Entre Lambidas e mordidas -- Capítulo 9

 

-- Você é tão gostosa Dani -- apenas passando seus dedos naquela barriga, Morgana podia sentir suas regiões mais íntimas ficarem excitadas.

Daniela tinha um corpo definido e deliciosamente sexy. Sua barriga tanquinho parecia a de uma atleta.

Daniela estava hesitante, mas não conseguia impedir que Morgana continuasse; e ela nem queria na verdade. Engoliu procurando por mais ar. Ela estava curtindo o momento tanto quanto Morgana, mas em um momento de completa lucidez empurrou Morgana e pulou do sofá. Não queria que a sua primeira vez fosse dessa maneira, em um sofá, com uma pessoa que acabara de conhecer.

-- Sinto muito Morgana, mas não vai dar -- falou correndo até a porta -- Quem sabe em outro momento -- falou decidida.

-- Que pena Dani! -- sentou-se no sofá estava decepcionada -- Eu gostei de você.

-- Não acho legal esse negocio de trans*r por trans*r, Morgana. Não pense que estou sendo mal com você, pelo contrário, gosto de cuidar das pessoas que estão comigo. Para que uma relação sexual seja satisfatória, é essencial que ocorra entendimento e troca entre os parceiros. A gente acabou de se conhecer, meu anjo.

Daniela saiu do apartamento de Morgana dando tapa na própria testa.

-- Desse jeito vou morrer virgem... Droga! Não peguei o dinheiro do pagamento.

 

Pela manhã na Vargas S.A Yasmin analisava alguns currículos enquanto Matias brincava com uma bolinha de gude.

-- Não tem o que fazer é? Está me irritando com essa bolinha de lá para cá.

-- É só não ficar olhando -- falou dando de ombros.

-- Impossível! -- separou um currículo e entregou para Matias -- Olha só que currículo maravilhoso.

Matias leu e balançou a cabeça.

-- Poxa a dona é perfeita. Vai contrata-la?

-- Vou chama-la para uma entrevista. Quem sabe não seja a profissional que tanto procuramos. Estamos com muita dificuldade em encontrar esse profissional. O mercado está escasso.

-- Chamou a farmacêutica gostosa?

Yasmin sorriu antes de responder.

-- Enviamos um e-mail ontem.

-- Que bom! Gostei dela.

-- Percebi -- esfregou os olhos e empilhou os papéis sobre a mesa -- Matito lembra-se do meu apartamento na Bela Vista?

-- Imagina se não? Aquela coisa linda, o que tem?

-- Quero mudar a decoração, modernizar e...

-- Aiiiiii... -- Matias deu um berro e pulou da cadeira como um loco.

Yasmin colocou a mão sobre o peito.

-- Jesus!!! Que susto.

-- Meu sonho, minha realização... Estou até emocionado! -- secou uma lágrima imaginária -- Vou enfim fazer o que gosto: Decoração.

-- Mas não era jardinagem?

-- Jardinagem está em segundo lugar.

 

 

Quando Daniela chegou em casa pela manhã, foi recebida com festa pelo Pedra 2.

-- Oi garoto, tudo bem? -- pegou ele no colo e beijou sua cabeça -- Bom dia Paula.

-- NAMASTE!!!  Hare krishna/Hare Krishna/Krishna krishna/Hare hare/Hare rama/Rama rama/Hare hare.

-- BOM DIA! -- Bianca berrou.

 -- Aiiiiii... -- Daniela deu um grito devido ao susto. Colocou as mãos no peito como se com esse gesto fosse acalmar as batidas do coração acelerado -- Quase me matou do coração sua songamonga.

-- Assustou-se porque estava fazendo coisa erradaaa... -- se jogou no sofá e Daniela se jogou em cima dela.

-- Estava trabalhando, sua bocuda.

-- A Cristina falou que você é o pior funcionário dela.

