Durante a tarde tive as crises mais loucas de risos do que um dia imaginei, eram tantos absurdos contados pelas minhas amigas que fiquei imaginando qual sentido minha vida teria sem elas.

 

-- Nesse quarto vocês podem fazer uma troca de casais, maior que a sala duas vezes, isso que é quarto, dar para usar e abusar da criatividade! -- Flá dizia sorrindo, provocando.

 

-- Só se for com as amigas! -- entrei na brincadeira.

 

-- Te enxerga, eu lá vou dividir algo com você! Muito menos ficar nua no mesmo ambiente? -- fazia uma cara de nojo.

 

-- Tá vendo! Rapidamente parou o assunto! -- falei.

 

-- Você não sabe brincar! -- ela rebateu.

 

-- Flá você que começou! -- estávamos iguais duas crianças.

 

-- E você revidou!

 

-- Meninas, vamos focar? -- Lu entrou na conversa -- Adorei esse apê! O que achou Sabrina?

 

-- Nossa, Lu! Você adivinhou meu pensamento, ele é perfeito! -- Sabrina com os olhinhos brilhando -- E essa visão para o parque?! Deve ser uma delícia tomar café da manhã aqui.

 

-- Pelo que vejo, essa é a opção numero um? -- Lu quis saber.

 

-- Não só a opção número um como a número dois também! -- sorriu.

 

Já tínhamos passado por dois apartamentos, uma corretora amiga de minha mãe estava nos acompanhado. Era muito chato escolher onde morar, estava adiando há dias, por esse motivo. O preço era razoável, estava dentro do que eu imaginava. Daria para pagar tranquilamente e além do mais, era na mesma rua da casa da minha mãe e onde seria a sede da minha empresa.

 

-- Rebeca, se nós fecharmos negócio hoje, quando eu recebo a chave? -- perguntei.

 

-- Na próxima semana!

 

-- O que acha Sabrina? -- perguntei, mas nem precisava.

 

-- Amei!

 

-- É nosso!

 

Ganhei um abraço apertado e muitos beijos.

 

Com Flá ali, já aproveitamos para rever umas cláusulas do contrato que seria de um ano. O apartamento era muito espaçoso, com três quartos suítes, sala ampla com varanda.

 

Durante a tarde, resolvemos esse assunto, Sabrina era prática, pois eu iria demorar a escolher um.

 

Saímos do apartamento cheias de ideias, Sabrina fez umas observações o que queria que eu mudasse durante sua ausência, decoração não era comigo, ela teria muito trabalho quando voltasse.

 

 

 

Na casa de nossas mães, Sandra disse que o jantar era por sua conta, fiquei com as meninas bebendo um vinho na sala.

 

-- Não acredito que vocês duas não querem ir a fazenda conosco? -- Sabrina reclamava com Flá e Lu.

 

-- Sabrina infelizmente amanhã não podemos, visitaremos clientes importantes -- Flá justificou.

 

-- Entendo vocês! Mas como é meu último dia, né?!

 

-- Não se preocupe, quando você voltar estaremos no apê de vocês sempre!

 

-- Quero vocês direto lá.

 

 

Jantamos uma lasanha, de frango, até que Sandra fazia algo muito bom, até repeti.

 

-- Sandra se eu falar uma coisinha, bem insignificante, você vai se achar?

 

-- Vou! -- riu -- Brincando, diga logo!

 

-- Melhor lasanha que já comi!

 

-- Hum... Talvez eu passe a receita para Sabrina.

 

 

As meninas se despediam depois do jantar.

 

-- Lu não esquece de avisar a sua amiga que próxima semana ligo.

 

-- Avisarei.

 

-- Que amiga? -- Sabrina quis saber.

 

-- A amiga de Lu irá trabalhar comigo.

 

-- Ah, entendi!

 

-- Meninas vejam um espaço nesse mesmo prédio comercial, pois quero abrir um consultório – Sabrina pediu.

 

 -- Mas temos empreendedoras demais aqui -- Flá se manifestou -- Acho que devemos abrir mais vinho -- se empolgando.

 

-- Nada disso -- Lu a puxou pela mão -- Vamos, que elas acordarão cedo para viajar e você já ficou animadinha com uma garrafa.

 

-- Tá vendo? Quem manda ficar bêbada rápido? Mais é fraquinha! -- provoquei, claro que ela não estava bêbada.

 

-- Tchau meninas, vamos embora! -- depois de beijinhos elas se foram.

 

 

Na cozinha, enquanto lavávamos a louça Sabrina conversava vários assuntos um atrás do outro.

 

-- O que vamos levar para seu pai?

 

-- Já quer agradar o sogro irmãzinha?

 

-- Não se preocupe, não precisamos levar nada! -- falei.

 

-- Certo, mas porque foi algo em cima da hora, na próxima já sei o que vou levar.

 

-- Agora fiquei curiosa -- disse.

 

-- Eu também, conta aí!

 

-- É só um whisky que tenho.

 

 

Sabrina contou toda a história do whisky, era de uns amigos, que foram passando para outros que acabou ficando com ela.

