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Alma Negra por kpini

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Palavras: 4211
Acessos: 6733   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 25

Marcella  (Lembranças)

 

“Depois daquela noite eu e Viviana ficamos uma semana inteira sem nos falar. Estava muito magoada com o que tinha escutado, principalmente porque eu a amava, e o meu peito doía a cada lembrança daquela conversa. O que ela me disse havia calado fundo em minha alma. Seu preconceito, a maneira como me olhou, tudo aquilo era muito triste.

Porém, por mais que tentasse, não conseguia parar de pensar nela e nem de desejá-la. Não havia como mentir pra mim mesma, eu a amava muito mais do que supunha, e ficar sem sua presença estava acabando comigo. Sentia falta do seu riso alegre, do som da sua voz, dos seus olhos imensos... Não conseguia dormir, comer ou sorrir. Os dias apenas passavam sem razão de ser, como se eu não existisse. Era como se eu fosse apenas uma sombra de mim mesma. Minhas olheiras estavam cada dia mais aparentes, e minha mãe deixava sua preocupação transparecer no olhar, apesar de ser bastante discreta e não me perguntar o que tinha acontecido, ela devia saber que a causa da minha desolação era Vivi, já que não tinha mais visto a menina por ali, e eu nunca mais havia ido até sua casa.

Na sexta feira seguinte após o desastroso acontecimento, estava em meu quarto ruminando minha tristeza e fingindo ler quando ouvi uma batida leve na porta, mesmo sem vontade nenhuma de falar com ninguém, avisei que ela estava aberta e podiam entrar. Ouvi o barulho do trinco e lentamente levantei os olhos do livro que tinha nas mãos, tamanha foi minha surpresa que sustive a minha respiração. Parada na soleira da porta, com o semblante bastante abatido estava o motivo da minha tristeza absoluta.

Seus olhos enormes de lua me encaravam e notei que estavam vermelhos e inchados assim como os meus e que suas olheiras eram iguais as minhas. Ficamos nos encarando por longos segundos. Sem ter palavras para expressar o que estava sentindo naquele momento, permaneci calada, e ela ao ver que não receberia um pedido para se aproximar o fez por conta própria. Ao chegar ao lado da cama, sentou-se na beirada, e de cabeça baixa, sem me olhar começou a falar.

- Marcella, sei que deve estar muito sentida. Pensei muito antes de vir aqui falar com você. Foram noites insones e dias confusos, onde eu fiquei me perguntando diversas vezes o que estava se passando comigo.  Não consigo entender o que esta acontecendo. Eu tentei de todas as formas parar de pensar em você, não sentir a sua falta, e não obtive sucesso. Nunca antes havia pensado em você como mulher, pra mim tudo o que eu sentia era apenas amizade. Mas sua ausência me fez ver o que eu realmente sinto. Isso me deu medo. Não imaginava que poderia me ver atraída por outra garota. Não sei mais o que fazer, só sei que não tenho mais como mentir sobre meus sentimentos, pelo menos não pra mim mesma. Eu não escolhi isso, Deus sabe que não. E também sabe o quanto lutei contra esse sentimento. Mas é maior do que eu.  É pecado, eu sei, mas eu quero estar ao seu lado. Preciso de você, não sei mais viver sem sua presença. Tudo perde a razão, nada é interessante, o sol parece não ter mais calor, a lua perdeu o encantamento e eu não consigo me imaginar vivendo assim sem alegria, sem motivo de ser.  Por favor, me ajude Cella, me ajude... Eu tenho que aceitar esse sentimento, e entender como isso funciona. Porém, mesmo que eu não consiga me aceitar assim, ou entender, eu sei que pior seria viver sem você. Por isso te imploro, me perdoe. Deixe-me voltar a fazer parte da sua vida. Eu também estou apaixonada por você. E se isso for errado, não me interessa. Só quero estar aqui ao seu lado.