-- Você me defendeu lógico. Aquela lá adora ficar jogando pedra nos outros.

-- Quando lhe atirarem uma pedra faça dela um degrau e suba... Só depois, quando tiver uma visão plena de toda a área, pegue outra pedra, mire bem e acerte o crânio do fdp que lhe atirou a primeira -- disse Bianca cheia de revolta.

-- Você tem razão, eu era uma trouxa, mas o tempo passou e a vida me ensinou, e hoje, sou uma trouxa com experiência! Não dou mais importância a comentários maldosos.

-- Hare krishna/Hare Krishna/Krishna krishna/Hare hare/Hare rama/Rama rama/Hare hare. Comentários maldosos? Pelo o que ela contou você só consegue fazer uma entrega por noite. O resto da noite ninguém sabe por onde anda. Hare krishna/Hare Krishna/Krishna krishna/Hare hare/Hare rama/Rama rama/Hare hare. Fala a verdade Dani.

-- Como você é maldosa Hare Krishna, a Dani é uma menina pura e virgem.

-- Me engana que eu gosto. Deve passar a noite se amassando por aí. Hare krishna/Hare Krishna/Krishna krishna/Hare hare/Hare rama/Rama rama/Hare hare.

Paula saiu em direção ao quarto.

-- Não liga para ela Dani. A Paula é vegetariana, a falta de proteínas da carne deve estar afetando o cérebro dela.

-- A Paula tem razão. Essa noite eu conheci uma maluca que me agarrou e...

-- E você transou com ela?

-- Não. Foi só beijo mesmo. O beijo não é assim tão higiênico, mas eita maneira mais saborosa de se pegar um germe, sô -- coçou a cabeça e fez uma careta -- Ela bem que tentou, mas não rolou.

-- Não se preocupe Dani, virgindade é coisa que dá e passa!

-- Não me preocupo com isso -- Daniela caminhou até a cozinha e Bianca foi atrás.

-- Você só dá casando?

-- Não é isso Bianca, é que tenho minhas prioridades.

-- Posso saber quais são essas prioridades?

-- Assuntos do passado. Pessoas que quero reencontrar -- Daniela pegou uma caneca e encheu de café -- Nem vou precisar me esforçar muito. O destino está se encarregando de me levar até eles mais rápido do que imaginei.

-- Você é cheia de mistérios Dani -- falou Bianca sentando-se na cadeira e começando a comer -- Só não fique perdendo seu tempo com vinganças, não vale a pena.

-- Se você tivesse passado por tudo que eu passei não falaria isso -- seu olhar se perdeu no vazio, embaçado pelas recordações.

-- Você não vai esquecer o passado. Não é mesmo?

Amargurada, ela fez que não com a cabeça e recolheu-se a seu mundo particular, sobre o qual Bianca não sabia nada.

 

 

Na Vargas S.A

 

Sem cerimonias Matias entra na sala de Yasmin e se joga na cadeira a frente de sua mesa. Pegou um porta-retratos com a foto de Pedro de cima da mesa e olhou para a fotografia por um longo tempo.

-- Matito! -- Yasmin chamou a atenção do cunhado.

-- Sim? -- respondeu o rapaz sem tirar os olhos do porta-retratos.

-- O que está acontecendo?

Ele olhou assustado sem entender nada do que ela dizia.

-- Como assim? O que está acontecendo? -- perguntou surpreso.

-- Sua mãe e seus irmãos todas as noites se trancam no escritório e ficam por horas discutindo -- falou tirando o porta-retratos das mãos de Matias -- Por diversas vezes escutei Anita falar alto com voz firme e autoritária.

Mateus pigarreou um pouco e ajeitou-se na cadeira antes de falar.

-- Você sabe o quanto eles me excluem dos assuntos importantes -- falou com certa mágoa -- Minha mãe me odeia, meus irmãos me odeiam...

-- Não é bem assim Matias.

