Meninas, está chegando ao final..
Espero que curtam
Eu nunca tinha tido tanto medo do Adeus
Ele me colocou de costas na parede, esse seria o meu fim? Se for, quero que seja bem rápido. Desde criança tive medo da morte, sempre fiquei impressionada quando tinha que ir algum velório.
Na cerimônia de despedida da minha mãe, não consegui acompanhar até o fim. A imagem dela morta vinha em minha mente por anos e anos. No fundo no fundo acho que nunca me recuperei. Ainda bem que deixei minha filha protegida, amparada caso eu faltar. Fiz isso um dia depois de sair os papéis da adoção. Caso eu morra ela terá uma casa, a faculdade já paga. Mariáh cuidará dela até quando se for, e caso aconteça algo com a a sua tutora, ela ficará com a filha mais velha de Mariáh em meu apartamento em Londres.
Senti uma forte dor na barriga, uma cólica cortante. Algo de estranho está acontecendo comigo, mas não sei dizer o que é...não faço a menor ideia. Não vou chorar, vou me esforçar até o ultimo segundo para não desmaiar. Quero que esse desgraçado me olhe nos olhos quando for me matar.
O fato de eles só falarem em árabe me deixa ainda mais agoniada. Um deles ( o mais nervoso) foi me puxando pelos cabelos, e eu tropeçando em corpos ensanguentados. Quando olhei de relance para baixo, percebi que uma da pessoas sob os meus pés ainda respirava, quando ela percebeu que eu vi, fez sinal de silêncio com a mão.
Estavam os dois conversando, algumas pessoas feitas reféns em um canto juntas. E eu estava do outro lado do enorme hall de entrada do centro comercial, isolada dos demais.
Eles não viram quando a mulher passou sangue das pessoas mortas entre o meio das minhas pernas, ela tomou cuidado para sujar o meio das minhas pernas e atrás em minha saia, afastou minhas pernas da outra e passou o sangue, não entendi. Há todo momento ela fazia sinal de silêncio, e eu tentava manter a calma e o nojo de ser suja por sangue de gente morta, por várias vezes segurei o vômito. A mulher estava com o rosto todo sujo, lavado de sangue. Eu não fazia a menor ideia de qual era a intenção daquela desconhecida, só obedeci. No ultimo fio quase se rompendo de esperança de eu sair viva daquele lugar.
– Grita, como se estivesse passando mal. – Ela fez o gesto com a boca. Falou pausadamente para que eu pudesse entender.
– Me ajuda, pelo amor de alguma coisa. Eu estou passando mal – Um dos caras viu a cena e veio correndo com a arma em punho. A boa samaritana se camuflou entre os corpos fingindo se de morta e sua atuação convenceu.
Quando o homem viu o sangue no meio de minhas pernas, começaram a gritar. Eu fiquei sem entender. Gritaram em Árabe, se ajoelharam e fazia uma espécie de oração. Se debatiam, como se estivessem se penitenciando.
– A vadia latina está menstruada. Que Alá nos perdoe, tocamos em uma mulher impura.
Vadia, nos contaminou com seus pecados – Foi nesse momento que eu entendi o plano da mulher. Agora tudo fazia sentido.
Corri em direção dos outros reféns e toquei em todos, os dois terroristas ficaram muito assustados, e saíram correndo porta à fora do centro comercial. Ouvi quatro disparos, dois perto e dois de longe. Logo depois saímos todos daquele lugar, sãos e salvos.
Estávamos em nove pessoas, quando olhei para os corpos no chão, vi a mulher que me salvou se levantando. Ela veio em minha direção limpando o rosto com a blusa que havia tirado de um manequim de uma das lojas. Foi quando vi de quem se tratava. Minha salvadora era ninguém mais ninguém menos que Andrea Vies. Não reconheci pois o seu rosto estava encoberto por muito sangue, suas roupas e até os cabelos.
Não fui orgulhosa, orgulho naquele momento de terror era um sentimento que não cabia em absoluto ali. Nos abraçamos, sem dizer uma palavra, ela começou a chorar quando me viu chorando.
– Muito obrigada por ter salvo a minha vida – Agradeci, entre um soluço de choro e outro.
