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A garota do quarto ao lado por Tammy

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Palavras: 3295
Acessos: 2999   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 3 - Motivo para se preocupar

POV Alexandra

No dia seguinte acordei mais estressada que o de costume, motivos: Era cedo demais¹, Mariana acorda ouvindo How long Will I Love you² e teríamos uma pequena viagem de 5 horas até Coimbra³.  Eu ainda não tinha aberto os olhos, quem sabe ela me deixasse quietinha na cama curtindo o outono Espanhol... Meus pensamentos foram interrompidos pela puxada brusca do blackout. Aquela claridade de dias levemente nublados penetrou minha retina com violência. Enfiei a cara no travesseiro antes que ficasse cega.

 

–Bom dia, flor do dia! – Ela puxava meu travesseiro.

 

–É tarde demais para voltar para casa? - Murmurei.

 

–Claro que é. E tu não queres isto... Temos muito a fazer.

 

–Temos sim, passar o dia na cama a descansar ou ir para Ibiza. – Sorri e me cobri de volta.

–Levanta–te, Alex! O curso começa amanhã, temos que ir a Coimbra hoje.

 

– Que curso? Eu vim para cá a passeio, achas que fiquei em Madri só para não ter que ir de classe econômica para Portugal? Vamos para Ibiza! – Tapei os ouvidos.

 

             –Ficastes em Madri para ir comigo de carro até Coimbra. Disseste a mim e ao teu pai que a intenção de vir era única e exclusiva ao curso de técnica cirúrgica. Além do mais Ibiza está mais longe que Coimbra.

 

                Revirei os olhos, Mariana não parava de argumentar.

 

–Mentir para meu pai é quase minha segunda profissão, sou melhor nisso do que como veterinária. – Tentei dizer e ela sequer ouviu, continuava:

 

– Há tempos que espero esse professor em Coimbra, tu também. Ele é o especialista na área.

 

–Esperava... Nos dias atuais eu não espero mais nada. – Levantei e ela continuava me olhando de soslaio.

 

–Chega. Já está na hora de parar com esse drama porque tua voz fica até chata.  

 

Lancei–lhe o travesseiro, ela correu e acertou a porta.

 

–Espero–te na recepção. – Gritou antes que a porta batesse.

 

Arrastei–me até o banheiro. Só um bom banho poderia tirar a preguiça de mim ou eu dela. Dei uma organizada na mala, pois não queria fechar. Na verdade sentei sobre ela e puxei o zíper mesmo.

 

Mariana me esperava enquanto comia algumas frutas. Estava em uma mesa ao lado da enorme vidraça que separava a calçada do interior do restaurante. Enquanto servia o café observava a chuva leve que começava a cair. Batia no vidro e escorria lentamente, não pude evitar algumas lembranças que insistiam em emergir. De início eram boas, mas logo em seguida tornavam–se ruins, um incômodo que iniciava no peito e subia para a garganta. Estar nesse hotel lembrava–me de momentos que eu gostaria de esquecer. Mas como esquecer algo que esteve e está comigo aonde quer que eu vá?

 

 Mariana acenou assim que me viu, tirando–me do transe. Ela tinha um jeito espalhafatoso, era engraçado às vezes.

 

–Onde estava?

 

–Me servindo... – Apontei para o prato em minha frente.

 

–Me refiro em pensamento. – Resmungou.

 

Balancei a cabeça como se não tivesse entendido a pergunta.

 

–Chamei, acenei e tu continuavas vidrada no além.

 

Não respondi, na verdade mal ouvi a pergunta.

 

–Tu vais esquecê–la... Cedo ou tarde. Logo aparecerá outra.

 

–Não sei do que falas. Não quero encontrar alguém, ao contrário, estou em busca de me perder. – Pisquei para ela com malícia.

 

–Ta bem, como quiser... Mas eu bem sei o que se passa por detrás desses olhos azuis tristes. Eu estava lá quando aconteceu.

 

 Não respondi, apenas continuei comendo.

