Capítulo 10 - Revelações
Permaneceram abraçadas por alguns minutos, até Manuela quebrar o contato e o silêncio.
-- Vamos para o carro, eu te deixo lá e depois chamo a Dalva e Alexandra. – Declarou, afastando-se do contato.
-- É isso? Brigamos por que ficaste de saliência com aquelas mulheres e agora quer bancar a santa e sair de perto?
-- Não é hora... – Olhou para o homem caído, que começava a se acordar – E nem local para discussão.
-- Não estou discutindo, apenas falando que se...
-- Guria, eu vou chamar as duas e se tu quiseres ficar aí, por mim tudo bem. – Saiu em direção ao movimento da praça.
-- Saco! Quem manda gostar de mulher gostosa. – Falou para si mesma – Ainda mais geniosa. – Jogou a cabeça de um lado a outro, mas, quando viu que o homem levantou uma das mãos até o nariz, saiu correndo em direção a morena.
XGXGXGXGXGXGXGXGXGXGXG
-- Mas bah! Que baita silêncio é este? – Dalva falou alto, queria provocar algum tipo de barulho.
-- Não é culpa minha, Dalva. – Isabela reclamou enquanto olhava os incríveis olhos azuis refletidos pelo espelho do retrovisor. Manuela retribuiu o olhar e ligou o rádio, que tocava música sertaneja. – Mas esta música é maravilhosa! – Provocou a morena que apenas a olhou e voltou a atenção para estrada.
-- Mas alguém pode me contar o que está acontecendo? – Manuela olhou para a velha alemã ao seu lado e permaneceu em silêncio.- Por que a guria está lá atrás se viemos com as duas aqui na frente no maior chamego?
-- Quer saber Dalva? Sua santa menina ficou de papo com três criaturas que babavam por ela. – A velha olhou para morena, que permanecia em silêncio.
-- Bela, por favor, fica quieta ou vai piorar mais a situação. – Alexandra falou pela primeira vez desde que havia entrado no quarto.
-- Por que todos têm medo de piorar a situação? – Falou alto para a morena ouvi-la – Olha só a Manuela, ela não fala ou sabe de nada. Mantém o silêncio total. – Mirou os olhos azuis pelo espelho – E sabem por quê? Por que sabe que tudo o que falar será usado contra ela. Manuela parecia não se importar, apenas olhou para Dalva e aumentou um pouco mais o rádio. Dez minutos depois chegaram à fazenda de Antônio.
-- Quer descer para comer alguma coisa? – Dalva perguntou antes de descer.
-- Não. – Foi curta e direta, sem desviar o olhar da loira que bufava no banco de trás.
-- Então... – Desceu e olhou para Alexandra que fazia o mesmo – acho melhor irmos dormir. – Completou voltando-se para Isabela.
-- Boa noite, Manu!
-- Boa noite! – Respondeu sem deixar margem para conversa.
-- Tu não vens, Isabela? – Perguntou Alexandra à irmã que permanecia sentada com os braços cruzados.
-- Depois de conversar com alguém sem educação – Manuela desceu do carro, abriu a porta de trás e, mesmo sob protestos de uma agitada loira, colocou-a no ombro e levou-a até a varanda, onde a deixou e voltou para o carro com um meio sorriso e uma das sobrancelhas erguida. Olhou para Dalva e Alexandra que observavam a cena em silêncio.
-- Boa noite! – Ligou o carro e foi embora.
-- Bahhh! Estão vendo? Eu vou esganar aquele pescoço.
-- Vai sim maninha, mas não hoje, só um dia quando crescer e alcançar. – Alexandra falou rindo da cena.
-- Vai dormir Bela, amanhã tu conversa com ela.
-- Argh!!!! – estava irritada, mas, após pensar alguns segundos, resolveu pegar o carro do avô – Ela pensa que ficamos assim, mas vou pegar o carro do vô e...
