Oi meninas, fiz que fui mas vorti :D
E se...é tudo o que me resta agora
Arrumei minhas malas e a mala de Júlia, com muita calma... o tempo se arrastava. Levei as coisas para sala enquanto Máh preparava o nosso café da manhã. O cheiro da bebida tomou conta da casa, manteiga derretendo na frigideira. Era meu ultimo dia em Trondheim e o primeiro dia da minha nova vida. Apesar de estar sem Christien, me sinto feliz pois ela me deu o gosto, um pouco do sabor já esquecido do amor, de como é amar de novo. O amor mais puro e intenso que se pode ter. A campainha tocou, 3 caminhões guincho parados em frente a minha casa, vieram pegar o carros do meu pai. Acompanhei toda a movimentação em pé na porta da frente da casa com uma xícara de café em uma das mãos e o cigarro na outra.
E de três em três foram levando os carros, era como se estivessem levando um pedaço de mim e das lembranças do meu pai junto. Mas fazer isso era necessário, precisamos deixar o velho para lá, para que coisas novas aconteçam em nossas vidas. Lágrimas desavisadas escorriam dos meus olhos, deve ser por que me toquei da morte do meu pai, me recordo da primeira volta de carro que demos juntos. E justamente nesse estavam levando ela : A ferrari 250 modelo 1957, meu pai nem gostava que eu brincava perto quando ele não estava, mas quando eu passei em primeiro lugar para estudar na faculdade de Londres, ele deixou eu dar uma volta supervisionada. E foi exatamente nesse dia que eu me apaixonei por carros. Senti como se minha alma tivesse saindo fora do meu corpo. Um flash back daquele dia me veio em mente.
– Esse fica – Gritei correndo enquanto o carro estava sendo levando para fora da casa.
Fui até minha bolsa, e fiz o cheque com o valor bem acima do que ele havia me dado. Fui até o novo dono dos carros, e depois de quase discutirmos, ele aceitou deixar o carro. E eu como premio de consolação, entreguei a SUV.
E em menos de uma hora, quando vou até a garagem estava quase vazia. Apenas a Ferrari e o Cadilac em um canto.
***
Deixei as crianças na casa da minha mãe e fui para o trabalho, liguei duas vezes no celular da Agnês, mas chamou até cair a ligação. Quando eu tiver a primeira oportunidade vou conversar com ela e dizer que SIM. Eu aceito ir viver com ela em qualquer parte do mundo que ela queira. Chega de desencontros, de brigas, de choro, eu vou me casar com aquela mulher.
estava super atrasada e eu tinha uma reunião com o Capitão da guarda logo cedo. Meu celular celular funcional tocou, parecia ser uma urgência, me despedi dos meninos com um abraço forte, e também da minha mãe.
– Tchau filha, estranho. Você nunca é de me abraçar quando sai.
– Não sei, deu vontade. – Nem eu entendi aquele meu gesto.
– Está tudo bem? – Ela pergunto preocupada.
– Sim, eu acho. Mas agora eu tenho que ir.
– Deus lhe proteja filha!
– Amém.
Enquanto dirigia apressada, me veio um frio na espinha. E a estranha sensação de aquele dia não era o dia para ter saído da cama. Quando cheguei no prédio do batalhão, vi uma movimentação estranha.
– Bjørg , estão te chamando com urgência na sala de reuniões. – Disse uma policial atendente assim que eu cheguei.
– Sabe do que se trata?
– Não, eles não quiseram adiantar nada, mas estão todos muitos nervosos.
Quando eu cheguei na sala de reuniões todos me aguardavam, parecia uma aluna que havia chegado atrasada na escola em seu primeiro dia de aula.
– Que bom que chegou capitã Bjørg – Os outros policiais ainda continuavam me encarando.
– Aconteceu algo? Perguntou preocupada.