 

Engoli o pão e o café tão rápido, como se fosse fazer aquele assunto acabar. Olhei para o relógio em meu pulso, mas nem sequer vi as horas.

 

–Já está tarde, melhor irmos agora para chegar antes do almoço. – Ela notou minha fuga. Levantou–se concordando, tinha um sorriso sarcástico de quem diz “te conheço mais do que imaginas”. Não poderia discordar, ela realmente conhecia.

 

Passei o resto da viagem observando a bela paisagem e suportando as músicas mais melosas que existiam. “Como uma pessoa tão romântica como Mariana, permanece tanto tempo solteira”. Quanto mais eu queria esquecer, mais esse romance imposto no ar me obrigava a lembrar. Entre todos os argumentos que eu usava para praguejar o amor e todas as pessoas apaixonadas da face da terra, um me fez sorrir ao lembrar Ravely. “Engraçado, normalmente eu não consigo lembrar o nome das moças que dormem comigo”. Ela não tinha dormido comigo de fato, mas sim dormido sobre mim. Deve ser por isso que me lembro. Nunca vi uma pessoa ficar exageradamente ruborizada tão rápido. Ela deve ter ficado feliz por eu tomar o lugar daquele brutamonte, folgado.

 

Enquanto o homem completamente desajeitado procurava a passagem para confirmar que o assento não era de fato aquele, minha paciência – que é bem pequena – estava prestes a esgotar, eu quis jogá–lo para fora no mesmo instante. Até que notei a presença de uma moça ao lado do asqueroso. Estava completamente alheia ao que acontecia ao seu redor. Tinha a cabeça recostada na janela, o fone de ouvido não permitia ouvir o mundo afora. Por um momento esqueci–me do homem, desisti de descontar minha irritação sobre ele. Meu foco era ela, seus cabelos claros e ondulados, senti curiosidade sobre o que pensava... Assim que o estranho se levantou ela notou que algo estava acontecendo, seus olhos vieram de encontro ao meu, sorri tentando ser simpática, e desta vez meu sorriso não estava carregado de segundas intenções. Ainda assim ela não retribuiu. Ao menos não de forma direta.

 

Talvez tenha sido por medo. Logo o avião decolou, eu a analisava, ela fechou os olhos, apertou a poltrona com tanta força... Eu quis ajudar, não sabia como, mas não gostei de vê–la daquela forma. Eu estava ali e ela aparentava se sentir insegura. Acho que meu lado protetor – inclusive eu sequer sabia que existia um – falou mais alto. Fingi que também estava com medo e segurei sua mão. Normalmente sou imprevisível e impulsiva, mas só quando sei o que estou fazendo, desde que isso me traga benefícios. Porém, desta vez fiz sem pensar, sem calcular. Assim que ela abriu os olhos, encarou nossas mãos e eu a soltei. Seu olhar era indecifrável. Cheguei a sentir–me vulnerável, até que ela disparou a falar e gaguejar aleatoriamente. Mas nada superou sua expressão quando percebeu que havia dormido em meu ombro por um longo tempo. Achei que fosse pedir um paraquedas para comissária de bordo e saltar do avião. Ela nem ao menos conseguiu dizer uma palavra, enquanto eu ria internamente. Esse gesto de carinho me garantiu apenas um bom torcicolo, mas acho que faria de novo, claro, não admito isso nem sob ameaça de morte.

 

–Posso saber o motivo do sorriso?

 

–Que sorriso?

 

–Este aí – Apertou minhas bochechas.

 

–Isso dói. Preste atenção na condução! Ai meu Deus! – Já estávamos saindo da pista.

 

–Essa foi por pouco – Ela achou graça.

 

–Maluca! Quase nos mata. – Franzi o cenho fingindo irritação.

 

–Não mude de assunto Srtª Alexandra Muller.

 

–Não estava a pensar nada, louca.

 

Mariana, não disse nada, apenas me olhou pelo canto do olho.

 

–Tá... Não era nada. Só lembrei o episódio cômico na viagem. Apenas isso.

 

–Desta forma não há conversa. Que episódio? Quero informações importantes. Tu falas como homem. Quero detalhes!