 

-- Aqui terminamos, vamos arrumar nossa malinha para a vigem? -- Sabrina chamou.

 

 

Aos poucos, enfim, percebia como já éramos uma casal, colocamos nossas roupas na mesma mala, ela deixou tudo organizado.

 

Eu fui tomar meu banho quando Sabrina ligaria para mãe e daria as novas notícias.

 

Tomei meu banho tranquila, lavei meu cabelo e sequei. Quando retornei ao quanto, Sabrina ainda estava deitada conversando com a mãe.

 

-- Mãe não pensei nessa parte ainda.

 

--

 

-- Claro, irei precisar de ajuda.

 

--

 

-- Como as idades são diferentes, as roupas também são de tamanhos diferentes. -- elas pareciam conversar sobre comprar roupas para as meninas, deitei na cama, e abracei, baixei seu rosto, seus lábios, ela me olhava pedindo para parar.

 

-- Ah! Mãe! Amanhã iremos na fazenda do meu sogro -- riu, aproveitei e dei um selinho -- Sairemos cedo, ela tá aqui do lado. Não se preocupe, Sandra também vai.

 

--

 

-- Voltaremos no outro dia pela manhã.

 

--

 

-- Não perderemos o voo, pode ficar tranquila.

 

--

 

-- Beijos, amanhã te ligo.

 

 

Desligou e deitou seu corpo para encontrar o meu.

 

 

-- Acho que sua sogra ficou muito feliz com a notícia das meninas! -- ela me disse sorrindo.

 

-- Imagino! Elas duas não vão querer largar as meninas.

 

-- Pois é, o bom é que temos com quem deixar.

 

-- Hum... Está pensando em coisas quentes?

 

-- Com você é impossível não pensar -- ficou sobre mim.

 

-- Estou tão feliz! -- falou aproximando da minha boca.

 

-- Também estou! -- ela beijou-me, um beijo doce, delicioso, ela segurava meu rosto com carinho, e se encaixava em meu corpo.

 

O clima estava bom e quente, passeava as mãos pelas contas de dela, mas meu celular começou a tocar.

 

-- Sua vez! -- ela disse sorrindo e saindo sobre mim -- Vou para meu banho.

 

 

Era a minha vez mesmo, minha mãe começaria seu interrogatório.

 

-- Oi, mãe! Como tá diversão ai?

 

-- Aqui as mil maravilhas, mas você sabe que não foi por isso que liguei.

 

-- Sei mãe, posso começar?

 

-- Deve!

 

Falei de Natália, e toda a história para ela,  resolvi contar logo, ouvi uns palavrões, e resolvi continuar o assunto até chegar o dia de hoje.

 

-- Filha você se sente preparada para isso? Filhos é um grande passo.

 

-- Claro mãe, a senhora sabe que faz um tempo que estou querendo.

 

-- Certo filha, você sabe que te apoio, quando eu voltar conversarmos com calma.

 

-- Tá mãe, hoje escolhi o apê com Sabrina.

 

-- Que maravilha, ela não contou a Cíntia, vejo que as duas estão se saindo bem.

 

-- Estamos sim, beijos mãe.

 

-- Beijos e se cuide.

 

 

Fiquei na cama e Sabrina ainda lá no banheiro, resolvi ir atrás dela, estava demorando mais que o normal.

 

 

Quando entrei, vi ela dormia na banheira, me aproximei. Beijei seus lábios, e ela abriu os olhos.

 

-- Dormi? -- perguntou.

 

-- Sim, vem!  

 

Abri a toalha e ela se levantou, olhei seu corpo com malícia e ela percebeu.

 

--  Nem adianta me olhar assim, pelo que me lembro vamos acordar cedo -- ela se enrolou.

 

-- Nem fiz nada! -- ri -- Vamos dormir, vem!

 

 

As quatro da manhã o celular insistia em tocar, meus olhos não queriam abrir, mas era hora de levantar. Com muito trabalho Sabrina acordou, depois fui acordar Sandra.

 

 

Saímos rumo a fazenda, era quase cinco horas da manhã.

 

A estrada era boa, choveu um pouco, não havia grande movimentação de carros e o clima do interior invadia o nosso ambiente interno.

 

Sandra cantava e animava, pelo menos poderia dizer que ela não cantava mal, mais uma qualidade da minha cunhada.

 

Quase oito da manhã entrávamos pela porteira de entrada da fazenda Auxiliadora.

 

-- Fazenda Auxiliadora! Isso sim que é ter moral com o pai -- Sandra disse rindo.

 

-- Na verdade não foi em minha homenagem, essa fazenda era do meu avô, e ele era devoto da santa, meu pai para homenagear ele, colocou meu nome com apoio da minha mãe.

 

-- Ah! Entendi! Mas aqui é muito grande! Estou impressionada.

 

-- Você irá adorar Sandra -- passávamos pela parte de uma vila -- O pessoal todo dessas casas, além de morar,  trabalham aqui -- passava com o carro devagar -- Agora vamos conhecer o dono?

 

Fim do capítulo