Capítulo 13 - História de uma, história da outra
-- Mãe... – pensou rápido no que falar – Estava falando para Diogo...
-- Diogo, meu jovem rapaz, não ligue para as brincadeiras de Isabela. – Clarice usou um tom sedutor para confortar o rapaz e explicar a provável brincadeira da filha.
-- Mãe... – tentou interrompê-la, mas Clarice foi mais rápida e abafou o que Isabela pretendia falar.
-- Sei que os dois têm muito a conversar, estão com saudades, mas preciso interrompê-los para colocar os assuntos em dia com minha criança. - olhou para filha de forma ameaçadora.
-- Dona Clarice, eu quero pedir desculpas, mas isso não pareceu brincadeira.
-- Lógico que é. – olhou novamente para filha – Diga a ele Isabela. – a loirinha bufou e olhou para os dois.
-- Não. Chega de mentiras! – olhou para Diogo e afirmou – Eu amo uma mulher, e não é brincadeira. – foi em direção a escada e virou-se antes de subir - Espero ter esclarecido todas as dúvidas. – Diogo pediu licença e saiu irritado, enquanto Clarice se serviu de uísque.
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Adriano desceu e percebeu o silêncio, olhou ao redor e percebeu a luz da varanda acesa, aproximou-se e viu a esposa sentada em uma poltrona bebendo uísque.
-- Onde estão os dois? Já se acertaram? – Clarice o olhou de forma enigmática e respirou fundo.
-- Melhor sentar, antes de ouvir o que tenho para falar.- Adriano achou estranha a atitude da esposa, fez o que ela pediu, e enquanto a mesma narrava o acontecido, ele apertava forte os braços da poltrona.
-- Essa menina pensa o que da vida? Acha que vai jogar meu nome na lama e sair numa boa?
-- O que vamos fazer?
-- Ela só tem uma opção, e se não aceitá-la, que vá trabalhar para viver, porque a fonte irá secar.
-- Nossa filha… - lamentou - O que aconteceu?
-- Aconteceu foi aquele velho caduco… - olhou para esposa e esbravejou - Isso é coisa daquele velho, o seu pai. - Clarice baixou a cabeça chorando. - Pare com isso e vá chamá-la, preciso consertar essa situação.
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Isabela tentava falar com Manuela, mas o celular da morena não tinha sinal. Ela sentou na cama, estava cansada e não sabia o que fazer.
-- Vovô! - lembrou-se do velho homem e sorriu. Quando pegou o celular para ligar, sua mãe entrou no quarto interrompendo-a.
-- Adriano está te chamando.
-- Mamãe…
-- Não me chame de mãe. - olhou fixamente os olhos verdes - Só volte a me chamar assim quando sua sanidade retornar. - deu as costas e saiu do quarto. Isabela a seguiu até a sala onde seu pai a esperava.
-- Preste atenção, porque não repetirei. - tomou um pouco da bebida e a olhou. - Vai ligar para Diogo e falar que só queria me irritar, e tentar desfazer a grande besteira que fez. - Isabela o olhou com firmeza e respondeu sem hesitar.
-- Não. - Adriano lançou o copo de uísque em sua direção e quase a atingiu.
-- Sua vagabunda! Está trocando sua família por uma vadia qualquer?
-- Não precisa ser uma troca. - tentou se explicar - Eu a amo assim como amo minha família.
-- Oh cale-se. - deu-lhe um tapa no rosto, fazendo-a girar e cair. Isabela o olhou passando a mão pelo rosto. Estava muito magoada e segurava o choro. - Prefere mesmo ser uma lésbica do que honrar o nome que lhe dei?
-- Não estou jogando o nome da família, eu apenas amo outra pessoa que é uma mulher.. - Adriano a olhou com fogo nos olhos.
-- Clarice, chame os seguranças. - a mulher o obedeceu,
-- Vai mandar matá-la? - gritou - Resolver tudo ao seu modo de ser, Doutor Adriano Martim?
-- Não. - olhou de forma sarcástica para filha e depois para os seguranças que se aproximavam. - Coloquem a para fora do condomínio, e a partir de hoje nós só temos uma filha, Alexandra. - virou-se para se servir de mais uísque. Os seguranças ergueram Isabela que ficou de pé.
-- Papai, eu tenho o direito de pegar minhas coisas. - falou com a voz trêmula - Mamãe, eu não posso sair por aí a noite sem dinheiro.
-- Pensasse nisso antes. - Clarice respondeu e saiu da sala.
-- Doutor Adriano, querendo ou não sou sua filha, e se fizer isso vai ser muito pior, porque irei para imprensa falar sobre tudo o que me fez. - o homem mais velho a olhou com fúria, e foi Tião, um dos seguranças que interrompeu o chefe, antes que ele ordenasse fazer coisa pior.
-- Cale-se ou sou possível de mandar despachá-la para o inferno.
-- Fique quieta menina, ou vai ser pior. - olhou para o companheiro - Vem Jonas, anda logo. - levaram Isabela até a entrada do condomínio, foi então que ela olhou para rua escura e bateu o desespero. O homem leu pela expressão de espanto e tentou ajudá-la. - Olha dona Isabela, eu lhe conheço desde bebê, e não acho certo, seja lá o que a senhora tenha feito, o patrão lhe jogar assim na rua.
-- Eu só não quero casar com quem ele escolheu porque… - olhou para o segurança - amo outra pessoa. - completou se limpando.
-- Eu não posso sair daqui, e também não tenho muito dinheiro, mas pode ficar com isso aqui pra pagar um táxi.
-- Obrigado Tião, mas aqui não passa táxi.
-- A senhora pode chamar pelo meu telefone. - Isabela abriu um sorriso e aceitou, mas, antes ligou para casa do avô, e ficou feliz por ter sido Alexandra a atender.