 

–Ó, céus. Apenas lembrei–me da rapariga que dormiu em meu ombro. Quando notou o que tinha feito ficou tão envergonhada que sequer conseguia falar. Foi cômico, devias ter visto.

 

–Hm... Ela ficou na Espanha? – Parecia desconfiada.

 

–Não sei. Não perguntei para onde ia.

 

Mariana sorriu com a minha resposta, mas não disse nada. Se ela estivesse no voo, poderia jurar que falou com a moça e sabia exatamente para onde ela ia. Mas como isso não aconteceu, acho que ela apenas sorria sem motivo, como sempre.

 

Chegamos a Coimbra por volta das 13 horas. Mal tiramos as malas do carro e já saímos novamente para almoçar.

 

Bem no fundo, eu tinha decidido fazer a viagem apenas para sair de São Paulo, passar algum tempo fora, conhecer pessoas diferentes e o curso era apenas uma desculpa a fim de evitar maiores perguntas por parte dos meus pais. Mas agora... Estar aqui de novo, vendo a movimentação dos universitários, parecia ter voltado a época em que eu era feliz e não sabia. Morei cinco anos nesta cidade, era como uma segunda casa. Toda a movimentação dos estudantes que passavam de um lado para outro, lembrei–me de quando estudava nesses mesmos locais, quando passava nestas mesmas praças. E viver tudo de novo, por apenas um mês seria revigorante.

 

***

 

POV Ravely

Acordei perturbada, já passava das nove da manhã, olhei ao redor e levei um tempo para entender onde estava. Continuei por alguns minutos debaixo das cobertas. Essa cama é realmente muito confortável, por isso é tão difícil abandona–la. Talvez a cama do Fred fosse assim, por isso ele se atrasava sempre. Nos meus dias normais eu teria pulado da cama assim que notasse o atraso. Sou uma pessoa matinal, odeio acordar tarde e ainda mais me atrasar. Interfere diretamente no meu humor, variando de simpática e gentil para grossa e amargurada. É como se ficar na cama, sem estar dormindo, fosse perda de tempo e vida. Mas desta vez, algo não estava como o de costume, eu estava incomodada. Permaneci por um tempo, apenas parada olhando para o teto, precisava refletir sobre o sonho – mais do que estranho – que tive.

 

Estava no avião, precisei levantar para ir até o banheiro. Pedi licença para Alexandra, a moça que sentava ao meu lado, mas na verdade eu não queria ir a lugar algum, precisava apenas passar por ela, induzir algum contato. Lembro–me de estar muito feliz por ser ela ali ao meu lado, não entendia por quê.

 

Quando fui passar, Alexandra se levantou impedindo minha passagem, simplesmente não saiu do caminho. Insisti em passar mesmo que nossos corpos quase não coubessem no pequeno espaço. Acabei caindo sobre ela. Sentada sobre suas pernas, olhei–a nos olhos, era como mergulhar em alto mar. Senti–me presa a ela, presa no tempo e não podia sair, não queria.

 

 Levantei num impulso, quebrei a ligação. Alexandra segurou–me pelo braço. Aquele olhar suplicava para que eu não fosse e eu não entendia o que ela queria. Até que então tudo mudou. Ela sorriu o sorriso mais ardil que eu já tinha visto. Sorriso que pertence apenas a quem sabe que não vai perder. Ela sabia o que tinha que fazer, estava completamente segura. E eu? Eu fiquei mais confusa ainda. Meus joelhos vacilaram, mas insisti em ir mesmo que não quisesse, mesmo que meu corpo pedisse para ficar.

 

Entrei no minúsculo banheiro da aeronave, fechei a porta completamente atordoada, mas antes que pudesse me controlar, ouço batidas frenéticas na porta. Abri de imediato, era ela e parte de mim queria que fosse. Entrou dentro da pequena cabine, fechou a porta rapidamente, foi tão rápido que não pude impedir. Estávamos frente a frente. Eu estava ofegante, o ar parecia faltar e a temperatura subia. Mas então suas mãos me puxaram pela cintura, nossos corpos estavam colados, eu podia sentir sua respiração. Suspirei e finalmente me rendi. Seu rosto se aproximou ainda mais do meu, sentia seu hálito mentolado e a vontade de beijá–la tomou conta de mim... Meu corpo reagia a todos esses estímulos, era muito mais intenso que qualquer experiência que um dia tive.

