Conjuração por Angribbons
Capítulo 6
- mas o quê diabos ela tá fazendo aqui? — estava incrédula com a falta de noção de Mabel.
- vocês podem continuar, não irei fazer com que parem, só quero vê-los — falava ela, enquanto buscava apoio de Pai Zezé
- você está nos mandando continuar? —Mabel ficou muda, sem reação e deixou claro que não sabia a diferença de pedir e mandar quando tratava-se de escravos — esse não é seu povo, nem sua crença. Volte pra sua casa — continuou a negra que logo recebeu uma olhada de Pai Zezé que me causou medo — não é mentira! Ela nem deve saber o porquê de estarmos aqui
- essa é a casa dela, ela pode andar por onde quiser e se precisar explicarmos o motivo da dança... explicaremos —falou papai Zezé, de forma tranquila. — vamos, voltem a tocar
E assim foi feito, começou os batuques, a dança. De princípio um pouco incomodados com a presença dela, muitos preferiram ficar sentados e todos sabiam que só continuaram pelo respeito a pai Zezé.
Caminhei em sua direção, olhando em seus olhos
- você é perdeu o juízo, Mabel? — fez uma cara de que não entendeu. Por Olorum, aquela menina era doida — é perigoso pra você estar aqui, toda essa gente pode estar querendo mata-la.
- eles não tem porquê fazer isso, eu os trato bem.
- os trata bem? — apertei seu braço, falei entre-dentes — Olhe para eles, enxergue a dor em seus olhos causada pelo seu povo, olhe o sofrimento dos corpos — já estava exaltada, cansada e agora com raiva dela. Mabel me olhou de forma assustada e por segundos me arrependi da forma que a tratei
- venha, não cause o pior para si — continuei segurando seus braço, agora de forma leve —
- o quê? Pra onde está me levando?
- de volta pro lugar que não devia nem ter saído
Fiz a escolta de volta pra casa grande segurando, agora, sua mão e estranhamente Mabel não desfez o contato
- pronto, a sinhá está entregue
- Mabel
- hã?
- você tinha me chamado de Mabel, continue — sorri e falei com ar de riso
- jura que de tudo que eu disse, essa foi a única coisa da qual você ouviu?
- não, mas foi a que mais dei importância — A olhei nos olhos, ela tinha intensos olhos verdes —
- Mabel... Você realmente precisa tomar cuidado ao ir até a senzala sozinha, ainda mais quando todos estão lá
- está preocupada comigo? — a pergunta me pegou de surpresa. Estava preocupada com a herdeira do engenho? E porquê estava? Ainda segurava sua mão, soltei para, num gesto de nervosismo, colocar uma mexa de cabelo atrás da orelha —
- só não quero que algo de ruim aconteça
-... Comigo? — insistiu ela
- aí Mabel, não quero algo ruim aconteça com qualquer um — ela riu, claro que percebeu que fiquei desconcertada — é melhor você entrar
- tudo bem, boa noite Shiara — tomou minha mão de volta —
- sonha bonito...Mabel — fui me afastando até que a distância fizesse com que nossas mãos soltassem-se —
Voltei pra senzala em passos lentos, a celebração voltou a ser animada, mas não conseguia dá atenção relembrando o que acabara de ocorrer.
- O que aconteceu? — perguntou-me Guesel, e intimamente eu me questionava o mesmo
- O quê?
- Shiara, você saiu puxando a sinhá — deu ênfase — e ainda estar aqui e não sendo açoitada no tronco. Então, o que tá acontecendo?
- Ai Guesel, nada. Só tentei tira-la daqui, você sabe que é perigoso. Chega desse assunto, venha, vamos dançar.
No raiar dos primeiros raios solares já estávamos de pé e indo em direção ao canavial. Cansados, como sempre estávamos, mas porém com um pouco de felicidade por ter sentido a magia do nosso povo. Já era próximo ao meio dia, aprendi desde muito a me situar pelos astros, e a sombra que o sol fazia sob as árvores denunciava o horário, estávamos terminando de levar as canas cortadas para o galpão
- Se a sinhá fosse homem eu diria que ela está se engraçando pra você — falou com um ar de riso
- o quê? De onde você tirou isso, Blanka?
- ela nunca cuidou de escravo, apesar de ser contra violência conosco e só vinha nos ver trabalhar nos primeiros dias, até os novos escravos chegarem... E você ainda tá aqui depois do despeito de ontem — impossível não rir com os devaneios de minha amiga
- aiai, vai ocupar essa mente vai
E como se tivesse ouvido parte da conversa, ao sair do galpão, a visto. Lá estava ela, toda intocável em cima de um cavalo, enquanto conversava com um feitor. Claro que já havia percebido as constantes idas dela no canavial, mas achava que era estranhamente comum. Ri, balançando a cabeça enquanto continuava a olha-la, Blanka é louca. E antes que pudesse desviar o olhar, sinhá me olha e faz um aceno com a cabeça. Blanka tinha que estar louca.
Fim do capítulo
Eae, o que estão achando?
beeeeijos minhas frôr <3
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rhina
Em: 15/08/2016
Oie.
Muito massa.
Realmente demais.
Até
Rhina.
Resposta do autor:
Oi Rhina, fico feliz que continua gostando.
não tenho certeza, mas acho que hoje é seu aniversário ( apareceu uma notificação no face ). Se for a mesma Rhina, aprabéns ! Tuuudo de melhor na sua vida, visse?! <3
Resposta do autor:
Oi Rhina, fico feliz que continua gostando.
não tenho certeza, mas acho que hoje é seu aniversário ( apareceu uma notificação no face ). Se for a mesma Rhina, aprabéns ! Tuuudo de melhor na sua vida, visse?! <3
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