-- Você sabe que é Yasmin. Minha família nunca me aceitou. Prova disso é o que você está me contando.

-- Você sabe sobre o que eles tanto discutem?

-- Não tenho certeza, mas provavelmente é sobre o testamento que o meu pai deixou.

-- Testamento? -- a ruiva levantou a cabeça com surpresa e olhou pasma para ele -- Achei que esse assunto estava encerrado e a página virada.

-- Antes fosse. Meu pai não era fácil. Pelo pouco que sei, ele incluiu uma quinta pessoa no documento.

-- Mentira!!!

Matias deixou Yasmin de boca aberta ao contar aquela verdadeira bomba.

-- Antes fosse minha querida. Agora você imagina a cabeça do trio ganancioso.

Yasmin parou pensativa por alguns segundos, como quem estivesse ainda digerindo a informação.

 

 

Em um hotel no centro de São Paulo.

 

-- Bom dia! Pois não? -- a recepcionista do hotel sorriu simpática.

-- Bom dia! Por favor, desejo um quarto.

-- Sim senhora, tem previsão de quanto irá ficar conosco?

-- Por tempo indeterminado.

-- Um documento, por favor -- a moça pegou o documento da mão da cliente e preencheu o cadastro -- Aqui está o seu documento e a chave de sua suíte, dona Lara. Vou pedir para um funcionário levar as suas bagagens.

-- Obrigada!

Lara Moraes saiu caminhando a passos lentos em direção ao elevador. Sua roupa justa acentuava ainda mais as suas generosas curvas.

Lara formou-se nos Estados Unidos em Ciências Farmacêuticas, profissional que faz contato com líderes de opinião na área de saúde para trocar informações sobre os estudos feitos antes que um medicamento seja lançado.

Retornou ao Brasil com o objetivo de fixar residência em São Paulo, mas para isso precisava arranjar um emprego urgentemente. Havia enviado currículo para a Vargas e aguardava ansiosa pela resposta.

Entrou na suíte, jogou a bagagem de mão sobre a cama e foi até a sacada.  Abriu os braços sentindo a brisa da manhã esvoaçando seus cabelos longos.

-- Brasil! Brasil! Não sei se te amo ou te odeio -- sorriu -- Quem sabe os dois.

 

No Butantã

 

-- Oi crianças -- Lavínia jogou a bolsa sobre a mesa, sentou ao lado de Daniela no sofá, pegou um pedaço de chocolate e levou à boca -- Ninguém vai para a faculdade hoje?

-- Você não sabe? Estamos em greve -- Marjorie falou com uma cerveja na mão.

-- Deve ser a terceira vez só esse ano -- Bianca falou com desdém -- Vou aproveitar para dar um pulinho em Campinas para visitar a minha mãe.

-- A mãe da Bia caiu de novo.

-- Sério? -- Daniela olhou preocupada para Bianca.

-- Semana passada ela caiu e cortou a perna, levou sete pontos. Ontem caiu de novo, levou mais cinco pontos. Daqui a pouco Deus vai tirar a habilitação de pedestre dela.

A campainha tocou e Pedra 2 correu na frente e ficou parado em frente a porta abanando o rabo.

-- Por que os cachorros correm para a porta quando a campainha toca? Raramente é para eles -- Bianca abriu a porta -- Hare Krishna? Esqueceu a chave querida? Se soubesse que era você não teria aberto a porta.

-- Sua grossa. Um dia você ainda vai sentir a minha falta -- Paula falou irritada.

-- Enquanto eu puder coçar minha costa numa quina de parede, ninguém me fará falta!

-- Vou lembrar-me disso Bia quando me pedir para lavar sua calcinha.

-- Ai amor, você não conta.

-- Bianca, pega umas cervejas pra nós -- pediu Lavínia com um sorriso mais largo que o habitual, o que chamou a atenção de Daniela.