 

 Senti uma leve carícia nos lábios, que logo ficou intensa. Seu toque era embriagante e eu jamais pretendi parar. Mas então tudo acabou e eu descobri um novo paradoxo assim que aquele vazio me preencheu. Nunca me vi tão perdida. E agora pensar sobre isso parecia estranho, gerava dúvidas para as quais eu não tinha resposta.

 

“Será que eu, Ravely, senti... Atração por uma mulher?”. Isso nunca aconteceu.

 

Eu gostei? Não... Claro que não. E não faz sentido debater isso agora. Não é como se nós fossemos no encontrar novamente. Foi apenas uma viagem simples, como qualquer outra.

 

Diante dessa discussão interna, optei por sair correndo da cama e apreciar a manhã coimbrense, afinal de contas, não vou vê–la ou sonhar com ela de novo. Tinha certeza disso.

 

O hotel onde eu estava hospedada era muito próximo da universidade de Coimbra. Sai para dar umas voltas e espairecer a cabeça até a hora marcada para encontrar Jorge, o  representante da agência de turismo que estava de parceria com a revista  em que eu trabalhava. Achei ótimo porque eu não conhecia nada na cidade, além do mais, vim para fazer uma matéria sobre os principais pontos de Coimbra, visitar esses locais era exatamente o que eu queria.

 

Encontrei Jorge num café em frente à praça. Era um rapaz jovem, alto, bem diferente do que eu esperava.

 

–Bom dia!

 

Levantou–se para me cumprimentar.

 

–Bom dia, como está?– Ele tinha um sotaque diferente do que eu imaginava, parecia ser brasileiro e certamente morava aqui por muito tempo. – Ravely, certo?

 

–Isso mesmo.  

 

–Se importa de almoçarmos por aqui enquanto te explico algumas coisas? Depois vamos visitar alguns lugares, tudo bem?

 

–Sim, claro! – Puxei a cadeira e me sentei.

 

Logo após o almoço Jorge me levou a praça oito de maio. O lugar era muito lindo, um marco histórico na cidade, aquela arquitetura barroca encantadora unida à movimentação das pessoas. Prato cheio para qualquer fotógrafo. 

 

–És fotografa há muito tempo? – Perguntou Jorge impressionado com minha agitação.

 

–Na verdade sou fotojornalista, mas tenho uma paixão pelo turismo. – Sorri.

 

–Notei que gostas muito de fotografia. Amanhã vamos ao jardim botânico da universidade de Coimbra, creio que você possa gostar.

 

 Entregou–me um panfleto com informações sobre o campus e um workshop que aconteceria na universidade.

 

–Eu estou fazendo curso de fotografia também, amanhã começa este workshop. Vão abordar assuntos como fotografia de paisagens e também retratos. Se quiser posso conseguir um bilhete para que participe.

 

–Nossa! Seria ótimo... Com certeza eu quero.

 

– Como vês, amanhã pela manhã começam as palestras. Posso leva-la até o local. –Concordei apenas acenando com a cabeça. – Podemos marcar no mesmo café em que nos encontramos hoje. O que acha?

 

–Por mim está ótimo, Jorge.

 

Nesta tarde andamos até não aguentar mais, após a praça ainda fomos à Prisão Acadêmica, mas só percebi o quanto era sedentária quando chegou a hora de subir a escadaria que dava acesso a universidade. Um mês fazendo isso e sem dúvidas eu teria as pernas torneadas que sempre quis.

 

Assim que cheguei ao hotel estava feliz por finalmente poder descansar.  Pedi o jantar no quarto, acabara de me preparar para dormir, mas antes Augusto me ligou:

 

–Que saudade de você, amor. Como foi o primeiro dia?

