Acordei e Sabrina não estava na cama.

 

Eram sete horas, ainda cedo. Havia conseguido dormir um pouco, dei mais uma olhada pelo quarto e nada de Sabrina.

 

A mala que dividia com Sabrina estava arrumada e uma roupa separada para eu vestir. Tomei banho rapidamente e sai a sua procura.

 

Na cozinha Bruna contava uma de suas piadas, toda a família estava reunida, menos Sandra.

 

-- Bom dia! falei -- sentei-me perto de Sabrina e beijei seu rosto.

 

-- Vocês vão que horas? -- meu pai perguntou.

 

-- Só tomarmos o café pai.

 

-- O voo é de meio-dia -- Sabrina disse.

 

-- E Sandra? -- quis saber.

 

-- Foi se despedir do amigo -- Sabrina contou -- E você não vai comer?

 

-- Vou tomar só um copo de leite, saiba que o leite aqui é 100% natural -- ri fazendo propaganda.

 

Tomei e resolvi começar as despedidas que eram muitas: papai, Brenda, Bruna, Amanda e todo pessoal que trabalhava para meu pai.

 

Sabrina também se despediu, mas ao contrario de mim, ela chorava.

 

Colocamos a mala no carro e esperamos Sandra chegar.

 

No momento que Sandra chegou fomos nos despedir de Ká e Jú.

 

-- Paramos para dar um beijinho só -- falei, as meninas também se despediram.

 

Tínhamos muita estrada pela frente e não demoramos.

 

 

-- Então, não aconteceu nada? -- perguntei a Sandra.

 

-- Nada! -- ela reafirmou.

 

-- Vou nem comentar! -- Sabrina disse rindo.

 

 

Continuamos conversando durante a volta, enchemos Sandra de perguntas, mas era mais provocações.

 

 

Chegamos na casa de nossas mães na hora prevista, pegamos as outras malas e saímos par ao aeroporto.

 

Mas no meio do caminho elas resolveram mudar.

 

-- Vamos ligar para Flá e Lu, quero me despedir delas -- Sabrina pediu.

 

Ligamos, as meninas estavam no escritório, voei para lá. Sabrina chorou mais uma vez se despedindo.

 

 

Por fim, fomos ao aeroporto.

 

 

Dessa vez também eu chorei junto, inevitável.

 

-- Assim que chegar te ligo -- ela avisou.

 

-- Esperarei! -- falei abraçada ainda a ela.

 

Sabrina não quis me largar, ficamos alguns minutos assim.

 

-- Eu te amo!

 

-- Eu também! Volta logo! -- beijamo-nos, um beijo já saudoso.

 

-- Até mais cunhada! -- assim que soltei de Sabrina, Sandra me abraçou.

 

Elas entraram no portão de embarque, e eu também parti, mas para o apê de Flá.

 

 

---

 

O restante do dia foi tranquilo, Sabrina me ligou avisando que chegou e conversaríamos mais a noite, ela teria mil coisas para fazer.

 

Flá e Lu chegaram, jantamos e eu fui para o quarto ligar para Sabrina.

 

-- Oi,  amor! -- ela atendeu.

 

-- Já desacelerou aí?

 

-- Estava indo para o banho!

 

-- Hum... Quer companhia?

 

-- Bem que eu queria, o que iria fazer hein?!

 

-- Nada demais, só te dar banho gostoso!

 

-- Só?

 

-- Claro, sou super comportada.

 

-- Sei bem como é, seu pai não reclamou do celeiro?

 

-- Não, mas deve ter imaginado que a nora dar trabalho -- ela gargalhou.

 

-- A culpa é da filha dele, mas realmente me superei -- gargalhou mais uma vez.

 

-- Convencida, já tirou a roupa? -- fiquei curiosa.

 

-- Ainda não!

 

-- Hum... Manda nudes?

 

-- Claro que não!

 

-- Por quê?

 

-- Porque não!

 

-- Só uma fotinha discreta -- insisti.

 

-- Nenhuma!

 

-- Eita! Tá bem, parei!

 

-- Deixa eu ir tomar banho?

 

-- Fala como foi sua chegada? Depois te libero, quero dormir cedo hoje.

 

-- Quer é?

 

-- Sim, amanhã tenho umas coisas para fazer.

 

-- Tipo?

 

-- Vou precisar ir no meu ex-apartamento pegar umas coisas, depois comprar alguns móveis para meu escritório e material de expediente para as meninas.

 

-- Não quero que você vá visitar sua ex, você não precisa de nada de lá.

 

-- Mas são minhas também, não vou deixar tudo para ela.

 

-- Você que sabe, já vai organizar a empresa essa semana?

 

-- Sim, a tarde terei uma reunião com as meninas, quero adiantar umas coisas, porque próxima semana já devo ter a guarda das meninas, assim, dedicarei mais tempo a elas. E você, o que fez desde que chegou?