-- Não. Tu vais dormir e amanhã resolvem o que aconteceu.
-- Mas...
-- Vai dormir guria, amanhã é outro dia, e tem um bom travesseiro para ti pensar. – Isabela bufou e entrou pisando firme.
-- Será que essas duas darão certo, Dalva?
-- Estou torcendo, minha filha.
XGXGXGXGXGXGXGXGXGXGXG
Manuela foi em direção a sua casa, mas, na metade do caminho decidiu voltar para a cidade, precisava espairecer um pouco, no entanto, não podia ir para o Camafeu. Apesar de estarem brigadas, iria manter a promessa. Resolveu, então, retornar para festa e beber alguma coisa.
Retornou para o mesmo o local que antes havia comido e bebido, pediu uma cerveja e ficou perdida em seus pensamentos, lembrando-se do avô.
-- Seu Orlando, eu já falei que o senhor não pode ficar por aí cavalgando e supervisionando as coisas. Peça que vou. – falou com preocupação.
-- Veja Rita, essa guria só cresceu na altura e já se acha uma adulta. – Brincou com a neta que lhe respondeu com uma careta.
-- Os dois são farinha do mesmo saco, eu que não me meto nesta peleja.
-- Eu sou médico e sei até onde posso ir.
-- O senhor também tem um médico que o proibiu de montar. – Olhou para velha senhora – Vovó, ajude-me! Concorde comigo. – Pediu com desânimo – Esqueceu que ele é teimoso feito uma mula?
-- Para ti ver minha filha, tenho duas mulas dentro de casa. – Retrucou enquanto voltava para cozinha, deixando os dois sozinhos.
-- Essa velha está caducando. – Ambos riram. – Manuela, aquela égua vai parir logo.
-- Vou chamar a veterinária. – Respondeu sentando-se em uma cadeira de balanço ao lado do avô que a olhou de canto.
-- Vi teu pai ontem. – Ela olhou séria para o avô.
-- O senhor acha mesmo que eu tenho outro pai além de ti?
-- Queria muito que Deus concedesse esse milagre antes da minha morada eterna.
-- Mas que barbaridade! Que assunto mais pesado é esse? O senhor que está caducando. – Levantou-se e saiu irritada, parou na mureta onde se sentou com as pernas esticadas...
-- Orlando, não adianta forçar, ela não vai ceder. – Declarou após se aproximar. Manuela ouvia toda conversa, mas preferiu fingir que não prestava atenção.
-- Mas sofre.
-- Sofre, mas foi Ricardo quem a expulsou, não ela que saiu. Estou admirada de tu pensar que pode uni-los.
-- Aquele borrado... – resmungou – Levou minha filha para depois traí-la com outra e ainda expulsou minha neta de casa.
-- Conhecendo o teu gênio, e sabendo que é igual ao da tua neta, tens mesmo esperança de uni-los?
-- Pai e filha, sei como isso é doloroso para ela.
-- Como ela sempre disse: ele só contribuiu para existência dela, porque o pai és tu. – Declarou e voltou a tossir.
-- Tu nunca tosses na frente de Manuela, ficas te escondendo.
-- Deixa de ser falastrão velho caduco. – Reclamou e o deixou sozinho.
-- Estás acordada, guria? – Manuela foi despertada dos seus pensamentos e olhou em direção a voz que lhe chamava e viu Cintia, a ruiva do Camafeu, que havia conhecido há poucas semanas. – Estás bem?
-- Sim... – respondeu reticente.
-- Está tudo bem mesmo? – Insistiu na pergunta ao perceber o jeito distante da morena.
-- Sim. – Respondeu séria.
-- Então tá. Vou te deixar sozinha de novo, não quero te atrapalhar.
-- Não! – Quase gritou – Fica. – Pediu contendo-se.
-- Olha, Manuela, eu me preocupei com teu jeito distante, mas na boa: eu não gosto de mulher.
