--Droga Lara não envolva a Lu nas suas encrencas.

--E quem garante que não foi ela que me envolveu – Disse sorrindo

--Não vejo graça pra você ficar sorrindo dessa maneira, cancelou a interceptação telefônica?

--Cancelei delegada.

--Tem certeza?

--Tenho, não se preocupe que eu não deixaria nada cair sobre ela, gostei dela, tem coragem . – Falou sorrindo

--Ela é muito destemida mesmo. – Falou com um sorriso bobo

--Você a ama muito, não dá para esconder, está escrito no seus olhos “eu amo a Lucy”

--É amiga queria que esse amor todo fosse recíproco, ela tem medo de vive-lo.

--Agora vamos deixar desses assuntos melosos e vamos ao que interessa, estamos avançando na questão do trafico de drogas iremos fazer uma apreensão amanhã, a tocaia já está esquematizada.

--Desculpa não poder está lá com você estaremos no casamento da San.

--É a gostosinha brava vai casar, tinha esquecido, será que ela não quer uma despedida de solteira comigo? – Falou debochada

--Você não estava saindo com aquele promotor?

--Estava a trans* estava uma merd*, depois que disse que ia deixar a mulher para ficar comigo o sex* foi lá pra baixo, e você sabe o meu lema.

--Lema não safadeza – Falou sorrindo

--Não tenho culpa se gosto de orgasmos, e quando isso para de acontecer, deixa de ser interessante, bom vou nessa ate sábado Patinha

--Boa sorte amanhã, sábado estarei no interrogatório com você.

--Ótimo beijinhos, beijinhos – Saiu gesticulando

--Essa ai é louca de pedra – A ruiva disse sentando na sua mesa, mal sentou e escutou batidas na porta –Entre – Autorizou a entrada.

--Bom dia delegada.

--Livia?  - Ficou surpresa

--Er... Eu queria falar com você – Falou envergonhada

--Entre sente-se – Falou formalmente

--Patrícia , sei que aqui é seu lugar de trabalho e não poderia te interromper assim, mas o que eu quero falar não pode espera. – Sentou-se

--Fale estou escutando-

--É que eu quero te pedir desculpa, sei que fui uma idiota falando aquelas coisas, mas espero que você me entenda eu fui pega de surpresa nunca imaginei presenciar uma cena daquelas, fui uma grosseira não deveria ter te expulsado daquela maneira. – Foi sincera

--Eu entendo sua surpresa Livia, não se preocupe não guardo magoa sua.

--Eu ainda não conversei direito com a Lu, desde daquela noite não a encontro mais sóbria, mas irei conversar com ela sei que vai ser difícil, mas eu amo minha irmã e sei que ela nunca será feliz em ter que escolher um lado, não vou pressioná-la a isso e também estarei ao lado de vocês quando forem contar aos nossos pais.

--A questão é, será que ela quer isso? Ela já tomou sua decisão e não foi a de lutar para conseguir se assumir para a família e continuar com nosso namoro, ela nunca vai encarar isso de frente, ela demonstrou isso naquela noite que me expulsou de sua casa.

--Não, você está enganada, é que a Lu não reagi muito bem a impactos, ela meio que trava quando se trata de assuntos sentimentais, foi o que aconteceu lá, ela ficou sem saber o que fazer, mas creio que ela queira seguir em frente e assumir o que sente por você.

--O que te fez mudar te posicionamento?

--Ver minha irmã que sempre foi tão individualista sentimentalmente dizer que iria abrir mão da sua felicidade para não ver a pessoa que ela ama sofrer.

--Ela disse isso? – Patrícia disse emocionada

--Varias e repetidas vezes, tá certo que ela estava bêbada, mas como sei que quando ela está bêbada fala tudo que pensa, então sei que é verdade.

--Delegada temos um probleminha – Um agente entra na sala da ruiva interrompendo a conversa.

--Bem acho que já te atrapalhei demais, ate mais – A mulher despediu-se de Patrícia e saiu

--Diga o que houve? – A delegada voltou ao trabalho, porem não parou de pensar no que Livia disse.

 

--Livia? – Surpreendeu-se ao abrir a porta

--Oi Ana desculpa vim sem avisar, é que minha irmã não atende o celular e sei que se eu chegar depois dela posso encontra-la bêbada novamente, você poderia abrir a porta para mim?

--É infelizmente não estou com a chave o Ricky a levou ontem depois que colocou ela na cama.

--Ai que droga, então eu vou espera-la lá em baixo, obrigada Ana – Deu as costas.

--Nada disso espere aqui, eu sempre escuto quando ela chega, entra um pouco, não liga para a bagunça. – puxou a cadeira de rodas para trás

--Tudo bem – Falou um pouco envergonhada

--Vem senta aqui – abriu espaço no sofá

--Nossa que lindo, você que fez? – Pegou uma pequena lembrancinha de feltro

--Foi sim, gostou?

--São lindas são para algum casamento?

--O meu eu e a San vamos casar amanhã – Falou feliz

--Nossa, quer dizer que legal – Falou sem jeito.