– Você não tem nada que me agradecer minha querida, sei que tem uma pessoa que morreria se algo acontecesse com você. Então, aproveite a segunda chance que a vida te deu.
Em nossa direção vinha uma junta de policiais, paramédicos. Todos queriam saber como estávamos. Do outro lado da rua, no prédio em frente, um número grande de policiais iam em direção ao prédio, todos com armas em punho. Algo grave também havia acontecido lá mas eu não soube identificar do que tratava.
Quando de repente , ouvi um dos policiais gritando desesperado, quase chorando pelo rádio : Policial ferida, ajuda aqui! Policial ferida, chamem a ambulância.
Neste momento perdi meus sentidos, nos últimos segundos que tive antes de desmaiar, meus pensamentos foram em Crhistien. Será que tinha sido ela a se ferir?
A ultima coisa que vi foi enfermeiros vindo em minha direção, perguntando se eu estava bem, desmoronei nos braços da enfermeira.
***
Ouvi o barulho dos disparos, fechei os olhos apenas esperando o tiro me acertar. Ao mesmo tempo que dois homens estavam em minha mira. Saíram de repente correndo, dei dois disparos consecutivos que os acertou em cheio.
Quando me toquei que ainda estava viva, que nenhum disparo tinha me acertado , foi quando olhei para trás. Vo Kolbie e o terceiro terroristas, estavam caídos há uns quinze metros longe de mim . Kolbie agonizando e o terrorista já morto.
Fui correndo até eles, meu parceiro tinha sido atingido bem na jugular, tiro fatal...
Rasguei um pedaço do pano do uniforme dele e tentei fazer um torniquete. Estancar o sangue me daria alguns segundo para agradecer por ter salvo a minha vida.
– Obrigada por estar aqui , Kolbie. Respira com calma, já vai ficar tudo bem – Lágrimas começaram escorrer dos nossos olhos.
– Desculpa ter sido sacana com você, é que eu sempre te amei. Desde quando eu te vi pela primeira vez, e estou feliz por falar isso sem parecer patético.
Apertei o pano o mais forte que pude, mas infelizmente os olhos deles foram se fechando e ele morreu.
Em uma atitude desesperada eu peguei o seu corpo e coloquei em meu colo. Fiquei lavada de sangue. Quando a tropa subiu no terraço e viu a cena, imaginaram que eu também estava ferida por causa da roupa que estava lavada de sangue. Fiquei atônita, não conseguia mover nenhum músculo do meu corpo. Quando dei por mim, um paramédico estava tirando o corpo de Kolbie do meu colo. Foi quando processei todas as informações da ultima hora. Fui amparada por um colega de farda, ele me ajudou a descer as escadarias do prédio. Vi os caras do IML subindo para resgatar os corpos.
Eu estava quase chegando na ambulância, quando avistei Agnês ensanguentada em uma maca. Estava levando ela correndo para ambulância que estava exatamente ao lado da que eu ia entrar . Neste momento foi como se minha alma estivesse saindo fora do meu corpo. Não vi nada e nem ninguém em minha frente. Saí correndo gritando o nome dela, no instante seguinte senti uma agulha e um liquido sendo injetado de qualquer jeito em meu braço. Meus movimentos foram ficando lentos, pesados. Eu tentava gritar mas era como se a minha voz não saísse. Umas das piores sensações que se pode ter.
Senti meu corpo se desequilibrando em Slow motion nos braços da médica.
– Agnês, Agnês Delphis...morreu? – Senti que a minha voz estava bem pastosa. Apaguei abruptamente depois disso.
Não sei quanto tempo se passou, mas acordei – vomitando – . Foi a primeira coisa que eu fiz assim que eu acordei. Meu estômago deu uma reviravolta, a enfermeira que estava ao meu lado apenas colocou a lixeira próximo de mim.
Minha cabeça rodava, não conseguia concatenar minhas ideias. Tudo que me vinha em mente era : Sangue, Kolbie morto, Agnês suja de sangue na ambulância.
– Agnês? Agnês? – Sai arrastando o soro pelo corredor do hospital.
As pessoas sem entender nada, olhei para o meu corpo. Eu estava descalça , com o roupão do hospital.
Andei um corredor abrindo porta por porta, quando veio uma junta de enfermeiros.