-- O QUE PAPAI FEZ? - perguntou quase gritando, o que chamou atenção de todos.
-- O que aconteceu? - Joana perguntou preocupada, e Alexandra fez sinal para que aguardasse.
-- Bela, vai para um hotel. - Alexandra não sabia o que fazer - Vou pegar o primeiro voo para BH, e tento amenizar a situação.
-- Não adianta, papai foi claro.
-- Mamãe vai te ajudar, guria.
-- Ela estava lá e concordou com tudo. - declarou com pesar.
-- Não pode Isabela. - disse em um tom mais baixo, sentiu vergonha e mágoa pela mãe.Joana viu a decepção nos olhos da neta e a abraçou, mesmo sem saber do que se tratava.
-- Mana, vou procurar um hotel e entro em contato por lá.
-- Isabela, por favor, nos avise assim que se hospedar.
-- Tudo bem. - quando a loirinha desligou, Alexandra olhou para a avó e para Dalva que entrava na sala, ela contou as duas sobre tudo o que havia acontecido.
-- E Clarice permitiu tudo isso. - afirmou com pesar.
-- Calma vó, não sabemos os motivos de mamãe. - Alexandra tentava amenizar a situação, não acreditava na indiferença da mãe.
-- Acho melhor avisar Manuela, estou vendo a história se repetir.
-- Isso Dalva, e eu vou procurar meu avô, ele também precisa saber.
Todos estavam mobilizados, Isabela havia sido expulsa de casa por seus pais, mas, tinha o apoio incondicional do resto da sua família.
Manuela adormeceu e esqueceu o celular no silencioso, não tinha como ser avisada e só ficou sabendo no outro dia, pela manhã.
-- Bah guria, onde tu estavas?
-- Dormindo. Aquilo que faço toda noite quando chegou a exaustão. - respondeu em tom de brincadeira.
-- Manuela, a situação não está para brincadeira.
-- Aconteceu alguma coisa com o padrinho?
-- Com ele não, mas com Isabela.
-- Isabela?
-- Ela disse aos pais que te ama, e eles colocaram ela para fora de casa.
-- Estou indo para o aeroporto. - declarou sem margem para explicação - Veja onde ela está e mande o contato para mim.
-- Manuela….
-- Dalva, estou perdendo tempo, tenho que ser rápida. - quinze minutos depois de ter falado com Dalva, Manuela avisou a madrinha que havia alugado um jato e iria direto para Belo Horizonte pegar Isabela.
-- Alugar um jato não é o mesmo que um carro. - Alexandra comentou com curiosidade - Como ela conseguiu?
-- Minha filha, Manu tem mais dinheiro do que toda nossa família.
-- Vovó, eu sabia da herança do avô de Manuela, só não imaginava ser tanto.
-- Ela é muito inteligente e batalhadora, aumentou muito o que já tinha.
-- E agora vai salvar a princesa encantada. - Dalva interrompeu de forma divertida, levando todas a rirem.
-- Vou avisar a Antônio, ele queria ir também, e isso estava me preocupando muito.
-- A nossa menina vai resolver tudo, dona Joana.
-- Tomara Dalva, tenho fé nisso.
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Passava das dez horas quando Manuela chegou a BH e procurou o hotel em que Isabela havia ficado. Perguntou o número do quarto e pediu um quarto no mesmo andar, sabia que iriam avisar a loirinha, e preferia fazer uma surpresa.
Isabela ouviu alguém bater a porta, e ficou irritada por ser incomodada. Estava péssima, passou toda a noite chorando e lamentando a ausência da sua morena.
-- Quem é?
-- Serviço de quarto. - brincou, modificando um pouco a voz.
-- Olha, eu não pedi…. - disse abrindo a porta e quando viu a morena, seus olhos se encheram de água. - Manu!
-- Eu vim te buscar para levar para nossa casa. - afirmou com o sorriso mais lindo que Isabela já tinha visto. -A loirinha retribuiu o sorriso e pulou nos braços da morena.
Fim do capítulo
Muito atrasado, mas aí está. Beijo, queridas!
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rhina
Em: 22/10/2016
Olá.
Boa noite.
Manuela não perde tempo...ela age.
Adorei a atitude das duas....uma admitindo seus verdadeiros sentimentos E a outra não medindo conseqüência para salvar seu amor.
Beijos.
Rhina
Resposta do autor:
Manuela irá surpreender mta gente. Beijos, Rhina.
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lia-andrade
Em: 21/10/2016
Tadinha da Bella, ser expulsa pelo pai e a mãe sendo omissa a isso. Pensei que Adriano fosse obriga-la a casar.. Já estou ansiosa para o próximo.
Beijos
Resposta do autor:
Adriano com certeza não irá deixar barato. Beijos.
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Fab
Em: 21/10/2016
Oi, autora!
Estava apreensiva, com medo de que o pai de Isabela obrigasse ela a se casar com aquele lá. Apesar de ter causado sofrimento em Isabela, os pais acabaram fazendo um favor expulsando-a de casa. Assim ela vai direto para os braços de sua morena linda.
Mas algo me diz que aqueles dois ainda vão aprontar com elas. Ou será que o sr. Adriano mudará de ideia ao saber que a Malu é muito rica?
Beijo!
Resposta do autor:
Acho que a loirinha saiu no lucro, não é, Fab? Aguarde novas revelações. Beijos.
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Mille
Em: 21/10/2016
Isa não voltou atrás na decisão nem a chantagem dos pais, e que horror eles vi a hora do Adriano fazer algo de grave com a Isabela.
Manu ligeira foi socorrer a amada, e ainda vez uma belíssima surpresa.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Qual surpresa que venha de uma morena daquelas poderia ser ruim? Kkkkkk
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