--As madrinhas serão a Lucy e a Pati, será algo simples apenas alguns amigos da San e meus pais que chegarão amanhã.

--Que bom felicidades a vocês, você e a San estão juntas há muito tempo?

-- Um pouco nos conhecemos a mais de um ano, mas depois do acidente passamos um tempo separadas, mas reatamos a umas semanas e já vamos oficializar, apressamos pois assim eu receberia benefícios do hospital dos funcionários para o meu tratamento, como é um pouco caro e já estávamos noivas apenas apressamos.

-- Legal, a San é uma boa pessoa, enfezada, mas tem um bom coração.

--É minha San tem um enorme coração mesmo – Falou com orgulho.

--Então em que posso te ajudar? – Perguntou com uma tesoura na mão

--Bem já que se propôs corta esses ai de acordo com os traços – Começaram a fazer as pequenas lembrancinhas e Ana se empolgou e começou a contar a sua vida .

--Caramba, você passou por muitas coisas hein.

--É mais tudo nessa vida tem um jeito, só basta encontrarmos qual.

--Sabe Ana hoje eu procurei a Patrícia e pedir desculpas, ontem percebi a burrada que estava fazendo amo minha irmã sabe fiquei muito magoada em saber que ela não confiou em me contar algo tão serio quanto a descoberta da sua sexualidade, mas sei que ela merece ser feliz, vamos sofrer muito tentando fazer os demais membros da família entender, porem eu vou está junto da minha irmã – Falou sem deixar de emocionar-se.

--Você faz certo Livia, a vida é curta demais para deixarmos passar nos preocupando com coisas pequenas, viva e compartilhe o Maximo de alegrias com sua irmã isso é o que importam olha acho que ela chegou -  Ana disse feliz

--Como você sabe?

--Ela sempre que chega bate a porta, você escutou a pequena zoada a pouco

--É ela tem esse mau costume e o pior que passou para o sobrinho, meu filho faz sempre o mesmo, bem eu já estou indo, muito obrigada por tudo, e ti desejo muita felicidade no casamento amanhã.

--Por que você não vem? Eu ficaria muito feliz em ti ver aqui.

--Tudo bem verei se dá, obrigada pelo convite. – Saiu rumo à casa da irmã.

 

--Liu adivinhou a hora que eu cheguei? – Deu as costas a imã e seguiu para o quarto

--Não eu estava esperando você chegar, não queria correr o risco de ti encontrar bêbada novamente, olhou para o centro da sala e viu o copo de bebida. –E pelo visto não ia ser difícil não é mesmo – Caminhou para o quarto onde a irmã estava tirando a roupa.

--Não enche Liu, estou com a cabeça cheia e quero apenas espairecer.

--Espairecer se embriagando? Toda noite é isso agora?

--Eu não me embriago, só tomo algumas doses para relaxar. – Entrou no banheiro enquanto isso a irmã a esperou acabar calada.

--Agora podemos conversar? – Encarou a irmã

--Se for para dizer que o que eu estou fazendo é errado nem começa estou sem nenhuma paciência – Disse enquanto vestia uma roupa

--Lucy Campos sente-se nessa merd* de cama agora e escuta o que tenho para falar – Falou enérgica

--Vai me bater também?

--Se for preciso vou – caminhou ate ela ficando frente a frente.

--Eu só não estou com saco para brigas, o que eu tinha para falar já falei.

--Sua idiota, imbecil – Começou a dá tapas nos ombros e braços da irmã que depois de alguns segurou suas mãos cessando as tapas.

--O que é isso? Não adianta me bater.

--Adianta sim pra ver se você aprende que eu sou tua irmã e que te amo droga – Falou deixando as lagrimas caírem – Por que você não me contou Lu? Por que?

--Eu não sei Liu, medo de você não me aceitar – Puxou a irmã para um abraço apertado.

--Eu nunca te abandonaria, eu te amo caramba.

--Desculpa Liu, desculpas – Lucy também chorava.

--Promete não me esconder mais nada que envolva você e sua felicidade?

--Felicidade? Essa está difícil nos últimos dias – Deu um sorriso sem jeito

--Não se preocupe as coisas vão se arrumar, mas para isso você tem que ir atrás.

--Como assim ir atrás? Não quero correr o risco de fazer mal a ela Liu é melhor manter distancia.

--Lu sei que vai ser difícil, mas se você que viver com a Patrícia ou com qualquer outra pessoa você mais cedo ou mais tarde terá que abrir o jogo com nossos pais.

--E se eles me odiarem?

--A mamãe vai pirar, chorar, brigar; mas depois vai relaxar ela é sempre assim, e outra você é a bebê caçulinha dela então pode demorar uns dias mas ela vai te aceitar.

--Já o papai acho que vai ser bem diferente.

--É do papai não sabemos o que esperar, mas você tem que tentar.

--Tudo bem então eu vou contar.

--Vamos fazer assim, vamos começar pela a mamãe depois que ela ficar bem ela mesma nos ajuda com o papai.

