Capítulo 4 - "Fazendinha"
Enfim chegamos! O senhor Otávio havia nos comunicado que passaríamos a noite em sua fazenda, mas ele não havia dito que era aquela “fazendinha tão humilde”, eu nem conseguiria descrever o lugar de tão bonito. Havíamos pensado que ficaríamos alojados em um casarão antigo cheio de poeira, mas nada daquilo era esperado. Apesar da fachada bem tradicional o interior era bem moderno. Esperar ter eletricidade tudo bem, mas até internet tinha no lugar. Não haviam muitos quartos na casa, mas o restante dos cômodos compensava, além de uma biblioteca imensa, tinham também mais alguns quartos que haviam sido modificados para serem usados como laboratórios para que quando voltássemos do campo pudéssemos fazer a triagem do material.
- Manu me belisca que acho que to sonhando. Isso aqui é o paraíso dos pesquisadores.
Ri do entusiasmo de Arthur, e ao invés de um beliscão dei um chute de leve na sua canela.
- Ai, maluca! Mas tudo bem pelo menos agora sei que não morri e fui pro céu dos pesquisadores.
Depois de nos apresentar o seu “barraquinho” Iara comentou sobre a distribuição dos quartos. A casa possuía mais quartos, mas com as alterações pra dar um maior suporte para os laboratórios restaram apenas cinco quartos, sendo um deles um quarto de casal. Estávamos em dez pessoas logo ficariam dois por cada quarto e como éramos as duas únicas mulheres dormiríamos no quarto de casal.
- Espero que a Dra. não se incomode.
Lembrei do episodio do carro em que ela dormiu aconchegada a mim e pensei no quanto essa noite seria longa se ela fosse tão espaçosa assim na cama também, mas apenas respondi.
- Não se preocupe, quando estamos em campo às vezes nem temos direito onde dormir não acho que será um problema dormimos na mesma cama.
Depois da distribuição dos quartos, fomos tomar um bom banho, pois logo nos reuniríamos para definir alguns detalhes sobre a viagem de campo na manhã seguinte.
- E ai irmanzinha feliz com sua companheira de quarto? Bom que terão tempo de se conhecer.
- Arthur será que você não tem mesmo nada melhor pra fazer do que encher a minha paciência.
- Tudo bem maninha, afinal terei um ano inteirinho pra te zuar.
- Some daqui Arthur, antes que a menina volte para o quarto e escute as suas bobagens.
Estavam todos exaustos da viagem, mas ainda tínhamos que discutir alguns detalhes sobre a viagem do dia seguinte. Apesar do cansaço estávamos ansiosos e qualquer informação a mais seria útil.
Conversamos um bom tempo sobre como seria realizado o trabalho, ou pelo menos o plano inicial já que estaríamos num terreno completamente desconhecido, logo não poderíamos ter uma previsão exata de como se desenrolaria o trabalho na prática.
- Doutora porque não aproveitamos que temos na nossa equipe alguém que conhece ao menos um pouco a área pra conseguir mais informações.
Notei que Iara ficou meio sem graça com o comentário de Lucas, um dos botânicos da equipe, então resolvi levar adiante a situação, quem sabe eu não daria umas boas risadas com a insegurança da moça e isso talvez acalmasse um pouco os rapazes que perceberiam que ela era mesmo só uma menina.
- E então Iara será que poderia nos dar uma ajuda, já que conhece a área.
- Claro doutora será um prazer.
Definitivamente aquela não foi uma boa idéia, quando ela começou a falar toda sua insegurança desapareceu, e o que vi diante dos meus olhos me deixou completamente estarrecida. Ela falava com muita clareza e de forma quase hipnotizante. Descreveu em detalhes as novas acomodações construídas especialmente pra a nossa pesquisa, sendo que no meio da mata haviam três pontos de apoios com remédios e alimentos, para que pudéssemos passar as noites, em que não dormiríamos nas barracas. Comentou sobre as trilhas de acesso e que sempre que necessário poderíamos retornar ao sítio, caso houvesse um volume de material maior a ser triado, pois sempre teríamos um carro a nossa disposição no inicio da trilha principal.