– Só estava esperando a Capitã chegar para repassar a vocês. Hoje mais cedo, recebemos informações de que 2 terroristas noruegueses mas com cidadania afegã teriam se infiltrado com documentos falsificados e teriam chegado em Trondheim, essas informações ainda não foram confirmadas pela inteligencia. Mas por precaução estamos interrogando todas as pessoas que vivem na cidade que tenham vido do Oriente médio, estamos em alerta amarelo. Pode ser apenas um equivoco, já que não nos passaram nenhum nome. Mas vamos reforçar as patrulhas no centro da cidade, nos aeroportos. Mas ao mesmo tempo queremos evitar tumulto, mas liguem para suas famílias e peçam para evitar sair de casa no dia de hoje. Neste exato momento, estamos analisando todas as câmeras de segurança das principais vias de acesso à cidade em busca de algo suspeito. Se acharmos qualquer coisa suspeita pediremos ajuda para policia internacional. Mas vou repetir mais uma vez : Sem alarde, sejam sutis nas rondas, não queremos causar histeria coletiva sem necessidade, precisamos das linhas desinterditas em caso de algo acontecer.
Capitão Bjørg , Kolbie , Asgrim, vocês vão ficar com a região do aeroporto.
– Entendido capitão. – Respondemos os três juntos.
Fomos os três rumo a sala de armas, montei e calibrei a Sniper., peguei a glock .40 e a metralhadora semi automática. Não fazíamos a menor ideia do que iriamos enfrentar, então tínhamos que estar preparados. Coloquei o colete à prova de balas. Checamos o equipamento de rádio e estávamos pronto.
– Dormiu bem Christien – Perguntou Kolbie.
Não respondi, pra falar verdade nem olhei direito na cara dele desde que cheguei hoje. E ter que passar o dia inteiro em um carro junto com ele iria ser muito complicado.
– Acho que alguém está de TPM.
– Vai pra puta que te pariu cara! – Respondi quase gritando.
– UUUUUHHHHHHHH – Ouvi o couro de vozes logo atrás gritando rindo dele.
Peguei o celular e liguei em casa, conversei com minha mãe e pedi para ela não sair de casa com os meninos, que se ela precisasse de algo eu levaria.
***
Eu suava frio apesar da temperatura estar quase negativa, carreguei as duas armas, e coloquei mais 10 pentes dentro da jaqueta. Precisava fazer isso, pela minha honra a minha e dos meus irmão que estão sofrendo. Pessoas precisavam morrer, sangue tinha que jorrar, gritos de agonia tinha que se fazer ouvir. Estendi meu tapete e fiz minha oração da alvorada. Estava vestido em minha melhor roupa, eu e meu dois irmão tínhamos uma missão para cumprir, e precisava ser feito até o final. Liguei para minha família e em tom de despedida falei com todos, eles entendia qual era a minha missão e me apoiavam totalmente.
Fui com meus irmãos até o centro da cidade, estava vazia. Era cedo e as pessoas ainda acordavam para seguir sua rotina. O pai levando feliz sua filha para escola, a mulher indo pegar seu café na lanchonete para ir pro trabalho.
Todos vivendo suas vidas medíocres sem se importar nenhum pouco com inocentes morrendo por falta do pão. Precisava mostrar para aquelas pessoas que nós existimos, e não vamos nos render para aqueles que nos oprimem, que nos trocam por armas como se fosse um pedaço de carne. Sangue de inocentes teria que jorrar para que o sangue inocente do meu povo seja visto.
Sentamos em uma cafeteria e calmamente fizemos a refeição e assim esperar ter mais pessoas nas ruas. Agimos como pessoas normais, três caras que conversam sobre mulheres, futebol e sex* ( agindo mediocremente). Raspamos as barbas e cortamos o cabelo com cortes ocidentais para não chamarmos a atenção.
Fomos até um grande centro comercial, estava bem mais cheio. Várias pessoas passeando por seus corredores sem fazer a menor ideia do que estava para acontecer.
Fomos até o banheiro masculino, carregamos as armas os três, era agora ou nunca. A honra precisava ser preservada, nossa força mostrada a todos aqueles que zombam de nossa raça.
Trancamos a porta do banheiro, estendemos o tapete ao chão e fizemos a oração do agradecimento e da purificação. No banheiro não é o melhor o local para se fazer orações, mas não tínhamos outra escolha. Liguei o Walk Talkie e uma voz em árabe dava o comando.