-- É espero que sim, não quero perder o amor deles.

--Não vai, vamos então?

--Vamos para onde?

--Conversar com a mamãe

-- AGORA? – Perguntou espantada

--Sim você tem que correr atrás de Patrícia e depois que contar para a mamãe será mais fácil.

--Não, vamos deixar para outro dia.

--Nada disso vamos agora, coloca uma roupa e vamos.

--Mas Liu assim sem preparação nenhuma?

--Mas nada, coloca essa blusa e esse short. – Pegou uma roupa e entregou a ela. – Vou esperar lá na sala, me dá seu celular? – Pegou o celular da irmã

--Pra que meu celular?

--Você está com saudade dela?

--De quem da Pati?

--Sim está?

--Claro que estou.

--Então desbloqueia ele agora.

--Não entendi? O que você vai fazer? – Desbloqueou o celular e a irmã o pegou da sua mão

--Vai trocar de roupa, confia em mim, se bem que eu não sei como conquistar uma mulher, homem é tão fácil é só dizer estou nua – Disse digitando no celular da irmã

--Liu o que você está fazendo? – Disse olhando para a tela do seu celular

--Pronto, acho que ficou bom – Entregou o aparelho a ela.

--Estou morrendo de saudades, me perdoa? – Leu o que estava escrito na mensagem que a irmã acabou de enviar. –Liu ela não quer me perdoar.

--Eu não acho, agora vamos que a mamãe está lá em casa.

--Por que você é tão mandona?

--Porque eu sou a mais velha, vamos – Saíram rumo a casa de Livia.

 

 

--Pati viu alguma assombração foi? – Ricky perguntou após a ruiva ficar olhando durante alguns minutos para o celular

--É Pati o que houve? – Ana também estranhou

--Olha o que a Lucy mandou- Mostrou o celular a eles

--Ate que fim aquela demente resolveu fazer algo – Ricky disse sorrindo

--O que eu faço?

--Vai lá ela está aqui ao lado, e conversem – Ana incentivou

--Eu não sei, acho que é melhor não

--Eu acho que é melhor sim, vamos levanta – Ricky  foi autoritário.

--E se não.

--Pati tira esses seus “se” da vida de vocês – Ana disse

--Tudo bem eu vou lá – Levantou encheu o peito e seguiu para o apartamento ao lado, após alguns minutos voltou.

--Como assim você aqui? -Ricky perguntou de cara feia.

--Não tinha ninguém,bati bati e não me atendeu, dai resolvi entrar com minha chave ela não está em casa.

--Como assim ela estava em casa com a Livia agora mesmo- Ana ficou surpresa

--É deixa para amanhã, vamos voltar aos preparativos – Sentou-se e voltou a ajudar na lembrancinha.

 

 

--Tia! – Pulou nos braços de Lucy

--Oi meu lindo estava morrendo de saudades. – Encheu o garoto de beijo

--É só tem esse moleque como sobrinho mesmo, ninguém me ama – Fez drama

--Ai Diguinho vem aqui que também dou beijo – abraçou o mais velho.

--Filha que carinha é essa? Você está tão magra não está se alimentando direito?

--Oi mãe, não se preocupe.

--Rodrigo quero que você leve o Rafa para tomar um sorvete e só volte quando eu ligar.

--Poxa mãe eu iria sair com uns amigos

--Saia e leve seu irmão

--Mas mãe.

--Nada de mas mãe, toma esse dinheiro e Rafael obedeça seu irmão. – Falou seria

--Nossa o que está havendo? – A mãe de Lucy perguntou

--Só precisamos conversar com você mamãe  - Olhou para Lucy que estava calada apenas obsevando

--Vão lá meus amores – A mais velha beijou os netos que saíram. —O que de tão serio vocês tem pra falar?

--Lulu – Pegou na mão da irmã passando forças essa respirou fundo e olhou nos olhos da mãe

--Mãe é um assunto muito delicado, e sei que não será fácil nem para você nem para o papai. – Calou-se abaixando a cabeça

--Nossa quanto drama filha? Você está grávida é isso?

--Grávida? Não é isso

--Então o que é Lucy?

--Mãe é que eu estou apaixonada por uma pessoa e quero passar os  restos dos meus dias ao lado dessa pessoa.  – Evitava comentar sobre essa pessoa ser uma mulher

--Nossa filha que bom, quero que você seja feliz, então nós conhecemos ele? Quando ele vai lá em casa? – Disparou perguntas deixando Lucy cada vez mais sem coragem

--Mãe escuta o que ela tem a dizer depois a senhora faz comentários ou perguntas.

--Tudo bem, só não vejo o porquê disso tudo.

--Mãe é que eu não... – Travou

--Eu não o que?

--É que não é bem um, um – Gaguejou

--Lu coragem minha irmã – Olhou nos olhos dela

--É que eu estou apaixonada por uma mulher mãe é isso – Falou rápido

 

--Um , um, uma mulher? Como assim Lucy está louca por um acaso – Levantou-se exasperada 

Fim do capítulo