Suas lágrimas começaram a cair sobre suas mãos que estavam entrecruzadas em seu colo, e soluços altos encheram o quarto. Ouvi tudo aquilo calada, mas em meu peito um calor começou a se espalhar e como uma fênix renascida das cinzas, ganhei novamente vida. Saber que ela estava apaixonada por mim acendeu uma chama de esperança no meu coração.  Lentamente me aproximei e enlacei seus ombros, e comecei a chorar junto com ela. Delicadamente procurei seus lábios e a beijei com mansidão, demonstrando todo o sentimento que tinha guardado na alma e todo o meu amor. As lágrimas se misturaram com nossa saliva, tornando salgado nosso primeiro beijo. E assim permanecemos o resto da tarde, uma nos braços da outra, trocando carinhos e lágrimas, tentando nos ajudar mutuamente a aceitar tudo o que estávamos sentindo, e o que tínhamos pela frente.

Daquele dia em diante começamos a namorar, escondido é claro, visto que sua família nunca aceitaria aquele relacionamento. Eu percebia que apesar do que sentíamos, também não era fácil para ela aceitar o fato de estar apaixonada por outra menina, e em determinados momentos Vivi se tornava distante, como se estivesse em outro mundo, um lugar só dela. Muitas vezes percebia em seu olhar um quê de culpa e remorso, e essa mistura com certeza mexia com sua cabeça, mas ela nada me falava. Eu ficava em silencio, apenas esperando que ela voltasse para mim. Nutria a esperança de que um dia ela percebesse que amar era coisa mais natural do mundo e deixasse aqueles sentimentos conflitantes de lado.  

Apesar de todo o nosso esforço em manter aquele segredo, comecei a desconfiar que sua irmã estivesse percebendo o que ocorria. E um dia minhas desconfianças mostraram ser verdadeiras. Consuelo veio falar comigo em uma tarde que Viviana estava na casa de uma prima.

- Marcella, precisamos conversar e o assunto é sério. – Começou ela.

- Claro! Pode falar. – Disse me preparando para o que viria.

- O que esta acontecendo entre você e Vivi? – Ela foi direto ao ponto.

- Como assim? – Tentei ganhar tempo.

- Não se faça de desentendida, você sabe muito bem o que eu quis dizer. – Ela disse irritada.

- Porque você não pergunta abertamente? Fica mais fácil se o jogo estiver à mesa, você não acha?Coloque em palavras o que você esta pensando. – Retruquei sarcástica.

- Vocês estão tendo um caso? – Falou de um só fôlego.

- Um caso? Você não acha isso um pouco pesado demais? – Ergui a sobrancelha.

- Você prefere a palavra “namorando”? – Agora a sarcástica tinha sido ela.

- Seria um pouco mais suave, não acha? Mas creio que você esta fazendo o questionamento pra pessoa errada. Se quiser mesmo saber a resposta para essa pergunta, deve perguntar pra sua irmã. – Falei com um tom mais seco.

- Eu já perguntei e ela negou, aliás, enfaticamente. Disse que eu estava vendo coisas onde nada existia. E acabou tendo um ataque histérico, o que me deixou ainda mais com a certeza de que estava mentindo. – Disse.

- Se ela te falou que não há nada entre nós, acredite. Não vejo o porquê de você vir perguntar para mim se ela já te respondeu. Mas vou reforçar, nós somos apenas amigas, nada além disso. – Procurei ser o mais incisiva possível.   

- Vocês realmente pensam que me enganam? Eu não sou boba, nem criança. É perceptível que algo está acontecendo e não é apenas “amizade”, como vocês insistem em dizer. – Tornou ela fixando seus olhos escuros nos meus.

- Vou repetir o que sua irmã te disse, você está vendo coisas onde elas não existem. – Não desviei o olhar.

- Não minta Marcella. Eu vejo a troca de olhares entre vocês, e também o modo como se tocam. Vocês podem esconder dos outros, mas não de mim. Eu quero saber se isso é sério ou apenas uma brincadeira. – Continuou.

- Conchetta, pare de procurar pelo em ovo. Eu e sua irmã somos amigas, nos gostamos muito, é verdade, mas não como você imagina. – Dessa vez não conseguir manter meu olhos nos seus.

