Capítulo 2
"Vai idiota fala alguma coisa, estão te olhando, o gato comeu sua língua?" os questionamentos internos a deixaram confusas ela apenas balançou a cabeça positivamente.
***
Samuel trouxe mais uma algumas rodadas de tequila e cervejas depois daquele momento constrangedor onde havia travado.
- Então Claire me conte como conheceu meu irmãozinho?
Edward entornou sua bebida e me olhou ansioso pela resposta, por um momento aquele olhar me pareceu muito familiar porém a onde eu o teria visto? Tentei espanta esse pensamento e olhei para Samuel que parecia inquieto pra saber qual seria a minha resposta para aquela pergunta, afinal aquele era um assunto totalmente delicado, o melhor naquele momento era manter uma descrição:
- Na faculdade... nas aulas de marketing internacional tinha um trabalho em grupo e sabe como é essas coisas, naquela época eu era um pouco irresponsável então arrastava o pessoal para as festas em vez de fazer o trabalho.
Samuel soltou um riso ao lembrar das mil e uma historias que tinha daquela época mais imatura que o próprio ensino médio, admito a culpa por todas essas imaturidades afinal Samuel sempre foi como o Grilo Falante do Pinóquio pra mim, aquela voz da razão tentando me colocar em um caminho.
- Então ele sempre foi esse careta?
Meu olhar parou diretamente na dona daquela voz suave, aquela sobrancelha arqueada e uma postura de total convicção que me deixou totalmente encantada.
- Olha o ele pode ser muitas coisas mas careta não é uma delas te garanto - olhei para Samuel e tinha uma certa desaprovação em seu olhar, foi um comentário esponteio e não entendia porque ele queria manter essa postura tão seria perto do irmão, isso me deixava triste pois ele era tão alto astral, tão livre e aqui nessa mesa ele parecia acorrentado a padrões que ele mesmo criou, seu argumento em todas as nossas discussões sobre o assunto era que como irmão mais velho, ele devia ser o pilar de sustentação ou uma espécie de modelo para o irmão seguir. "Agora aqui entre nós se Edward seguisse esse modelo garanto que a noiva seria noivo... se é que me entendem". Esse pensamento me fez rir internamente enquanto pegava a cerveja para beber e Edward ria do meu comentário:
- Olha meu irmão festeiro eu não consigo imaginar, me conte mais sobre essa sua garantia.
Aquele olhar curioso, "Deus o que de familiar tem nesses olhos?" isso já estava começando a me incomodar, talvez fosse do Samuel mas disso eu tinha certeza que não era então procurei parar de pensar nisso, agora aquela curiosidade de Edward tinha chegado em um ponto bem estranho, aquela insinuação não me deixava muito confortável, Samuel era como um irmão e bem mesmo 'livre" não fazia meu tipo, não mesmo!
- Irmãozinho você não acha que essa sua pergunta está um pouco ousada?- "Salva pelo Grilo" Samuel pareceu bem mais incomodado com isso do que eu, ele colocou os braços sobre a mesa entrelaçou seus dedos, eu já conhecia aquele jeito e ele era bem assim: Você esta querendo saber da minha vida, então vamos saber da sua. Pude ver aquele olhar maroto, o tom de desafio naquele momento e um pouco das correntes se soltarem e isso devia ser efeito das tequilas "Abençoado seja que invento essa bebida"- Victoria como anda a pressão para o casamento?
Aquilo fez com que imediatamente eu olhasse para mão direita dela segurando o copo aquela enorme pedra brilhante que eu não tinha reparando antes."Ah vamos ser sinceras, quem olha pra ela fica tão encantado com a beleza que nem presta atenção nesses detalhes"; e se for pensar bem quando nos esbarramos mais cedo foi rápido e tentei forçando uma tranquilidade que não tinha e sai de la quase que correndo pra não passar vergonha como travar hoje algumas horas antes.
Ela sorriu, parecia nervosa soltou o copo e colocou as mãos no colo enquanto falava:
- Você não tem ideia do estresse, seu irmão não ajuda a escolher nada - Ela olhou para o noivo com reprovação parecia um especie de punição, ele por hora apenas revirou os olhos e suspirou - Sua mãe e eu que decidimos tudo pelo Skype praticamente.
