Capítulo 3 - Mais Estrada
Enquanto acordava os rapazes, ela se dirigiu a lanchonete com o Seu Nelson, acho que ela queria mesmo era dar uma ajeitada no cabelo e uma retocada na maquiagem antes dos rapazes acordarem, algo bem típico de patricinha mesmo. Mas a verdade é que ela nem precisava de nada disso, pois nem conseguia entender como ela poderia estar assim tão linda depois de horas dormindo num banco de carro nada confortável.
Como era de se esperar os rapazes ficaram babando quando a viram. De repente todos se tornaram extremamente comunicativos e gentis, se eu não conhecesse bem todos até acreditaria que eram mesmo tão queridinhos. Até Arthur que tinha sua eterna namorada, que ele adorava dizer que seria a mãe de seus filhos, a mulher de sua vida, estava no meio cheio de conversa pra cima da menina.
Era engraçado vê-la naquela situação tentando ser gentil com todos, e ela conseguia, pois parecia já ser super amiguinha deles, falava com muita educação e a atenção a todos, mas sem corresponder a nenhuma das investidas. Nossa ainda não se conheciam nem a 24 horas, se as 8h da manhã eles já estavam naquela empolgação nem queria imaginar como seria ao longo daquele ano que a equipe estaria unida. Se é que a menina sobreviveria a tanto. Não pude conter um sorriso ao pensar nisso.
Meu adorável irmão que não perdia uma oportunidade de me zuar veio cheio de graça pra perto de mim.
- E ai irmãzinha o que achou a Iara?
- Minha opinião ainda é a mesma, só por que a menina parece uma índia não quer dizer que ela se sairá bem no meio da mata.
- Aff!! Esqueci desse seu mau humor matutino, ou será você é sempre assim mesmo.
- Volta lá pra babar mais um pouco maninho, que eu acho que vou aproveitar pra ligar pra minha cunhadinha querida.
- Poxa nem sabe brincar hein!? Admita logo que a menina parece ser gente boa.
- Ok. Mas me diga por que não me falou mais sobre ela.
- Você não parecia interessada em saber nada antes e eu não perderia essa sua cara de surpresa por nada, maninha!
Decidimos não demorar muito na nossa parada, pois assim poderia ter uma pausa maior na hora do almoço e depois seguiríamos direto pro sítio, onde passaríamos a noite e depois iríamos direto pra campo.
Dessa vez Arthur e Júlio foram sentados na frente e nos duas fomos sentar em meio do restante dos rapazes, que aproveitaram pra conhecer um pouco mais de Iara, enchendo a menina de perguntas. Ela respondia quase tudo, deixando as perguntas mais ousadas sem respostas, mas sem fazer isso de forma grosseira. Os rapazes pareciam mais uma turma de oitava série, quando entra uma aluna nova bonita e todos ficam ao redor da menina.
- Mas porque decidiu trabalhar com fotografia?
Foi a pergunta de Pedro, o geólogo da equipe.
- Acho que pela mesma razão que você decidiu estudar pedras, por que sempre gostei.
Mas a inconveniência de Pedro parecia não ter limites.
-Desculpe, mas é que em geral fotografias são um hoby e não uma profissão, a menos que se dedique a fotos profissionais pra revistas ou algo assim, é a primeira vez que escuto falar em especialização em fotografias da natureza.
Nessa hora pensei em entrar na conversa, pra dar um help pra menina, mas nem precisei, pois ela respondeu de forma educada como de costume mas colocou Pedro em seu lugar na hora.
- Eu que devo pedir desculpe, pois também tinha a idéia de que colecionar pedras não fosse profissão, mas pelo visto o senhor leva a serio sua brincadeira.
Essa foi a primeira troca de “elogios” em nossa equipe, e todos perceberam o clima nada tranqüilo e resolvemos mudar de assunto, afinal não seria nada prudente que em uma equipe, que passaria um ano praticamente isolado numa mata, houvessem desavenças por conta de bobagens.
Seu Nelson que conhecia bem o caminho sugeriu que parássemos pra almoçar em um pequeno rancho, onde além de ter uma comida excelente havia uma varanda com um monte de redes pra que pudessem descansar um pouco depois do almoço, já que a próxima pausa seria apenas durante a noite quando chegássemos a fazenda do senhor Otávio.
O almoço transcorreu tranqüilo, a comida era realmente muito boa e as redes foram mesmo providenciais pra um bom descanso. Deixei-me ficar ali apenas pensando um pouco na viagem e no quanto estava ansiosa pra começar o trabalho. Não pude deixar de lembrar da conversa tensa entre Iara e Pedro no carro. Até mesmo eu duvidava de minha sanidade quando pensava que já havia namorado com aquele idiota. Ele não era tão mal e tinha que admitir que ele era lindo, apesar de um tanto arrogante as vezes, mas ele sabia ser extremamente charmoso quando queria, e eu era só uma menina na época.
- Dra! Nós já vamos seguir viagem.
Ela me acordou de meus pensamentos, com uma cara quase tímida quando me chamou. Engraçado como ela perecia extremamente a vontade no meio dos rapazes e perto de mim parecia até que eu seria capaz de morde-la. Respondi de forma educada pra não assustar mais ainda a menina.
- Obrigado Iara já estou indo.
Nossa viagem parecia ser para o Reino Tão Tão Distante, tava que nem o burro falante de tão entediada, porque nunca chegava. Já estava com o corpo tenso de tanto ficar sentada, alguns rapazes ainda conversavam e outros cochilavam. Eu estava ansiosa demais pra ter sono e Iara também parecia meio apreensiva, pois havia passado o resto da viagem quieta apenas observando a estrada, com um olhar que parecia perdido em lembranças. Será que a mocinha estava com medo do que a esperava?
Fim do capítulo
Olá moças, espero que estejam gostando e obrigada para as gurias que tem comentado é sempre bom saber o que pensam do texto, isso nos motiva a escrever ainda mais pra vocês, sempre que der respondo aos comentários, com muito carinho. Beijos
Comentar este capítulo:
rhina
Em: 17/10/2016
H
Olá.
Bom dia.
Boa semana.
Eu ,autora estou gostando muito da sua história.
Quero logo os demais capítulos.
Quero conhecer a fundo estas duas mulheres antagônicas.
Beijos.
Rhina
Resposta do autor:
Olá Rhina, fico feliz que esteja gostando e logo terá mais capítulos e espero que goste de conhecer um pouco mais de Iara e Malu.
Beijos.
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