- Isso é uma coisa séria Cella. Você não tem ideia do quanto. Porém se querem continuar a negar, nada posso fazer a não ser dar um conselho. É melhor pararem com isso imediatamente antes que aconteça uma desgraça. Minha família nunca vai aceitar uma aberração dessas. Viviana sabe disso. Se um dia eles sequer pensarem que algo assim possa estar acontecendo, não sei o que podem fazer, mas creia não será nada bom. E se você gosta dela, se afaste. Você não conhece meus pais, eles são muito rígidos. Podem tomar atitudes que prejudiquem minha irmã. É importante que você saiba disso pra não dizer mais tarde que não imaginava o que podia acontecer. Vivi tem muitos planos, muitos sonhos e não quero que sejam tomados dela. Escute-me, por favor. Nenhuma mentira pode durar para sempre. – Sua voz estava embargada e ela parecia sinceramente preocupada.

- Bom, nada posso fazer se você não acredita no que dissemos. Se você colocou na cabeça que estamos tendo algo, nada te fará mudar de ideia. De qualquer forma seu conselho foi dado. – Falei procurando ser firme, mas meu coração se apertou. Sabia que ela estava certa quanto à mentira ter pernas curtas.

Sem dizer mais nada ela virou as costas e foi embora, mas suas palavras não saíram da minha cabeça e um pressentimento começou a me rondar como se uma nuvem negra estivesse pairando sobre mim. No fundo não gostava da maneira como vivíamos, escondidas como se estivéssemos cometendo algum crime. Sempre odiei mentiras, e isso me incomodava muito. Minha vontade era pedir para que Viviana contasse tudo para sua família, mas a única vez que mencionei algo sobre aquilo, ela entrou em parafuso. Disse que eu estava maluca, que jamais falaria sobre esse assunto com os pais, nunca teria coragem para se expor perante eles. Que vivia no pecado, mas sua família não era obrigada a saber. Ouvir aquilo me machucou, porém eu ainda tinha esperança que ela um dia mudaria suas opiniões, então achei melhor deixar aquela conversa de lado, para outro dia quem sabe, quando ela estivesse mais preparada para encarar a realidade, primeiro porque seria inútil tentar forçá-la e segundo por que tinha medo de perdê-la.

Alguns dias depois daquele dialogo com Consuelo, a família de Vivi foi viajar e ela pediu pra ficar na minha casa, já que não estava a fim de ir com eles. Seus pais sem nada desconfiar permitiram, e foi então que fizemos amor pela primeira vez. Nada foi planejado, apenas aconteceu como tinha que ser. Naquela noite quando fomos dormir nossos corpos já tinham decidido por nós. A vontade que sentiam um do outro foi maior do que qualquer outra coisa. Sem pensar em mais nada, ao senti-la em meus braços e procurar por sua boca, minhas mãos buscaram suas curvas macias, e em pouco tempo não havia mais roupas entre nós, procurei ser o mais delicada, o mais sensível que pude apesar estar ardendo de desejo. Ela apesar da vontade evidente ainda estava relutante, a tensão era palpável e cheguei a pensar que a qualquer momento me pediria para parar.

Minha boca passeou por seu pescoço, ombros e colo antes de chegar aos seus seios, onde se perdeu em infinitos carinhos, continuei ali até que senti seu corpo relaxar e Vivi começar a se entregar. Só então minha mão foi de encontro a seu sex*, abrindo as dobras e a encontrando molhada. Sem parar de mamar e mordiscar os bicos duros comecei a masturbá-la de mansinho, sentindo o clit*ris inchar cada vez mais a cada toque meu. De seus lábios escapavam gemidos e sussurros, e ela se movia de encontro aos meus dedos, cada vez mais rápido. Quando percebi que o gozo estava chegando, busquei seus lábios e a beijei profundamente enroscando minha língua na sua, enquanto seu mel escorria e molhava os lençóis.

Isso foi só o começo daquela aventura de amor e sex* que continuou por horas, onde aprendi a descobrir seus segredos, e a ensinei a procurar pelos meus e passamos a noite nos conhecendo, os toques, os gostos, os cheiros e os orgasmos. Foi lindo e eu fui às nuvens ao perceber que muitas barreiras de Viviana tinham ido a nocaute. Eu a amava mais do que podia pensar, e fazer dela minha mulher foi mágico. Ela se entregou completamente, e nos amamos como se não houvesse o amanhã. O dia amanheceu e ainda nos encontrou acordadas entre beijos de amor. Daquele dia em diante Vivi passou a viver aquele relacionamento de forma diferente, estava se deixando levar pelo sentimento, tinha menos momentos de confusão mental. Era perceptível que estava aceitando com mais facilidade o fato de amar outra menina. E eu era a pessoa mais feliz do mundo.