- Corrigindo mamãe escolheu quase tudo do jeito dela - Samuel a interrompeu já conhecendo bem o gênio da mãe - Como você pode deixar isso acontecer Ed?- Ele deu um empurrão leve no ombro do irmão.
- Olha - pegou a long neck e tentou gesticular enquanto a segurava antes de levar aos lábios- eu tentei mas você sabe como elas são, Juro Sam tentei dar um ajuda - ele olhou para a noiva e sobe aquele olhar reprovador acompanhado de um movimento negativo de cabeça, eu entendi naquele momento que ele iria tentar mudar a resposta e isso estava ficando divertido - Ah... eu não levo jeito pra isso como eu saberia a diferença entre marfim, gelo e branco ? Você saberia?
Samuel sorrio vitorioso, já sabia no que isso ia da, pude ver também que até Victoria conhecia o rumo dessa conversa.
- A Ed existe sim muita diferença entre essas opções e logico que eu saberia eu trabalho com Marketing, mas você poderia no minimo ter se dedicado mais, eu te conheço garanto que ficou o tempo todo no celular e dando desculpas de trabalho.
-Não é bem assim - Ed tentou se defender, olhou para mim - Isso não está nada justo, concorde comigo Claire?
Olhou para mim quase que implorando por um defensor, dei uma olhada rápida para Samuel e pude ver bem ali "Não o ajude", isso me fez imaginar um pai severo repreendendo o filho com o olhar. Victoria parecia curiosa mais mantinha aquela posse convicta de que não importava o que eu diria para defende-lo ela estaria com a razão e me fez perceber o quanto ela parecia ser segura, uma qualidade que presava muito.
- Me abstenho de qualquer comentário - embora estivesse muito afim de defende-lo só pra confrontar o Sam aquilo poderia render um sermão daqueles, melhor evita. Vi a decepção no olhar de Ed eu era sua única escapatória daquela conversa, o sorriso mais lindo que eu vi foi o de Victoria, aquela satisfação mais evidente acompanhada por um gole guloso matando o resto do liquido no copo.
- Me dê um desconto já recebi um sermão hoje na volta do aeroporto e no almoço.
- Que dó, mamãe colocou você de castigo? - Aquele comentário carregado de ironia tirou risos de todos na mesa.
- Foi mais que merecido - Victoria olhou para Sam com uma certa cumplicidade - Sam queria um favor seu... você poderia ir na prova do vestido comigo semana que vem?
Samuel a olhou surpresso pelo pedido - Claro Vic.
Ed levanto da mesa revirando os olhos meio insatisfeito com o convite da noiva, será ciumes do Sam com a noiva?
- Agora já vi tudo, mais coisas para jogarem na minha cara que não ajudo - ele soltou um suspiro - se me dão licença eu vou ao banheiro.
Fiquei olhando enquanto ele sumia depois do balcão do bar, eu acho que ele não ficou nada feliz em perde essa pequena discussão. Tudo se decepou quando o som da voz dela encontrou meu ouvidos:
- Já vi que isso vai me render um drama de semanas - ela revirou os olhos - Mas vamos deixar isso pra lá - ela se levantou e sentou no lugar de seu noivo pegou nas mãos de Sam e com entusiasmo - Sam você vai mesmo me ajudar na prova do vestido? Me desculpe por falar assim mas sua mãe não vai dar palpite no vestido, pelo menos isso eu quero que seja minha escolha?
Samuel fez um carinho na mão de Vic e acolheu com as duas formando uma concha e levou aos lábios e um beijo carinhoso.
- Eu te entendo e é logico que vou te ajudar nisso, deixa e te conta um segredo - Vi quando seus olhos brilharam e pensei que nesse momento ele fosse falar o que não devia, até prendi a respiração - Adoro vestidos
Juro nesse momento eu quase falei "Esconde esse brilho ta ofuscando"e soltei o ar que prendi com certo receio, sei que o que mais queria para ele era que contasse toda a verdade, mas ali e agora não era o momento pra isso. Vic transbordou de felicidade
- Você não sabe o alivio que isso me da - ela olhou para um vazio e sua mente parece que vagou por alguma insegurança - O vestido é algo muito importante pra mim - ela novamente voltou a fita-lo.