– A senhora precisa se acalmar. – Disse uma das enfermeiras.
– Eu não quero ficar calma, onde está Agnês?
– Se você ficar calma, eu vou buscar informações sobre ela! Mas só se me prometer que vai se acalmar.
Ela me segurou e foi me levando para uma sala onde tinha vários prontuários.
– Agnês Delphis Kannenberg ? – Perguntou sem tirar os olhos do prontuário.
– Sim, é ela..Como ela está? – Perguntei afoita, desesperada sem saber notícia.
– Aqui diz que ela teve um começo de aborto. Está sedada para ver se salvamos os bebês.
– Os bebes? Aborto?
– É o que está dizendo aqui. Mas tirando isso, ela não sofreu nenhum arranhão.
Me sentei em um banco que tinha na sala de prontuários. Sem saber o que pensar, que dia..que dia.
Um pouco mais calma, voltei para o quarto. Vi meu celular e alguns outros objetos pessoais na mesa ao lado da minha cama, então resolvi ligar para minha mãe, saber se ela estava bem. Ela por sua vez estava muito aflita, tinha um policial com ela. E é obvio que não deram detalhe sobre o que havia de fato acontecido, que a minha vida esteve por um triz e nem eu iria contar.
Fiquei acompanhando com olhos toda a movimentação do hospital, enfermeiros indo e vindos em passos apressados. Vi um corpo passando encoberto por um pano branco, que estava sujo de sangue. Vi a morte de perto na experiencia mais assustadora que já tive em toda a minha vida. E chego a conclusão que certas coisas não dá para deixar pra depois. Perdi um colega de farda sem ter tido a oportunidade de saber o que levou ele a inventar algo para me afastar da pessoa que amo.
A vida é curta demais para carregarmos alguns sentimentos que nos impedem de evoluir como pessoas, como seres humanos.
Me levantei meu cambaleante e fui até a enfermeira que havia me dado a notícia sobre Agnês. Ela estava em pé parada no balcão falando ao telefone. Fiz sinal com as mãos que queria falar com ela, ela por sua vez retribuiu o sinal me dizendo para esperar um pouco.
Fiquei alguns minutos esperando ela terminar de falar.
– Como está a Agnês agora?
– Olha, eu acabei de ir no quarto dela. Ela ainda está sedada.
– Os bebês vão sobreviver? – Perguntei com medo da resposta.
– Sim, acredito que sim. Daqui alguns horas vamos fazer outra ulta som. Vamos fazer melhor?
– O que?
– Você quer ir no quarto dela? Ela está proibida de receber visita, mas eu abro exceção para a pessoa que matou os terroristas. Aqueles filhos da mãe lotaram pra caramba esse hospital hoje. Me dá até vontade de revive- los só pra você matar eles de novo – Ela conseguiu arrancar um resquício de sorriso meu, naquele dia impagável.
Ela se virou e eu sumi das vistas dela, voltei para o meu quarto. Um médico veio falar comigo, e me disse que eu já estava liberada para ir embora.
– Se quiser, podemos ligar para alguém vir te buscar?!
– Não, obrigada..o meu carro está no batalhão. É apenas três quadras daqui.
– Tudo bem, se sentir algo é só voltar que iremos te atender.Ali no armário, tem roupa limpa. Sua mãe enviou por um colega seu.
O médico virou as costas. Fui para o banheiro, me banhei, meu corpo ainda fedia sangue parado. Vi a sangue escorrendo pelo meu corpo. Fiquei embaixo do chuveiro por quase vinte minutos. O banho me fez bem, me deu uma momentânea sensação de limpeza. Me sequei e vesti as roupas que minha mãe havia me mandado.
Sai do hospital e fui caminhando até o batalhão. A cidade estava agitada, era quase cinco da tarde. Os números da tragédia estavam sendo computados, viaturas passavam por mim à todo momento; ambulâncias também. Cheguei no batalhão e a recepção estava vazia. Apenas uma TV ligada no canal de noticias, fiquei por algum tempo parada, prestando atenção. Ao total foram 124 pessoas mortas, 32 feridas, 22 delas em estado grave.