-- Não vou te agarrar guria. – Empurrou a cadeira – Senta e bebe uma cerveja comigo, só isso. – Cintia se sentiu envergonhada.
-- Desculpa!
-- Ser lésbica não significa pegar todas as mulheres do mundo.
-- Bem que tu pega todas lá no Camafeu. – Retrucou com tranquilidade e foi a vez de Manuela ficar envergonhada.
-- Mereci. – Afirmou depois de um gole da cerveja. – Mas não te preocupa, hoje, mesmo que quisesse, não pegaria nem resfriado.
-- A loirinha que estava contigo? – Manuela ponderou e chamou o garçom, pediu mais duas cervejas, e a olhou antes de responder.
-- Ela é uma confusão de coisas que pode explodir a qualquer momento.
-- Eu percebi.
-- Não daria para mensurar com um simples olhar.
-- Esqueceu minha profissão? – Sorriu com sarcasmo – Aprendemos com um tempo a avaliar as pessoas e suas nuances. – Manuela observava a ruiva com atenção. – Percebi pelo olhar que ela não gostou nada de nos ver, ainda mais com a aproximação da dona Astrid.
-- Cintia, já percebi que tu és diferente das outras mulheres do Camafeu. – Afirmou de forma avaliadora.
-- De tanto frequentar o ambiente, pegaste por osmose?
-- Não é qualquer uma de lá que saberia falar como tu falas. Qual tua história? – A ruiva forçou um sorriso.
-- Fala de ti, que depois conto minha história.
-- E o que tu queres saber de mim? – Desafiou de um jeito tão sexy que Cintia ponderou sua opção sexual.
-- Agora entendo a maioria das mulheres do Camafeu, aquela correria atrás de ti. – Completou sorrindo.
-- Sou isso, não posso fazer nada.
-- Convencida! – Sorriram juntas, e foi a primeira vez que Cintia via Manuela de forma tão descontraída. – Fica mais linda quando desfaz essa marra e relaxa.
-- Não é marra, foi a vida mesmo quem fez sua parte. – Respondeu com o olhar distante e uma expressão de desânimo.
-- Por que deixaste a medicina? – Manuela a olhou e pensou no que falar.
-- Ela me deu tudo, e depois não fui capaz de manter. – Cintia se ajeitou na cadeira e se aproximou mais da morena, como se aguardasse por mais. – Eu conheci Andressa quando comecei a residência médica. Ela era linda, tinha os cabelos longos da cor de fogo. – Cintia se remexeu na cadeira e Manuela sorriu – Não, o teu é mais claro. – Sorriram – Era meiga, atenciosa com todos os pacientes. Uma excelente enfermeira. Foi muito difícil convencê-la a sair comigo. Era muito profissional, além de heterossexual. Quando a chamei pela primeira vez para sair levei o maior fora da minha vida. – Confessou com um sorriso.
-- Desistiu até arrumar outra estratégia. – Afirmou.
-- Que nada. Aí que insisti mesmo. Deixava flores e caixas de bombons no descanso de enfermagem quando o plantão dela, até que em um plantão noturno, após deixar meus costumeiros presentes para ela, ouvi alguém bater à porta do meu quarto e quando abri, a vi tão linda que nem prestei atenção no que me falava, a puxei para mim e a beijei. Quando me afastei – voltou a sorrir – senti uma mão carimbar meu rosto, a encarei olhando-a nos olhos e senti que tinha permissão para voltar a beijá-la. – Deixou uma lágrima rolar.
-- E voltou a apanhar.