Porém mal sabia eu que aquela felicidade toda tinha data marcada pra acabar, e não demorou muito infelizmente. A tempestade que formava nuvens escuras sobre mim desabou em uma noite fria do mês de julho, onde o céu estava escuro e o vento forte zunia pelas ruas vazias. Em questão de horas o que era euforia se transformou no maior pesadelo da minha vida.

Estava na biblioteca estudando quando uma Consuelo branca como folha de papel entrou porta adentro, seu rosto transtornado mostrava o desespero em que se encontrava, os olhos enormes se destacavam na face lívida e vestígios de lágrimas secas eram evidentes. Ao vê-la meu coração se apertou e dei um salto da cadeira.

- Conchetta, o que aconteceu? – Perguntei já imaginando o pior.

- Eu avisei... mas vocês não me escutaram. Agora, não sei o que fazer... – Começou a soluçar.

- Respira, e me fala. O que houve? – Me aproximei e ela deu um passo para trás.

- Ela tem um diário... porque tinha que escrever tudo aquilo ... não entendo... E ainda por cima deixou em cima da cômoda. – Suas palavras saiam entrecortadas.

- Quem tem um diário? Pelo amor de Deus, se acalme e me conte o que aconteceu. – Falei tentando entender.

- Viviana. E ela escreveu tudo, cada detalhe... no maldito diário. – Respondeu.

- Cada detalhe do que? – Questionei, mas no fundo já sabia a resposta.

- Do relacionamento de vocês. Inclusive as cenas de sex*! Eu não entendo porque ela fez isso. Parece que queria que descobrissem. Como uma punição pra si mesma. Meu Deus Marcella, minha mãe pegou o diário. Leu e depois entregou para o meu pai. Foi um escândalo. – Ela desabafou de um só fôlego.

Naquele instante foi como se um raio caísse sobre minha cabeça. Dei-me conta do porque Consuelo estar tão desesperada. Com certeza as consequências haviam sido desastrosas. Precisava ver Viviana, estar ao seu lado naquele momento. Sem pensar fui em direção à porta, mas ela me impediu.

- O que você esta pretendendo fazer? – Ela estava parada na minha frente segurando meus braços.

- Tenho que ir até lá! Não posso deixar Vivi. Ela precisa de apoio. De alguém que possa defendê-la. – Tentei me soltar.

- Você está louca? Quer piorar a situação? Não acha que já estragou demais a vida da minha irmã? – Ela jogou na minha cara.

- Consuelo, não importa o que você pensa, nem o que seus pais pensam. Eu vou até lá e se for preciso trago Viviana para morar aqui! Não vou deixá-la enfrentar essa barra sozinha! – Tirei suas mãos dos meus braços.

- E o que você pode fazer? Me diga? Tentei alertar vocês. Vim até aqui. Eu falei que isso não ia dar certo, mas vocês não me escutaram. Continuaram com essa loucura. Alimentando uma farsa. Mentiras e mais mentiras. Vocês acreditavam mesmo que nunca seriam descobertos? Agora é tarde, não tem mais nada que possa ser feito pra consertar a situação. Eles vão mandá-la para um internato. E meu pai já avisou que de lá ela irá direto para um convento. E como se isso não bastasse, ela vai ficar presa dentro de casa, sem poder sair e nem ver ninguém até que tudo seja acertado. – Despejou de forma acusatória.

- Isso é um absurdo!  Eles não podem agir dessa maneira. – Me revoltei.

- É? E vocês trans*rem não foi absurdo? Mesmo sabendo que resultado que isso poderia ter? Deveriam ter pensado nas consequências antes de deixarem acontecer. E depois ela é menor, e eles podem sim fazer o que pretendem. – Respondeu irônica.

- Nós nos amamos. Porque é tão difícil entender? – Disse inconformada.

- Isso não é certo. Você são garotas. Não é questão de entender ou não. Não fomos criadas para viver na sem-vergonhice. Se você fosse um garoto, com certeza seria ruim ela ter se entregado, mas não tanto.  

