Capítulo 18
Caímos na cama desfalecidas, eu estava exausta de tanto fazer amor. Só o meu suor e o da Luciana encharcou a cama. Luciana se deitou no meu peito. Ela sorria lindamente.
-- sabe meu anjo, eu estava pensando aqui, vocês vão ter lua de mel né?- acariciei seus cabelos enquanto aguardava sua resposta. Eu estava torcendo loucamente para que ela dissesse não.
-- sim. - murmurou.
Droga! Mais uma coisa que eu vou ter que aturar e ficar pensando o dia inteiro.
-- pra onde vocês vão?- mirei um ponto fixo no chão. eu não queria saber para onde eles iriam e o que eles iriam fazer, mais Achei melhor ficar sabendo de uma vez.
-- Paris.
-- eu não estou acreditando nisso.- gritei até sem querer. Pulei da cama e fiquei a observando espantada enrolada em um dos lençóis.- você não acha que é coisa de mais pra mim aturar não?
-- o que eu posso fazer Fernanda?
-- não sei, da um jeito.- eu andava de um lado para o outro totalmente aflita e extremamente nervosa.-- quando vocês planejaram isso?
-- à algumas semanas atrás.
-- E por quê você não me contou Luciana?
-- pra quê? Pra você ficar nesse estado? Relaxa e se acalma.. quer que eu pegue um copo de água pra você meu amor?
-- não precisa.
-- então vem, deita aqui comigo.- Luciana me puxou pelo o braço e me guiou até a cama e me abraçou logo em seguida.-- eu te amo viu? Não precisa ficar pensando nisso tá? Eu vou ficar o mais longe dele possível.
-- mas e no quarto? Como você vai escapar dele?
-- não sei, dó meu jeito. Falo que estou com dor de cabeça. Fica tranquila não vai acontecer nada entre a gente.
-- infelizmente eu não consigo acreditar em você.
-- olha, eu sei que é difícil pra você, é pra mim também, mas você tem que pensar em uma coisa, tudo isso é passageiro não vai ser para sempre.
-- eu já cansei dessa história. Eu quero ter você só pra mim.
-- então você vai desistir da gente?- ela olhava em meus olhos enquanto eu olhava profundamente os seus.
-- Não. Eu não aguentaria ficar sem você.
-- eu também não aguentaria ficar sem você.- sua boca mergulha na minha e nossas mãos inquietas passeiam no corpo uma da outra.
ela sela aquele beijo quente, segura meu rosto com as mãos é diz:
-- tenha um pouco de paciência meu amor, nos vamos ficar juntas.
-- tá bom eu vou acreditar em você mais uma vez.
-- pode acreditar.
-- eu vou tomar banho, esfriar a cabeça, daqui a pouco meu pai já deve estar chegando por aí.- me levantei e peguei minha toalha que estava em cima da cadeira e sai do quarto sem olhar para trás.
Enquanto a água morna do chuveiro caia em meu corpo um turbilhão de pensamentos invadiam minha mente sobre esse casamento que me atormenta todo santo dia.
Eu sei que a Luciana não tem culpa, ela é vítima nessa história tanto quanto eu. Mas as vezes á raiva toma conta de mim. á sensação é tão horrível, eu sinto um aperto no coração um frio na barriga só de imaginar os dois juntos, é como se fosse uma traição.
Voltei para o quarto. A Luciana ainda estava lá.
-- você ainda está aqui?- perguntei de costas para ela procurando uma roupa qualquer no guarda roupa.
-- o que foi Fernanda? você está com raiva de mim?
-- não. Eu estou com raiva de tudo que está acontecendo.
-- você vai desistir da gente?- ela se levantou da cama rapidamente e me puxou pela cintura fazendo nossos corpos ficarem colados.-- por favor não desisti de mim, você é minha razão de viver.- me abraçou forte. Sua respiração estava ofegante e seu coração estava acelerado.
-- eu não vou desistir de você.- beijei sua testa.- você também é minha razão de viver, eu não sei mais viver sem você.- Luciana me olhou e sorrio. me beijou apaixonadamente e volto a me abraçar.-- me desculpa por ser tão ignorante é que as vezes eu fico de cabeça quente.
-- tudo bem eu te entendo, eu sei que é difícil encarar essa situação sem perder a cabeça as vezes.- escutamos um barulho de chaves e nos afastamos.-- seu pai já deve ter chegado.- saiu do quarto praticamente correndo. Bufei me atirando na cama.
Xxx
Os dias se passaram em um piscar de olhos, quando eu assustei já estava sendo dia do casamento.