Peguei a chave do carro na minha mesa. Dirigi até a casa da minha mãe e quando cheguei Aleksander estava na sala cuidando da irmã, enquanto minha mãe estava na cozinha fazendo algo para eles comerem.
Quando eles me viram, vieram os três me abraçar. Ficamos ali parados nos abraçando, ninguém conseguiu segurar as lágrimas, estávamos todos assustados com o que tinha acontecido.
– Mãe, eu fiquei muito assustada, achei que tinham machucado você. – Disse Aleksander que estava em prantos.
– Calma filho, a mamãe está aqui. Jamais abandonaria vocês. – Me abaixei para ficar na altura deles. Peguei Daphini no colo, me levantei e abracei minha mãe.
Estar novamente com a minha família era tudo que eu precisava. Achei que nunca mais iria estar com meus filhos novamente.
Depois de todos recuperados do susto, me deitei na cama com as crianças que acabaram pegando no sono. Me levantei e fui até o quarto da minha mãe, ela acabou adormecendo com a bíblia e um terço nas mãos.
Minha mãe tinha um quartinho de costura com um armário onde ela aguardava algumas coisas. Fui até lá, abri o armário e peguei uma caixa que ficava escondida em um cantinho. Abri e conferi o conteúdo da caixa: Dois paress de sapatinhos bordados à mão, feitos por ela. Ela deu para o Aleksander e para Daphini quando eles nasceram. Foi o sapatinho que eles saíram da maternidade, que a minha mãe guardava como se fosse uma verdadeira relíquia.
Peguei as caixinhas de sapato, e fui até o quarto da minha mãe. Acordei ela beijando seu rosto, me sentei ao seu lado com as caixinhas em minhas mãos.
– Você se lembra ,mãe?!
– Do que está falando, filha? – Abri as caixas.
– Quando você descobriu que seria avó do Aleksander e Daphini.
– Me lembra filha. No mesmo dia eu bordei esses sapatinhos.
– O que você sentiria se eu dissesse que você será avó novamente, só que desta vez de gêmeos?
***
Acordei confusa, não sabia se estava sonhando ou acordada. Olhei pela porta vai e vem e percebi a correria do hospital. Não era um sonho, aquele horror tinha acontecido comigo.
Minha cabeça girou, meu primeiro impulso foi tirar os canos de soro que estavam em meus braços. A enfermeira quando avistou a cena veio correndo em minha direção.
– Não, senhora. Não faça isso.
– O que aconteceu comigo?
– Você teve um inicio de descolamento de placenta. Mas agora está bem.
– Aonde está a minha filha?
– Não sei, mas eu posso conseguir alguma informação se me deixar colocar o soro em você e prometer não tentar tirar mais, ok?
– Ok!
Ela voltou os soros em meus braços, e prendeu com esparadrapo.
– Agora se deita, você precisa ficar em repouso total – Me deitei, senti um pouco de náuseas.
A enfermeira saiu da sala e retornou depois de uns quinze minutos.
– Sua filha se chama : Júlia Delphis?
– Sim, é ela mesmo!
Ela está em casa com a babá, peguei o número que estava em sua carteira e liguei. Ela e a Mariáh estão bem.
– Graças a Deus. – Suspirei aliviada.
– Seu amigo Eduardo está lá fora, vou liberar a visita daqui uma hora. Enquanto isso descansa. – Ela saiu e eu acabei pegando no sono novamente.
***
Cheguei no hospital e as coisas aparentemente estavam mais calma. A recepção não estava mais lotada como quando eu sai. Em um canto sentando vi um rosto famíliar. Era Eduardo, ele estava segurando a mão de uma mulher.
– Oi, você é o Eduardo, certo? – Fui perguntando enquanto estendia a mão, ele retribuiu o gesto.
– Sim, sou eu. Amigo da Aggy, você é a policial que matou os terrorista. Saiba que você é uma heroína. – Meu rosto ficou vermelho na hora. – Essa aqui é minha esposa Sara. – Ele me apresentou para a mulher que estava com ele.
– Imagina, só fiz o que fui treinada para fazer. Prazer Sara, me chamo Christien.
A mulher por sua vez respondeu com um sorriso meio sem jeito. Do outro lado do saguão, uma enfermeira vociferava que seria permitida uma visita por paciente E que o nome das pessoas que a visita estava liberada estava pregada no mural de avisos. Eu e Eduardo nos dirigimos até o mural. O nome de Agnês era o segundo da lista.