- E daí que somos duas meninas? O amor por acaso escolhe identidade de gênero? Ele simplesmente acontece. Não importa se é entre dois homens, duas mulheres ou um homem e uma mulher. O amor é algo divino. É pra ser vivido, sentido. Eu amo sua irmã. E isso não é nenhum pecado. Tente entender...

- Não fale besteira! Deus criou o homem e a mulher para que se completassem, formassem família e procriassem. É claro que isso é pecado! É sujo! Leia a bíblia e você verá o quanto está errada! – Ela disse cheia de razão.  

- Ah tá! Claro, vocês com seus preconceitos arraigados, mentes fechadas, se acham no direito de julgar o que é certo ou errado de acordo com o que pensam. E constroem ou destroem as palavras conforme o que acham certo. Esquecem que a maior parte da escrita foi feita por mãos humanas, que nem sempre agiram por ordem de Deus. E também não levam em conta que muita coisa vem em parábolas. Se há uma coisa que sempre se vê enaltecida na bíblia é o amor. – Retruquei.

- Quem esta distorcendo as coisas aqui é você, em benefício próprio. Há muitas passagens nas escrituras falando sobre esse pecado. – Ela se defendeu.

- Que eu me lembre o último mandamento de Cristo foi: amar ao seu Deus sobre todas as coisas e ao seu próximo como a si mesmo. Foi amor que Jesus pregou e não ódio e discriminação. E se levarmos muitas das coisas que estão na escritura ao pé da letra, sairíamos por aí matando, roubando, estuprando, afinal na bíblia também está escrito olho por olho e dente por dente. Ah, e não vamos nos esquecer da parte onde diz que os filhos devem pagar pelos pecados dos pais. E também sobre sacrifícios de animais. E se eu não me engano, um homem podia ter mais de uma esposa. – Enumerei.

- Você esta deturpando as palavras das escrituras. – Bufou.

- Será que sou eu mesmo? Ou será que são vocês que utilizam as escrituras em causa própria? Que só enxergam o que querem? Talvez devesse ler menos o Velho testamento e se concentrar no Novo. Indico-te Coríntios 13. “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.” Quem sabe após ler essa passagem sua mente se abra. Mas quer saber a verdade? Não estou nem aí com o que você pensa, o que me importa é Viviana e o amor que sentimos uma pela outra. – Eu a enfrentei de cabeça erguida.

- Você é maluca! Lembre que se não fosse por você nada disso teria acontecido! A culpa de tudo o que esta para sobrevir com ela é sua! Você virou a cabeça da minha irmã. Você a seduziu e a levou a pecar. Não se esqueça disso! Ela perdeu tudo! Planos e sonhos destroçados! Se algo de ruim acontecer a ela, eu nunca vou te perdoar. Até o fim da minha vida, eu vou te perseguir. – Atirou as palavras em minha cara.

- Para com isso! Parece que esta rogando uma praga contra sua própria irmã. Saia da minha frente! Não vou mais ficar aqui escutando essas babaquices. Você devia era ter ficado com ela nesse momento tão crítico. Já que não foi capaz disso me deixe cuidar dela! – Esbravejei.

Eu a empurrei com grosseria e passei por ela indo em direção à porta de entrada, mal havia saído quando escutei o tiro. Meu coração parou. Senti um calafrio me percorrer e uma sensação de desmaio tomou conta de mim. As pernas amoleceram e me mantive em pé a muito custo, sentia o ar entrar em meus pulmões de uma forma pesada, como se estivesse me cimentando por dentro. Porém isso não demorou mais que cinco segundos quando dei por mim estava correndo como louca, atravessei o portão e avancei em direção à casa de Vivi que ficava na esquina e foi nesse momento que escutei o grito agudo que mais parecia o uivo de um animal ferido. Aquele som gelou meu sangue e arrepiou os pelos da minha nuca. Um vento frio atravessou meu corpo.

