Umas férias ...
Capítulo 4
Era uma pequena vila pitoresca . Conta-se que um navio tinha ficado encalhado na escarpa , os tripulantes se encantaram daquele lugar e ali ficaram . As moradias eram tidas encrustadas pela falésia acima e bem rente ao mar era um enosrme passeio maritimo com ancoradouros .
Nunca tinha visto niniguém tão luminoso comoaquela moça de cabelo curtinho, cabelo cor de cobbre e de sardas , roliça ,mulher forte e delicada , alegre , nem sei se nervosa eléctrica . Abordou-me assim que me avistou , seria uma especie de guia daquela vila , não que houvesse muito para ver , nada disso , era apenas o que se via : casa à volta de um porto , mas mesmo assim ia mostrar-me tudo . Arrastou-me pelo braço, explicando que os enfeite que se viam na rua eram uma festa atribuida a um santo qualquer , ou seja uma boa desculpa para fazer uma festa, assar sardinhas na rua , beber e dançar .
E falava , falava , continuava a falar , nunca imaginei que um sitio tão pequeno tivesse tantas histórias, contudo não me aborrecia , fascinava-me aquela energia !
Mostrou-me os becos esquivos, os vãos onde os meninos, filhos de pescadores jogavama à bola , uns tiravam a camisola e outros não e estavam feitas as equipas . Explicou-me porque as paredes tinham um aspecto tão sujo , afinal aquilo era um porto e os grandes navios poluentes tambémpor ali passavam , já o mar tão salgado também desgastava e enferrujava .
E eu ouvia . Num momento sentia tão próximo que esperei um beijo, mas ela afastou-se timida, nervosa . Talvez tivesse percebido mal . Olhei então e na minha frente abriam-se degraus enconsta acima . Era uma visão unica os degraus iam estreitando até desaparecererm na escuridão .
Peguei-lhe na mão e puxei-a para os primeiros degraus . Tão nervsa ela estava que tremia , mas ria .
-Que foi?
Entre o riso e nervosismo disse-me que era perigoso . Não percebi que perigo podia haver numas escadas numa noite de lua cheia à beira mar ...
Subi na frente dela saltando como criança e de repente ela alcançou-me e puxou-me , pensei no beijo . E quase voando ela arrastou-me pelas escadas abaixo , abrigou-nos num vão empredado e o veiculo amarelo passou zumbindo bem rente a mim . Era um eléctrico, um transporte colectivo , etranhamente não necessitava de carris , que deslizava pelas ecadas , ia cheio de gente bem disposta em busca da farra da festa da vila .
Ficou um silênscio enorme e o rosto dela tão perto do meu , acariciei-o , tinha a pele tão macia, era irresistivel , queria tanto um beijo ...
Ela afastou-me , nervosa e sorrindo ,percebi que os meninos nos olhavam com expectativa , percebi que contavam as aparências .
Ela trouxe-me até à pousada onde tinha o meu quarto . Já não havia meninos , ouvia-se a música e a alegria de todos . Beijei-a na penumbra, devagar , saboreando todo o carinho daquele momento . Tinha vontade de a levar para o quarto , amá-la a noite inteira , conhecê-la por uma vida . Imaginei-a mais brilhante que nunca entornando a sua essência por entre gemidos de prazer. Imaginei poemas que lhe contaria ao ouvido para que sentisse amada a todos os segundos ... Imaginei .
E ela sabe que imaginei , de olhos nos meus , ela imaginou comigo aquela noite e todas as outras . sentiu as caricias e fez-me delirar em cada beijo imaginado .
Mas , não podiamos, disse-me com aquele olhar mais expressivo que jamias encontrei . Eu estava de passagem , ela não partiria , seria manchar com a realidade de uma noite o sentimento mais belo deste mundo . E que mundo nós sabiamos, terra pequena , paredes finas , olhos por todo lado .
olhei-a outra vez , fiz amor com ela mais uma vez com o olhar. Entrei subi para o meu quarto , a madeira rangeu , a luz sombria do candeeiro tecto criava sombras na parede . Deite-me sobre a cama e adormeci como se desmaiasse.
Quando acordei já era madrugada , estava frio e vinha neblina do mar . Fiz a mala e sai para o cais . Saltei para dentro do primeiro barco que parecia pronto a partir .
Olhei aquela terra mágiaca lentamente a desaparecer no nevoeiro , reparei que não chorara, nem uma lágrima e tanta emoção , dvia ter gasto as lágrimas todas no passado ,noutro amor , talvez por isso nem tinha tentado mudar o destino desta história , talvez algures tivesse morrido por dentro .
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]