiva e instável, assim como sua expressão.

-Não creio que esse problema seja meu. Chame o gerente.

Alexandra repreendeu firmemente. Fiquei com pena dele.

-Alex, podemos ir para outro lugar...

-Acho que a cidade inteira está assim. Mas não se preocupe, eu conheço o gerente.

Ela disse calmamente com um sorriso que não ia muito longe.

Logo um homem jovem, vestido em um terno preto chegou. Quando viu Alexandra deu a volta pelo balcão para abraça-la. Pareciam ser bem amigos.

-Müller! Quanto tempo.

-Pois é, e ainda tu me deixas sem quarto.

Alex lança um tapa no ombro do gerente.

-Espere um momento, vou ver o que posso fazer.

Ele volta para detrás do balcão e passa cerca de dez minutos discutindo com o recepcionista.

-Alex, consegui resolver esse problema e quase despedi o funcionário.

-Não era para tanto, Roberto.

Eles riem e Roberto sai.

A observo de longe, ela passa os dedos delicados e longos por entre os cabelos. Eu gostaria de fazer isso. Diz aquela vozinha irritante em minha cabeça. Acho que poderia fazer isso o dia inteiro.

Logo o recepcionista entrega a chave para ela com uma cara de poucos amigos. Alex pisca para ele e o rapaz fica ainda mais vermelho de raiva.

Percebo certa preocupação em seu olhar. Entramos no elevador e subimos até o décimo segundo andar em silêncio, ela ainda detém aquele olhar franzino. Paramos em frente à porta do quarto, ela coloca a mão sobre a maçaneta, mas nada diz. Me olha diretamente nos olhos e eu achei por alguns segundos que ela fosse... Sei lá... Me beijar, talvez. Mas ao invés disso, ela respira fundo e abre a porta. Eu balanço a cabeça procurando por equilíbrio. Mantenha o controle Ravely, segura a onda.

O quarto era enorme e, como a entrada do hotel, surpreendente. As janelas eram grandes e davam vistas para a rua movimentada. Dessa altura eu conseguia ver o shopping Center do outro lado, uma arquitetura extraordinária e atual que contrastava com a da igreja do lado oposto que deveria ser do século XVIII. Havia uma sala com um sofá de couro também muito grande de frente para um televisor de 49 polegadas. O quarto era separado, a cama aparentava ser king size.  

 Enquanto estou perdida analisando o quarto maior que meu apartamento inteiro, sinto a mão de Alexandra me tocar. Uma corrente elétrica corre meu corpo e meus batimentos já rápidos aceleram ainda mais. Viro-me de frente para ela. Cinza. Esse é o novo tom em seus olhos e eles pareciam transbordar desejo quando encontraram os meus. Acho que meu mundo acabou de ser bagunçado de dentro para fora. Tudo é considerado impossível até acontecer e existe um momento em que fui tocada, então, neste instante algo aconteceu. Algo é acionado e eu soube que tudo poderia mudar. Tudo mudou. E talvez agora, nada jamais será o mesmo.

 

 

***

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá gente, ótima madrugada!!!!

EEEEE finalmente tive tempo para postar o capitulo 7.

Desculpem a demora, tive alguns contra tempos.

Espero que gostem!

Saiam da moita e digam o que estão achando. 

Beijão.


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Comentários para 7 - Capítulo 7- Me perdi ao te encontrar:
EdyTavares
EdyTavares

Em: 03/02/2017

É verdade, na vida tudo pode ser mudado. Tenho uma amiga que se apaixonou por uma mulher, mas nunca teve coragem de viver esse amor, porque é casada e acha que esse amor é pecado. Aprendi muito com a minha filha que é lés, amor não é pecado. Linda história Tammy, quero ver o restante.


Resposta do autor:

Olá edy.

Agora que me liguei numa coisa, você está no grupo "varanda"? Acho que é a mesma pessoa. 

E que bom que as coisas possam mudar na vida, não é mesmo? Seria muito ruim se estivessemos fadados a permanecer sempre do mesmo jeito. No fundo viver seja isso... constantes adaptações...

Que pena que sua amiga não pode viver esse amor, deve ser ruim imaginar como poderia ter sido. Espero que hj ela esteja bem, apesar disso. 

Mas o melhor de tudo é vc ter aprendido com sua filha, o apoio dos pais é muitíssimo importante, seria ótimo se todos tivessem pais assim, dispostos a entender e aceitar... fico feliz que existam pais assim, como vc.

Obrigada pelos comentários, sempre são importantes, além do mais, é  uma honra ser elogiada por outra escritora. Espero continuar gradando com a história... bjs 

Responder

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lia-andrade
lia-andrade

Em: 23/10/2016

Será que beijo saiu? Ai quanta ansiedade. 

Bjos


Resposta do autor:

Kkkkkk mais tarde você ficará sabendo...

Beijoo

Responder

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Teresa
Teresa

Em: 23/10/2016

Adorei :) lindas.


Resposta do autor:

Hehehe amanhã tem capítulo novo.

;**

Responder

[Faça o login para poder comentar]

rhina
rhina

Em: 23/10/2016

 

Olá. 

Boa noite. 

Maravilhoso. Todo charme....sedução. ..mistérios. ...

Lindas. ...

Beijos. 

Rhina


Resposta do autor:

Olá Rhina! Ótima noite!

Se você achou que tinha sedução nesse, aguarde o próximo kkkkk.

Beijãoo

 

Responder

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Mille
Mille

Em: 22/10/2016

Perece que Jorge pensou que a Rav estava na dele, não gostei dele acho que a amiga da Alex tem péssimo gosto ou viu que ele não era essa coisa toda.

Essa estadias delas vai esquentar, Rav já estava tendo pensamento e imagino a Alex.

Bjus e até o próximo 


Resposta do autor:

Jorge é daqueles caras metralhadora, atiram para todos os lados. Também não gosto dele. Talvez Mariana tenha percebido que ele não era flor que se cheire.

Agora faltam poucos dias para que elas retornem ao Brasil,  e esses últimos dias de viagem prometem.

Responder

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