– Acho que você deveria entrar Crhistien. Vocês duas tem muito o que conversar.
– Você tem razão, temos muito o que conversar.
– Vai lá, eu fico esperando a minha vez aqui.
– Você é um bom amigo, Eduardo. – Apertei as mãos dele.
Adentrei o longo corredor do hospital com a caixa em minhas mãos. O quarto era o 342. Olhei para o vidro e Agnês estava dormindo.
Cheguei bem perto e dei um beijo de leve em sua boca. Estava feliz por ela estar bem, estava feliz por aqueles momentos de terror terem acabado. Coloquei a caixa ao lado dela, puxei a cadeira e me sentei bem perto. Com o barulho da cadeira arrastando ela se assustou e acordou.
– Desculpa, não queria te assustar. – Ela balbuciou algo que não consegui compreender. – A capital de Islândia é Reykjavik. Se pronuncia Ri-ki-a-vi-chi – Falei pausadamente. – Pesquisei antes de vir para cá. Você tem razão, é um lugar lindo, um lugar tranquilo. Eu vi uma reportagem de um cara que é policial lá há nove anos e nunca usou a arma. Apenas o spray de pimenta, uma única vez; para conter um bêbado. Eu também me vi morando lá com você e nossos filhos. Me senti em casa, imaginei como seria a nossa vida lá. Tomando um vinho admirando aquelas paisagens, passeando com as crianças de carro nas férias.
Sabe, eu te vi sendo levada para ambulância e tive tanto medo. Medo de te perder, medo de nunca mais te ver. E eu não quero passar por isso novamente, nunca mais quero correr esse risco, mesmo que pra isso eu tenha que mudar de cidade, de país, de planeta. Eu sei que eu vou ficar bem em qualquer lugar se você estiver ao meu lado.
Você está proibida de me assustar desse jeito novamente – Os olhos vermelhos, eu já não conseguia segurar mais às lágrimas – Se você acha que podemos ser feliz na Islândia, eu vou me desdobrar para sermos felizes. Mas me promete, por tudo que você mais ama : Que nunca mais vai me deixar. Não foge mais do amor que eu tenho para te dar. Não precisa ter medo, eu nunca quero te magoar, e se um dia isso acontecer eu te juro que terá um bom motivo. Todas as vezes que você foi embora foi como se me matasse um pouco por dentro – Neste momento ela também começou a chorar.
– Eu também achei que você tivesse morrido. Eu sei o quanto deve ter sido difícil pra você o que o Ricci fez, mas eu não sou ele – Ela soluçava de tanto chorar.
– Por isso eu desmaiei, eu achei que eles tivessem te … – Não deixei ela terminar a frase, calei sua boca com um beijo.
– Desculpa, é que eu fico muito emotiva quando descubro que vou ser mãe! – Fui dizendo assim que paramos de nos beijar.
– Ser mãe? Como assim!
– Você vai ter nenem.
– Descolamento de placenta? O meu Deus, era isso! Eu achei que estava sonhando... Meus Deus eu estou grávida.
– Desculpa, eu nem perguntei se você vai criar com o pai. Já fui me auto intitulando '' Mãe''.
– Você também vai ser mãe, claro. Eu não vou contar para o pai.
– Nossos filhos serão lindos. – Eu disse enquanto ela abria a caixinha. E mais uma vez chorou, mas agora era diferente. O choro misto de felicidade, emoção.
– Nossos filhos? Tem mais de um aqui dentro?
– Sim, seu BETA HCG deu muito alterado. Ai quando fizeram a ultra som, viram dois corações batendo.
Ela tirou os sapatinhos da caixinha e os colocou em cima da barriga. Me ajeitei ao seu lado na cama, abracei ela e ela ficou ali inerte em meus braços. Fiquei acariciando sua barriga, afagando seus cabelos. Perdi a noção de quanto tempo ficamos daquele jeito, depois da loucura assustadora que foi o nosso dia, finalmente ele chegava ao fim com o nosso mundo voltando em órbita.
Fim do capítulo
Se curiu comentem, se não curtiram tbm
:D
bjos meninas
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