Mas não parei de correr, e assim que cheguei a sua casa, entrei porta adentro e subi as escadas que levavam a seu quarto, ao fundo como em um presságio o som da sala tocava Requiem de Mozart que se misturava aos gritos que vinham do andar de cima. A cena que eu vi assim que entrei naquele quarto jamais vou esquecer, ela permanecera em minha mente enquanto eu viver. Viviana jazia inerte nos braços de sua mãe, em seu peito uma mancha enorme de sangue tingia sua camiseta branca criando um desenho grotesco que se espalhava mais a cada instante. Parei petrificada, minha visão escureceu e o mundo desabou em pedaços sobre minha cabeça. Aquilo não estava acontecendo. Não podia ser verdade. Não! Não! Não era a minha Viviana que estava ali! Aquilo era uma miragem, uma mentira. Minha mente entorpecida não conseguia aceitar a verdade daquele momento. Era como se estivesse em um teatro assistindo a uma peça lúgubre, onde eu não passava apenas de uma simples espectadora.

A respiração me faltava. Queria puxar o ar para poder gritar: “Levanta! Para com essa brincadeira! Vem pra cá. Eu vim te buscar! Levanta Vivi! Pelo amor de Deus, não faz isso comigo!” Mas as palavras estavam travadas em minha garganta e eu só consegui ficar ali, cambaleando, sentindo a dor terrificante se apoderar dos meus ossos, da minha alma. As lágrimas vieram não sei de onde e nem como e por fim um gemido angustiado conseguiu romper da minha boca enquanto minhas unhas se cravavam na palma de minhas mãos. Foi nesse momento, ao ouvir meu grunhido, que dona Mercedes notou minha presença, e apertando ainda com mais força a filha morta entre os braços ela começou a cuspir as palavras venenosas em minha direção.

- Maldita assassina! O que você veio fazer aqui? Ver a desgraça que causou?  Então olhe! Olhe para o meu bebê, veja o que você fez, sua amaldiçoada! Era você que devia estar aqui! E não ela! Minha menina tão linda! Tão jovem. Uma criança ainda. A culpa é sua! A CULPA É SUA! Infeliz o dia que tua mãe te colocou no mundo! Víbora venenosa! Você é uma aberração e destruiu a vida da minha filha! Maldita seja! MALDITA! Veja o sangue inocente dela escorrendo de seu corpo. Culpa sua! Você desgraçou minha menininha e a vergonha do que aconteceu se abateu sobre ela. Veja o que ela fez! Culpada, culpada, sim você é a culpada! Eu te odeio! Vagabunda! Deus vai derramar sobre você a sua ira eterna. Você vai apodrecer no inferno! Eu vou te perseguir até o fim da sua vida miserável. Nunca mais você vai conseguir ser feliz! Assassina! ASSASSINA!

Ainda sem conseguir respirar, cambaleei em direção às escadas e fui me arrastando degraus abaixo, me segurando na parede ainda sem conseguir acreditar no que os meus olhos tinham visto. Aquilo não estava acontecendo. Porque? Porque? Meu Deus o que eu tinha feito? Eu só tinha cometido o erro de amar... Cheguei aos pés da escada no exato instante em que Consuelo entrava pela porta, e pelo que viu em meu rosto acredito que ela tenha percebido que uma tragédia sem dimensões havia acontecido, passou por mim como um furacão gritando desesperada o nome da irmã.

 

Dei mais alguns passos trôpegos e me encontrei na escuridão da rua. A noite não tinha lua, como se já estivesse de luto. Eu caminhei a esmo, sem sequer perceber o que fazia. Meus pés apenas se moviam, sem a permissão do meu cérebro. Estava tão embotada, que não sei como não sofri um acidente. Talvez ainda não fosse minha hora, ou talvez eu tivesse que viver para pagar pelo meu crime. O som dos gritos misturados a musica soturna preenchiam a minha mente. Nem percebi o clarear do dia assim como não ouvi o grito de alivio de minha mãe quando me encontrou ainda vagando sem rumo pela rua. Não me lembro de mais nada daquele dia a não ser da minha mãe me apertando contra si e das palavras que não saiam da minha mente. “Viviana esta morta por minha culpa! Eu sou uma assassina! Eu sou uma assassina!”

Fim do capítulo

Notas finais:

A musica mencionada durante o capitulo, para quem quiser lendo ouvindo.

Lembrando que é uma musica clássica e triste.