 

–Também estou com saudade. Foi cansativo e adorável ao mesmo tempo. Conheci ótimos lugares, fiz algumas fotos.

 

–Queria estar com você... – Deu para ouvi–lo suspirar. – Essa vida de plantão não tá fácil.

 

– Ócios do ofício...

 

–Pois é... Vou deixá–la descansar, ainda tenho que ligar para doida da minha irmã, ela também está viajando.

 

–Está?

 

–Sim... Na verdade ela viajou a trabalho. Acho que dessa vez ela cria juízo. Quando retornarem, quero que se conheçam. Na verdade quero que conheça toda a família.  – Ele disse com tanto entusiasmo que me deixou sem reação. Na verdade eu tinha medo, não sei se por achar que esse era um passo muito grande, principalmente no começo do relacionamento, ou se por considerar isso um problema. De qualquer maneira não existia uma formula mágica para dizer que achava muito precipitado, sem magoa–lo. Optei por adiar a situação. Afinal de contas, isso um dia teria que acontecer.

 

–Sem problemas, assim que chegar marcamos essa visita. – Respondi com uma animação forçada, torcendo para que ele não notasse. No fundo eu ainda tinha sorte, a conversa era por telefone, do contrário o sorriso amarelo estampado em meu rosto teria me entregado.

 

Assim que a ligação terminou mandei um e–mail para Fred, mesmo sabendo que talvez ele não pudesse ver, queria desabafar sobre o possível encontro com a família de Augusto. Queria ouvir que estava certa em ser muito cedo, mas dormi esperando pela resposta.

 

No dia seguinte consegui acordar na hora certa. Nada de sonhos quase eróticos e suspeitos. Corri para encontrar Jorge no café há duas quadras da li, mas cheguei adiantada demais.

 

Estava pensando no que gostaria de comer, parecia que as coisas tinham nomes diferentes aqui. Senti meu telefone vibrar. Fred tinha respondido meu e-mail com o carinho de sempre “Ravely querida, vou te matar! Você se esqueceu de pagar a internet e cortaram, só vi seu e–mail quando cheguei ao escritório. Só por isso desejo que você conheça até a terceira geração da família do Augusto. Te amo amiga, aproveite a viagem por mim, estou morrendo de saudades. xxx”. Li exatamente como ele diria e ri sozinha.

 

Por sorte a moça que trabalhava no café era brasileira, ela me sugeriu uma meia de leite e uma tosta. Não discuti. O café era pequeno e aconchegante, ótimo para sentar, ler um jornal ou escrever um bom artigo. Escolhi uma mesa pequena próxima à janela que dava vista para rua, do outro lado havia uma praça, pensei que poderia ser um local privilegiado para algumas fotos.

 

Enquanto aguardava por Jorge que vinha do outro lado da praça, notei duas moças que atravessavam a rua, uma delas falava e gesticulava animadamente. A loira parou para atender ao telefone enquanto a outra esperava ao lado, esta me chamou a atenção. Usei o zoom da câmera para poder visualizar melhor. Por um momento senti meu coração dar um salto. Parecia Alexandra. Acho que talvez Fred estivesse certo, eu realmente estou ficando louca.

 

 Com certeza se trata de uma alucinação. É o cansaço, associado aquele sonho perturbador. Alexandra ficou na Espanha, como ela estaria em Portugal, na mesma cidade que eu? Dentre tantas outras, logo aqui? - Impossível! - Eu repetia para mim várias vezes.

 

Minha mão vacilou, deixei a câmera escorregar, quase espatifou sobre a mesa. Olhei mais uma vez, pensei estar fantasiando. Mas de fato parecia-se com ela, cabelos escuros, boca rosada, pele clara...  “Será que tem os mesmos olhos azuis? Eram inconfundíveis”... Ainda assim seria muita coincidência e coincidências não existem...