 

-- Falei com meus amigos, amanhã vou na clínica e almoçar com meu pai.

 

-- Assim que acordar te ligo tá?!

 

-- Já me dispensando?

 

-- Não amor, só para provar, você pode fazer uma chamada de vídeo e ir para o banho.

 

-- Engraçadinha, você tá cansada né? Também estou, amanhã nos falamos mais, bejinhos!

 

-- Certo, linda! Bom banho!

 

-- Obrigado, te amo!

 

-- Também , gostosa!

 

-- Sei o que esta pensando...

 

-- Não estou pensando nada.

 

-- Mentirosa!

 

-- Amor, vai tomar seu banho!

 

-- Beijos!

 

-- Onde?! -- perguntei.

 

-- Depende!

 

-- De quê? -- continuei no joguinho.

 

-- Onde você quer?

 

-- Ai, ai! Paramos né linda?

 

-- Sim, dorme bem!

 

-- Obrigado, sonha comigo?!

 

-- Sonharei.

 

Desligamos, deitei na cama e logo meu vibrou.

 

Sabrina havia enviando um nudes de seus seios pelo WhatsApp, logo mandou outro de seu bumbum.

 

“Quero o meu” -- enviou.

 

Mandei um para provocá-la, mas o meu valeu pelos dois dela.

 

-- Amor, você não sabe brincar! -- ela enviou, mas dessa por áudio.

 

“Dorme bem linda!” -- digitei e enviei.

 

 

Resolvi dormir porque, se não, iria demorar bastante.

 

 

 

O dia amanheceu, fiz um café e Flá apareceu.

 

-- Faltou você contar detalhares da fazenda.

 

-- Tipo?

 

-- Não aconteceu nada?

 

-- Para que você quer saber essas coisas?

 

-- Porque gosto de aprender! -- sorriu cinicamente.

 

-- Sei safada, não aconteceu nada demais.

 

-- Se você falasse contando nos meus olho seu até acreditaria, mas nem com veemência você fala.

 

-- Flávia pelo amor de Deus né?

 

-- Ok, parei com minha curiosidade, terei que ficar mais amiga de Sabrina para aprender essas coisas.

 

-- Vai procurar na internet, bem mais rápido e fácil.

 

-- Prefiro real, detalhes...

 

-- Então vou dar uns toques na Lu, porque a você não dou.

 

-- Amiga ingrata! Eu sou tão boa que vou até aparecer na reunião hoje a tarde.

 

-- Apareça sim, será super útil.

 

-- Eu sei que sou, e o que fará agora? Por que acordou tão cedo?

 

-- Compras e depois vou lá em Natalia.

 

-- Sozinha?

 

-- Claro, não vou esperar minha mãe chegar para ter barraco.

 

-- Melhor eu ir com você.

 

-- Não. Confia em mim, certo?

 

-- Confio, só não confio nela.

 

-- Não se preocupe, prefiro ir logo lá e resolver essa parte da minha vida.

 

-- Amiga, você não precisa de nada lá.

 

-- Tem umas coisas que são minhas e preciso delas.

 

-- Certo, não vou discutir.

 

Flá era assim, mas discutir cedo por uma coisa que já estava decidida não adiantaria de nada.

 

 

 

Durante toda a manhã entrei e sai de algumas lojas, fiz compras de móveis, cadeiras, armários, balcões, material de construção e alguns outros equipamentos. Ainda faltaram algumas coisas, mas já tinha dado uma boa adiantada nesta parte.

 

Como havia pensando no dia anterior, segui por volta do meio-dia para o apartamento de Natalia.

 

Chegando lá pedi para seu Almir, o porteiro, sempre simpático avisar a Natalia minha presença.

 

-- Pode subir Aux!

 

O momento tinha chegado.

 

Foram muitos anos morando ali, quando estava no elevado lembrei das inúmeras vezes que queria que o mesmo pulasse do primeiro andar para o décimo quinto de uma vez. Parava meus pensamentos para cumprimentar alguns moradores que conhecia e retornava para aquela sensação de lembranças, mas meus pensamentos voltavam rapidamente a realidade quando lembrava o sorrido de Sabrina.

 

Quando cheguei na porta número 1501 bati levemente, mas para minha surpresa já estava aberta.

 

Entrei no apartamento, não havia mudado, a sala continuava com a TV e meu vídeo game, o bar com algumas bebidas, os armários, as louças, tudo exatamente igual.

 

Desinstalei o vídeo game, iria me divertir com as meninas. Separei um conjunto de xícaras de porcelana que havia ganhado da minha mãe.

 

E fui ao quarto, embalar umas roupas.

 

A porta estava fechada e bati levemente.

 

-- Entra! -- ela falou.

 

Abri a porta e para minha surpresa ela estava de costas, nua, enxugando-se com uma toalha. Seu corpo era todo definido, cheio de cursas, pura tentação. Respirei profundamente, não era bem a recepção que esperava.

 

Fim do capítulo