-- Não. – Permanecia sorrindo, mas Cintia podia ver as lágrimas que escorriam por seu rosto. – Desta vez ela deixou, e até retribuiu. Afastei-me e olhei-a nos olhos, ela sorriu e me abraçou, voltamos a nos beijar. Ela se afastou a contragosto e disse que precisava voltar a emergência. No final daquele plantão, eu a esperei na saída, ela sorriu quando me viu, e neste momento percebi que aquela era a mulher da minha vida. – Parou para beber um pouco mais de cerveja – Não demorou muito para pedi-la em casamento. Fomos morar juntas um ano e meio depois que começamos. Quando terminei a residência, voltei para casa, comecei a auxiliar meu avô na direção do hospital da família e ela me ajudava. – Voltou a sorrir e olhou para Cintia – Não sei se tu sabes, mas a maioria das vezes os médicos assumem direção, mas quem coloca ordem mesmo é a enfermagem. O enfermeiro sabe administrar bem, e nisso, Andressa era ótima. Passamos momentos maravilhosos juntas, como amantes, amigas e profissionais. Quando resolvemos ter um bebê, ela queria muito que eu carregasse nosso filho, dizia que queria meus olhos azuis e minha boca na criança, mas eu a convenci que nunca conseguiria carregar uma criança no meu ventre, isso não era para mim. – Brincou fazendo uma careta enquanto declarava.
-- Ela quem engravidou. – Foi mais uma afirmação do que pergunta.
-- Sim. E seria uma criança linda com aquele cabelo de fogo. – As lágrimas não paravam de rolar. – Mas a irresponsável aqui, enquanto terminava de trocar a roupa, foi convidada para beber uma cervejinha pós-plantão, e esqueceu de ao menos olhar o celular. E enquanto eu bebia, e me divertia, Andressa teve uma eclampsia, a senhora que ajudava em nossa casa, Dalva, ligou diversas vezes para mim, estava chovendo muito, e não tinha como uma ambulância chegar até lá a tempo. – Respirou fundo, observando um ponto distante – Se eu tivesse ido direto para casa, teria chegado a tempo de salvá-la, mas cheguei tarde, e bêbada. – Voltou a encarar Cíntia – A medicina não me ajudou a salvá-la, porque eu errei. Andressa morreu sem socorro, e o pior, ela morreu sem o socorro de quem ela mais confiava e amava.
-- E a criança? – Manuela limpou o rosto e respondeu após um longo gole de cerveja.
-- Morreu por sofrimento. – Voltou a olhar a ruiva nos olhos – Perdi meu mundo, e não me achei mais digna de exercer a medicina.
-- Mas estás sempre ajudando a todas do Camafeu.
-- Um local de pessoas boas, e outras nem tanto, como todos os outros locais de trabalho, só que esse sofre muitos preconceitos.
-- Não é só por isso, tu vais porque gostas de ajudar e exercer tua profissão, mas estás te punindo.
-- Qual é, virou psicóloga agora.
-- Pelo menos estudei para isso. – Respondeu baixinho.
-- Espera, tu és psicóloga?
-- Não cheguei a me formar.
-- E o que te impediu?
-- Não queira saber. – Foi a vez de Manuela se ajeitar na mesa
-- Acredite, vou querer sim. – Cíntia sacudiu a cabeça após respirar fundo.
-- Em resumo: meu padrasto me violentou, eu engravidei, e minha mãe não acreditou em mim.
-- Mas bah! Que absurdo. Tu és a filha dela e não acreditou?
-- Não. Digamos que meu padrasto foi bem mais convincente.
-- Tiraste a criança?
-- Não. – Balançou a cabeça em negação. – Não tive coragem. – Sorriu – Apesar de tudo, hoje a amo acima de qualquer coisa. Quando me vi sozinha, expulsa de casa, com apenas dezenove anos, sem perspectivas, fui trabalhar como balconista, e numa dessas vezes, conheci Leninha, ela me achou bonita, e me falou do Camafeu, e o quanto eu poderia faturar em uma noite. Vim aqui, e conheci dona Astrid, ela me disse para voltar quando a criança nascesse, e me emprestou um dinheiro.