Engatilhamos as armas em sincronia, abrimos a porta e não havia ninguém por perto, foi quando avistamos um grupo de pessoas e atiramos em todo mundo que passava em nossa frente. O som de desespero era como uma droga em meu corpo, me sentia aliviado, em estado de graça. O caos precisa ser causado para se ter um pouco de ordem no final, o desespero anda lado à lado com cura, o amor e o ódio, a vida e a morte. São primos, causa e consequência.
***
Os telefones da central não parava de tocar, algo de muito ruim havia acontecido. Entrei na viatura, e à caminho do acontecido ficamos sabendo do que se tratava. Três homens caucasiano estão atirando no centro comercial que estava movimentado. Sniper estão se posicionando para resolver a situação, dois fugiram, tomaram rumo ignorado e o terceiro está com refém. Respirei fundo, minha cabeça estava atordoada. Eu precisava manter o sangue frio. Calma e sangue frio é a única coisa que pode te salvar agora Crhistien : Apenas respire.
Estávamos a quase 130 por hora, eu fiquei da janela com a metralhadora caso nosso carro sofresse algum atentado. Recebi orientação para ir para o prédio que ficava em frente ao centro comercial. Outros sniper se posicionaram em prédios vizinhos. Lá em baixo corpos caído ao chão, não conseguia contar, penso que tinha mais de 20. E lá ao fundo, ainda lá dentro um dos atiradores, ele não estava em minha mira, mas algo me diz que serei eu atirar bem no meio do seu cérebro.
Sangue frio, era o que precisava ter; minha carne tremia de ódio. Minha vontade era de descer lá e atirar sem dó nem piedade no filho de uma puta que fez isso. Mas tenho um protocolo à seguir, pois se não cumprirmos; se deixarmos nossas emoções tomarem conta, podemos colocar a vida de mais pessoas ainda em risco. Fazia 6 graus mas o suor escorria em minha testa, descendo pelo pescoço. Meus olhos estavam na mira da Sniper , o rádio HT nos fones de ouvidos, prestava atenção em todos os movimentos e também nas instruções que vinham pelo rádio. Fazia exercícios com a respiração : Respira, inspira, respira, solta o ar de vagar.
Lá em baixo mais de 30 viaturas fechavam a rua, policiais por todos os lados, uma multidão de curiosos que os policiais tentavam a todo custo afastar, pessoas chorando a morte e a falta de informação sobre seus amigos, parentes, filhos, pais, mães . Estava tudo um caos, quando se olhava para o fim da rua, várias ambulâncias socorrendo os feridos, os corpos dos mortos não podia ser retirado pois um dos terroristas estava com refém. Não sabia ao certo quantos eram, quem eram; nem as vitimas nem os terroristas.
Aquele cenário de guerra nunca iria sair de minha cabeça, eu ainda precisar ir ao analista uma vez por mês depois do atentado que ocorreu em 2011. A noruega ainda estava em luto pelo que aconteceu anos atrás. E agora mais isso aliás; todas as vitimas e policiais envolvidos naquela tragédia precisavam ir ao analista.
Lá de cima via a equipe de negociação, o terrorista se recusava falar em norueguês. Exigiu um interprete para que se comunicasse em árabe – o pedido foi atendido. Não conseguia ver ele, apenas a sua voz, e também não entedia nada do que se falava, apenas o que o negociador repassava para a interprete, uma transeunte que se propôs a ajudar.
O policial saiu perguntando se alguém falava árabe, e ela ergueu a mão.
Ainda com meus olhos na mira da sniper, eu tentava achar algum alvo, e um esforço vindo do fundo na minha alma para que minhas dedos não tremessem no gatilho. Eu estava ajoelhada, poderia ficar assim por horas e horas; fui treinada para isso, mas por mais que sejamos treinados incessantemente para algo é impossível não se sentir impotente quando o pior acontece.
Já fazia 19 minutos que eu estava na mesma posição : Ajoelhada, com o olho no alvo,não podia me distrair nem por um segundo sequer. A ordem era para atirar assim que fosse seguro, a mesma orientação era para os meus colegas. A essa altura do campeonato, a rua estava tomada de jornalistas.
De repente atrás de mim o barulho do engatilhar de uma arma, continuei sem me mover. Minha vida passou pelos meus olhos, foi quando vi o atirador, recebi no HT ordem para abater o alvo e ele estava em minha mira. Atirei e o tiro pegou bem na cabeça, ouve um segundo disparo, ele seria para mim. Ninguém sabe o momento que precede as coisas mais importantes que irá acontecer em nossas vidas, nem a vida e nem a morte.
13 anos atrás
Foi 4 horas de trabalho de parto, meu marido ao meu lado nervoso. Até que ele nasceu, com três quilos e oitocentos gramas. Ter meu filho em meus braços pela primeira vez foi como se o meu mundo tivesse ficado com um pouco mais de cor, um pedaço do meu coração que batia fora do meu corpo. Quando o peguei – Exausta – foi como se tive todo o cansaço e a dor do meu corpo tivesse sido tirados com as mãos. Quando descobri que eu estava grávida fiquei relutante, odiava a mim mesmo por ter cometido esse ''ERR'O''. Demorei até pouco antes dele nascer para aceitar a situação, mas com ele em meus braços percebi o quanto aquele sentimento era idiota. Minha mãe estava ao meu lado e também chorava de felicidade pelo nascimento do neto.
Ele já estava com 11 meses, eu estava arrumando o seu quarto quando vi aquele pequeno ser dos cabelos loiros dar o seus primeiros passinhos, fui correndo até a gaveta do meu armário pegar a filmadora para gravar esse momento mágico, nada mais importava para mim exceto contemplar aquele grande feito : Meu filho dando os primeiros passinhos. Eu chamei sua atenção até ele vir aonde eu estava, os passos desajustados ainda sem muito equilibrio , mas o suficiente para me fazer chorar com o pequeno grande feito. A minha vida agora é essa, ficar admirando aquele ser que siau de dentro de mim, a cada gracinha, a cada sorriso, era mágico. Me emociono a cada novidade, e sinto que serei para sempre assim: O tipo de mãe chorona, e eu estava amando o tipo de mãe que eu havia me tornado.
***
4 anos antes.
Era de madrugada quando senti um liquido quente escorrer entre as minhas pernas e molhando toda a cama.
– Amor, acorda a bolsa estourou – Disse enquanto cutucava meu marido.
– Hãn ? O que? Você está bem?
– Não muito, estou tendo contrações amor. – Suspiros de dor .
– Tá bom, o que a gente faz agora?
– Acho que ir para o hospital seria uma boa ideia.
– Ok, ok, fica calma, eu vou ajudar. Nós vamos para o hospital, ok fica calma.
Ele se levantou num pulo, pegou os documentos e chave do carro, a bolsa da neném que ficava já estava preparada ao lado da cama. Seguimos para o hospital, pelo caminho que refizemos durante quase todos os dias durante o ultimo mês nos preparando para este momento.
A gravidez da Daphine foi programada, eu já estava trabalhando e pude comprar todas as roupinhas que tinha vontade antes mesmo de eu saber qual era o sex*, que por sinal só pude saber no sétimo mês, pois ela só queria ficar com as perninhas fechadas. Todas as tentativas de fazer ela se mostrar foi em vão. Aí quando eu resolvi que aquela seria minha derradeira tentativa de descobrir o sex*, descobri que era uma menininha. Uma linda e saudável menininha que preencheria meu mundo com um pouco mais de rosa.
O parto dela foi bem tranquilo, ela nasceu 45 minutos após chegarmos ao hospital, quase não tive dor durante. Meu marido estava ao meu lado, mais maduro, mais centrado. As coisas estavam em outro nível e esse foi o segundo melhor dia da minha vida.
Me lembro do primeiro aninho de vida dela, eu mesma fiz um bolinho. Chamei alguns amiguinhos, me lembro do sorriso dela e estou com medo de nunca mais voltar a ver aquele sorriso de bochechas rosadas.
Quem cobriria ela todas as noite se eu não tivesse lá? Quem iria dormir com eles todas as noite de chuva que é quando ela tem medo. Nada disso faz sentido, há algumas horas atrás eu estava pensando em chegar até a mulher que eu amo e dizer para ela que iria largar de tudo pra ir com ela para qualquer parte do planeta.
***
2 anos atrás.
Acordei as 6 da manhã, tomei um banho e vesti a roupa de corrida. Era verão e o sol dava as caras, finalmente!
A manhã estava linda, coloquei os fones de ouvido, Bullets do Archive no ultimo volume. Me aqueci, quinze minutos de aquecimento e comecei a correr. Trondheim ainda acordava, após quarenta cinco minutos de caminhada fui até a lanchonete, suada, fiquei alguns segundos parada na porta, com as mãos no joelho para tomar um folego.
Entrei e fui logo pedindo meu descafeinado e dua fatias de pão integral enquanto procurava um lugar para me sentar. Foi quando avistei ela, uma morena despreocupada que olhava atenta ao celular. Me sentei ao lado dela, ela nem percebeu...mas eu não conseguia parar de olhar para ela. Ela não fazia o tipo que estava procurando amizades, mas veio como se no automático a vontade de trocar algumas palavras com ela.
Fui até sua mesa , e ela continuava olhando atenta para o celular.
– Oi, passa o açúcar? – Ela tirou os olhos do celular e olhou para mim, abrindo um sorriso.
– Claro, aqui está – Ela respondeu com simpátia enquando me passava o pote com açúcar.
– Nova na cidade? – Perguntei indiscretamente.
– Não, na verdade eu morei aqui há alguns anos trás...quinze anos atrás para ser mais exata. Mas tive que voltar por motivos de família.
– HUMM, Entendo. Prazer, Christien.
– Prazer é todo meu Crhistien, me chamo Agnês. – Estendeu as mãos.
– Posso me sentar com você? É que odeio fazer minhas refeições sozinha.
– Claro, pode se sentar – Ela afastou a cadeira para eu me acomodar – Então, Chirstien?! O que você faz de bom.
– Sou policial, faz mais de 5 anos.
– Poxa, que legal. – Ela disse entusiasmada.
– E você? Faz o que da vida? – Perguntei curiosa para saber o que aquela mulher misteriosa fazia de sua vida.
– Se me visse na rua, o que diria que eu faço?
– Médica, você tem cara de médica. Tem um ar de super inteligente..sei lá. Meu palpite é MÉDICA!
– Hum, fiquei feliz agora! Que bom que me acha com cara de inteligente. Mas você errou, sou professora de doutorado em Londres.
– Seu sotaque não me enganou, sabia que tinha algo a ver com Londres. – Rimos juntas. Quando fui colocar o copo de café na mesa, minha mão encontrou nas mãos dela, me arrepiei com a maciez de sua pele. Por alguns instantes trocamos olhares meio sem jeito, ela contraiu a boca. Reparei sua cicatriz, que deixava seus lábios ainda mais convidativos, convidativo?! O que acabei de pensar. O que está acontecendo comigo, não estou me reconhecendo, desde quando sou lésbica?! Foco Christien, isso deve ser falta de açúcar.
Terminamos o nosso café e nos despedimos, não quis entrar em muitos detalhes de sua vida pessoal, ela me parecia meio arredia com relação a isso. Então conversamos sobre as coisas que aconteceram na cidade no tempo que ela esteve longe.
– Agora eu já vou indo, ainda tenho que fazer o café da manhã das crianças e leva los para escola.
– Você vai levar para High School do centro ?
– Sim, isso mesmo.
– Quer uma carona? Estou indo para lá também!
– Se não for incomodar. Ainda vou servir o café da manha deles, isso leva mais ou menos uma hora. Tem algum problema?
– Imagina, assim eu faço amizades. Estou me sentido meio solitária nessa cidade.
– Então, por mim tudo bem. Vamos? – Perguntei entre sorrisos.
Ela foi até o caixa e fez questão de pagar a minha conta, apesar de eu muito relutar. Entramos no carro e eu fui mostrando a cidade para ela, as coisas haviam mudado de alguns anos para cá.
Quando chegamos em minha casa, as crianças ainda dormiam. Fui direto para cozinha preparar o café da manhã deles. Entre idas e vindas na cozinha procurando o que cozinhar para os meninos, conversávamos. Precisei passar perto dela e deixei meu celular cair, nos abaixamos juntas. Nossas bocas ficaram muito próximas, nos olhamos nos olhos por algum tempo ainda sem entender o que foi aquilo. Coisa de pele nunca fez meu estilo, eu gosto de olho no olho, gosto de ir para um encontro sabendo que aquilo é um encontro. Mas com ela foi inevitável. Seu perfume parece que tinha uma espécie de feitiço que eu não consegui resistir. Não tive dúvida, parti para cima, apenas segui os meus instintos sem muito pensar se ela retribuiria. E para nossa surpresa, ela retribuiu, relutou no começou, titubeou por alguns segundos tentando me afastar, dizer algo do tipo
: Pára sua louca. Mas antes que ela falasse algo, intensifiquei as caricias, fui abrindo sua blusa. Parei o beijo por alguns segundos para admirar seu decote, ela usava um corpete preto e vermelho que moldavam ainda mais seu corpo. Coloquei meu dedos por baixo de sua saia e a penetrei, ali mesmo em pé. Fui conduzindo ela até o sofá onde ela caiu com as pernas aberta, me coloquei no meio e continuei penetrando. Ela gozou quatro vezes seguida sem parar. Um orgasmo atrás do outro, um pedido atrás do outro para eu párar que eu fiz de conta que nem ouvia. Que tesão, minha blusa de treino estava suada, minha sala tinha o cheiro do sex* dela, o chanel n° 5 dela tomou conta da minha roupa.
– Eu preciso ir – Ela me disse gem*ndo entre um beijo e outro.
– Nos veremos novamente ? – Beijando seu pescoço, que escorria suor.
– Com certeza, mas agora eu preciso ir – Eu continuava dentro dela – outro orgasmo, o quinto.
Quando ela ia saindo, puxei o corpete, ele se abriu e ela ficou nua da parte de cima. Ela se virou de frente e eu suguei seus seios, ela abriu as pernas e se posicionou em meu colo,ergui sua saia até a metade da coxa para ela se encaixar melhor e a penetrei mais fundo, com mais força. Agora com três dedos.
– Enfia mais um – Ela pedia desesperada sussurrando em meu ouvido.
Atendi seu pedido, senti o sexto orgasmo se aproximando. Ela ch*pou com força meu pescoço. Saiu abruptamente de cima de mim, arrumando as roupas, ajeitando o cabelo.
– Eu preciso ir, agora é sério.
– Você não gostou? – Perguntei ofegante.
– Se eu não tivesse gostado não teria goz*do tanto.
– Seis vezes!
– Você contou? Por que eu desisti depois da terceira vez.
– Contei sei, mas responde. Quando nos veremos novamente?
– Acredito que em breve, sou a dona da escola que teu filho estuda. Agora preciso mesmo ir embora.
***
dia atuais, eu ainda no terraço daquele prédio!
Eu devia ter feito isto na primeira vez que a vi, devia ter entendido que aquilo não era apenas uma implicância. Eu amei aquela mulher desde que a vi pela primeira vez sentada naquela lanchonete, eu devia ter feito tudo diferente. Agora com a minha vida por um fio, uma bala vem em direção a minha cabeça e eu estou imaginando o que poderia ter feito de diferente em minha vida. Agnês é a resposta, teria me comportado de forma diferente com ela.
Teria deixado esse sentimento fluir desde o primeiro instante, agora sou um futuro cadáver aqui nesse terraço imundo, longe dos meus filhos, longe da minha mãe, longe da mulher que eu amo.
Eu devia ter ido atrás dela em Londres, Paris, Brasil, aonde ela estivesse. Para agora, nesse momento que precede o meu eminente fim, estaria apenas com as lembranças boas que vivemos juntas, ou até mesmo não estaria aqui; cheia de arrependimentos e raiva de mim mesmo por não ter tomado as rédeas da minh vida.
Queria poder abraças meus filhos mais uma vez, não entendo como as coisas chegam a esse ponto. De nada adiantou o treinamento que eu tive, horas e horas me submetendo a coisas absurdas para ser uma policial de elite, e todo aquele aprendizado é inútil agora.
***
Marquei de encontrar com Largson no aeroporto, ele traria o Cadilac de volta. Eu fazia questão de transitar mais uma vez por aquelas ruas, pois não fazia ideia de quando eu iria voltar. Meu futuro estava bem longe daqui, e dessa vez farei de tudo para não voltar tão cedo.
Depois que terminei meu café, e os guinchos acabaram de levar os carros. Fui até o pergolado com mais uma xícara de café, acendi o cigarro e fiquei por ali por alguns instantes. De repente tomei um choque de realidade e notei que meu avião saia em menos de uma hora. Voltei para a casa, tranquei as portas do meu quarto, fechei as janelas enquanto Máriah levava as bagagens para o carro. Resolvi levar a coleção de vinhos raras do meu pai, uma pequena parte, cerca de 8 garrafas. E esta mala por ser a mais pesada eu levei para o carro.
Júlia e Mariáh estavam dentro do carro, tranquei a porta de entrada e fui me juntar a elas. Me dei conta que estava sem meu celular, não estava em meus bolsos, não estava na bolsa. Eu só podia ter deixado ele lá dentro da casa, olhei para o relógio de pulso, menos de 15 minutos para o voô sair, não dava tempo. Daqui duas horas quando chegar em Londres peço para o Largson procurar e me mandar pelos correios.
Fui dirigindo apressada, quado chegamos no centro da cidade um congestionamento que achei incomum para o horário, para dizer bem a verdade, nunca tinha visto um transito assim, achei estranho, muito estranho. De repente vi várias pessoas correndo em direção contrário, saindo de seus carros. Alguns barulhos de bomba e gás lacrimogênio. Respirei fundo, tentei manter a calma, a Júlia e a Mah estavam no carro e eu precisava manter a segurança delas.
– Filha, você vai precisar sair do carro. Vai com ela Máh!– Mariáh percebeu que algo de grave estava acontecendo, quando fui tentar sair do carro também, minha sandália ficou presa no pedal do freio, a multidão cada vez mais perto – Filha, sai do carro com a Mariáh, segura forte nas mãos dela, não solta de forma alguma. CORREEEEEEEEEEE – Gritei desesperada.
– Vem com a gente mamãe – Ela disse chorando.
– A mamãe já vai, mas você precisa fazer o que a mamãe está pedindo.
As duas saíram correndo enquanto isso, quando mais eu puxava minha sandália mais presa ela ficava. Olhei para trás e não as vi mais, quando olhei para o lado, um cara com uma metralhadora estava parado ao meu lado, e fez sinal para que eu saísse do carro. A sandália se desprendeu.
Abri a porta do carro e ele mandou eu tirar a sandália de uma vez, sai do carro com as mãos para cima, e me abaixei uma vez de cada para tirar totalmente a sandália.
– Mãos para o alto vadia latina – Ele gritou muito nervoso.
– Pelo amor de Deus moço não me mata.
– Isso não é você quem decide, vagabunda.
Ele foi me arrastando rua acima e atirando em quem via pela frente. Foi uma cena aterrorizante, a todo momento ele me xingava. Chegamos até um centro comercial, lá tinha mais um atirador, conversavam em árabe. Não fazia a menor ideia do que eles falavam.
Ele me empurrou contra parede e estava o tempo todo com a arma em minha cabeça. Eu fiquei imóvel o máximo que eu consegui. Não conseguia parar de chorar, preferia ser morta do que ficar naquela tortura psicológica. Eles gritavam muito, estavam muito nervosos, ouvi o barulho de sirenes, gritos, corpos espalhados para todos os lado. Um verdadeiro mar de sangue, aquela cena caso eu sobreviva, vai causar danos irreversíveis em minha mente.
Fim do capítulo
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Ada M Melo
Em: 20/07/2016
só estou torcendo pra elas sairem vivas dessa tragedia! quem vai salvar quem ai!!!
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