Quando ouvi aquela frase pude ter noção do que acabara de acontecer. Eu acabara de fazer o melhor sex* da minha vida. Sexo não, amor. Nunca tinha experimentado tamanha intensidade, tamanha intimidade, tamanho tesão... e tudo isso com uma mulher! E essa mulher acabava de me dizer que estava apaixonada por mim. Se existisse algum motivo pra tristeza na minha vida, agora, nesse momento ele não existia mais. Só existia Helena, que já estava deitada de frente pra mim, acariciando meu rosto, e existia eu, quietinha, pensando em tudo...

                - Hey, planeta Terra chamando Renata!

                - Desculpa, Helena... tava pensando em tudo o que acabou de acontecer.

                Ela me olhou preocupada:

                - Tá arrependida?

                A beijei delicadamente, e disse:

                - De jeito nenhum. Ainda mais agora, que a senhorita descobriu que está apaixonada por mim!

                Ela riu aliviada:

                - Pode admitir, professora Helena, você só assumiu estar apaixonada por mim depois que abusou do meu corpinho!

                Ela sorriu, me abraçou e disse:

                - Claro que não, sua boba! Eu acho que me apaixonei por você desde o primeiro dia que te vi. É claro que abusar do seu corpinho colaborou muito!

                Ela me beijou de novo. Era tão bom estar assim, com ela, conversando, namorando... era isso, estávamos iguais a duas namoradinhas.  Acho que nunca tinha me sentido assim com Arthur, com tamanha intimidade.

                - E a culpa é sua, Renata. Eu olho pra você e quero te tocar. Quero ficar perto.

                - É tão redundante eu ficar te falando: eu também, Helena, mas eu também olho pra você e quero te tocar. Te beijar.

                - Você me deixa toda boba, parece que tenho 15 anos de novo!

                - Boba, nada! Você sabia muito bem o que ia acontecer hoje!

                - E você não sabia? - ela riu maliciosa.

                - Eu imaginava. Só não imaginava que seria tão bom. Por onde você andou esse tempo todo hein, Helena? Olha, se isso for um sonho, não me acorde, por favor!

                Ela me beliscou de brincadeira. Eu dei um grito, e ela sorriu aquele sorriso lindo, que enchia meu estômago de borboletas:

                - Tá vendo, não é um sonho. É real. E sim, eu estava mal intencionada sim! Quer dizer, eu iria te convidar pra vir pra minha casa depois do jantar, só fiquei com medo de você dizer não, mas como minha chance era de 50%, resolvi arriscar e te chamar antes. Pelo jeito deu certo!

                - Deu mesmo! E eu pensei o dia todo nisso. Me preparei. Pensei de novo. Só não imaginava que nem íamos jantar!

                - O jantar! Nossa! Tinha até esquecido que não comemos!  Você está com fome?

                - Um pouco.

                - O que você quer comer?

                - Ah, sei lá... o que você tem aqui?

                - Não muita coisa de gostoso. Vamos pedir uma pizza?

                - Sim, pode ser. E ainda deixo você escolher o sabor.

                - Uma com bastante queijo, por favor!!!

Fim do capítulo