 

Beijos

 

K

 

https://www.youtube.com/watch?v=sPlhKP0nZII


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Comentários para 25 - Capítulo 25:
Mille
Mille

Em: 31/05/2017

Oi Ka tudo bem??

Saudades e espero que esteja tudo bem de saúde contigo e seus familiares.

Primeiro comentário de 2017, mais hoje deu saudades de ti e da linda história.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor:

Oi menina linda!!!

 

Saudades de ti também.

 

Tive um ano muito complicado, infelizmente culminou com o falecimento do meu pai.

 

Mas aos poucos vou me recuperando pra ver se consigo voltar a escrever.

 

Obrigado pelo carinho de sempre e volte pra conversar coigo

 

Mil beijos da sua amiga

 

K.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 22/03/2017

Oi, K!

Nem preciso dizer que tenho saudades de seu romance. Espero que tudo esteja bem com você e seus familiares

Sei que essa época do ano é complicada para você em virtude de seu.

Abraços fraternos procês!

Responder

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Mille
Mille

Em: 31/12/2016

Oi Ká espero que esteja tudo bem contigo e sua familia! Estou com saudades viu;)

 

"Desejo a você…
365 dias de felicidade.
52 semanas de saúde e prosperidade.
12 meses de amor e carinho.
8760 horas de paz e harmonia.
Que neste novo ano você tenha muitos motivos para sorrir!"

E muitas inspirações para nos presentear com lindas histórias. Abraços


Resposta do autor:

Oi minha linda 

 

Também estou com saudades, mas infelizmente este ano não foi muito interessante para mim.

 

Muitos problemas de saúde na familia entre outras coisas.

 

Estou até brincando com o segurança do hospital Sepaco que daqui a pouco terei um cracha permanente.

 

Me desculpe a ausencia.

 

Te desejo um ano maravilhoso com muita paz, saúde, realizações de sonhos, harmonia e bençãos.

 

Um grande beijo da amiga

 

K.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 30/12/2016

K!

Espero que esteja tudo bem!

Confesso que ando com saudades dessas duas lindas, mas você deve ter seus motivos para não estar por aqui.

Desejo uma virada de  ano maravilhosa para você e sua família.

Abraços fraternos!


Resposta do autor:

Oi linda.

 

Realmente infelimente estou tendo alguns problemas que têm me afastado de vocês.

 

Espero que tudo se resolva para que eu possa voltar.

 

Um ano cheio de realizações, muita paz e saude pra você e todos da sua famila

 

Abraços

 

K.

Responder

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Mille
Mille

Em: 27/11/2016

Olá querida Ka

Hoje não vim aqui para dizer que estou com saudades e que andas sumida, espero que esteja tudo bem contigo.

Vim compartilhar a alegria de gritar que nosso Alviverde conquistou mais um título. Chorando, rindo e gritando somos campeões!!!!

Bjus e volte logo


Resposta do autor:

Ei minha amiga Palestrina

 

Pelo menos essqa alegria eu tive este ano

 

Somo campeões, e espero que agora em 2017 continuemos assim

 

Beijos enormes e alvi verdes

 

Sua amiga

 

K

Responder

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Sandalo
Sandalo

Em: 29/10/2016

Olá, Kpini, maravilhoso capitulo!

Estou lhe acompanhando desde o primeiro capitulo e, a cada um que leio anseio por outro.

Volte logo, andeio por mais um capitulo!

Bjs!


Resposta do autor:

Oi Sandalo minha querida

 

Obrigada pelo elogio

 

Infelizmente cecas circunstancias não me permitem ter tempo para vir postar.

 

Espero que tudo se resolva o mais rápido possivel para que minha inspiração vlte

 

Beijos e umj feliz 2017 pra você e sua família

 

K.

Responder

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Mille
Mille

Em: 13/10/2016

Ola autora tudo bem?

Hoje me bateu aquela saudade, e resolvi vim deixar meu recado.
Espero que retorne logo ao LETTERA.

Bjus

Responder

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Mille
Mille

Em: 13/10/2016

Ola autora tudo bem?

Hoje me bateu aquela saudade, e resolvi vim deixar meu recado.
Espero que retorne logo ao LETTERA.

Bjus

Responder

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Mille
Mille

Em: 13/10/2016

Ola autora tudo bem?