-- Claro, princesa, é pra já -- Bianca correu até a cozinha -- O que estamos comemorando?

-- Impressão minha ou o motivo desse sorriso lindo não sou eu? -- disse Daniela, tentando parecer séria.

Lavínia retirou um papel do bolso e balançou no alto.

-- Vamos comemorar o inicio de uma nova fase em minha vida -- jogou o papel no colo de Daniela -- Farmacêutica da Vargas S.A.

As amigas se abraçaram e comemoraram a vitória de Lavínia como se fosse delas.

 

 

Na Vargas S.A

 

-- Estou indo para casa.

Yasmin olha no relógio e faz uma careta para ele.

-- Já?

-- Como já? Está escuro, olha pra fora -- apontou para a parede de vidro e sua imensa janela.

-- Mede o tempo pelo sol agora é? Ou tem medo do escuro? -- disse Yasmin ajeitando alguns papéis sobre a sua mesa -- São apenas cinco horas.

-- Tem um Deus baiano me esperando lá em casa, só de cueca e meia.

-- Por acaso não é o mesmo que te deu o cano na semana passada?

-- Ele mesmo. Agora me diz quem nunca comeu uma caixa de Bis por ansiedade, uma folha de alface por vaidade e um cafajeste por saudade? Vai comigo?

A ruiva olhou para a pilha de papéis em cima de sua mesa com certo desanimo.

-- Não vai dar. Tenho muito trabalho para colocar em dia.

-- Pois eu me vou -- se levantou e caminhou até ela -- Vou usar o serviço delivery de um restaurante e pedir comida japonesa -- deu um beijo no topo da cabeça da cunhada, se despedindo dela.

Assim que Matias saiu, Yasmin voltou a se concentrar na pilha de papéis que estava sobre sua mesa. Pegou o currículo de Lara e começou a folhear.

-- Acho que estou preste a contratar uma fera.

 

 

No Butantã.

 

-- Você trans*ria por dinheiro, Bianca?

-- Cara, eu trabalho por dinheiro, imagina se não trans*ria por dinheiro.

Daniela balançou a cabeça indignada e continuou a preparar as panquecas.

-- Falta muito Dani? Estou morta de fome.

-- Deus pôde fazer o mundo em seis dias porque não tinha ninguém perguntando quando ia ficar pronto... Será que dá para você fechar a matraca por alguns minutos, Bianca? Êita lasqueira!

-- Credo Dani -- Bianca falou indo no armário pegando alguns pratos e colocando sobre a mesa -- Quanta falta de paciência.

-- Pronto. Chama logo o pessoal pra comer que eu já estou atrasada para trabalhar -- falou virando o copo de cerveja.

-- Hú, hú -- Bianca saiu correndo.

 

 

No apartamento de Matias.

 

-- Que música é essa, amor? -- Vinícius berrou do banheiro.

-- Celebration, da Madonna -- disse Matias colocando dois pratos na mesa.

Vinícius saiu só de toalha do banheiro e começou a fazer suas dancinhas.

-- Não posso escutar esse tipo de música que fico louco para se jogar na pista.

-- Pois pra mim não importa, pode ser house, tech house, tribal, electro, flashback, disco, o que vale é se jogar forte e "bunita"! Se acabar de dançar. Como se não houvesse amanhã. Como diz minha diva, diva, diva, Lady Gaga: Just dance.

Não demorou em ser tirado de seu transe ao ouvir a campainha soar.

-- A nossa comida chegou. Vini abre a porta amor...  -- Matias pediu ao namorado.

 

 

"Enquanto não amarmos um animal, uma parte de nossa alma permanecerá adormecida." Anatole Franco.

 

Se você tiver um animalzinho de estimação e quiser mandar a foto dele para participar da capa de uns dos capítulos do romance, envie nesse whats: 47 91333878. Não se esqueça de colocar o nome do fofinho (a) para participar da história.

A capa será atualizada após uma semana.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo