Melanie acordou toda animada, afinal tinha passado uma boa parte da noite com Ju e iriam fazer um almoço no Renato e mais pro final da tarde jogariam bets. Saiu do quarto e deu de cara com Marcelo que aparentemente iria entrar no quarto da menina.

            - Opa, não trompa em mim não! – disse a menina fazendo graça.

            - Eu hein?! Que susto, Mel! – falou o menino. – deixa eu te fazer um convite, fim de semana que vem vou prestar vestibular lá no Rio, vou terça... sabe como é né?! Aproveitar pra pegar uma praia, tá afim de ir comigo? – convidou o irmão confiante que a irmã iria acompanha-lo.

            -  Você vai ficar no Tio Augusto? – perguntou pensativa.

            - Claro.

            - Então, vou pensar, sabe como é né?! Tem o serviço comunitário e já vou ter que fazer dupla jornada por causa das nossas férias em Bombinhas. – desconversou a menina.

            - Eu pensei nisso também, você poderia trabalhar quinta de manhã e de tarde e sexta vai cedo, vamos? – disse o irmão empolgado.

            - Ai Marcelo, acho que não vou não.

            - COMO ASSIM? Por que? – perguntou espantado, tinha certeza que a irmã o acompanharia, afinal ela amava o Tio Augusto assim como o Rio de Janeiro, mas quando olhou nos olhos da irmã, entendeu. – Quando vai me dizer quem é ele? Deve ser mesmo sério pra estar dispensando, eu, o Tio Augusto e o Rio de Janeiro em uma tacada só. – disse o irmão provocando, pra ver se teria alguma resposta.

            - Desculpa, irmão. – disse a menina se lamentando, mas quando viu a cara chateada dele, resolveu consertar. – mas, se você passar, eu prometo que no primeiro ano eu irei todo mês te visitar. – disse e abraçou o irmão.

            - Ah, sua interesseira! – disse Marcelo, pegando a menina e colocando em seus ombros, saiu andando. – Você vai ver o que eu faço com irmã interesseira.

            - MARCELO ME SOLTA!!!! ME LARGA... SEU BRUTAMONTE. – gritava a menina entre risadas, virada de ponta cabeça tentava bater na bunda do irmão, mas não surgia efeitos nos golpes.

            - Ah, mas você vai ver só o que vou fazer com você! – ameaçou o menino rindo e foi em direção a piscina. Pulou com a menina nas costas de roupa e tudo e começaram a brincar de se afogarem um ao outro dentro da piscina.

            - O que está acontecendo aqui? – disse Zu que correu preocupada.

            - Nada, Zu. Só to ensinando minha irmã interesseira que é feio ser assim. – disse Marcelo, enquanto empurrava a cabeça da Melanie embaixo d’agua.

            - Cuidado, vai matar ela! Solta ela Marcelo! – disse Zu preocupada mas rindo das bobeiras dos irmãos Correia.

            - Obrigada, Zu. – e mostrou a língua pro irmão. – Se não fosse por você ele teria me matado a sangue frio aqui, nem parece que é meu irmão. – disse a menina fingindo-se de triste.

            - Tadinha dela, Marcelo.

            - Tá se fazendo Zu, conversa dela. Aliás, o que vai ter hoje pro almoço?    - perguntou o menino curioso.

            - Já que tem gente que não vai apreciar meus dotes hoje, farei uma feijoada pra você, Marcelo. – falou a mulher chateada.

            - ZU! Só por que eu vou almoçar fora? Eu nunca almoço fora, para de fazer drama e eu amo sua comida você sabe disso. – disse a menina se justificando.

            - Sei não – disse isso e saiu.

            - Ué – resmungou a menina

            - É, Melzinha, você está sem moral nessa casa. – disse o irmão provocando.

            - Vou ao banheiro, já volto. – disse a menina que foi no banheiro próximo a piscina.

            Beatriz desceu e percebeu a movimentação perto da piscina e se aproximou, viu o filho nela e resolveu conversar com ele.

            - Bom dia, filho.

            - Bom dia, mãe.

            - Já chamou a Mel pra ir contigo pro Rio? – perguntou a mãe, com certeza da resposta afirmativa.

            - Sim e ela disse que não vai.

            - HÃ? Como assim? – perguntou a mãe indignada.

            - A mãe, ela ta toda responsável lá na Apae e já ficou meio assim de pegar dispensa pra ir pra SC, aproveita essa fase dela. – tentou salvar o garoto, que logo em seguida viu a irmã sair do banheiro e fazer sinal pra ele ficar quieto.

            - É meu filho, você tem razão.

            - Mãe, vem aqui um pouquinho, deixa eu te contar um negócio. – disse se aproximando da borda e Beatriz na inocência se aproximou quando Melanie veio por trás e empurrou a mãe na piscina e pulando logo em seguida.

            - Sua filha ingrata, como tem coragem de jogar na piscina sua mãe querida e dedicada? Que absurdo! – disse Beatriz fazendo drama enquanto tentava segurar o riso, enquanto os dois gargalhavam com gosto. – e você filho ingrato, cúmplice. Olha só o estado do meu cabelo, vocês vão me pagar uma escova no salão.

            - Ai mãezinha, que absurdo! Só pra você sair um pouco da rotina hoje. E ficou mais bonita assim, no natural. – disse Melanie rindo do cabelo bagunçado da mãe.

            - Mas, que confusão é essa? – disse Heitor se aproximando. – Meu amor, esses desajuizados te empurraram na piscina de novo? – perguntou Heitor segurando o riso.

            - Sim, você acredita, amor? Criamos eles com tanto amor e carinho e fazem isso. – completou Beatriz continuando o drama.

            - Meu amor, quer que eu pegue uma toalha pra você? – perguntou Heitor gentilmente.

            - Não, obrigada. Por que você não entra na piscina conosco? Aproveitamos essa manhã que está tão bonita. – disse Beatriz já tentando juntar a família.

            - Eu até queria, mas tenho que ir pra empresa.

            - Hoje é sábado. – disse Marcelo chateado.

            - Mas, para os bonitos estarem na piscina em pleno sábado, alguém tem que pagar a conta. – alfinetou Heitor.

            - Ai pai, para de drama vai?! – disse Marcelo.

            - Mas, você vem pro almoço? – perguntou Beatriz.

            - Sim. Boa manhã para vocês, divirtam-se. – disse Heitor saindo.

            Melanie não se pronunciou em momento algum durante o diálogo, estava cansada de ouvir as desculpas de Heitor para estar longe da família ou apenas cansada de criar falsas esperanças, não sabia exatamente do que estava cansada, só sabia que estava.

            Os três ficaram na piscina curtindo aquele momento em família até a hora que Zu se aproximou.

            - Menina Mel, o Maurício ligou e avisou você que já está indo pra casa do Renato, pra você não demorar.

            - Nossa Zu, fiquei aqui conversando com esses fofoqueiros que acabei me esquecendo, que horas são?

            - Fofoqueiros nada, olha o respeito menina, estamos comentando sobre as novidades. – disse Beatriz rindo.

            - 11 horas. – respondeu Zu.

            - Ai meu Deus, tenho que ir. Tchau mãe, tchau irmão.

            - Ué, vai sem tomar banho? – perguntou Marcelo vendo a irmã ir em direção ao portão.

            - Nossa que louca, bem lembrado. – falou mais consigo mesma.

            Melanie correu para se arrumar, tomou banho apressada enquanto isso já pensava em que roupa vestir. Colocou uma camiseta baby look lisa preta, short jeans um pouco rasgado e um all star preto, já que passariam o dia todo por lá e estava muito calor. Deu uma olhada no espelho e pensou “nossa, meu cabelo já está no peito, preciso cortar”, pegou o ray ban aviador e saiu.

            Estava a caminho da casa do Renato de bicicleta, adorava pedalar e o que mais gostava era não precisar pedir pra ninguém ficar carregando pra cima e pra baixo, lembrou que precisava passar na Marcenaria. Parou lá, pegou dois pedaços de pau de um tamanho que achou ideal, passou em uma loja e comprou uma bolinha de tênis. Seguiu o trajeto, completamente atrasada para a casa de Renato.

            Chegou lá e não se pronunciou, foi entrando já que o portão estava encostado.

            - Que cheiro bom, já devem estar até comendo. – chegou provocando o pessoal.

            - Quase, pra que demorar tanto? Eu to mortinho de fome, se não fosse por esses idosos eu já teria comido, bom, agora que a noiva chegou, vamos comer? – disse Maurício agoniado.

            - Oi meu amor, demorou hein?! – disse Ju se aproximando de Mel com um sorriso nos lábios, ela estava linda, com shorts branco que contrastava com sua pele quase negra e uma blusa regata azul e um tênis preto. A menina sentiu o coração disparar a cada aproximação da professora e quando ela lhe deu um selinho, achou que dava até pra escutar. Sempre era assim, quando estava perto dela.

            - Ai gente, eu tive que passar em um monte de lugar antes de vir. – tentou justificar a menina.

            - Mentirosa. A Zu me falou que você estava na piscina. – desmascarou Mauricio.

            - Fofoqueiro. – disse Mel provocando o amigo.

            - Que bom que chegou, Mel, agora vamos comer? – disse Renato quebrando a tensão.

            - Ufa, até que enfim! – disse Mauricio erguendo as mãos pra cima.

            Comeram os quatro o macarrão ao molho quatro queijos que Renato havia preparado enquanto conversavam animadamente.

            Depois que comeram resolveram ver um filme para baixar a comida antes de começarem a jogar bets.

            - O Gustavo não ia vir? – perguntou Renato.

            - Ele vem pro jogo, diz que não queria segurar vela antes. – respondeu Mauricio. – vou ligar pra ele quando o filme acabar.

            Renato colocou uma comédia romântica para assistirem, mas nenhum deles prestou atenção, ficaram só namorando. Quando o filme acabou resolveram chamar Gustavo e se preparar pra jogar. Foram lá na frente, levaram algumas cadeiras e deixaram na calçada com o tereré pronto. Realmente a rua do Renato era ideal para o jogo, pois não tinha quase nada de movimento e o sol já não estava tão forte.

            - Mas, como joga? – perguntou Renato.

            - É assim, são dois tacos, aqueles ali – apontou para os pedaços de madeiras. – e um fica em cada canto, assim. – e colocou na rua cada um de um lado, num espaço de mais ou menos 7 metros entre eles. – ai pega os tijolos e coloca um de cada lado. E é de dupla, por exemplo as duplas vão ser eu e a Ju, e o Gustavo e o Mauricio, então eu e a Ju como somos meninas vamos começar nos tacos, o objetivo do Gustavo e do Mauricio é acertarem o tijolo do outro lado com a bolinha de tênis e derrubar, o objetivo meu, que seria no caso bater na bolinha pra ela ir bem longe e ele ter que correr atrás dela, enquanto isso eu e a Ju corremos trocando de lugar e batendo os tacos e vamos pontuando de 2 em 2, até ele pegar a bolinha e se aproximar. Se algum deles derrubar o tijolo, nós perdemos os tacos. Entendeu? – explicou Melanie.

            - Acho que entendi, mas vou ficar de fora na primeira rodada pra ver como é. – disse Renato.

            - Ah e tem mais, se a pessoa que ta no taco bater na bolinha e em vez dela ir pra frente ir pra atrás e fizer isso três vezes, quem ta no taco, perde o taco. – completou Mauricio.

            - Cheguei, prontos pra perderem? Quem é minha dupla? – chegou Gustavo todo animado.        

            - Mauricio, contra eu e a Ju. O Renato vai observar como joga nessa primeiro round. – respondeu Melanie animada.

            - Certo. Agora vai ser a revanche hein Melzinha? – dizia o garoto se referindo a o último jogo em que tinha perdido pra Melanie.

            Jogaram animados, rindo e se divertindo. Renato ficou sentado assistindo e tomando tereré, mas nem por isso estava menos animado. Acabou a primeira rodada que ia até 16 pontos, Melanie e Ju ganharam.

            - Até que você não está nada mal para uma senhora, né?! – provocou Melanie.

            - Provoca Mel, que depois você vai ver essa senhora te dar um cansaço. – respondeu só para a menina escutar e dando um sorriso malicioso que calou a menina.

            - Pessoal, eu vou entrar pra fazer pipoca com melado pra gente, enquanto isso o Renato me substitui, pode ser? – disse Ju animada.

            - Ai que delicia, por isso você é a mulher da minha vida. Amo pipoca com melado. – disse Melanie faceira.

            - Que bom, porque você vai provar a melhor pipoca com melado da sua vida. – se gabou a professora.

            - Vamos, gente! – chamou Renato.

            - Calma, mais duas rodadas de tereré. Você estava sentado né bonito?! A gente ta com sede. – reclamou Gustavo.

            - Tá, mas não enrola! Quero testar meus dons. – disse Renato animado.

            Terminaram de tomar e foram jogar. O jogo estava pau a pau, para iniciante Renato estava indo muito bem, faltavam 4 pontos para encerrar aquela rodada quando Ju chegou com a pipoca.

            - PAUSA PRA PIPOCA – gritou Melanie fazendo um “T” com as mãos.

            - Eu fazia isso quando tinha 10 anos, Mel. – disse Ju implicando com a atitude da menina.

            - Mas, se não faz o Gustavo continua. Já deu cada briga feia por causa disso. – explicou Mauricio sério.

            - A entendi. – disse Ju colocando as bacias de pipoca nas cadeiras. – devagar Mel, ta quente. – alertou.

            - Ai, ta quente! – reclamou a menina.

            - Eu avisei. – brincou a professora.

            Jogaram até começar a escurecer e não poderem mais enxergar a bolinha. Sentaram na frente os cinco e ficaram conversando e tomando tereré.

            - Seu cabelo ta cumprido né, Mel? – observou a professora.

            - Sim, estava pensando hoje mesmo que preciso cortar. – concluiu a menina.

            - Não, corta não. Eu acho tão bonito ele cumprido, por que você não deixa seu cabelo crescer um pouco? – pediu Ju.

            - Sério que você gosta dele grande? Mas, dá muito trabalho. – justificou a menina.

            - Que trabalho? Ele já é liso Mel.

            - Mas, daí tem que secar, hidratar, essas coisas. – disse a menina.

            - Por mim? Deixa ficar bem compridão, até quase na bunda. Por mim? – pediu Ju fazendo drama.

            - Está bem, por você eu deixo! – se rendeu a menina pelo entusiasmo da outra.

            - Eu também acho que seu cabelo fica mais bonito cumprido. – declarou Gustavo.

            - Tá, então eu deixarei crescer, estão felizes?

            - Sim. – responderam os dois.

            - Mel, é amanhã aquele campeonato que você ia participar não é? – perguntou Gustavo.

            - Sim. – respondeu a menina triste. – era pra eu estar treinando horrores e quebrar aquela otária da Hellen Confusão.

            - A gente podia ir lá assistir, o que acha? – perguntou Gustavo.

            - Pode ser. O que você acha, Ju?

            - Eu também? Está doida? – disse Ju.

            - Ué, se eu fosse lutar você ia ter que me assistir, vamos? Você já acostuma daí, pra quando for me ver. – disse a menina fazendo carinha de cachorro sem dono.

            - Vamos, vai nós todos. O que acham? – perguntou Maurício.

            - Tá, que horas? – se rendeu Ju.

            - Depois do almoço, tá marcado pra começar as 13 horas, mas sempre enrola, acho que vai começar umas 14:30. A gente leva tereré e fica lá de boa, vendo. – disse a menina animada.

            - E sem se meter em confusão, né Mel?! – disse Gustavo sério.

            - Claro. – respondeu a menina não muito convincente.

            Quando Melanie foi se despedir de Ju, ficaram abraçadas um tempinho.

            - Você podia ir lá pra casa hoje à noite, o que acha? – perguntou a mulher mais velha.

            - Acho ótimo, só não dá pra dormir. Tá? – disse a menina animada com o convite.

            - A gente não ia dormir mesmo. – respondeu a professora maliciosa.

            Despediram-se e cada um rumou pra sua respectiva casa. Melanie chegou, tomou um banho demorado, imaginando como passaria uma noite gostosa com a professora. Saiu do banho, ficou um pouco com a mãe e o irmão conversando, para que Beatriz não reclamasse da menina sair novamente.

            Inventou uma desculpa qualquer e depois foi para a casa de Ju, chegou lá e não a encontrou na sala, andou até o quarto e ouviu o barulho do chuveiro, tirou a roupa e entrou abraçando-a por trás.

            - Que susto, Mel. – disse quando sentiu as mãos da menina tocarem seu corpo, ainda de costas pra ela.

            - Mas foi um susto gostoso né? – falou devagar no ouvido de Ju, encostando mais os corpos nus e molhados, fazendo a professora soltar um gemido.

            - Muito. – Dito isso, Melanie ficou ainda mais excitada, virou a professora de frente e empurrou até a parede gelada do banheiro e começou a beija-la com desejo, como se aquele fosse o último dia que fariam amor, deslizava a mão pelo corpo da mulher, que era tão apaixonada, enquanto ela só conseguia segurar na nuca de Melanie e sentir aquele carinho misturado com desejo que estava recebendo.

            - Quero sentir seu gosto. – disse a menina no ouvido da professora enquanto lambia, e passeava pelo pescoço, ao dizer isso a professora desceu as mãos para as costas de Mel e deu uma leve arranhada.

            - Então, sente. Sente que eu estou ficando louca com seus toques, minha linda. Você me deixa assim, com muito tesão. – disse com a voz rouca no ouvido de Melanie, que ficou ainda mais molhada com os dizeres da professora. Ajoelhou no chão, passou uma perna da professora pelo ombro deixando o sex* todo amostra para a menina que não se fez de rogada e se deliciou naquele momento, passando a língua entre o clit*ris e a entrada vorazmente, estava sedenta daquele cheiro, gosto e não conseguia ir devagar naquele momento deixando a professora mais excitada ainda.

            - Ai Mel, tá muito gostoso ... continua... que eu vou goz*r. – disse a professora segurando a menina pelos cabelos e pressionando ainda mais o contato do sex* dela com a língua da menina.

            - Não para ... Não para – disse a professora com a voz rouca entre gemidos, e ao perceber que ela estava prestes a goz*r a menina introduziu dois dedos, fazendo movimentos rápidos enquanto continuava ch*pando o clit*ris, fazendo a professora delirar e goz*r demoradamente, assim como a Mel ao sentir o tamanho do prazer que proporcionou a ela.

            - Agora eu quero sentir seu gosto delicioso na minha boca. – disse a professora assim que recuperou o fôlego. – Vamos pro quarto? – perguntou em tom afirmativo levando a menina para o quarto e se amaram durante horas.

 

****

            Melanie chegou em casa cansada depois de um dia cansativo de muito estudo.

            - Oi amor, entra aqui na cozinha. Estou preparando nosso jantar. – gritou Gabriela da cozinha, fazendo barulho com as panelas.

            - Huuum. O cheiro está ótimo, o que temos pra hoje? – perguntou Melanie abraçando por trás a namorada e depositando um beijo na bochecha.

            - Macarrão, mas estou colocando umas coisinhas a mais. – disse Gabriela animada, pois adorava inventar coisas novas na cozinha.

            - Amor, você marcou horário no cabelereiro pra mim?

            - Marquei sim, amanhã as 19 horas. Pode ser? – perguntou Gabriela solicita.

            - Claro, obrigada! – disse Melanie enquanto futricava nas comidas.

            - Mel, por que você não deixa seu cabelo crescer um pouco? Desde que eu te conheço ele nunca passou do ombro. Eu acho que você ficaria ainda mais linda de cabelo comprido. – sugeriu a namorada apaixonada.

            - Porque eu não gosto do meu cabelo comprido. – respondeu seca. – Vou ali na sacada tomar um ar, me chama quando estiver pronto, ta amor? – tentou suavizar o toma ríspido que havia saído sem querer.

            - Tudo bem, não tá mais aqui quem falou. – disse Gabriela nem ligando pra grosseria da outra.

            Melanie foi até a sacada, deixando o vento bater no rosto, os olhos perdidos na paisagem e as lembranças voltando pra um dia em um passado distante em que jogava bets e recebeu o mesmo pedido, porém naquele tempo foi atendido com entusiasmo.

            Seu coração acelerou apenas com a recordação daquele momento, daqueles dias da adolescência que foi tão feliz.

Decidiu que no dia seguinte cortaria o cabelo mais curto ainda, para afastar qualquer fantasma para bem longe.

- Amor o jantar está pronto. – gritou Gabriela terminando de arrumar a mesa.

 

            - To indo. – respondeu e entrou pra dentro do apartamento e de volta para sua vida atual, deixando as lembranças voarem com o vento.

Fim do capítulo