Hoje me bateu aquela saudade, e resolvi vim deixar meu recado.
Espero que retorne logo ao LETTERA.

Bjus

Responder

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Luh kelly
Luh kelly

Em: 25/08/2016

Oiiiiii querida amiga que saudades suas.

Finalmente sabemos agora o que se passou no passado de Cella. Elas viviam tão felizes juntas. Mas infelizmente o maldito preconceito das pessoas acabou com o amor delas, eles com seu ódio, suas crenças destruiram uma coisa tão pura entre duas garotas que se amavam de verdade.

Vivi não suportou a idéia de viver o resto dos seus dias longe da Marcella, e se fosse assim ela preferiu ñ viver mais, tirando a própria vida. Que triste.

Mãe e irmã não tinham o direito de culpa - la por isso.

Cella por todos esses anos carregou a culpa, se fechando para o amor. Sendo que as vitimas foram as duas nessa história toda.

Beijo enorme e até a próxima. ;)


Resposta do autor:

 

 

Luh amore mio!

 

Saudades grandonas minha amiga!

 

É agora sabemos um pouco mais dessa sombra que Marcella tem sobre sí. 

 

Muita coisa ainda tem pra acontecer...

O preconceito é uma coisa triste demais.

 

Bom demais falar com vc de novo viu?

 

Obrigada pelo carinho de sempre, e por sua amizade que só alegra o meu coração.

 

Beijos enormes amore

 

Sua amiga

 

K.

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Pryscylla
Pryscylla

Em: 24/08/2016

É ela se matou por culpa do preconceito da familia e não da Cella,que triste.

Bjus =]


Resposta do autor:

 

Oi Pryscylla

 

Tudo bem bonita?

 

Então, vamos descobrir mais sobre esse suicido.

 

Mas com certeza o preconceito é uma coisa muito triste e tira muitas vidas.

 

Obrigado pela paciencia e pelo comentario

 

Beijos grandes

 

K. 

 

Responder

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Mille
Mille

Em: 24/08/2016

Olha querida Ká, nossa voltaste e trouxe o passado da Marcella que foi tenso acredito que a Vivi não aceitou o destino que os pais em afastar da Cella e talvez tirou a própria vida. As acusações da mãe da Viviane e irmã foi como tirar a culpa de si e colocar na Marcella, e as duas podem estar assombrando ela. 

Bjus querida e até o próximo, num suma não fiquei com saudades.


Resposta do autor:

 

 

Mille minha linda!!!

 

Tudo bem amor?

 

Saudades também, amiga, mas pelo menos temos o que comemorar, nosso Palestra esta nos enchendo de orgulho.

 

Será que esse ano vai?

 

Falando de Alma Negra, agora acho que ficou claro o por que de Marcella se considerar uma assassina.

 

Essa culpa, que não cabe a ela, é um peso enorme em suas costas.

 

Mas muita coisa vem ainda por aí.

 

 

Vamos aguardar.

 

Minha linda, muito obrigada mesmo por sua paciencia e por sua companhia sempre tão carinhosa. Bom demais saber que o tempo não afasta as amizades, mas sim as tornam mais fortes.

 

Estou procurando arrumar minha casa (vida), pra não demorar tanto a postar.

 

Saudades imensas viu?

 

Um beijo gigante 

 

Sua amiga

 

K.

 

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Rita
Rita

Em: 24/08/2016

Nossa :O 


Resposta do autor:

 

 

Oi Rita

 

Tudo bem?

 

Sim é de ficar estarrecida não é mesmo?

 

Obrigada pela paciencia e pelo comentário

 

Volte sempre

 

Beijos

 

K.

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patty-321
patty-321

Em: 24/08/2016

Nossinhora. Q tragédia. Ela se matou ou a mataram? Coitadas. Oh cella, por isso ela é tão sombria, não é pra menos. Terrível.
Resposta do autor:

 

Oi Patty

 

Tudo bem linda?

 

Ela se matou mesmo ....

 

Agora podemos entender um pouco da culpa que Marcella carrega no peito.

 

Mas vem outras coisas por aí.

 

Obrigado pela paciencia e por estar acompanhando e deixando comentários.

 

Um beijo grande

 

K.

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