 

Já estava prestes a ir até elas, queria confirmar minhas suspeitas... Mas o que iria dizer? E se não fosse ela? Mal cheguei e já quero passar vergonha. Balancei a cabeça como se tentasse afastar todos os pensamentos, até que meus devaneios foram interrompidos assim que percebi ter virado a xícara repleta de leite com café sobre a mesa. “Droga, Ravely, droga!”. Tentei secar o que pude. Olhei para fora em busca das duas novamente. Infelizmente elas não estavam mais lá.

 

–Ravely? Ravely?!

 

–Sim? – Olhei para Jorge como se visse um fantasma.

 

–Está tudo bem consigo? – Sentou-se na cadeira a minha frente.

 

–S–sim... – Ele olhou na mesma direção que eu, mas não notou nada. Já não existia ninguém lá.

 

–Então... Animada? – Jorge tinha mantinha o sorriso educado no rosto.

 

- Você não imagina quanto, Jorge... – Respondi no automático, ainda estava presa nos últimos acontecimentos. Acho que esse foi o primeiro sinal de que talvez eu devesse me preocupar.

 

 

 

***

Fim do capítulo

Notas finais:

E aí? Era ou não era Alexandra? Será que coincidências existem? ;)


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Comentários para 3 - Capítulo 3 - Motivo para se preocupar:
CarolM4
CarolM4

Em: 01/02/2017

Oii, 

Awn uma veterinária muito legal *--*

Autora, não consigo abrir sua lista do Spotify, tem outra maneira de acha-la?! Se houver gostaria de ver !!!

Obrigada, e estou adorando a história e seu modo de escrita.

Bjs


Resposta do autor:

Olá Carol, tudo bem ?

Sim, uma vet *--* (amo)

Sobre a playlist... Você pode tentar usar este link: https://open.spotify.com/user/gaspar.ttamiris/playlist/61vJ9OL7XNrcD5n3ny4gAU

Ou então digitar  "Para pensar em você" (que é o nome da playlist) em buscar, lá no spotify. Acho que deve dar certo. Está no meu nome mesmo.

Espero que continue gostando e se não conseguir acessar me avisa que eu vejo o que está acontecendo.

Beijo.

Responder

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rhina
rhina

Em: 04/10/2016

 

Olá. 

Coincidências. ..fatalidade....oh...assunto sem fim e conclusão. ..

Sem falar em destino....Destino existe ?

E o livre arbítrio. ...

Amor. ..

Estou um pouco cansada para um assunto no qual ainda não tenho opinião formada então  encerro aqui....

Ah mas o capítulo foi maravilhoso. ....

Até. 

Rhina


Resposta do autor:

Olá Rhina.

Acho que a vida é baseada nisso: encontros, coincidências e acasos. Vai de nós acreditar ou não se são ocasionados pelo destino ou mera sorte. Mas bem... eu não sou a melhor pessoa para falar sobre isso. Acho que ainda não tenho uma opinão formada acerca do assunto kkkkkkk.

Obrigada por mais um comentário, adoro sua atenção.

Até

Tamiris.

Responder

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Miss_Belle
Miss_Belle

Em: 01/10/2016

Olha só a guria ja esta até sonhando com a Alex..kkkk! Acredito que seja a Alex que a Ravely tenha visto... pela sua reação mau posso esperar pelo reencontro das duas!

 

Beijos


Resposta do autor:

Kkkkkk ela ficou encanta e não percebe. Quem nunca, ne? 

Vamos ver o que rola nesse encontro. ;D

Responder

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Teresa
Teresa

Em: 01/10/2016

Oi :) to adorando. Acho que era a Alexandra mesmo. Não sei se coincidências existem mas neste caso não parece coincidência não kkk qual é a probabilidade né de se encontrarem e logo ali.


Resposta do autor:

Olá Teresa! Obrigada por comentar.

Eu também tenho minhas dúvidas acerca de coincidências, ainda mais por este ser um local de muita movimentação... Deve ter uma mãozinha de destino aí kkkkkkkkkk. 

Bjos. 

Responder

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Mille
Mille

Em: 30/09/2016

Olá creio que sim seja a Alex, e esse evento na universidade será outro lugar de encontro fora o hotel.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor:

hahaha Verdade Mille. Ta bem propício... ;)

Responder

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