-- Fernanda me ajuda aqui.- Luciana adentrou o quarto em quanto eu penteava os cabelos sentada na minha penteadeira.
-- você quer ajuda com que?- me virei e me encantei com tanta beleza, fiquei de boca aberta. com certeza ela é a noiva mais linda que eu já vi.
-- com o zíper. não tá querendo fechar.- me mostrou a lateral do vestido onde o zíper estava. Me levantei e fui até ela.
-- prende a respiração.- ela prendeu e eu consegui fechar o zíper.-- olha só quem deu uma engordadinha.- eu ri.
Ela serrou os olhos, fingiu estar com raiva mas acabou rindo também.
-- culpa sua.
-- por quê minha culpa?
-- quase todos os dias você me leva pra comer fora.
-- você poderia ter engordado a ponto de não conseguir entrar nesse vestido.- me sentei e voltei a pentear os cabelos
-- você me promete uma coisa?
-- depende.- falei olhando-a através do espelho da penteadeira.
-- não surta lá na igreja, mantém a calma. Por favor, por mim. Eu preciso muito que esse casamento aconteça.
-- eu vou tentar me controlar, não vai ser fácil mas eu vou.
-- que bom. Se apronta que daqui a pouco a gente tem que sair.- beijou meu rosto e se retirou me deixando sozinha com os meus pensamentos.
Aproveitei que já estava de frente ao espelho e fiz minha maquiagem. Vesti a minha roupa que deixei para comprar em cima da hora, na minha cabeça esse casamento nunca iria chegar mas infelizmente chegou.
Eu estava usando um terninho completamente preto acompanhado com um Scarpin também preto. Estava vestida de luto. Meu coração estava despedaçado.
Escutei leves batidas na porta era a Luciana me chamando.
-- já esta na hora.
-- tudo bem. Já vou descer. Pode me esperar no carro.- ela assentiu e saiu.
Peguei as chaves do carro que estavam em cima da mesinha de Centro na sala de estar e fui para garagem.
Luciana assim que me viu sorriu e adentrou o carro.
-- você está linda Fê.- disse assim que dei a partida no carro.
-- você que está, você é a noiva mais linda desse mundo. Pena que não é a minha noiva.
-- breve eu irei ser e você será a minha.
-- assim eu espero.- sorri fraco.-- e a lua de mel? Vocês vão passar a noite lá em casa e depois vão viajar.-
-- a gente vai passar a noite em um hotel e amanhã vamos viajar.
Apenas assenti com a cabeça e silenciei até chegarmos a igreja.
Parei uma esquina atrás da igreja eu precisava falar com ela antes dela subir naquele altar.
-- me dá um beijo?
-- claro, mas por quê agora?
-- eu estou sentindo que vou perder você.- fixei meu olhar no dela enquanto ela acariciava minha perna.
-- você nunca vai me perder.- ela sorriu, se aproximando um pouco mais e me beijou, com gosto. Me perdi naquele beijo e nos só selamos o beijo por quê o ar se fez necessário.- não precisa ficar com esse medo bobo, eu sou só sua.
-- você promete que vai se separar logo do meu pai?
-- prometo. Assim que eu puder eu me separo dele para nos ficarmos juntas. Eu gostaria de ficar aqui com você, mas eu já estou 10 minutos atrasada.
-- tudo bem, já entendi o recado. Vou te entregar para o inimigo.- Luciana balançou a cabeça negativa e sorriu.
Cada vez que eu me aproximava daquela igreja o meu coração apertava cada vez mais, assim que eu estacionei o carro na porta daquela igreja, meu coração quis saltar pela boca.
Ajudei a Luciana sair do carro e em seguida os fotógrafos a atacaram com milhares de fleches. Fui para o altar enquanto a Luciana se preparava para entrar. Meu pai estava lá todo sorridente. Só de vê-lo me deu vontade de sair correndo dali.
Quando eu vi a Luciana adentrar a igreja acompanhada do seu pai, eu me esqueci de tudo, esqueci que ela iria se casar com outra pessoa, fiquei imaginando ela se casando comigo e só caí em mim quando o senhor Rodolfo entregou a Luciana para o meu pai. Foi como uma facada no peito. Quando o padre perguntou a Luciana se ela aceitava o meu pai como o seu legítimo esposo, o aperto no meu peito se duplicou, e o pior de tudo e que ela disse sim olhando pra mim. Me deu vontade de sumir, me segurei para não fazer nenhuma loucura.
Depois de uma hora que mais se pareceram duas, a cerimônia terminou. Agradeci a Deus pela aquela tortura ter se encerado.