Enfim ela estava até mais informada do que eu sobre essa parte da pesquisa, tive que admitir que foi mesmo de grande ajuda ela ter participado da reunião. Se antes os rapazes a consideravam mais um menina bonita no grupo, perceberam nela muito mais.
No meio da minha surpresa com toda a desenvoltura de Iara, ainda tive que ouvir uma piadinha cretina do inconveniente do Pedro.
- Nossa as mulheres na nossa equipe são poucas, mas dominam mesmo. Cuidado chefinha assim terá que dividir seu cargo.
Em geral sempre ignoro os comentários idiotas de Pedro, que gosta de tentar me provocar, sem que isso cause algum efeito e era isso que eu faria, mais uma vez, mas alguém tomou minha defesa. Iara no seu tom completamente controlado, porém desconcertante foi quem respondeu.
- Desculpe se a presença feminina na equipe faz com que se sinta inferiorizado, mas não há com que se preocupar, pois a Dra. tem competência suficiente pra ser a única chefe na equipe e eu farei o possível para ajudar.
Não havia grosseria alguma em suas palavras, e apesar de serem todos adultos na reunião não pude deixar de me sentir numa turma de primário quando o restante dos rapazes se uniram numa vaia, o que deixou Pedro ainda mais desconcertado.
Depois de todos os detalhes acertados e combinado de sair às sete horas. Um jantarzinho delicioso nos esperava após a reunião. Desse jeito ficaríamos todos mal acostumados. Durante o jantar ainda conversamos bastante e sentada ao lado de Iara, não havia como ignorá-la e era inegável todo carisma que a menina possuia, não havia como não ficar a vontade a seu lado.
Ainda conversamos mais um pouco após o jantar, mas estávamos mesmo cansados então logo nos despedimos, pois no dia seguinte estaríamos cedo de pé novamente pra mais uma viagem até o primeiro ponto de apoio de onde partiriam as expedições.
Mais uma vez estávamos dividindo o mesmo espaço, só que não mais em um carro e sim numa cama e nessa noite que comecei a perceber que Iara devia sofrer de algum tipo de síndrome de carência durante o sono, pois por mais que eu me movesse na cama ou me encolhesse pra me afastar ela sempre dava um jeito de se aproximar e eu nem poderia dizer que era intencional, pois ela ressonava suavemente demonstrando que dormia. Era estranho e ao mesmo tempo agradável ter alguém assim ao lado na cama. Durante a madrugada acordei com ela abraçada a mim como ainda estava sonolenta logo voltei a dormir aconchegada em seu abraço.
Fim do capítulo
Beijos Meninas!
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Fady
Em: 19/10/2016
Olá autora!!! Que legal encontrar essa história por aqui, tinha lido ela no abcles e já estou ansiosa pra acompanhar novamente. Bem que vc podia postar mais de um capítulo pra gente por vez, hein! (carinha de cachorrinho pidão, rs.) Bjus.
Ps. Super me identifico com essa mania da Iara de carência notuna" kkkkk.
Resposta do autor:
Rsrs espertina nada de dois capítulos por vez, mas posso mandar um capítulo bônus de vez em quando...rsrs...
Ps.Difícil e não se identificar com Malu ou Iara em algum momento né...Rsrs
lay colombo
Em: 18/10/2016
Adoro os fora q a Iara da no Pedro kkkkkk
Resposta do autor:
Pedro as vezes até parece que gosta de tomar un foras né...deve ser algun tipo de fetiche morbido...rsrs
Resposta do autor:
Pedro as vezes até parece que gosta de tomar un foras né...deve ser algun tipo de fetiche morbido...rsrs
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