Olhei pelo ombro de Sam e vi Ed voltando, senti uma vibração no bolso peguei meu celular e olhei a foto era meu pai, pedi aos licença aos dois e levantei indo em direção a porta do pub cruzei com Ed já atendendo o telefone:
-alô
-Claire onde você está? Passei no seu apartamento para te convidar para um jantar e o porteiro disse que você tinha saído cedo e não tinha voltado ainda, liguei para lá depois e nada.
"Ah meu Deus la vem a inquisição e não faz nem 36 horas que estou no país"
-Pai estou com alguns amigos, depois de resolver aquelas questões que me passou por e-mail resolvi tirar um tempo.
- HUM! - Já conhecia bem esse "HUM" - E amanhã vai aparecer no escritório ou já vai volta para aquela vida?
- Pai quantas vezes terei que repetir ao senhor que mudei - Estava cansada de sempre repetir isso, sei que fui muito imprudente antes mas eu tinha provado o quanto estava comprometida com essa nova "eu" - O senhor não tem com o que se preocupar, amanhã as 9 estarei na sua sala pronta com todos os balancetes que me pediu.
- Ótimo, então eu poderei te levar para um almoço? - "Espera que mudança é essa?"- Sei que isso não é minha cara e você já deve ter ficado desconfiada, mas precisamos conversa.
- Não fiquei nada - menti - só chateada com sua desconfiança - Força um drama - mas sim vamos almoçar amanhã, sobre o que é essa conversa?
Vamos admitir as palavras: precisamos conversa deixa qualquer um curioso e nervoso além claros de fazer você pensa em todas as coisas erradas que fez na vida, no meu caso recentemente eu não tinha feito nada com justificativa pra isso, exceto pelo "ai meu Deus" o incidente com a Companhia Ballet russo mas isso já fazia um tempo.
- Amanhã conversaremos - Tem coisa pior que isso? revirei meu olhos e sem querer aquele suspiro saiu mais alto do que eu pretendia - Tenha paciência Claire, não é nada dramático, então até amanhã?
- Como quiser, até amanhã.
Ouvi ele desligar o aparelho, meu pai nunca foi muito carinhoso ou prestativo, mas essa ligação me pareceu muito estranha, sem sermão ? Isso era novidade, olhei a hora no meu celular 00:45, hora de ir pra casa o dia de amanhã prometia.
***
Voltei e me despedi de todos, novamente aquele beijo de Vic me pegou despreparada, devo ter ficado mais vermelha que tomate mas tentei com sempre passa aquela farsa de está tudo sob controle.
Agora aqui deitada na minha cama pensando em nenhum momento ela falou do nosso pequeno acidente mais cedo, será que ela não me reconheceu ou não o houve abertura pra isso? mas uma coisa ficou clara, ela fazia meu coração se aquecer isso não podia ocorrer, ela era noiva do irmão do meu melhor amigo, deveria me policiar para não acabar sentindo coisas que resultariam e me machucar, mas aquele sorriso e aquela voz me deixavam incapaz de presta atenção em algo que poderia ser despertado, desde de que eu a vi no corredor do Campus eu não pude deixar de me encantar, de ficar nervosa,e durante esse tempo no pub eu evitei olha-la, evitei até beber demais. A unica coisa que poderia dizer é que queria muito encontra-la outras vezes, e isso seria certo? Talvez uma amizade entre nós seja a razão desse encantamento.
***
Claire adormeceu pensando que aquela sentimento fosse por causa de sua recente volta ao país, e aquilo não passava da vontade de fazer novos amigos e se recolocar nessa nova vida. Toda mudança é um recomeço.
Fim do capítulo
Desculpa a demora, mas eu sou muito procrastinadora somada a problemas pessoais da nisso.
Se hover algum erro peço que me desculpem.
bjs
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