Na festa eu bebi o máximo que eu consegui, pra tentar amenizar essa angústia que eu estava sentindo, eu nunca tinha ficado tão bêbada em toda minha vida.
Como bêbado não tem a mínima ideia do que faz, na hora do discurso eu não sei o que deu em mim, uma força maior me levou até aquele microfone perto da mesa dos noivos. A Luciana parecia que queria me matar com os olhar.
-- gente eu tenho algo muito importante pra falar para vocês.- minha voz estava embargada, até uma criança perceberia que eu estava alcoolizada.-- meu pai é um homem de sorte não é gente?-fui até a mesa onde eles estavam e coloquei minha mão no ombro dele.-quem não sonharia em casar com a Luciana? Ela não é linda gente?- fui até a Luciana e alisei seus cabelos.
-- sim ela é linda.- responderam em uníssono e algumas pessoas riam, do papelão que eu estava fazendo.
-- ela é o sonho de qualquer marmanjo e de qualquer marmanja também né gente.- Luciana sorria para os convidados e para o meu pai, mas no fundo eu sentia que ela queria me matar.
-- um brinde para o homem mais sortudo do mundo.- estendi meu braço com um copo de whisky na mão, e os outros fizeram o mesmo.
Luciana se levantou sorridente, e me fez um gesto com a cabeça e saiu. A segui até chegarmos no banheiro.
-- você já bebeu de mais não acha?- disse assim que fechou a porta da cabine.
-- eu só estou começando. Qual é o problema?- a agarrei pela cintura e beijei seu pescoço que exalava um perfume gostoso.
-- qual é o problema? Você viu o que você fez lá fora?-selou aquele nosso contato e mirou profundamente meus olhos.
-- eu não fiz nada de mais.
-- certeza? Aposto que o seu pai ficou desconfiado.- cruzou os braços em quanto me encarava.
-- esquece isso, esquece meu pai. Vem cá dá um beijo.- a beijei mas logo ela se afastou de mim.- que foi?
-- você não merece beijo nenhum. Eu te pedi Fernanda, eu falei que era pra você não falar nada.
-- tudo bem, já que você não quer me beijar, eu vou procurar uma mulher que me queira.- ela não disse mais nada, abriu a porta com agressividade, bateu a porta e saiu.
-- vai lá, volta pro seu maridinho.- Sai daquela cabine e gritei para ela me escutar. Ela se virou me lançou um olhar repleto de fúria e saiu.
Sai atrás dela mas não a encontrei. Desisti e me sentei na berrada da piscina que estava vazia. Uma menina se aproximou e se sentou do meu lado se apresentando formalmente.
-- oi, prazer, meu nome é clara.- estendeu o braço para que eu a cumprimentasse.
-- Fernanda.- a cumprimentei e a encarei com um olhar de cobiça, ao ver um belo decote na minha frente
-- você é o que dos noivos?
-- sou filha do Cezar. E você.
-- sou prima da Luciana.
-- sério? Eu gosto muito da Luciana, ela é uma excelente pessoa.
-- eu percebi. Aquele discurso que você fez, deixou bem claro que você gosta dela. E aí tá afim de fazer o que?
-- não sei. Acho que vou beber mais um Pouco.
-- o que você acha da gente fazer uma coisa mais interessante. Que tal a gente fumar uma coisinha.- me mostrou um pacote de droga, maconha ou cocaína, sei lá eu nunca tinha visto aquilo minha na vida.
-- não sei não, eu nunca fumei esse tipo de coisa.- me levantei e tentei sair mas ela me puxou pelo braço e eu me sentei novamente.
-- não precisa ficar assustada, não tem nada de mais nisso.- acendeu aquele pequeno cigarro e tragou.
-- toma agora é sua vez.- me entregou o cigarro e ficou esperando que eu fumasse. Acabei aceitando, eu não queria parecer careta. Dei mais algumas tragadas e senti o efeito daquela droga em meu corpo. Depois voltamos para a festa e voltamos a beber. Eu não me lembro de muita coisa naquela noite, só me lembro que acordei em um quarto que eu não conhecia. Minha cabeça doía muito, aos poucos eu fui me lembrado de algumas coisas. Me virei de lado e me deparei com uma garota nua, e só assim percebi que estava nua também.
-- droga!- exclamei alto, e como eu sou azarada ela acabou acordando.
Fim do capítulo
comentem(: beijos.
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lia-andrade
Em: 16/09/2016
Caramba, é preciso de muita calma para aturar isso. Ver quem vc ama casar com outro. Fernanda extravagou kkk
Beijos
Resposta do autor:
pois é tem que ter sangue de barrata pra aturar essa situação toda. beijos.
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