-- Astrid também engravidou, mas, diferente de ti, os pais morreram e ela perdeu tudo.
-- Ela me contou, por isso me ajudou. – As duas ficaram um tempo em silêncio.
-- Ela vive contigo no Camafeu? – Cintia a olhou sem entender – Tua filha.
-- Não. Hoje eu consegui, com ajuda de um dos clientes, alugar um quarto sala, e à noite pago uma pessoa para cuidar dela.
-- Bah! Agora me caiu os butiá do bolso. – Declarou espantada.
-- Doutora, agora tu podes dizer que não ganhaste de mim, no mínimo empatamos.
-- Para ti ver. – respondeu erguendo uma das sobrancelhas. – Conversaram por horas, e só perceberam o passar das horas quando viram o rapaz entregar a conta. Manuela pagou e se levantou, o que a deixou um pouco tonta.
-- Não vai voltar assim para fazenda. – Segurou a morena pelo braço – Vem, dorme comigo. – Manuela a olhou com um sorriso safado.
-- Só dormir. – Completou com um ar de divertimento.
Fim do capítulo
Olá, meninas. Então, estava postando duas vezes por semana, porém, como fiz um capítulo maior semana passada, aproveitei a semana para as correrias do cotidiano. Agradeço imensamente à querida Rafaela Mendes, minha "consultora" na área da saúde. Um beijo a todas vcs.
Comentar este capítulo:
Ada M Melo
Em: 01/09/2016
eu sinto que essa dormida fora da Manu vai da merda, a baixinha vai ficar bem magoada com ela, o passado dela não justifica certas atitudes, acho que não estar sendo legal com a Isa....autora posta mais capitulos por semana....a historia é maravilhosa...
abraço!
rhina
Em: 30/08/2016
Olá.
Realmente o passado da Manu é triste. Perder a mulher amada e filho daquele jeito e se sentir responsável pelo o mesmo e uma carga muito pesada .
Não dá para esquecer.E transforma totalmente a pessoa
Cíntia terá algum rolo com Manu?
Beijos.
Rhina
[Faça o login para poder comentar]
rhina
Em: 30/08/2016
Olá.
Realmente o passado da Manu é triste. Perder a mulher amada e filho daquele jeito e se sentir responsável pelo o mesmo e uma carga muito pesada .
Não dá para esquecer.E transforma totalmente a pessoa
Cíntia terá algum rolo com Manu?
Beijos.
Rhina
[Faça o login para poder comentar]
rhina
Em: 30/08/2016
Olá.
Realmente o passado da Manu é triste. Perder a mulher amada e filho daquele jeito e se sentir responsável pelo o mesmo e uma carga muito pesada .
Não dá para esquecer.E transforma totalmente a pessoa
Cíntia terá algum rolo com Manu?
Beijos.
Rhin
[Faça o login para poder comentar]
Mille
Em: 30/08/2016
A vida da Manuela foi muito sofrida, mais fiquei com duvidas o filho dela com a Andressa morreu?
E Cintia parece ser uma personagem que trará para a história, o passado dessa morena que nos encanta e acho que as duas por ter um passado tão pesado se ajudarão.
Bella é uma teimosa, ainda acho que depois que a irmã dormiu deve ter saido a procura da Manuela e como não a encontrou deve ter dormido em frente a casa dela a esperando.
Bjus e até o próximo
[Faça o login para poder comentar]
Fab
Em: 30/08/2016
Meu Deus! Quanto sofrimento o de Manu! Fiquei de coração apertado. Vejo que ela encontrou no camafeu algo que talvez ela jamais imaginou encontrar lá; um relacionamento so pela amizade. Cintia me parece ser uma pessoa legal, e uma quase psicóloga, ou seja, ajudará nossa morena a livrar-se de alguns pesos do passado.
E essa loirinha enfezada, ein?! rs Se ela imaginar que a morena voltou a cidade... Vixe!
um beijo, autora;
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]